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Durante o [[Período regencial brasileiro]] o Maranhão, região exportadora de [[algodão]], passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com os Estados Unidos da America. Em paralelo, a atividade [[pecuária]] absorvia grade parte da [[mão-de-obra]] livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de [[escravos]] e de homens livres de baixa renda no movimento.
Durante o [[Período regencial brasileiro]] o Maranhão, região exportadora de [[algodão]], passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com os Estados Unidos da America. Em paralelo, a atividade [[pecuária]] absorvia grade parte da [[mão-de-obra]] livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de [[escravos]] e de homens livres de baixa renda no movimento.
No campo político ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (''bem-te-vis'') e os conservadores (''cabanos''). D. Pedro II, a época da Regência de [[Pedro de Araújo Lima]], provocando o chamado ''regresso conservador'', os ''cabanos'' maranhenses aproveitaram a oportunidade para aliar-se aos ''bem-te-vis'', tentando, ao mesmo tempo, debilitar ainda mais estes últimos pela contratação dos serviços de vaqueiros, tradicional apoio dos ''bem-te-vis''. À mesma época, no Piauí dominava [[Manuel de Sousa Martins]], conservador, que saiu fortalecido com a [[Lei dos Prefeitos]] e estimulou a revolta de seus conterrâneos liberais que almejavam ganhar mais poder político, como ocorrido quando da promulgação do [[Código de Processo Criminal]] de [[1832]] e do [[Ato Adicional]] de [[1834]].
No campo político ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (''bem-te-vis'') e os conservadores (''cabanos''). D. Pedro II, a época da Regência de [[Pedro de Araújo Lima]], provocando o chamado ''regresso conservador'', os ''cabanos'' maranhenses aproveitaram a oportunidade para aliar-se aos ''bem-te-vis'', tentando, ao mesmo tempo, debilitar ainda mais estes últimos pela contratação dos serviços de vaqueiros, tradicional apoio dos ''bem-te-vis''. À mesma época, no Piauí dominava [[Manuel de Sousa Martins]], conservador, que saiu fortalecido com a [[Lei dos Prefeitos]] e estimulou a revolta de seus conterrâneos liberais que almejavam ganhar mais poder político, como ocorrido quando da promulgação do [[Código de Processo Criminal]] de [[1832]] e do [[Ato Adicional]] de [[5834]].


==O movimento==
==O movimento==

Revisão das 20h07min de 11 de outubro de 2011

A Balaiada foi uma revolta de caráter popular, ocorrida entre 1838 e 1841 no interior da então Província do Maranhão, no Brasil,e que após a tentativa de invasão de São Luís, dispersou-se e estendeu-se para a vizinha província do Piauí. Foi feita por pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a disputa pelo controle do poder local. A definitiva pacificação só foi conseguida com a anistia concedida pelo imperador aos revoltosos sobreviventes. As causas foram a miséria promovida pela crise do algodão.

Antecedentes

Durante o Período regencial brasileiro o Maranhão, região exportadora de algodão, passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com os Estados Unidos da America. Em paralelo, a atividade pecuária absorvia grade parte da mão-de-obra livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de escravos e de homens livres de baixa renda no movimento.

No campo político ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (bem-te-vis) e os conservadores (cabanos). D. Pedro II, a época da Regência de Pedro de Araújo Lima, provocando o chamado regresso conservador, os cabanos maranhenses aproveitaram a oportunidade para aliar-se aos bem-te-vis, tentando, ao mesmo tempo, debilitar ainda mais estes últimos pela contratação dos serviços de vaqueiros, tradicional apoio dos bem-te-vis. À mesma época, no Piauí dominava Manuel de Sousa Martins, conservador, que saiu fortalecido com a Lei dos Prefeitos e estimulou a revolta de seus conterrâneos liberais que almejavam ganhar mais poder político, como ocorrido quando da promulgação do Código de Processo Criminal de 1832 e do Ato Adicional de 5834.

O movimento

O evento que deu início à revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, da fazenda do padre Inácio Mendes (bem-te-vi), por determinação do sub-prefeito da Vila da Manga (atual Nina Rodrigues), José Egito (cabano). Contestando a detenção do irmão, Raimundo Gomes, com o apoio de um contingente da Guarda Nacional, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, em dezembro de 1838. Em seguida, Raimundo Gomes conseguiu o apoio de Cosme Bento, ex-escravo à frente de três mil africanos evadidos, e de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira. Para combatê-los foi nomeado Presidente e Comandante das Armas da Província o coronel Luís Alves de Lima e Silva, que venceu os revoltosos na Vila de Caxias. Por isso foi promovido a General e recebeu o seu primeiro título de nobreza , Barão de Caxias, e inicia aí a sua fase de O Pacificador.

A repressão

A Balaiada (1838).

Apesar das tentativas de manipulação por parte dos bem-te-vis, o movimento adquiriu feição própria, saindo de controle. Diante da proporção alcançada, envolvendo as camadas populares, as elites locais se aproximaram em busca de estratégias para derrotar os revoltosos. O movimento, após uma tentativa frustrada de invasão da capital da província, São Luís, dispersou-se após repressão sofrida de um destacamento da Guarda Nacional, e alcançou a vizinha província do Piauí.

Diante desse esforço, o governo regencial enviou tropas sob o comando do então Coronel Luís Alves de Lima e Silva, nomeado Presidente da Província. Conjugando a pacificação política com uma bem sucedida ofensiva militar, em uma sucessão de confrontos vitoriosos obtida pela concessão de anistia aos chefes revoltosos que auxiliassem a repressão aos rebelados, obteve a pacificação da Província em 1841. Foi auxiliado no Piauí por Manuel de Sousa Martins, líder conservador, Presidente da Província, e conhecido repressor de movimentos liberais ocorridos em toda a província, destacando-se por sua excepcional ajuda em reprimir a adesão à Balaiada na província.

Os líderes balaios foram mortos em batalha ou capturados. Destes últimos, alguns foram julgados e executados, como Cosme Bento, por enforcamento. Pela sua atuação na Província do Maranhão, Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias. Pouco após o fim da revolta, também Sousa Martins recebeu um título, o de Visconde da Parnaíba.

Bibliografia

  • MIRANDA,A. Balaios e Bem-te-vis: a guerrilha sertaneja (2a. ed.). Teresina: Instituto Dom Barreto, 2002.
  • JANOTTI, Maria e Lourdes Mônaco. A Balaiada. São Paulo: Brasiliense, 1987. 74p. il.
  • OTÁVIO, Bigode Janeiro: Imprensa Nacional, 1942.
  • OTÁVIO, Rodrigs". São Paulo: Siciliano, 2001. 75p. ISBN 8526708694
  • SANTOS, Maria Villela. A Balaiada e a insurreição de escravos no Maranhão. São Paulo: Ática, 1983. 145p.