Carme Forcadell

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Carme Forcadell
Carme Forcadell
Carme Forcadell, em Barcelona.
Deputada do Parlamento da Catalunha
por Barcelona
Período 26 de outubro de 2015
a 22 de março de 2018
Presidente do Parlamento da Catalunha
Período 26 de outubro de 2015
a 17 de janeiro de 2018
Antecessor(a) Núria de Gispert
Sucessor(a) Roger Torrent
Presidente do Assemblea Nacional Catalana
Período 22 de abril de 2012
a 6 de maio de 2015
Sucessor(a) Jordi Sànchez
Dados pessoais
Nome completo Maria Carme Forcadell i Lluís
Nascimento 29 de maio de 1956 (67 anos)
Xerta, Tarragona, Catalunha
Nacionalidade espanhola
Alma mater Universidade Autônoma de Barcelona
Cônjuge Bernat Pegueroles
Partido Esquerda Republicana da Catalunha

Maria Carme Forcadell i Lluís (Xerta, Tarragona, Catalunha 29 de maio de 1955)[1] é uma política, filóloga, professora e ativista política espanhola. Foi presidente do Parlamento da Catalunha de 26 de outubro de 2015 até 17 de janeiro de 2018, sendo sucedida por Roger Torrent[2]. É membro fundador da Plataforma per la Llengua, desde 1993, e membro do executivo e vocal da junta de Òmnium Cultural de Sabadell. Presidiu desde a sua fundação, entre abril de 2011 até maio de 2015, a Assemblea Nacional Catalana, organização que reclama a independência da Catalunha.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filha de uma família humilde, nasceu em Xerta, e com 18 anos mudou-se para Sabadell, aonde vive atualmente[3]. Estudou na Universidade Autônoma de Barcelona e se licenciou em Filosofia e em Ciencias da Informação, e possui um master em Filologia catalã pela mesma universidade[4]. Em 1979, trabalhou como jornalista do programa Giravolt da TVE[5]. Catedrática de ensino secundário, trabalhou como assessora de língua e coesão social (LIC) no Departamento de Educação da Generalitat da Catalunha, entre 1985 e 2015. Lá, exerceu função de coordenadora de normalização linguística do Serviço de Ensino do Catalão , desde 1992, e desde 2004 assessora de língua, interculturalidade e coesão social. É autora de livros sobre pedagogia, língua e literatura, e de um dicionário. Colaborou em vários meios de comunicação com publicações sobre planificação linguística, língua e identidade.

Trajetória política[editar | editar código-fonte]

É militante do partido Esquerda Republicana da Catalunha e foi regidora desta formação na Prefeitura de Sabadell, de 2003 a 2007, cargo que não pode renovar ao não conseguir encabeçar a lista nas eleições municipais[6].

Em 22 de abril de 2012, os membros do Secretariado Nacional da Assemblea Nacional Catalana vão eleger Forcadell como presidenta da ANC. Acompanharam-na Carles Castellanos como vice-presidente e Jordi Martínez como secretário[7]. No mesmo ano, vai coordenar a marcha pela independência da Catalunha e, como presidenta da ANC, foi uma das vozes da organização na manifestação "Catalunha, novo Estado da Europa" e na Via Catalana. Em 17 de maio de 2014, vai ser reeleita presidenta da ANC com 97% dos votos de seus membros[8]. Neste mesmo ano, foi ganhadora do Prêmio Joan Blanca, na cidade de Perpignan, que reconhece o compromisso em defesa da cultura e da identidade catalã[9].

Forcadell ocupou o segundo lugar da lista da coligação Juntos pelo Sim, lista unitária soberanista pactada entre Convergência Democrática da Catalunha e a Esquerda Republicana da Catalunha para as eleições autonômicas catalãs de 27 de setembro de 2015, a qual encabeçou Raül Romeva[10].

Presidente do Parlamento da Catalunha[editar | editar código-fonte]

Carme Forcadell foi eleita na província de Barcelona para formar parte do Parlamento da Catalunha, ​​juntamente com trinta e um dos seus colegas da lista do Juntos pelo Sim, em 27 de setembro de 2015. Em 26 de outubro de 2015, foi eleita presidente do Parlamento, com 77 votos a favor, 56 em branco e um nulo, em uma votação que não foi possível votar contra[11]. Ela pronunciou um discurso de inauguração partidário que terminou ao proclamar: "Viva o povo soberano! Viva a República da Catalunha!"[12]. Na sequência deste discurso, Juntos pelo Sim e CUP chegaram a um acordo[13], e publicaram uma proposta de resolução declarando "o início de um processo de criação do Estado catalão independente sob a forma de uma república"[14].

Em 6 de setembro de 2017, após uma sessão parlamentária agitada, a maioria do Parlamento da Catalunha, composta dos grupos Juntos pelo Sim e Candidatura de Unidade Popular (CUP), aprovaram uma lei sobre a realização de um referendo sobre a independência da Catalunha, prevista para o dia 1 de outubro. No dia seguinte, esta lei sobre a realização do referendo é suspensa pelo Tribunal Constitucional da Espanha[15]. O Parlamento da Catalunha adota, no mesmo dia, e com a mesma maioria (71 votos sobre 135) a lei de transitoriedade (Ley de transitoriedad jurídica y fundacional de la República) que previa a organização da Catalunha caso o "sim" ganhasse no referendo convocado[16].

