Vasco Anes Corte Real (I)

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 Nota: Este artigo é sobre o primeiro Vasco Anes fundador da família Corte Real. Para outros homónimos seus descendentes Vasco Anes Corte Real, veja Vasco Anes Corte Real.
Vasco Anes Corte Real
Nascimento 1395
Tavira
Cidadania Reino de Portugal
Irmão(ã)(s) Gil Vaz da Costa, Afonso Vaz da Costa
Ocupação oficial

Vasco Anes Corte-Real (1395? — ?), inicialmente chamado Vasco Anes da Costa,[1] foi um fidalgo cavaleiro originário de Tavira que exerceu as funções de alcaide-mor de Tavira e Silves e fronteiro-mor do Algarve. Deu origem à família Corte-Real que se viria a distinguir na ilha Terceira (Açores) como governantes e exploradores e depois se incorporaria entre a mais prestigiada nobreza portuguesa.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho de Vasco Anes da Costa, que viveu no século XIV, honrado cavaleiro de Tavira e um dos mais destros auxiliares do Mestre de Avis na defesa do reino contra as investidas dos castelhanos.

Foi este Vasco Anes o primeiro a fazer uso do apelido Corte Real,[3] mas outros dos seus irmãos, nomeadamente Gil Anes da Costa e seus descendentes, mais tarde adoptaram também o apelido Corte Real. Existia mais um irmão, Afonso Vaz da Costa, comendador da Ordem de Santiago no concelho de Cacela, mas não deixou descendência.

A forma - Vasco Anes - nem por todos os escritores tem sido seguida. Nas diferentes crónicas e mais diplomas, aparecem as seguintes variantes : — Vasqueanes, Vascoeannes, Vaasqu Eanfies, Vaasqae Anes, Vasque Afies, Vasco Eannes, etc. A primeira das referidas formas, porém, por ser a mais moderna e a que geralmente é empregue.

Quanto ao apelido Corte Real, foi concedido a Vasco Anes por graça de el-rei D. Duarte, não só pelo brilhantismo com que assistia na sua corte, e por fazer parte de Os Doze de Inglaterra, mas também pelos seus feitos heróicos na tomada de Ceuta.

Gomes Anes de Zurara diz na sua Crónica da tomada de Ceuta que Vasco Anes esteve entre os primeiros que desembarcaram e lutaram contra os mouros:[4]

«Mas he agora de saber como o Inffamte Duarte como uallente caualleiro sahio de sua gallee, em quamto seu padre amdaua proueemdo a outra frota, e sse foi pêra aquelle porto, omde o Iffamte Dom Hamrrique filhara terra, e Martim Affomsso de Mello e Vaasquo Eannes Corte Reall eram açerqua delle, quamdo salltou na praia. (...) E em esto seriam os christaãos ja fora naquella praya ataa çemto e çimquoemta. e assy começarom muy rrijamente de sse meter com os mouros, magoamdoos a meude com suas armas, ataa que per força os fezeram meter per a porta dAlmina. E o primeiro homem que foy demtro com elles, foi Vaasquo Eannes Corte Reall e desios outros após elle.»

No século seguinte, o seu bisneto, o poeta e cronista Jerónimo Corte-Real irá homenagear o bisavô e os seus feitos. num poema inscrito na sua obra em verso Naufrágio de Sepúlveda.[5][2]

Genealogia[editar | editar código-fonte]

Vasco Anes Corte Real casou mas não deixou geração do matrimónio. Fora o casamento, porem, teve os seguintes filhos fruto de uma relação com Mor Anes Escudeiro[3]:

Referências

  1. Anica, Arnaldo Casimiro (1993). Tavira e o seu termo. Tavira: Câmara Municipal de Tavira 
  2. a b Canto, Ernesto do (1883). Os Corte-Reaes; memoria historica, acompanhada de muitos documentos ineditos. [S.l.]: Ponta Delgada : Archivo dos Açores 
  3. a b «Nobiliário de famílias de Portugal (Capítulo dos Costas Corte-Reais)». purl.pt. Consultado em 2 de outubro de 2017 
  4. Zurara, Gomes Eanes de; Esteves Pereira, Francisco Maria; Academia das Ciências de Lisboa; Portugal. Arquivo Nacional. MSS (368); Portugal. Arquivo Nacional. MSS (355) (1915). Crónica de tomada de Ceuta por el Rei D. João I. [S.l.]: Lisboa Academia das Sciências de Lisboa 
  5. Corte-Real, Jerónimo (1783). Naufragio e lastimoso sucesso da perdiçam de Manoel de Sousa de Sepulueda, & Dona Lianor de Sá sua molher & filhos, vindo da India para este Reyno na nao chamada o galião grande S. Ioão que se perdeo no cabo de boa Esperança, na terra do Natal. E, a perigrinacão que tiuerão rodeando terras de Cafres mais de 300 legoas tè sua morte. Composto em verso heroico, & octaua rima, etc. Edited by Antonio de Sousa. [S.l.: s.n.] 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Rodrigo Afonso de Aragão
Alcaides-mores de Tavira
1415-1443
Sucedido por
Fernão Martins do Carvalhal