Eduardo da Costa Macedo

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Eduardo da Costa Macedo
Eduardo da Costa Macedo
Eduardo da Costa Macedo
Nome completo Eduardo da Costa Macedo
Nascimento 15 de novembro de 1859
Favaios, Alijó
Reino de PortugalReino de Portugal
Morte 20 de maio de 1916 (57 anos)
Santo Tirso, Santo Tirso
PortugalPortugal
Nacionalidade português
Ocupação Advogado,poeta, escritor, publicista
Movimento literário Romantismo

Eduardo da Costa Macedo (Alijó, Favaios, 15 de Novembro de 1859 - Santo Tirso, 20 de Maio de 1916) foi advogado, escritor, poeta, publicista e pensador português.

Eduardo foi um romântico, acreditava no amor, nas capacidades do ser humano e que podia mudar o mundo para melhor. Lutou por um ideal (do latim res publica, "coisa pública") onde há a formação de um governo por um chefe do Estado que é eleito pelos cidadãos ou seus representantes e que tem uma chefia de duração limitada, tornando-se num Republicano, em Portugal.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 1859, em Favaios, na idade escolar foi para casa de um familiar em Vila Nova de Gaia. Em 1879 participa na revista Mocidade [1]. , sob a direcção literária de Augusto Brochado, onde expressa um romantismo dividido entre o positivismo e o socialismo. A 10 de Junho 1880 Eduardo da Costa Macedo recita no Teatro Nacional de S. João, poesias de homenagem nas comemorações do tricentenário de Camões, da sua autoria.

Tendo tido tanto sucesso, voltou a recitá-las novamente, no dia seguinte no antigo Palácio de Cristal[2]. Os elogios foram tão grandes em relação às suas poesias, que no ano seguinte manda publicar na Typografia Occidental, Rua da Fabrica, n.º 86 o seu segundo livro Vozes Longinquas, e nesse mesmo ano 1880 ingressa no curso de direito na Universidade de Coimbra, tendo convencido depois Augusto Pinto Brochado seguir o curso de Direito. Colabora na revista O pantheon[3] (1880-1881). Em Coimbra [4][5][6][7][8], convive com Trindade Coelho e escreve para a revista Panorama Contemporaneo, com os condiscípulos Solano de Abreu, Silva Gaio e Alfredo da Cunha. Deu-se também com o professor do curso Superior de Letras de Lisboa, Manuel Maria de Oliveira Ramos, preceptor do Príncipe Real D. Luís Filipe. No fim do curso assiste ao falecimento do seu amigo Augusto Brochado.

Conclui o seu curso de Direito entre1880 e 1885 conhece a sua futura mulher em V.N.de Gaia, casa-se e vai para Santo Tirso a conselho de um amigo, para abrir um cartório e onde exerce trabalho notarial e como advogacia. A 23 de Dezembro de 1886, num domingo realizaram-se eleições no Club Thyrsense, em que o resultado atribuiu a Presidência da Direcção desta Associação ao Dr. Eduardo da Costa Macedo. A 23 de Junho de 1887, está lavrado em ata que o Ex.mo Sr. Dr. Eduardo da Costa Macedo, Presidente muito digno do Club Thyrsense, propôs aos seus colegas de direcção que se convidassem algumas pessoas competentes para realizar-se naquela casa uma série de conferências. Proposta que foi unanimemente aceite. Em 1889 ingressa na política local, sendo Procurador à Junta Geral do Distrito pelo Partido Progressista. Deu-se com amigos republicanos reconhecidos, como Aurélio Paz dos Reis. Foi provedor da Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso no período de 1893 a 1895[9]. Em 1895 lavra a CARTA, que lhe atribui a Fé Pública, podendo assim ter ajudado a chegar a um acordo com José Luís de Andrade, sobrinho do Conde de S. Bento para a transmissão do seu legado à Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. No cumprimento do delegado do Conde de S. Bento avançou com o concurso de formação da Escola Agrícola, tendo sido o advogado que lavrou o acordo entre a Santa Casa da Misericórdia e o Estado Português. Em 1897 juntamente com Arnaldo Baptista Coelho declara o seu apoio à candidatura de António Carneiro de Oliveira Pacheco, onde actua como ativista na transição da Monarquia para a I República. Em 1900 nas primeiras eleições em Portugal, lança no Jornal de Santo Thyrso o repto «À urna cidadãos pelo partido do povo!» [10].

