Clima semiárido: diferenças entre revisões
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É definido por quatro dos principais sistemas de [[circulação atmosférica]]. Ao atuarem na região, os bloqueios atmosféricos podem provocar longos períodos de estiagem (nos anos marcados pelo fenômeno de El ninõ). Já o período de chuvas é se concentra em poucos meses do ano, principalmente no "inverno do NE", associado à passagem de frentes frias e a atuação das bordas do vórtices ciclônicos em altos níveis (VCANs) troposféricos (no verão). |
É definido por quatro dos principais sistemas de [[circulação atmosférica]]. Ao atuarem na região, os bloqueios atmosféricos podem provocar longos períodos de estiagem (nos anos marcados pelo fenômeno de El ninõ). Já o período de chuvas é se concentra em poucos meses do ano, principalmente no "inverno do NE", associado à passagem de frentes frias e a atuação das bordas do vórtices ciclônicos em altos níveis (VCANs) troposféricos (no verão). |
Revisão das 19h16min de 31 de março de 2014
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O clima semiárido é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na classificação mundial do clima, o clima semiárido é aquele que apresenta precipitação de chuvas média entre 200 mm e 400 mm. Na classificação brasileira, o clima semiárido é aquele com precipitação inferior a 1000 mm.[1].
No Brasil
O CLIMA SEMIARIDO está presente no Brasil na região Nordeste associado ao importante bioma da caatinga, rico em biodiversidade, endemismos e bastante heterogênea. A área do semiárido corresponde a aproximadamente 982.563,3 quilômetros quadrados (cerca de 11% do total do território),[2][3][4]
É definido por quatro dos principais sistemas de circulação atmosférica. Ao atuarem na região, os bloqueios atmosféricos podem provocar longos períodos de estiagem (nos anos marcados pelo fenômeno de El ninõ). Já o período de chuvas é se concentra em poucos meses do ano, principalmente no "inverno do NE", associado à passagem de frentes frias e a atuação das bordas do vórtices ciclônicos em altos níveis (VCANs) troposféricos (no verão).
A precipitação pluviométrica é em média cerca de 750 mm por ano, podendo apresentar grande variabilidade climática (ano a ano) e uma distribuição irregular no espaço e no tempo. As altas temperaturas médias anuais (cerca de 26oC), com pequena variabilidade interanual, exercem forte efeito sobre a evapotranspiração potencial que, por sua vez, determinam o déficit hídrico durante a estiagem anual, daí a importância da irrigação ao longo do rio São Francisco para o manejo e aumento da produtividade agrícola, principalmente de frutas.
A evapotranspiração é o fluxo de vapor de água da superfície e vegetação para a atmosfera, sendo um componente importantíssimo do balanço hídrico e de energia da superfície. Como o subsolo é rico em rochas cristalinas (de baixa permeabilidade), a formação de aquíferos subterrâneos é inibida. O regime de chuvas rápidas e fortes também impedem a penetração de água no subsolo. Uma outra característica do semiárido brasileiro é a presença de sais nos solos, precipitados pela evaporação intensa, o que inibe a produtividade agrícola.
A pesquisa relacionada ao clima também estuda os parâmetros agrometeorológicos que afetam o desenvolvimento e rendimento das culturas – em particular aqueles relacionados com o suprimento de água para os processos metabólicos das plantas. Estudos têm sido realizados para estimar a evapotranspiração, essenciais para o estabelecimento de programa de irrigação eficazes. Os estudos no NE abrangem as culturas de manga, banana, goiaba, acerola e de tâmara.
Sendo área críticas, com precipitação média anual inferior a 300 mm por ano e estiagens que duram às vezes mais de dez meses, Cabaceiras na Paraíba tem o título de município mais seco do país.[5]
Para conviver com a distribuição irregular das chuvas, uma das técnicas mais utilizadas no semiárido brasileiro é o armazenamento da água em açudes, para utilização nos períodos secos. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) tem utilizado esta técnica há mais de um século, com a construção de grandes açudes públicos em todos os Estados da região Nordeste. Outra forma é a construção de cisternas que guardam a água das chuvas recolhida pelos telhados das casas.
O problema da distribuição e acesso à água é mais relevante no NE brasileiro que propriamente sua escassez.[6] Na maior parte do semiárido brasileiro, a precipitação média anual é de mesma ordem de grandeza daquela encontrada, por exemplo, em cidades europeias como Paris e Barcelona.
Desertificação
A exploração inadequada dos solos faz com que 68% do semiárido nordestino esteja em processo grave de desertificação[7].
Perímetro
O semiárido brasileiro estende-se por uma área que abrange a maior parte de todos os Estados da Região Nordeste (oito estados, 86,48%), além do Sudeste (13,52%) também, ocupando uma área total de 974.752 km². Ocupa os seguintes estados:
- Piauí
- Ceará
- Rio Grande do Norte
- Paraíba
- Pernambuco
- Alagoas
- Sergipe
- Bahia
- Minas Gerais (região setentrional)
Referências
- ↑ DRY LANDS AND DESERTIFICATION - National Science Foundation, Flanders, Belgium; Geography Department, University of Gent, Belgium.
- ↑ Ministério da Integração Nacional, 2005. Semiárido. Relatório Final.,acessado em 11 de julho de 2008.
- ↑ Relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO., acessado em 23 de abril de 2011.
- ↑ {John E. Oliver (Editor): The Encyclopedia of World Climatology (Encyclopedia of Earth Sciences Series), 854 pp., Publisher: Springer, Language: English, ISBN-10: 1402032641, 2005}
- ↑ Revista Globo Rural
- ↑ {http://www.un.org/waterforlifedecade/}
- ↑ Reportagem sobre desertificação