Baía de Santander
Baía de Santander | |
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Imagem tirada pelo um dos satélites Landsat | |
Oceano | Atlântico |
Mar | Cantábrico |
País | Espanha |
Comunidade autónoma | Cantábria |
Principal cidade ribeirinha | Santander |
Coordenadas | 43° 28′ N, 3° 48′ O |
Dimensões | |
Comprimento médio | 9 km |
Largura máxima | 5 km |
Área superficial | 22,42 km² |
Profundidade máxima | 32 m |
Localização em mapa dinâmico |
A baía de Santander é um corpo de água do mar Cantábrico situada no norte de Espanha. Nela se situa a cidade de Santander, capital da comunidade autónoma da Cantábria, cujo porto [es] é um dos mais importantes do norte do país. A baía tem 22,42 km² de área, 9 km de comprimento e a sua largura máxima é 5 km.
A estreita entrada da baía está virada a norte, é precedida no lado ocidental pelo El Sardinero e está limitada a oeste pela península da Madalena [es] e a leste pelo areal do Puntal [es]. Ao largo da península, menos de um quilómetro a norte da entrada da baía, situa-se a ilha de Mouro [es]. Ao largo da costa sul da península, em plena entrada da baía, outras duas pequenas ilhas: a da Torre [es] e a minúscula da Horadada [es]. O Puntal é uma faixa comprida longitudinal de praia e dunas que protege as tranquilas águas do interior da baía.
A baía de Santander faz parte do Clube das mais belas baías do mundo [fr], uma associação internacional e marca registada com sede em França.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Há vários cursos de água que desaguam na baía. Os mais importantes desaguam na parte sul, nomeadamente a ria de Astillero, nome dado à ria que resulta da confluência das rias rias de Solía e de San Salvador, que confluem a cerca de 5 km da baía. Na margem oriental desaguam as rias del Carmen e de Raos, enquanto que na margem ocidental desemboca a ria de Cubas (nome dado ao estuário do rio Miera). No passado existiu também a ria de Becedo, a qual desaguava no que é hoje o centro de Santander.
Em termos geológicos, a baía é formada por um diapiro gerado durante da orogenia alpina do Cenozoico. Os seus materiais são compostos por argilas e sais (especialmente gessos do Keuper) que ascenderam devido à existência de falhas. Este movimento provocou o aumento da fraturamento e um arrastamento significativo de rochas das camadas superiores. A área de fragilidade gerada pelas argilas do Keuper facilitou sua erosão em relação a outras áreas rochosas de arenito e calcário, o que levou ao avanço do mar e à formação da baía.
Há alguns séculos, sobretudo a partir do século XIX, que a baía tem vindo a perder área e volume. Num estudo de 1977 estimou-se que a perdas em relação aos valores originais eram então de 55% em área inundada, 58% em zona entremarés e 40% em volume de água. Esta situação deve-se à atividade humana na região,[2] que é a mais densamente povoada da Cantábria. Na área metropolitana [es], em redor da baía vivem mais de 50% dos habitantes da Cantábria, pelo que a pressão antrópica é muito forte.[3] Desde o século XIX que grandes áreas de marismas que foram transformadas em pastagens e serviram para ampliar o porto e criar novas áreas industriais, residenciais e de serviços.[4]
Nos últimos anos têm sido levadas a cabo algumas ações pontuais nas zonas de alto risco ecológico que são suscetíveis de serem recuperadas, integrando-as de novo na dinâmica das marés, nomeadamente nas marismas de Alday em Maliaño [es] e nas marismas brancas e negras de El Astillero. O processo de reenchimento gradual da baía é um processo complexo, devido, nomeadamente, à existência de antigos charcos de decantação de atividades de mineração na bacia do rio Miera à expansão do porto e as suas zonas industriais associadas, a secagem para aumentar as áreas de pecuária e a ocupação do perímetro da baía por infraestruturas de comunicação. Algumas das áreas roubadas ao mar são potencialmente recuperáveis, mas para muitas delas o processo já é irreversível.[4]
Na área da baía encontram-se os seguintes municípios: Santander, Ribamontán al Mar [18], Marina de Cudeyo [19], El Astillero [20], Villaescusa [21] e Camargo [22]. Na baía um cabo — Punta de Elechas [1] — e as seguintes ilhas:
- Ilha dos Ratones, ou ilha Marnay [2] — Situada em frente à localidade de Elecha, na parte sudeste.
- Ilha de la Hierba [3] — Situada perto da povoação de Elechas e da ilha dos Ratones, an parte sudeste da baía.
