Massacre do Carandiru: diferenças entre revisões
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A rebelião teve início com uma briga de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da [[Polícia Militar do Estado de São Paulo|Polícia Militar]], liderada pelo coronel [[Ubiratan Guimarães]], tinha como justificativa acalmar a rebelião |
A rebelião teve início com uma briga de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da [[Polícia Militar do Estado de São Paulo|Polícia Militar]], liderada pelo coronel [[Ubiratan Guimarães]], tinha como justificativa acalmar a rebelião. Sobreviventes afirmam que o número de mortos é superior ao divulgado e que a Polícia estava atirando em detentos que já haviam se rendido ou que estavam se escondendo em suas celas, mas muitos quiseram ir para o combate com a tropa de choque da polícia mitilar paulista. Vale lembrar que todos ali eram criminosos que ainda não tinha pago suas dividas com a sociedade. Nenhum dos sessenta e oito policiais envolvidos no massacre foram mortos. A promotoria do julgamento do coronel Ubiratan classificou a intervenção como sendo "desastrosa e mal-preparada".<ref>[http://www.terra.com.br/brasil/2001/06/29/024.htm Terra.com.br] ''Sob ameaça de anulação, julgamento do Carandiru acaba hoje'' de sexta, 29 de junho de 2001</ref> |
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==Julgamento e morte do coronel Ubiratan== |
==Julgamento e morte do coronel Ubiratan== |
Revisão das 20h24min de 5 de agosto de 2010
O massacre na Casa de Detenção de São Paulo ou o massacre do Carandiru, como foi popularizado pela mídia, ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando uma rebelião causou a morte de cento e onze detentos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Origem da rebelião e intervenção policial
A rebelião teve início com uma briga de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, tinha como justificativa acalmar a rebelião. Sobreviventes afirmam que o número de mortos é superior ao divulgado e que a Polícia estava atirando em detentos que já haviam se rendido ou que estavam se escondendo em suas celas, mas muitos quiseram ir para o combate com a tropa de choque da polícia mitilar paulista. Vale lembrar que todos ali eram criminosos que ainda não tinha pago suas dividas com a sociedade. Nenhum dos sessenta e oito policiais envolvidos no massacre foram mortos. A promotoria do julgamento do coronel Ubiratan classificou a intervenção como sendo "desastrosa e mal-preparada".[1]
Julgamento e morte do coronel Ubiratan
Em junho de 2001, o coronel Ubiratan foi inicialmente condenado a 632 anos de prisão por 102 das 111 mortes do massacre (seis anos por cada homicídio e vinte anos por cinco tentativas de homicídio)[2]. No ano seguinte, ele foi eleito deputado estadual por São Paulo, após a sentença condenatória, durante o trâmite do recurso da sentença de 2001. Por este motivo, o julgamento do recurso foi realizado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, ou seja, pelos 25 desembargadores mais antigos do estado de São Paulo, em 15 de fevereiro de 2006. O Órgão reconheceu, por vinte votos a dois, que a sentença condenatória, proferida em julgamento pelo Tribunal do Júri, continha um equívoco. Essa revisão acabou absolvendo o réu. A absolvição do réu causou indignação em vários grupos de direitos humanos, que acusaram o fato de ser um "passo para trás" da justiça brasileira[3].
No dia 10 de setembro de 2006, o coronel Ubiratan foi assassinado num crime com nenhuma ligação aparente ao massacre[4]. No muro do prédio onde morava foi pichado "aqui se faz, aqui se paga", ato que faz referência ao massacre do Carandiru[5].
Fundação do Primeiro Comando da Capital
O massacre causou indignação em detentos de outras penitenciárias, os quais supostamente decidiram formar o Primeiro Comando da Capital (PCC) no ano seguinte ao do evento. Uma das afirmações iniciais do grupo era a de que pretendiam "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e "vingar a morte dos cento e onze presos". Entretanto, esta suposta origem do PCC, um dos principais grupos do crime organizado no Brasil, é muito questionada, não havendo provas claras de que haja qualquer ligação entre a facção criminosa e o massacre dos detentos.
Referências culturais
Canções
- "19 Rebellions" (Andrade, Aniruddha Das, Pandit G, Steve Chandra Savale, Delbert Tailor) – Asian Dub Foundation em Enemy of the Enemy (2003)
- "Diário de um Detento" (Mano Brown, Jocenir) – Racionais MC's em Sobrevivendo No Inferno (1997)
- "Haiti" (Caetano Veloso, Gilberto Gil) – Caetano Veloso e Gilberto Gil em Tropicália 2 (1993)
- "Manifest" (Max Cavalera, Sepultura) – Sepultura em Chaos A.D. (1993)
Filmes
- Carandiru (2002) de Hector Babenco
Livros
- Diário de um Detento do ex-detento Jocenir
- Estação Carandiru (1999) do Dr. Dráuzio Varella
Televisão
- Carandiru, Outras Histórias (2005, Rede Globo)
- Prison Break (2007-2008, FOX Brasil)
Referências
- ↑ Terra.com.br Sob ameaça de anulação, julgamento do Carandiru acaba hoje de sexta, 29 de junho de 2001
- ↑ «CMI Brasil - Coronel Ubiratan: condenado a 632 anos de prisão tem sentença anulada». www.midiaindependente.org. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
- ↑ «Folha Online - Cotidiano - TJ inocenta coronel Ubiratan por massacre do Carandiru - 15/02/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
- ↑ «Veja cronologia do caso da morte do coronel Ubiratan -». noticias.terra.com.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
- ↑ «Muro em frente à casa de coronel Ubiratan é pichado -». noticias.terra.com.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2010