Corisco

Cristino Gomes da Silva Cleto | |
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Corisco o Diabo Louro em 1936 | |
Nascimento | 10 de agosto de 1907 Água Branca, Alagoas |
Morte | 25 de maio de 1940 (32 anos) Barra do Mendes, Bahia |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Dadá 1928-1940 |
Cristino Gomes da Silva Cleto, mais conhecido como Corisco (Água Branca, 10 de agosto de 1907 - Barra do Mendes, 25 de maio de 1940) foi um cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira da Silva, apelidado Lampião. Também era conhecido como Diabo Louro.
Índice
Biografia[editar | editar código-fonte]
Ingresso no Cangaço[editar | editar código-fonte]
Aos 17 anos, em uma briga de rua Corisco matou um homem que era protegido do coronel da cidade de Água Branca, e temendo ser punido e sem ter para onde ir tomou a decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Lampião.[1] Corisco era conhecido por sua beleza, seu porte físico atlético e cabelos longos deixavam-no com uma aparência agradável, além da força física muito grande, por estes motivos foi apelidado de Diabo Louro quando entrou no bando de Lampião.
Com a divisão do grupo de Lampião (uma das estratégias para fugir da perseguição policial), Corisco tornou-se líder de um dos grupos, formando seu próprio grupo de cangaceiros.[1]
Em meados do ano de 1938 a polícia alagoana matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na grota do Angico, no estado de Sergipe; entre eles encontravam-se Lampião e Maria Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente, degolando a família do fazendeiro acusado de delatar o bando à polícia, porém assassinou as pessoas erradas.
Morte[editar | editar código-fonte]
Em 1940 o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá já haviam decidido deixar o cangaço desde 1939, quando no ano seguinte estavam no estado da Bahia, na cidade de Barra do Mendes, em um povoado denominado Fazenda Pacheco. O casal repousava em uma casa de farinha após almoçarem. O ataque foi comandado pela volante do Zé Rufino, juntamente com o Ten. José Otávio de Sena. Corisco foi surpreendido, mas não se entregou, dizendo a Rufino que não era homem de se entregar. Foi metralhado na barriga, deixando seu intestino fora do abdômen, ainda vivendo por 10 horas depois da rajada de tiros.[2] Dadá atingida na perna precisou amputar sua perna direita. Com as mortes de Lampião e Corisco, o cangaço nordestino enfraqueceu-se e acabou se extinguindo.
Corisco foi enterrado no cemitério da Consolação em Miguel Calmon, na Bahia. A cabeça de Corisco ficou exposta durante 30 anos no Museu Nina Rodrigues ao lado das cabeças de Lampião e Maria Bonita. Porém seus restos mortais foram exumados e cremados a mando de seu filho Silvio Bulhões e suas cinzas jogadas ao mar.
Vida pessoal[editar | editar código-fonte]
Corisco sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela tinha apenas treze anos e mais tarde o ódio passou a ser um grande afeto. Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.[3]
Representações na cultura[editar | editar código-fonte]
- A vitalidade, energia e violência de Corisco fascinou Glauber Rocha e inspirou o seu filme Deus e o Diabo na Terra do Sol. Corisco foi interpretado por Othon Bastos.
- Em 1969, foi lançado o filme Corisco, O Diabo Loiro de Carlos Coimbra, Corisco foi interpretado por Maurício do Valle, o mesmo que interpretou Antônio das Mortes, assassino de Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol.[4]
- Em 1982, foi exibida a minissérie Lampião e Maria Bonita, na Rede Globo. Corisco foi interpretado por Sílvio Correia Lima e Dadá por Lu Mendonça.
- Em 1996 foi lançado o filme Corisco & Dadá, que conta a história do casal. O filme foi protagonizado por Chico Diaz e Dira Paes.
Referências
- ↑ a b «A última peleja do Diabo Loiro». Nova Escola. Consultado em 6 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2016
- ↑ «Há 70 anos morria o último chefe do cangaço». Diário do Nordeste. Consultado em 6 de fevereiro de 2016
- ↑ «Corisco». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 6 de outubro de 2008. Arquivado do original em 6 de julho de 2011
- ↑ «IMDb-Maurício do Valle». 2008
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Gente de Lampião: Dadá e Corisco - Autor: Araújo, Antônio Amaury Corrêa de
- 1924 - Convocação de Corisco para cumprir o serviço militar (fls. 22;23 do livro: Gente de Lampião: Dadá e Corisco)
- “CORISCO – A Sombra de Lampião” – DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. 2005.