Spruille Braden

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Spruille Braden
Spruille Braden
Nascimento 13 de março de 1894
Elkhorn
Morte 10 de janeiro de 1978 (83 anos)
Los Angeles
Sepultamento Cemitério Gate of Heaven
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
  • Sheffield Scientific School
  • Montclair Kimberley Academy
Ocupação diplomata, empresário

Spruille Braden (Elkhorn, Montana, 13 de março de 1894 - Los Angeles, Califórnia, 10 de janeiro de 1978) foi um diplomata, empresário e lobbista norte-americano que foi embaixador em vários países latino-americanos e foi também secretário de Estado adjunto para Assuntos das Repúblicas Americanas.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Spruille Braden era um dos proprietários da empresa de mineração chilena Braden Copper Company e tinha interesses comerciais na United Fruit Company. Também era diretor da W. Averell Harriman Securities Corporation.[1] Era filho de um rico empresário de mineração ligado à família Rockefeller, de quem herdou a maioria das ações da Braden Copper Company no Chile.

Desempenhou um papel relevante na Guerra do Chaco entre a Bolívia e o Paraguai, preservando os interesses da Standard Oil[2] e tinha uma posição abertamente antissindical[3]. Desempenhou missões diplomáticas breves, mas de grande importância política como embaixador na Colômbia (1939-42), Cuba (1942) e Argentina (1945).

A suas atividade nesses países estava relacionada com operações e golpes de políticas internas. Foi nomeado como instigador da Guerra do Chaco, o conflito armado mais sangrento das Américas durante o século XX. Ele teve uma impressionante exibição de material de guerra e envolveu o confronto de 250.000 soldados bolivianos e 150.000 paraguaios. O próprio Braden tinha fortes interesses na região. Isso estava diretamente relacionado à criação da Standard Oil na Bolívia, já que parte dos territórios da empresa fundada em 1921 pertencia a William Braden, seu pai. Segundo o historiador Luis A. Wagner, Braden era o testa-de-ferro de Rockefeller numa concessão que favoreceu a Standard Oil Company na bacia do Chaco paraguaio.[4]

Em 1939, foi nomeado primeiro embaixador na Colômbia e em 1941 foi transferido para Cuba, onde desenvolveu laços estreitos com o ditador Fulgencio Batista.

Como embaixador na Argentina, em 1945, sua participação foi comemorada pela organização da oposição contra o presidente Juan Domingo Perón e o vice-presidente Hortensio Quijano. Depois disso, ele trabalhou intensamente para tentar isolar o governo argentino.[5] Desde que assumiu o cargo. na embaixada, Braden começou a organizar e coordenar publicamente a oposição, exacerbando o conflito interno. Ele escreveu o "Livro Azul" em colaboração com o polêmico espanhol Gustavo Durán. Perón usou a seu favor a intervenção de Braden, publicando como resposta o "Livro Azul e Branco" e formulando o slogan de sucesso "Braden ou Perón" que influenciou decisivamente o sucesso eleitoral que em 1946 o tornou presidente. Nesse livro, Perón denunciou a intervenção norte-americana na política dos países da América Latina.[6] Em 23 de setembro de 1945 Spruille Braden deixou Buenos Aires para suceder a Nelson Rockefeller como secretário de Estado assistente. O embaixador britânico informará o Ministério das Relações Exteriores em 27 de junho, argumentando que, entre correspondentes estrangeiros, foi dito que Braden estava pressionando jornalistas a enviar relatórios distorcidos e exagerados sobre a Argentina.[7]

A partir de 1948 começou a receber um salário para servir como lobista da United Fruit Company. Quando os interesses desta empresa foram afetados na Guatemala, foi um dos operadores que influenciou o golpe de estado que derrubou o presidente Jacobo Arbenz em 1954. No seu primeiro ato como presidente da Nicarágua, em 1 de maio de 1967, Anastasio Somoza Debayle conferiu a mais alta condecoração da Nicarágua, a Grande Cruz de Rubén Darío, ao embaixador Spruille Braden e à sua esposa Verbena por seus "incansáveis esforços na causa de Liberdade em toda a América Latina"..[8][9]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Scenna, Miguel A. (1974), Braden y Perón, Buenos Aires: Korrigan.
  • Frank, Gary (1980). Juan Peron vs. Spruille Braden: the story behind the blue book. Lanham, MD: University Press of America
  • Trask, Roger R. «Spruille Braden versus George Messersmith: World War II, the Cold War, and Argentine Policy, 1945-1947» en Journal of Interamerican Studies and World Affairs, Vol. 26, No. 1 (Feb., 1984), pp. 69-95

Referências

  1. 8. Spruille Braden, The Belmont Brotherhood Arquivado em 15 de outubro de 2007, no Wayback Machine.
  2. Ferrero, Roberto A. (1976), Del fraude a la soberanía popular, Buenos Aires: La Bastilla, p. 318
  3. Schvarzer, Jorge (1996). La industria que supimos conseguir. Una historia político-social de la industria argentina. Buenos Aires: Planeta, pag. 194
  4. Secretos olvidados de Spruille Braden Luis Agüero Wagner, Viernes, 23 de mayo de 2008, Diario siglo XXI.
  5. David Kelly, citado en Escudé, Carlos; Cisneros, Andrés (2000), La campaña del embajador Braden y la consolidación del poder de Perón, «Historia de las Relaciones Exteriores Argentinas», CARI
  6. Perón, Juan D. (1946). Libro Azul y Blanco (PDF). [S.l.: s.n.] 
  7. Blue Book Blues en Current History, Philadelphia (1946) 297)
  8. The Regime of Anastasio Somoza, 1936-1956, Knut Walter, pp. 69-95
  9. Richard Immerman, The CIA in Guatemala: The Foreign Policy of Intervention. Austin: University of Texas Press, 1982, p. 127.