Chapada do Rodeador

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A Chapada do Rodeador ou Chapada do Roncador é uma formação geológica brasileira, que fica na Serra do Sobradinho, na área de proteção ambiental (APA) da Cafuringa, que fica na região administrativa de Brazlândia.

O Pico do Rodeador ou Colina do Rodeador é o ponto culminante do Distrito Federal brasileiro, atingindo no topo os 1349 metros de altitude, onde se posicionam as antenas da Embratel. Pela proximidade da área urbana, é muito visitado por turistas em busca da bela paisagem do cume, num local turístico (turismo ambiental) chamado Chapada Imperial. O acesso é pela rodovia distrital DF-220.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

O Parque Nacional da Chapada do Rodeador, que está localizado entre regiões administrativas do Plano Piloto e de Brazlândia, foi inaugurado em 1979. Foi nessa mesma época que o local recebeu as antenas da Embratel, quando a Rádio Nacional de Brasília passou a operar com uma característica bastante peculiar: de manhã, ela era transmitida com cinquenta quilovates de potência pelo antigo transmissor localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA); à noite, o novo potente transmissor de seiscentos quilovates levava a programação da emissora para todo o país.[4]

No fim de 2003, após uma longa disputa judicial pelas terras da chapada entre a União e os donos da Fazenda Rodeador, o governo federal venceu o litígio, tomando a posse das terras e passando a tutela delas para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em maio de 2004, a região foi incorporada ao Parque Nacional de Brasília, juntamente com outras fazendas desapropriadas pelo governo, como a Fazenda Palmas, fato que aumentou a área do parque de conservação do bioma cerrado em cinquenta por cento.[5]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Os rios e córregos da região da Chapada do Rodeador pertencem à bacia hidrográfica do Rio Descoberto. Este flui posteriormente na direção sul, onde entra na região de influência do remanso provocado pelo barramento do Lago Descoberto. Para o Lago contribuem os córregos Pulador e Olaria, que são próximos à região administrativa de Brazlândia (predominantemente agrícola), o Ribeirão Rodeador, o Capão Comprido e o Ribeirão das Pedras. Entre Rodeador e Capão Comprido, localiza-se a Colônia Alexandre Gusmão, responsável pela produção de quarenta por cento dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos no Distrito Federal. A maioria dos produtores rurais que trabalham na colônia prepara os terrenos para o plantio sem os cuidados necessários, retirando mata ciliar dos percursos d'água e usando agrotóxicos no cultivo dos hortifrutigranjeiros várias vezes ao ano.[6]

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Fauna[editar | editar código-fonte]

Tatu-canastra, espécie em extinção que pode ser encontrada na região da Chapada do Rodeador.

O local conta com uma fauna muita rica, onde é possível encontrar até mesmo espécies em extinção como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus), o tamanduá-bandeira (Myrmecophafta tridactyla) e o tatu-canastra (Priodontes giganteus). De igual modo, em relação a sua avifauna, a região da Chapada do Rodeador possui exemplares de emas (Rhea americana), siriemas (Cariman cristata), tucanos-toco (Ramphastus toco) e antas (Topyrus terrestris).[7]

Flora[editar | editar código-fonte]

O cerrado é o bioma predominante na região da Chapada do Rodeador. A vegetação ao redor das nascentes e riachos é do tipo campo cerrado, que consiste em matas de galeria. Essas áreas foram declaradas reservas naturais pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). As espécies de plantas relatadas no parque são a palmeira de buriti (M. flexuosa) e muitas espécies de Velloziaceae.[8][9]

Espécie de Velloziaceae, flor comum na região da Chapada do Rodeador.

Clima[editar | editar código-fonte]

De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima verificado na região da Chapada do Rodeador é o temperado e úmido de altitude (Cwhl). Sua temperatura média durante o mês mais quente é de 22°C; no mais frio, aproximadamente 18ºC. Os meses mais secos são agosto e setembro.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Brasília - DF - Relevo». Brasil Channel. Consultado em 27 de julho de 2020 
  2. «Geografia». Governo do Distrito Federal. Consultado em 27 de julho de 2020 
  3. «A bucólica Brazlândia». Brasília é Aqui. 1 de junho de 2020. Consultado em 27 de julho de 2020 
  4. «Conheça a história da Rádio Nacional de Brasília, fundada na capital em 1958». EBC Rádios. 30 de maio de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2020 
  5. «Brasília aumenta área protegida | Unidades de Conservação no Brasil». uc.socioambiental.org. Consultado em 8 de setembro de 2020 
  6. Carmo, Marciléia Silva do; Boaventura, Geraldo Resende; Oliveira, Edivan Costa (agosto de 2005). «Geoquímica das águas da bacia hidrográfica do Rio Descoberto, Brasília/DF - Brasil». Química Nova (4): 565–574. ISSN 0100-4042. doi:10.1590/S0100-40422005000400002. Consultado em 8 de setembro de 2020 
  7. Santos, Luciana Dias (janeiro de 2001). «Impactos negativos sofridos pela fauna e flora decorrentes da ocupação humana em algumas áreas limítrofes ao parque nacional de Brasília». Consultado em 11 de setembro de 2020 
  8. «wildlife trips - Brasilia National Park». web.archive.org. 6 de junho de 2014. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  9. IUCN Commission on National Parks and Protected Areas, Cambridge (1982). IUCN directory of neotropical protected areas. [S.l.]: Dublin : Published for IUCN by Tycooly International Pub. 
  10. Guzmán, Manzano; Daniela, Sandra (17 de agosto de 2016). «Introdução de espécies exóticas invasoras no Parque Nacional de Brasília : contexto histórico e atual das influências do Viveiro II da NOVACAP e da Floresta Nacional de Brasília». Consultado em 11 de setembro de 2020 
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