Banco Nacional

Banco Nacional | |
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Razão social | Banco Nacional S.A. |
Empresa de capital aberto | |
Slogan | O banco que está a seu lado |
Atividade | Serviços financeiros |
Fundação | 1944 |
Fundador(es) | José de Magalhães Pinto Valdomiro de Magalhães Pinto |
Encerramento | 1995 |
Sede | Belo Horizonte, MG, Brasil |
Produtos | Bancos |
Sucessora(s) | Unibanco |
Banco Nacional, originalmente Banco Nacional de Minas Gerais, foi uma instituição financeira brasileira fundada pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro de Magalhães Pinto.
História[editar | editar código-fonte]
Em 24 de outubro de 1943 foi publicado o Manifesto dos Mineiros, a primeira expressão contrária ao Estado Novo. Entre as 92 assinaturas estava a de José de Magalhães Pinto.[1] Foi então destituído do cargo que ocupava no Banco da Lavoura.
Fundação[editar | editar código-fonte]
Magalhães Pinto juntou-se ao irmão Valdomiro de Magalhães para fundar em maio de 1944 o Banco Nacional de Minas Gerais. Entre os primeiros investidores estavam Virgílio de Melo Franco, e Francisco Moreira da Costa (irmão de Delfim Moreira).[1]
Em 1958 o banco incorporou o Banco Sotto Maior.[1]
Em 1972 mudou seu nome para Banco Nacional,[1] e adquiriu o Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais.[1]
Deterioração[editar | editar código-fonte]
É possível que já em 1988 foi identificada a situação precária do Banco Nacional.[2] Foi contratada uma equipe nova para tentar reverter a situação.[2] Adotou-se uma "contabilidade fictícia" como alegou o relatório produzido pela Comissão de Inquérito do Banco Central.[2][3]
Intervenção em 1995[editar | editar código-fonte]
Em 18 de novembro de 1995 foi instaurado o regime de administração especial temporária (RAET) do Banco Nacional.[2] Detectou-se a existência de 652 contas fictícias com saldo cinco vezes maior que o valor do patrimônio líquido do banco.[2]
Com apoio e garantia do Proer, o banco foi divido em um pedaço bom (good bank) e um pedaço ruim (bad bank). O pedaço bom (good bank) foi vendido para o Unibanco. O pedaço ruim (bad bank) permaneceu no RAET que entrou no regime de liquidação extrajudicial (RLE) em 13 de novembro de 1996.[2]
Repercussão judicial[editar | editar código-fonte]
Em 1997 o Ministério Público Federal acusou trinta três pessoas de fraude entre elas o controlador do banco Marcos Magalhães Pinto.[4] Em 2002, o ex-controlador do banco foi condenado a 28 anos em primeira instância.[5] A pena foi reduzida para doze anos em 2010.[6] Um ano depois foi declarada extinta,[6] porém logo depois reinstaurada pelo Superior Tribuna de Justiça.[6]
Negociações com o BTG em 2014[editar | editar código-fonte]
Em setembro de 2014 foi noticiado que poderia haver negociações entre o bad bank (cujo controle acionário ainda pertencia à família Magalhães Pinto), e o banco BTG.[7] Tratava-se da de créditos tributários antigos e outros créditos provenientes do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). As negociações não sucederam.
Patrocínios[editar | editar código-fonte]
O Banco Nacional foi o principal patrocinador do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna.
Foi também o primeiro patrocinador do Jornal Nacional, da Rede Globo.[8]
Nas partidas finais do Campeonato Brasileiro de 1984, patrocinou o Fluminense e o Vasco.
Referências
- ↑ a b c d e Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «JOSE DE MAGALHAES PINTO». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e f Barbosa, Fernando de Holanda (março de 2008). «Banco Nacional: jogo de Ponzi, PROER e FCVS». Brazilian Journal of Political Economy (1): 97–115. ISSN 0101-3157. doi:10.1590/S0101-31572008000100005. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «O troco do Nacional». ISTOÉ Independente. 2 de abril de 2003. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «Entenda o caso Nacional». O Globo. 3 de setembro de 2013. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «INFERNO SEM FIM DOS MAGALHÃES». ISTOÉ DINHEIRO. 1 de fevereiro de 2002. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ a b c «Ex-dono do Banco Nacional é condenado no STJ». Jusbrasil. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «Quem quer o Banco Nacional?». Exame. 11 de setembro de 2014. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Thiago Terra (3 de janeiro de 2011). «Falido há 16 anos, Banco Nacional ainda tem marca forte». EXAME.com. Consultado em 19 de abril de 2011