Tufão Chebi (2006)

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Tufão Chebi
Tufão muito forte (Escala JMA)
Tufão categoria 4 (SSHWS)
imagem ilustrativa de artigo Tufão Chebi (2006)
O tufão Chebi pouco antes de atingir Luzon, Filipinas
Formação 8 de Novembro de 2006
Dissipação 14 de Novembro de 2006

Ventos mais fortes sustentado 10 min.: 185 km/h (115 mph)
sustentado 1 min.: 230 km/h (145 mph)
Pressão mais baixa 925 hPa (mbar); 27.32 inHg

Fatalidades 1
Danos Desconhecidos
Áreas afectadas Filipinas, China (Hainan) e Vietnã
Parte da Temporada de tufões no Pacífico de 2006

O tufão Chebi (designação internacional: 0620; designação do JTWC: 23W; designação filipina Queenie) foi o terceiro ciclone tropical de uma série de cinco tufões a atingir as Filipinas na temporada de tufões no Pacífico de 2006. Chebi foi o vigésimo oitavo ciclone tropical, o vigésimo sistema tropical nomeado e o décimo terceiro tufão da temporada de tufões de 2006. O tufão formou-se de uma perturbação tropical em 8 de Novembro a leste das Filipinas e desenvolveu-se rapidamente antes de atingir a costa leste da ilha filipina de Luzon com ventos máximos sustentados de 195 km/h, em 10 de Novembro. Após cruzar a ilha apenas 12 horas, o tufão continuou a se enfraquecer sobre o Mar da China Meridional devido ao cisalhamento do vento e ar seco, e dissipou-se completamente em 14 de Novembro, pouco antes de atingir a ilha chinesa de Hainan.

Embora Chebi tenha atingido as Filipinas como um tufão com intensidade equivalente a um furacão de categoria 3 na escala de furacões de Saffir-Simpson, o governo local preparou a população para a chegada do tufão e, com isso, minimizando seus impactos sobre o arquipélago. Mesmo assim, foram relatados 10 feridos e 1 fatalidade.

História meteorológica[editar | editar código-fonte]

O caminho de Chebi

Uma área convecção formou-se em 30 de Outubro a 7,0N 174,0L. O sistema não demonstrou sinais de intensificação até na madrugada de 8 de Novembro, quando o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) começou notou a perturbação tropical localizada a cerca de 775 km a oeste-noroeste de Guam. Imagens de satélite revelaram uma circulação ciclônica de baixos níveis em consolidação. Naquele momento, as condições de altos níveis mostraram-se favoráveis, com boa divergência acima e com baixo cisalhamento do vento.[1][2] Logo em seguida, a Agência Meteorológica do Japão (AMJ) notou a formação de uma fraca depressão tropical na região.[3] O sistema adentrou na área de responsabilidade da Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas (PAGASA), e a agência lhe atribuiu o nome Queenie.[2] O sistema continuou a se consolidar e o JTWC emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT) sobre o sistema às 11:00 (UTC) de 8 de Novembro, notando a consolidação dos fluxos externos, principalmente os fluxos setentrionais.[4] O sistema continuou a se intensificar e o JTWC emitiu seu primeiro aviso regular sobre a recém-formada depressão tropical 23W na madrugada de 9 de Novembro. Naquele momento, a depressão localizava-se a cerca de 1.250 km a leste de Manila, Filipinas.[5]

