Shorei-ryu

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Shorei-ryu


Grafia
Kanji 昭霊流
Origem
Fundador Choki Motobu
Influência
Antecedente(s) Naha-te
Doutra(s) arte(s) marcial(is)

Shorei-ryu (昭霊流?) é um estilo de caratê, que, no século XIX, surgiu com a evolução do Naha-te, quando seu maior espoente passou a ser o sensei Kanryo Higashionna, cuja fama incrementou-se deveras, devido ao sucesso prático das técnicas ensinadas por ele.[1]

Durante este mesmo período, o estilo começou a tomar uma nova direcção e transformou-se num estilo de combate puramente "interno". Isto foi devido em grande parte à influência de Choki Motobu.[2]

Apesar de o estilo de sensei Motobu ser ainda considerado Naha-te, na realidade não tinha nada a ver com Higashionna. Quando Motobu transformou-se em líder do Shorei-ryu, começou a orientar seu desenvolvimento numa outra direcção, principalmente por ter treinado com Anko Itosu, do estilo Shuri-te e discípulo do grande Sokon Matsumura.[3] Motobu teve grande reputação como lutador nas ruas e como instrutor de caratê.

Características[editar | editar código-fonte]

O estilo acentua o condicionamento corporal, treino rígido e pragmatismo técnicos. Os deslocamentos têm raio de acção menor e os golpes são desenhados para serem desferidos à curta distância. E é mais adequado se visto como uma forma de auto-defesa. Isto tudo se deve ao modelo de chuan fa praticado no sul da China, que foi adaptado pelos lutadores de Oquinaua.

Técnicas[editar | editar código-fonte]

O estilo tem como repertório técnico bases baixas e técnicas de força, cuja origem repousa nas técnicas tradicionais de cinco animais[2] — cobra, grou, leopardo, tigre e dragão —, os quais devem ser incorporados mentalmente durante a execução duma técnica.

A cobra significa o componente racional dum embate, tal como o estilo de chuan fa da cobra enfatiza a paciência, a precisão e a astúcia. As técnicas deste componente são fluidas e precisas e executadas apenas no momento mais propício ao sucesso.

O grou faz lembrar que deve haver comunhão e equilíbrio entre os aspectos físico e mental, no fito de desenvolver autoconfiança e eficiência. As técnicas, que exigem do praticante num nível elevado de concentração e velocidade, compôem-se de um misto de golpes curtos e perfurantes, à semelhança das bicadas e patadas que o grou dá, quando caça e se defende.

O tigre representa a resistência óssea, a armação do esqueleto, e sua capacidade de carrear e concentrar a energia do lutador até o ponto de ataque e/ou defesa, onde será empregada realmente, e são executadas em formas curtas porém violentas, cuja potência repousa na respiração abdominal, calma, consciente e concentrada.

O leopardo também representa o equilíbrio entre as forças mental e física do carateca, mas num sentido de conjugar os lados interior e exterior, o que leva o conjunto de técnicas mesclar movimentos de duros a leves, sendo tais executados e facilitados pela respiração.

O dragão, por fim, representa a força corporal que o carateca deve possuir, para repelir/assimilar um ataque. As técnicas baseadas no dragão são circulares e praticadas com respiração leve e somente no momento em que a respiração for mais leve, no exato momento do câmbio expiração/inspiração.

Kata[editar | editar código-fonte]

O estilo treina basicamente o seguinte conjunto de kata:[4]

Referências

  1. «About Karate Styles» (em inglês). Consultado em 20 nov. 2010. Arquivado do original em 28 de novembro de 2011 
  2. a b «What is Shorei-Ryu» (em inglês). Consultado em 20 nov. 2010 
  3. «História do Karatê». Consultado em 20 nov. 2010 
  4. Fernando Portela Câmara. «THE ORIGINS AND DEVELOPMENT OF TRIAS SHOREI-RYU KARATE-DO» (PDF) (em inglês). http://lashorei.org/. Consultado em 13 set 2011 
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