Em Março de 1908, após o regicídio, em Santo Tirso formou-se uma comissão Municipal Republicana, presidida por Eduardo da Costa Macedo, estando nesta associação vários responsáveis políticos pela condução do concelho durante a República, como Francisco Cândido Moreira da Silva, António Óscar de Sousa Carneiro, pe. José Maria da Costa e Sá, António Gonçalves Cerejeira Fontes e muitos outros.

A 1903 assiste ao falecimento da sua querida mulher, Anastácia Cristina Sanches de Azevedo no parto, o que o transtorna muito e lhe tira a inspiração, o sonho e a paixão pela vida, que tantas vezes teve em momentos de inspirações fortes como um verdadeiro romântico. Em 1910 discursa em Santo Tirso na cerimónia oficial da proclamação da República. Retira-se depois da vida política e passa os seus últimos anos dedicado somente à advogacia, falecendo muito cedo ao 57 anos.[11]

Sto Tirso e o advento da república

Em 2010 a Câmara de Santo Tirso, na comemoração dos 100 anos da República faz-lhe uma homenagem, como também a todos os outros Republicanos Tirsenses.

Obras[editar | editar código-fonte]

Na sua Obra constam a vários de vários versos, artigos escritos, tendo sido muitos publicados nos semanários Tirsenses. Constam também vários discursos públicos.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Catálogo da Camoneana da Bibliotheca Pública Municipal do Porto, 2ª Edição, Imprensa Civilização, Rua de Passos Manoel, 211 a 219, 1807, José Pedro de Lima Calheiros [22]
  • Tradições de Portugal, 1882, J. Leite Vasconcelos [23]
  • Carolina Augusta, A Águia, 2ª série, vol. I, N.º 6, Jun. 1912, Secção Brasileira, pp. 204-208
  • Os Covas, A Águia, 2ª série, vol. II, N.º 8, Ago. 1912, Secção Brasileira, pp. 65-70
  • A Zagala, A Águia, 2ª série, vol. VII, N.º 39, Mar. 1915, Literatura, pp. 107-113
  • Jornal de Santo Thyrso, 25 de Maio de 1916
  • Semana Thyrsense, 28 de Maio de 1916
  • O Libertário, A Águia, 2ª série, vol. XI, N.º 65-66, Maio, Jun. 1917, Literatura, pp. 187-198
  • "Revista da Misericórdia", Dezembro 2001 - O nosso passado - [24].
  • Revista O Tripeiro, 7ª série, Ano XXII, n.º3, Março de 2003, (p. 86 e 87)
  • Um Ramo Transmontano de Macedo: Os Vilar de Maçada, 2006, José Eduardo Macedo Leão [25]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «A Mocidade . Revista Académica Litterária Bi-mensal. Porto (Typografia Occidental/Imprensa Internacional de Ferreira de Brito & Monteiro) 1879 - 1880. Foram publicados 4 números onde participaram Augusto Brochado (de Valbom) como Director Literário, Gomes Leal, Fialho D´Almeida, Queiroz Veloso, Gaspar de Lemos, Almeida Chaves, Ernesto Pires, J. Pessanha (de Mirandela), Xavier de Carvalho, Abílio Maia (do Porto), Rodrigues de Freitas, Joaquim D´Araújo (do Porto), Camilo Claudino (de Lamego)), Nunes D´Azevedo (de Braga)), J.R. Cunha Amorim (do Porto), Cristóvão Aires, Maximiano Lemos Junior (médico, do Porto), Bruno (Sampaio Bruno), Óscar Serra e D. Maria do Pilar Bandeira Osório» 🔗. Consultado em 9 de janeiro de 2013 
  2. Augusto Luso, J.Simões Dias, Valente de Vasconcellos, Diogo de Macedo, Christ. Ayres, Sebastião Pereira da Cunha, J. Leite de Vasconcellos, Eduardo da Costa Macedo, J.R.Rangel de Quadros Outinot (1880). «FESTAS DO CENTENÁRIO (MDLXXX-MDCCCLXXX) - HOMENAGEM DOS POETAS.» (PDF). Sociedade do Palácio de Crystal Portuense. Consultado em 7 de janeiro de 2013 [ligação inativa]
  3. «O pantheon : revista de sciencias e lettras (1880-1881) [cópia digital, Hemeroteca Digital }}]» 
  4. «Em 1880 frequentava o 1ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1880 a 1881. Coimbra, p.203, 63ºposição». Imprensa da Universidade. 1880. Consultado em 31 de Janeiro de 2013 