Em 8 de Setembro, o Ministério Público da Catalunha apresentou uma queixa contra os membros do governo de Carles Puigdemont e os membros da Mesa do Parlamento da Catalunha, presidida por Carme Forcadell, perante o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, por razões de prevaricação e desobediência, bem como apropriação indevida de capital público[17].

No dia 1 de outubro de 2017, foi realizado o referido referendo na Catalunha com a seguinte pergunta: "Quer que a Catalunha seja um estado independente em forma de república?". O objetivo era saber, se era de interesse da população que a região se tornasse independente. Após a contagem de votos, o resultado foi de 90% de votos de favoráveis[18], mas com participação de apenas 42% dos eleitores habilitados.[19]

Em 27 de outubro, o Parlamento catalão valida a declaração de independência[20]. Após a aprovação, pelo Senado espanhol, da aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, Mariano Rajoy, presidente do governo da Espanha, dissolve a Câmara Catalã e anuncia a realização de eleições regionais para 21 de dezembro de 2017[21]. Ela continuou a ser presidente do Parlamento da Catalunha de forma simbólica até a eleição de seu sucessor[22]. Após as eleições de 21 de dezembro de 2017, foi novamente eleita como deputada pela província de Barcelona[23]. No entanto, decidiu não ser candidata à presidência do Parlamento[24], que acabou sendo repassada para Roger Torrent, em 17 de janeiro de 2018[2].

Referências

  1. Ordem judicial com o nome completo e data de nascimento de Forcadell
  2. a b Hinojosa, Silvia (17 de janeiro de 2018). «Roger Torrent elegido nuevo Presidente del Parlament de Catalunya». La Vanguardia. Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  3. «Carme Forcadell, con las manos en las masas». El Periodico. 8 de novembro de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  4. «19 cosas que no sabías de Carme Forcadell». Huffington Post. 3 de novembro de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  5. «De les consultes a l´Assemblea Nacional». Diari de Girona. 14 de setembro de 2012. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  6. «La madrina del independentismo». El País. 20 de outubro de 2014. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  7. «Escollits els càrrecs del Secretariat de l'Assemblea Nacional Catalana». Tribuna. 24 de abril de 2012. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  8. «Carme Forcadell, reelegida presidenta de l'ANC per un any amb un 97% dels vots del secretariat». Diari Ara. 17 de maio de 2014. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  9. «Perpinyà atorga el Premi Joan Blanca 2014 a Carme Forcadell i Miquel Mayol». Corporació Catalana de Mitjans Audiovisuals. 16 de abril de 2014. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  10. «Raül Romeva, Forcadell y Casals encabezarán la lista de Mas del 27-S». El Mundo. 15 de julho de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  11. «Carme Forcadell ja és presidente del Parlament gràcies als vots de JxSí i la CUP». El Periodico Catalunya. 26 de outubro de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  12. «Forcadell: "Viva el pueblo soberano, viva la república catalana"». El Periodico. 26 de outubro de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  13. «Junts pel Sí y la CUP inician el camino de ruptura con España». El Periodico. 28 de outubro de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  14. Resolução Juntos pelo Sim e Catalunha Sim Se Pode sobre a Independência da Catalunha, 27 de outubro de 2015
  15. «Indépendance de la Catalogne : Madrid hausse le ton» (em francês). Le Monde. 8 de setembro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  16. «El secesionismo vuelve a retar al Estado y aprueba la ley de Transitoriedad». ABC España. 8 de setembro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  17. Comunicación Poder Judicial (8 de setembro de 2017). «El TSJ de Cataluña registra dos querellas de la Fiscalía contra Govern y Mesa Parlament». Consejo General del Poder Judiciario. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  18. «Independência da Catalunha vence referendo com 90% dos votos, diz governo catalão». G1. Consultado em 27 de outubro de 2017 
  19. El País, ed. (2 de outubro de 2017). «Governo catalão anuncia 90% de 'sim', 2,2 milhões de votantes e participação de 42% em referendo». Consultado em 29 de outubro de 2017 
  20. «El Parlament de Cataluña aprueba la resolución para declarar la independencia». El País. 27 de outubro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  21. «Rajoy destituye a Puigdemont y convoca elecciones en Cataluña el 21 de diciembre». El País. 28 de outubro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  22. «Forcadell mantiene la presidencia del Parlament de forma simbólica». El País. 29 de outubro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  23. La Razón (3 de janeiro de 2018). «Forcadell decidirá si quiere volver a ser presidenta cuando reciba la propuesta». La Razón. Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  24. Baquero, Camilo S. (12 de janeiro de 2018). «Forcadell da un paso atrás y plantea un sucesor sin causas judiciales». El País. Consultado em 17 de janeiro de 2018