Tricotomia (matemática)

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Em matemática, a lei da tricotomia afirma que todo número real é positivo, negativo ou zero.[1] A tricotomia é a propriedade de uma relação de ordem que, para quaisquer e , exatamente um dos seguintes ocorre: , , ou . Este axioma da tricotomia é válido para comparações ordinárias de números reais e, por conseguinte, seus subconjuntos, tais como os inteiros e racionais.[2]

Mais geralmente, uma relação binária em um conjunto é tricotômica se para todos os e em , exatamente um de , e for válido.[2] Escrevendo como , isso é declarado na lógica formal como:

Propriedades[editar | editar código-fonte]

Exemplos[editar | editar código-fonte]

  • No conjunto , a relação é transitiva e tricotômica e, portanto, uma ordem total estrita.
  • No mesmo conjunto, a relação cíclica é tricotômica, mas não transitiva; é até antitransitiva.

Tricotomia em números[editar | editar código-fonte]

Uma lei da tricotomia em algum conjunto de números geralmente expressa que alguma relação de ordenação dada tacitamente em é tricotômica. Um exemplo é a lei "Para números reais arbitrários e , aplica-se exatamente um de , ou "; alguns autores até fixam como zero, baseando-se na estrutura de grupo linearmente ordenada aditiva do número real. Este último é um grupo equipado com uma ordem tricotômica.

Na lógica clássica, este axioma da tricotomia vale para comparação ordinária entre números reais e, portanto, também para comparações entre inteiros e entre números racionais.[necessário esclarecer] A lei não se aplica em geral na lógica intuicionista.

Na teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel e na teoria dos conjuntos de Bernays, a lei da tricotomia é válida entre os números cardinais de conjuntos bem ordenáveis, mesmo sem o axioma da escolha. Se o axioma da escolha for válido, então a tricotomia é válida entre os números cardinais arbitrários (porque eles são todos bem ordenados nesse caso).[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Trichotomy Law at MathWorld
  2. a b Lima, Elon Lages, 1929-. Análise real. Rio de Janeiro: [s.n.] OCLC 869851054 
  3. Jerrold E. Marsden & Michael J. Hoffman (1993) Elementary Classical Analysis, page 27, W. H. Freeman and Company ISBN 0-7167-2105-8
  4. H.S. Bear (1997) An Introduction to Mathematical Analysis, page 11, Academic Press ISBN 0-12-083940-7
  5. Bernays, Paul (1991). Axiomatic Set Theory. [S.l.]: Dover Publications. ISBN 0-486-66637-9