  5. «Em 1881 frequentava o 2ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Largo do Salvador, n.º 4 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1881 a 1882. Coimbra, p.140, 72ºposição». Imprensa da Universidade. 1881. Consultado em 1 de Fevereiro de 2013 
  6. «Em 1882 frequentava o 3ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1882 a 1883. Coimbra, p.161, 64ºposição». Imprensa da Universidade. 1882. Consultado em 1 de Fevereiro de 2013 
  7. «Em 1883 frequentava o 4ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Loureiro, n.º 18 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1883 a 1884. Coimbra, p.154, 62ºposição». Imprensa da Universidade. 1883. Consultado em 31 de Janeiro de 2013 
  8. «Em 1884 frequentava o 5ºano de Direito e a sua morada era a casa de seu pai António Roberto Alvares da Costa, natural de Favaios, distrito de Villa Real - Rua do Cotovelo, n.º 24 - Cf. - Annuario da Universidade Coimbra. Anno lectivo de 1884 a 1885. Coimbra, p.120, 16ºposição». Imprensa da Universidade. 1884. Consultado em 1 de Fevereiro de 2013 
  9. «Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso». Misericórdia de Santo Tirso. Consultado em 7 de janeiro de 2013 
  10. Jornal de Santo Thyrso,29.05.1897
  11. Semana Tyrsense Publicação aos domingos (28 de Maio de 1916) e Jornal de Santo Thyrso Publicação às quintas-feiras (25 de Maio de 1916)
  12. Biblioteca Nacional do Porto
  13. «CAMONEANA ACADÉMICA». 1880. Consultado em 14 de Dezembro de 2013 
  14. E. Costa Macedo (1881). «Nº17(pág.273)» (PDF). Consultado em 18 de Dezembro de 2013 
  15. «PROSLOGION/S.TO ANSELMO;trad.,introd. e coment. de Costa Macedo». Bibliotecas Municipais do Porto. 1880–1938. Consultado em 10 de Janeiro de 2013 
  16. «Vozes longinquas / E. Costa Macedo». Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 7 de janeiro de 2013 
  17. Livro que pertenceu ao Jornal de Noticias e que tinha sido dado por António de Lemos e Joaquim de Novais à Sociedade Philantropica do Porto, Eschola Medico-Cirurgica, Academia Polytechnica e Lyceu Nacional do Porto. Inclui sonetos de Macedo Papança (Conde de Monsaraz), Gomes Leal, J. Leite de Vasconcellos, Aureliano Cirne, António Nobre, Augusto de Castro, António de Lemos, Anthero de Quental, Luíz de Magalhães, Adolpho Artayett, Augusto de Mesquita, Augusto de Queiroz, Bernardo Lucas, Eduardo Coimbra, Ernesto Pires, F. Pessanha, H. D'Araujo, Henrique Marinho, Ignácio da Silva, João Novais, Joaquim de Lemos, Joaquim de Novais, Pinto Bastos Junior, Teixeira Bastos e Xavier de Carvalho.
  18. Eduardo da Costa Macedo (20 julho 1895). «Carta». Bibliotecas Municipais do Porto. Consultado em 8 de janeiro de 2013 
  19. a b «Macedo, Eduardo da Costa». Porbase / Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 7 de janeiro de 2013 
  20. «Inventários do cartório». Arquivo Distrital do Porto. Consultado em 7 de janeiro de 2013 
  21. «Notas para escrituras diversas». Arquivo Distrital do Porto. Consultado em 7 de janeiro de 2013 
  22. José Pedro de Lima Calheiros (1807). «Catálogo da Camoneana da Bibliotheca Pública Municipal do Porto» (PDF). Bibliotheca Municipal do Porto. Consultado em 14 de Dezembro de 2013 
  23. J. Leite Vasconcelos (1882). «Tradições de Portugal (pág.12)». Livraria Portuense de Clavel & c.a - Editores, 119 - Rua do Almada - 123. Consultado em 18 de Dezembro de 2013 
  24. «Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso». Misericórdia de Santo Tirso. 2001. Consultado em 8 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 14 de dezembro de 2013 
  25. Um Ramo Transmontano de Macedos: Os Vilar de Maçada, 2006, Braga, José Eduardo Macedo Leão
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