A AMJ classificou a depressão como uma tempestade tropical por volta do meio-dia de 9 de Novembro, atribuindo-lhe o nome Chebi,[6] que foi submetido pela Coreia do Sul e significa andorinha em coreano.[7] O sistema tornou-se uma tempestade tropical, segundo o JTWC, por volta das 18:00 (UTC).[2] Seguindo para oeste, sob a influência de uma forte alta subtropical ao seu norte, Chebi começou a seguir praticamente pela mesma trajetória feita pelo seu antecessor, o tufão Cimaron, duas semanas antes.[2] Na madrugada de 10 de Novembro, Chebi apresentava ventos máximos sustentados de 100 km/h.[2] Ao mesmo tempo, a AMJ classificou Chebi como uma tempestade tropical severa.[8] Mas o que aconteceu logo em seguida surpreendeu até mesmo os meteorologistas: Chebi sofreu intensificação explosiva. Em apenas seis horas, os ventos máximos sustentados subiram de 100 km/h para 205 km/h, passando de uma tempestade tropical para um tufão equivalente a um furacão de categoria 4 na escala de furacões de Saffir-Simpson.[2] A AMJ, ao mesmo tempo, classificou o sistema como um tufão.[9] Continuando a seguir para oeste, Chebi alcançou o seu pico de intensidade com ventos máximos sustentados de 230 km/h por volta do meio-dia (UTC) de 10 de Novembro. Naquele momento, o centro do tufão localizava-se a 280 km da ilha filipina de Catanduanes. Também naquele momento, o sistema era um pequeno, mas intenso tufão com intensidade equivalente a um furacão de categoria 4, sendo que o raio de ventos sustentados superiores a 120 km/h estendia-se apenas a 65 km do centro do sistema. A interação da circulação ciclônica de Chebi com a ilha de Luzon começou a enfraquecer o tufão.[2]

O tufão Chebi fez landfall na costa leste de Luzon, no município de Casiguran, na província de Aurora, praticamente no mesmo local onde o tufão Cimaron atingiu duas semanas antes.[2] Chebi cruzou a ilha em doze horas e emergiu no Mar da China Meridional no começo da madrugada de 11 de Novembro.[2] Embora os fluxos externos setentrionais continuassem bons, o tufão continuou a se enfraquecer assim que continuava a seguir numa área com águas mais frias, com ar seco e com cisalhamento do vento.[2] Com isso, o JMA desclassificou Chebi para uma tempestade tropical severa às 06:00 (UTC) de 12 de Novembro[10] e o JTWC desclassificou o sistema para uma tempestade tropical às 21:00 (UTC) do mesmo dia.[11] A partir de então, Chebi começou a se mover erraticamente sobre o Mar da China Meridional em 13 de Novembro assim que uma brecha na alta subtropical surgiu.[2] As principais áreas de convecção profundas ficaram confinadas no quadrante norte da circulação ciclônica de Chebi, já que o cisalhamento moderado de vento meridional continuava a persistir.[2] A tendência de enfraquecimento de Chebio continuou e a AMJ desclassificou novamente Chebi para uma tempestade tropical.[12], enquanto que o JTWC emitiu seu último aviso ao meio-dia (UTC) de 14 de Novembro ao mesmo tempo em que desclassificava o sistema para uma depressão tropical.[13] A AMJ fez o mesmo 6 horas antes.[14] A área de baixa pressão remanescente continuou a seguir até a costa do Vietnã, onde dissipou-se completamente.[2][15]

A Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas (PAGASA) atribuiu o nome Queenie enquanto o sistema estava dentro de sua área de responsabilidade.

Preparativos e impactos[editar | editar código-fonte]

A Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas (PAGASA) içou o sinal público tempestade nº4, o nível de alerta mais alto do país, para três províncias na ilha filipina de Luzon. A PAGASA também alertou aos residentes sob o efeito do sinal de tempestade sobre a possibilidade de enchentes, deslizamentos de terra e enxurradas, e também avisou às embarcações de pesca a retornarem rapidamente à costa.[16] Este sinal foi içado apenas duas semanas depois da passagem do tufão Cimaron sobre o país. No começo da madrugada de 11 de Novembro, Chebi fez landfall perto do município de Casiguran, província de Aurora, com ventos máximos sustentados de 195 km/h, cruzou Luzon, emergiu no Golfo de Lingayen e fez seu segundo landfall no Barangay Lucap, na cidade de Alaminos, cerca de 8 horas depois.

Apesar de sua intensidade, Chebi causou poucos danos em Luzon. Muitos barangays foram inundados, forçando cerca de 8.000 pessoas a saírem de suas residências, principalmente na província de Aurora. Ao todo, o tufão deixou 10 feridos e 1 fatalidade.[17] Nas províncias de Isabela, Aurora e Nueva Ecija, foram relatados interrupções no fornecimento de eletricidade, inundações, além de bloqueios em rodovias causados pelos deslizamentos de terra.[18]

Ver também[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Tufão Chebi (2006)

Referências