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Cangaço: diferenças entre revisões

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Esta data veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Lampião, os chefes dos outros bandos existentes no nordeste brasileiro vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
Esta data veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Lampião, os chefes dos outros bandos existentes no nordeste brasileiro vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.


== História ==
== História ==lucas andrade
[[Ficheiro:Map of Cangaço.png|thumb|250 px|Mapa de atuação do Cangaço.]]
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Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o [[Cabeleira]], como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em [[Glória do Goitá]], cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região, incluindo [[Recife]]. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com [[Antônio Silvino]], Lampião e [[Corisco]].
Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o [[Cabeleira]], como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em [[Glória do Goitá]], cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região, incluindo [[Recife]]. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com [[Antônio Silvino]], Lampião e [[Corisco]].

Revisão das 20h25min de 3 de março de 2011

Estátuta do cangaceiro na entrada para Fazenda Nova (BR-104).

Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX. O cangaço tem suas origens em questões sociais e fundiárias do Nordeste brasileiro, caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.

O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços esporádicos para os latifundiários; os "políticos", expressão de poder dos grandes fazendeiros; e os cangaceiros independentes, com características de banditismo.

Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino muito bem, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta de 1870. E o último foi de "Corisco" (Cristino Gomes da Silva Cleto), que foi assassinado em 25 de maio de 1940.

O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também denominado o "Senhor do Sertão" e "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do nordeste brasileiro.

Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra (semelhante ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa)[1].

O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.

No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angicos, no estado de Sergipe, Lampião finalmente foi apanhado em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros.

Esta data veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Lampião, os chefes dos outros bandos existentes no nordeste brasileiro vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.

== História ==lucas andrade

Mapa de atuação do Cangaço.

Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região, incluindo Recife. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antônio Silvino, Lampião e Corisco.

Entre meados do século XIX e início do século XX, o nordeste do Brasil viveu momentos difíceis, atemorizado por grupos de homens que espalhavam o terror por onde andavam. Eles eram os cangaceiros, bandidos que abraçaram a vida nômade e irregular de malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo despotismo de homens poderosos.

Um famoso cangaceiro foi Lampião. Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, porque eram protegidos de coronéis, que se utilizavam dos cangaceiros para cobrança de dívidas, entre outros serviços "sujos".

Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do século XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns e cangaceiro por outros.

No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.

A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender (de armas na mão) os interesses do patrão.

Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias se cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.

Os coronéis não tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.

Cangaço na Cultura popular

Literatura de cordel

O cangaço é um dos principais temas mais explorados na literatura de cordel, onde o cançaceiro é retratado como herói[2].

Livros

    • O Cabeleira, de Franklin Távora
    • Jurisdição dos Capitães – A História de Januário Garcia Leal e Seu Bando - Editora Del Rey, Belo Horizonte, 2001, Marcos Paulo de Souza Miranda.


Filmes

Embora os primeiro filmes sobre o cangaço datam de meados da década de 1920 e início da 1930[3]

Entre as décadas de 1950 e 1960, os filmes brasileiros sobre cangaço são bastante influênciados pelos filmes de faroeste dos Estados Unidos, um deles foi O Cangaceiro (1953)[3][4].


Histórias em quadrinhos

Na década de 1950, inspirado no sucesso de O Cangaceiro, o quadrinista Gedeone Malagola lança uma revista em quadrinhos sobre o fictício Milton Ribeiro, O Cangaceiro, Milton Ribeiro é o nome do ator que interpretou o cangaceiro Galdino no filme de 1953, a diferença de Milton Ribeiro para Galdino, é que nos quadrinhos Milton é o herói[5][6][7].

Outros autores retrataram o Cangaço como Danilo Beyruth (Bando de Dois)[8], Flávio Luiz( O Cabra)[9], Wilson Vieira (Cangaceiros - Homens de Couro)[10], Klévison (Lampião --era o cavalo do tempo atrás da besta da vida: uma história em quadrinhos) entre outros.‎

Apesar de ser um tema brasileiro, o tema também é explorado por autores de outros países como o belga Hermann que escreveu e desenhou a revista Caatinga (publicada no Brasil pela Editora Globo)[11].

Ver também

Seara Vermelha, de Jorge Amado

Referências

  1. Klévisson (2000). Lampião --era o cavalo do tempo atrás da besta da vida: uma história em quadrinhos. [S.l.]: hedra. 9788587328076 
  2. Mark J. Curran (1998). História do Brasil em cordel. [S.l.]: EdUSP. 61 páginas. 9788531404061 
  3. a b Luiz Zanin Oricchio (16 de outubro de 2010). «O cangaço está em toda parte». O Estado de São Paulo 
  4. AnnaLice Dell Vecchio (20 de dezembro de 2010). «Um faroeste à moda do cangaço». Gazeta do Povo 
  5. «Gedeone Malagola». Lambiek 
  6. Márcio Baraldi (21 de junho de 2010). «Gedeone Malagola: o Capitão Op-Art dos Quadrinhos». Bigorna.net 
  7. Oscar C. Kern. Historieta #5 (em português). [S.l.]: Independente (fanzine), 1981.
  8. Sidney Gusman (9 de setembro de 2010). «Bando de dois, de Danilo Beyruth, sai pela Zarabatana». Universo HQ 
  9. Paulo Ramos (9 de dezembro de 2010). «Cabra macho, sim, senhor». UOL 
  10. Marcelo Naranjo, sobre o Press release (26 de agosto de 2004). «Homens de Couro é o novo álbum do CLUQ». Universo HQ 
  11. Sidney Gusman. «Caatinga». Universo HQ 

Ligações externas

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