Asno
Esta página cita fontes, mas estas não cobrem todo o conteúdo. (Setembro de 2010) |

Asno | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
![]() Pouco preocupante | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome trinomial | |||||||||||||||||
Equus africanus asinus Linnaeus, 1758 | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
![]() Distribuição do asno doméstico
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Sinónimos | |||||||||||||||||
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O asno (nome científico: Equus africanus asinus) é uma subespécie doméstica do asno-selvagem-africano. É um mamífero perissodáctilo da família Equidae, cujo nome popular é jumento, jegue, jerico, burro ou ainda asno-doméstico. De tamanho médio (conforme a raça), focinho e orelhas compridas, é utilizado desde a Pré-história como animal de carga.[1][2] Os ancestrais selvagens dos asnos foram domesticados por volta de 5 000 a.C., praticamente ao mesmo tempo que os cavalos, e, desde então, têm sido utilizados pelos homens como animais de carga e montaria.[3]
No Brasil, o termo "burro" pode designar não a espécie Equus africanus asinus, mas o cruzamento entre essa espécie e a Equus ferus caballus (cavalo) quando resulta num animal de gênero macho, aquilo que em Portugal se designa como "macho"; quando esse mesmo cruzamento resulta num espécime fêmea, é designado como "mula".[4]
Os asnos classificam-se dentro da ordem dos Perissodáctilos, e à família Equidae, à qual também pertencem os cavalos, pertencendo ambos a um único gênero, os Equídeos (Equus).
Origens[editar | editar código-fonte]
Sua origem está ligada à Abissínia, onde era conhecido como onagro ou burro-selvagem. O burro é, desde tempos remotos, simultaneamente utilizado no meio rural para auxiliar nas tarefas agrícolas e para transporte.
Há séculos que é feito o cruzamento entre asno e cavalo, de que resulta um híbrido denominado muar ou mu, com características de ambas as raças: robustez, capacidade de adaptação a caminhos acidentados e a meio ambiente adverso, docilidade; pernas mais longas e, portanto, maior velocidade, maior facilidade de treino.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
A palavra "asno" é derivada do termo que designa esse animal em latim, asinu, e que também é usada em seu nome científico para designar a subespécie doméstica.[5] Os termos, também latinos, que designam seu gênero e espécie, Equus africanus, significam, literalmente, "cavalo africano".
As palavras "burro" e "burrico", por sua vez, são derivações regressivas do latim burricus, que significa "pequeno cavalo".[6][7][8]
A origem do termo "jegue" é controversa, mas, segundo algumas fontes, tem origem no termo inglês jackass. Jackass foi formado de duas palavras: (1) jack, aqui servindo apenas para indicar o sexo masculino do animal (Jack é apelido ou diminutivo de John e serve para designar um homem qualquer); (2) ass, burro.[9]
Ofensa[editar | editar código-fonte]
Em Portugal, Angola e Moçambique, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral nem criatividade.
No Brasil, é famosa a expressão ideia de jerico, sendo "jerico" um regionalismo para burro, também usado em Portugal.
Híbridos de asno[editar | editar código-fonte]
Um burro pode ser cruzado com uma égua para produzir uma mula. Um cavalo macho pode ser cruzado com uma jumenta para produzir um bardoto. Híbridos de burro-cavalo são quase sempre estéreis porque os cavalos têm 64 cromossomos, enquanto os burros têm 62, produzindo descendentes com 63 cromossomos. Mulas são muito mais comuns do que bardotos. Acredita-se que isso seja causado por dois fatores, sendo o primeiro comprovado em híbridos de gatos, que quando a contagem de cromossomos do macho é maior, as taxas de fertilidade caem.[10] Kunga, um importante animal usado em batalha há milhares de anos, é provavelmente o primeiro exemplo de engenharia humana de animais. Eles eram altamente valorizados e muito caros.[11] Kunga foi o primeiro animal híbrido identificado.[12] Kunga foi criado a partir de jumentas e jumentos selvagens sírios há 4.500 anos.[13]
Referências na literatura[editar | editar código-fonte]

O antigo convívio com a espécie humana traz uma grande número de referências culturais na literatura e no folclore popular. As "Fábulas de Esopo" usam a figura do burrinho para representar os humildes. Apuleio tem uma obra intitulada "O Asno de Ouro".
Foi por muito tempo o símbolo da ignorância, como em "Sonhos de Uma Noite de Verão", de Shakespeare. "Pinóquio" é outro exemplo de fábula onde um menino mau é transformado num burrico.
Aparece diversas vezes na iconografia cristã, como na fuga para o Egito e no Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um asno.
Raça autóctone portuguesa[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Huggins, Britton. «Equus asinus (ass)». Animal Diversity Web (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2021
- ↑ «Brasil hipismo - Equus africanus asinus». Consultado em 2 de dezembro de 2017. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2017
- ↑ «Brasil hipismo - Equus africanus asinus». Consultado em 2 de dezembro de 2017. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2017
- ↑ Araguaia, Mariana. «Jumentos e mulas (Gênero Equus)». www.brasilescola.com. Brail Escola. Consultado em 16 de julho de 2011
- ↑ «Significado/definição de asno no dicionário priberam da língua portuguesa». Dicionário priberam. Consultado em 17 de setembro de 2015
- ↑ «burricus - Zeno.org» (em alemão). Georges: Ausführliches lateinisch-deutsches Handwörterbuch. Consultado em 17 de setembro de 2015
- ↑ «« burricus », dans Félix Gaffiot» (em francês). Dictionnaire latin français. Consultado em 17 de setembro de 2015
- ↑ «Significado/definição de burro no dicionário priberam da língua portuguesa». Dicionário priberam. Consultado em 17 de setembro de 2015
- ↑ "A Casa da Mãe Joana" de Reinaldo Pimenta, editora Campus.
- ↑ Grize, Sofia A.; Wilwert, Elodie; Searle, Jeremy B.; Lindholm, Anna K. (16 de janeiro de 2019). «Measurements of hybrid fertility and a test of mate preference for two house mouse races with massive chromosomal divergence». BMC Evolutionary Biology (1). 25 páginas. ISSN 1471-2148. PMC 6335807
. PMID 30651079. doi:10.1186/s12862-018-1322-y. Consultado em 15 de janeiro de 2022
- ↑ «The Kunga Is the Oldest Known Hybrid Bred By Humans - Slashdot». science.slashdot.org (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2022
- ↑ «Animals that Fueled the World». College of Arts & Sciences (em inglês). 15 de abril de 2020. Consultado em 15 de janeiro de 2022
- ↑ Gorman, James (14 de janeiro de 2022). «The Kunga Was a Status Symbol Long Before the Thoroughbred». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 15 de janeiro de 2022