- Ilhas de San Juan [es] — Pequeno arquipélago de três ilhas situadas a leste da ilha de Pedrosa, a nordeste de Pontejos, e têm a particularidade ecológica de estarem cobertas por azinheiras, o que é raro ocorrer em ilhotas. A maior, La Campanuca [4], situa-se a noroeste das outras duas: Peña Rabiosa [5], a mais oriental e moas pequena, e Tercera Isla [6]. Esta última é a a mais baixa e a mais próxima da costa, da qual dista apenas 36 metros. O nome da Campanuca deve-se a uma antiga ermida que lá existiu na Idade Média, junto a um cemitério, da qual não há vestígios. Nessa ilha encontraram-se vários vestígios arqueológicos, nomeadamente restos de recipientes em cerâmica, e cavernas artificiais que foram usadas como refúgio durante a Guerra Civil Espanhola.
- Ilha de Pedrosa [es] [7] — Outrora conhecida como ilha da Astilla, situa-se no fundo da baía, junto à localidade de Pontejos. Atualmente está ligada ao continente por uma ponte.
- Ilha da Torre [es] [8] — Situa-se em frente à praia dos Biquínis, ao largo da península da Madalena. Durante as marés vivas chega a estar ligada à península por um tômbolo rochoso.
- Ilha da Horadada [es] [9] — É uma ilhota minúscula que é pouco mais do um rochedo, pouca distância a norte da ilha da Torre.
- Praias
- Praias dos Tranquilos [10], de Loredo [11] e de Somos [12] — Situam-se na parte nordeste da entrada da baía, virada para o mar Cantábrico. Estão no mesmo areal, que tem continuidade com o de El Puntal.
- El Puntal [es] — Situada na parte nordeste da baía em frente a Santander, o seu areal, com 4,5 km de comprimento, estende-se na direção leste-oeste, fechando grande parte da baía. O lado norte dá para o mar Cantábrico, onde é frequente haver ondas, enquanto que a parte sul dá para a baía, onde a água é tranquila e pouco profunda. O areal de El Puntal constitui a margem direita (norte) da ria de Cubas, onde desagua o rio Miera.
- Praia de El Rostro [14] — Situa-se na parte nordeste da baía, na localidade de Pedreña [es] do município de Marina de Cudeyo, na reentrância formada pela Punta del Rostro, que constitui a extremidade sudoeste da enseada de la Barquería, onde desagua a ria de Cubas.
- Praia dos Biquínis [es] [15] — Situada na parte noroeste da baía, no lado meridional da península da Madalena.
- Praia da Madalena [16] — Dá continuidade a oeste à praia dos Biquínis, da qual não tem qualquer separação física.
- Praia dos Perigos (de Los Peligros) [17] — Situa-se no mesmo areal das duas anteriores. O seu nome nada tem a ver com a sua perigosidade para os banhistas, pois estando na baía, as suas águas são muito tranquilas. Uma das teorias para o seu nome é que representa um perigo para os navios que, se se aproximarem muito dela ao entrarem na baía de Santander, podem encalhar na areia.[5]
Mapa
[editar | editar código-fonte]Flora e fauna
[editar | editar código-fonte]Segue-se uma lista parcial de algumas das espécies que têm o seu habitat na baía de Santander:[6]
Aves
| Vegetação e algas
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Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Bahía de Santander», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ «General information about Santander Bay» (em inglês). Most Beautiful Bays of the World. world-bays.com. Consultado em 24 de dezembro de 2021
- ↑ Cendrero Uceda Díaz de Terán
- ↑ «El área de la bahía estará integrada por nueve ayuntamientos según la Universidad de Cantabria» (em espanhol). El Diario Montañés. 29 de janeiro de 2007
- ↑ a b Ibañez Martínez et al. 2008
- ↑ Pérez, Ana (24 de novembro de 2016). «Playa de los Peligros, una playa muy poco peligrosa en Santander» (em espanhol). playascalas.com. Consultado em 11 de dezembro de 2021
- ↑ Serrano López 1999.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cendrero Uceda, A.; Díaz de Terán, J. R. (outubro de 1977), «Caracterización cuantitativa del desarrollo histórico del relleno de la bahía de Santander» (PDF), Revista de Obras Publicas, ISSN 0034-8619 (3150): 797-808, arquivado do original (PDF) em 27 de setembro de 2007
- Ibañez Martínez, Agustín; Gutiérrez Fernández, Gustavo; Pérez García, María Luisa (dir.); Ramos Pérez, Ana Isabel (dir.) (2008), Cuencas del Miera y del Campiazo conclusiones del Proceso Participativo (PDF) (em espanhol), Corporación Integral del Medio Ambiente (CIMA), Oficina de Participación Hidrológica de Cantabria
- Serrano López, Alberto (1999), «La Bahía de Santander y sus habitantes», Editorial Cantabria, El Diario Montañés (em espanhol)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Bahía de Santander – Ecoturismo y la Educación Ambiental» (em espanhol). www.bahiasantander.es. Consultado em 3 de janeiro de 2022