Balcanização

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Os Bálcãs de 1796 a 2008 (em inglês)

Balcanização é um termo geopolítico, originalmente utilizado para descrever o violento processo de fragmentação ou divisão de uma região ou Estado em regiões ou Estados menores que frequentemente são hostis ou não cooperativos entre si.[1] É considerado pejorativo por alguns indivíduos.[2]

Nações e sociedades[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Projeto Grego e Questão Oriental
Atividades búlgaras durante a Campanha Balcânica, exibindo o estado dos Bálcãs durante a Primeira Guerra (em inglês)

O termo refere-se à divisão da península Balcânica — anteriormente governada quase que por completo pelo Império Otomano — em diversos Estados menores entre 1817 e 1912.[3] Foi cunhado no início do século XIX.[4] Se tornou de uso comum com as consequências imediatas da Primeira Guerra Mundial, com referência aos numerosos novos Estados que surgiram dos colapsos dos impérios Austro-Húngaro e Russo.[carece de fontes?]

Ao fim da Guerra Fria, houve uma nova onda de balcanização após a desintegração da Iugoslávia e a dissolução da União Soviética.[carece de fontes?]

Existiram também tentativas de usar o termo balcanização em uma maneira otimista, comparando-o com a necessidade de descentralização e sustento de um grupo ou sociedade em particular. Pesquisa corrente dos aspectos otimistas da balcanização é conduzida por Srđan Jovanović Weiss com o Centro para Arquitetura de Pesquisa[5] no colégio Goldsmiths.[6][7]

Outros países da Europa — geralmente resultados da união de várias regiões históricas ou nações — têm se defrontado com a distinta questão da balcanização. A Península Ibérica e a Espanha, em especial, desde o período de Al-Andalus tiveram que acordar-se com a balcanização,[8] com diversos movimentos separatistas existindo no momento, incluindo o País Basco e o independentismo catalão.[carece de fontes?]

Quebec tem sido cena de um movimento partitivo oriundo de grupos ativistas anglófonos, contrários à ideia da independência de Quebec. Um destes projetos é a proposta para a província de Montreal, a qual anseia pelo estabelecimento de uma província separada das comunidades de anglo-saxões e imigrantes anglófonos de Quebec e Montreal.[carece de fontes?]

Em janeiro de 2007, em resposta ao crescente apoio à independência da Escócia, o então Ministro das Finanças do Reino Unido, e depois Primeiro-ministro, Gordon Brown, falou sobre uma "balcanização da Grã-Bretanha".[9] Movimentos independentistas em território da Grã-Bretanha existem na Inglaterra, Gales, Cornualha e no movimento de reunificação na Irlanda do Norte.[carece de fontes?]

Outros usos[editar | editar código-fonte]

O termo também é utilizado para descrever outras formas de desintegração, incluindo, por exemplo, a subdivisão da Internet em enclaves separados,[10] a divisão de subcampos, a criação de novos campos da sociologia e o colapso de organizações cooperativas devido ao aumento de entidades competitivas independentes engajadas em disputas de lances ao estilo "beggar thy neighbour".[carece de fontes?]

Tem sido usado no planejamento urbano estadunidense para descrever o processo de criação de condomínios fechados.[carece de fontes?]

Andrej Grubačić rejeita a concepção racista e colonialista de balcanização como um processo no qual "ódio ancestral e étnico" levou à ação da fragmentação chauvinista; usualmente justaposta à "culta" federalização e unificação anglo-europeia. Grubačić nomeia este processo como "balcanização vinda de cima" — literatura ocidentalista, colonialista, racista, atuando como bastião para as políticas advindas da União Europeia e dos Estados Unidos da América, particularmente em Bósnia e Herzegovina, Sérvia e Kosovo. Ele o contrasta com o que chama de "balcanização vinda de baixo", uma narrativa que insiste em afinidades sociais e culturais, assim como em costumes comuns resultantes da ajuda e solidariedade interétnicas e mútuas, resultando no que pode ser denominado como "autoatividade interétnica", a qual foi interrompida através da intervenção euro-colonial. O legado histórico aonde Grubačić se inspira é o da "Federação Bálcã", uma organização horizontal de povos, sem nações ou Estados, arranjada regionalmente e organicamente para ajuda mútua e empoderamento, "um mundo onde muitos mundos ajustam-se."[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (em inglês) Merriam-Webster Online Dictionary 1. separar (como região ou grupo) em unidades menores e geralmente hostis.
  2. (em sérvio) Vidanović, Ivan (2006). Rečnik socijalnog rada Udruženje stručnih radnika socijalne zaštite Srbije; Društvo socijalnih radnika Srbije; Asocijacija centra za socijalni rad Srbije; Unija Studenata socijalnog rada. ISBN 86-904183-4-2
  3. (em inglês) "Balkanization" Encyclopædia Britannica
  4. (em inglês) Perceptions: Journal of International Affairs Centro para Pesquisa Estratégica. Verão de 2013. p. 128
  5. (em inglês) Veja http://www.gold.ac.uk/architecture/
  6. (em inglês) Srđan Jovanović Weiss no Centro para Arquitetura de Pesquisa
  7. (em inglês) Formas da balcanização — Exibição na Akademie Schloss Solitude em Estugarda, Alemanha, em 2006, pelo Escritório de Arquitetura Normal, uma prática de projeto fundada por Srđan Jovanović Weiss
  8. (em inglês) McLean, Renwick (29 de setembro de 2005). «Catalunha assume-se para enfrentar a Espanha». The New York Times 
  9. (em inglês) «BBC News | Política | Existência do R.U. está em risco — Brown». 13 de janeiro de 2007 
  10. (em inglês) Google estabelece metas para o navegador, Financial Times, 4 de setembro de 2008
  11. (em inglês) Veja http://politicsrespun.org/2010/12/book-review-don%E2%80%99t-mourn-balkanize/#sthash.JZJJR3Pg.dpbs
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