Willem Usselincx

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Willem Usselincx
Biografia
Nascimento

Antuérpia
Morte
Atividades
assinatura de Willem Usselincx

assinatura

Willem Usselincx, nascido em 1567 em Antuérpia e falecido em 1647, é um comerciante flamengo. Ele é o pai fundador da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Contexto Histórico[editar | editar código-fonte]

A repressão contra os cristãos protestantes, em revolta contra a Igreja Católica, por Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, terceiro duque de Alba, enviado de Filipe II, rei da Espanha desde a abdicação de Carlos V em 1555, desencadeou uma emigração maciça de valões e flamengos para outras regiões do Norte da Europa ( Suécia, Inglaterra e Alemanha) e também para a Holanda . Os excessos da Inquisição levaram à revolta dos Gueux, assim como à formação das Províncias Unidas, devido à secessão das províncias do norte da Holanda (as Províncias do Sul continuariam sob domínio espanhol, encabeçado pela família Habsburgo).

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Willem Usselincx nasceu na Antuérpia, em Junho de 1567.

Fundação da Companhia das Índias Ocidentais[editar | editar código-fonte]

A sua família criou-o para o comércio de especiarias, e esta formação o levou à Espanha, a Portugal e aos Açores.[1] Ele notou, durante essa estada, que a Espanha derivava sua riqueza sobretudo de suas colônias na América. Ao retornar em 1591, ele deixou Antuérpia e foi para a Holanda, sempre tentando persuadir seus novos compatriotas da importância de fundar colônias no novo mundo, de modo a combater a influência espanhola.[2]

Foram necessários quase trinta anos para que ele criasse a Companhia das Índias Ocidentais em 1621. Além de fretar o Nieu Nederlandt, navio que transportou os primeiros colonos de Nova York, a companhia também organizou a colonização de famílias judias e provenientes da Valônia na Guiana em 1624, às margens do rio Oiapoque, sob a direção do capitão Jan de Moor.

A Companhia das Índias Ocidentais notabilizou-se pela Ocupação Holandesa de uma porção do Nordeste Brasileiro. A familiaridade de Usselincx com os empreendimentos coloniais português lhe deu uma visão privilegiada das potencialidades agrícolas das Américas, enquanto o interesse geral, ao contrário, voltava-se às riquezas minerais. Tal estratégia guiou a presença holandesa no Nordeste, durante a qual privilegiou-se a dinâmica dos engenhos açucareiros.[3]

Em comunhão com Dierick Ruiter, seu sócio na criação da Companhia, ele se opôs a qualquer envolvimento da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais no tráfico de escravos.[4]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Em 1624, durante uma viagem a Gdansk, ele visitou Gotemburgo e o rei Gustav II Adolphe (1594-1632) o convidou a se estabelecer lá, o que ele fez logo em seguida.[5] Já em 1626, Usselincx descreveu para a Suécia as vantagens da colonização e foi o primeiro a esboçar e traçar planos para o estabelecimento da primeira colônia sueca.[5] Dessa teorização, decorre que no mesmo ano ele obteve o alvará de uma nova empresa, a Companhia Sueca dos Mares do Sul, e o monopólio do comércio com os territórios ultramares.[6] Tanto o rei Gustav II Adolphe quanto o chanceler Axel Oxenstierna (1583-1654) o apoiaram em seu projeto. Entretanto, a Guerra dos Trinta Anos obstou seus planos, de modo que a Companhia acabou nunca fretando o navio.[6] Sua empresa, então, passa a se voltar para o comércio estritamente Europeu.[7] Dez anos após uma série de investimentos desastrosos, Willem Usselincx morre por volta do ano de 1647.

Referências

  1. Keen, Gregory B.; Odhner, C. T. (1883). «Professor C. T. Odhner's Account of Willem Usselincx and the South, Ship, and West India Companies of Sweden». The Pennsylvania Magazine of History and Biography. 7 (3): 268–270. ISSN 0031-4587. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  2. Martinière, Guy (1997). Coligny, les Protestants et la mer (em francês). [S.l.]: Presses Paris Sorbonne. ISBN 978-2-84050-091-9. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  3. Prado, J F de Almeida (1964). A Conquista da Paraíba. [S.l.]: Ed. Nacional. p. 199 
  4. P. C. Emmer et Mireille Cohendy, Les Pays-Bas et la traite des Noirs, page 27
  5. a b C. T. Odhner (1879). «The Founding of New Sweden, 1637-1642». The Pennsylvania Magazine of History and Biography (em anglais). 3 (3): 269-284 
  6. a b Hermansson, Robert (2004). The great East India adventure : the story of the Swedish East India Company (em anglais). [S.l.]: Breakwater Publishing. ISBN 91-975200-9-8. OCLC 69677173. Consultado em 30 de agosto de 2021  |isbn2= e |isbn= redundantes (ajuda)
  7. Frängsmyr, Tore (1990). Ostindiska kompaniet : människorna, äventyret och den ekonomiska drömmen (em suédois). [S.l.]: Wiken. ISBN 91-7024-653-X. OCLC 185874879. Consultado em 30 de agosto de 2021  |isbn2= e |isbn= redundantes (ajuda)