Emilio De Bono

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Emilio de Bono
Emilio De Bono
Emilio De Bono em 1929
Dados pessoais
Nascimento 19 de março de 1866
Cassano d'Adda, Italia
Morte 11 de janeiro de 1944
Verona, Italia
Vida militar
País Itália
Força Exército
Anos de serviço 1884 - 1920; 1935 - 1943
Hierarquia Marechal da Itália
Batalhas Guerra ítalo-turca
Primeira Guerra Mundial
Segunda Guerra Ítalo-Etíope
Segunda Guerra Mundial

Emilio De Bono (Cassano d'Adda, 19 de março de 1866-Verona, 11 de janeiro de 1944) foi um militar e político fascista italiano. Foi diretor de Segurança Pública.

Biografia[editar | editar código-fonte]

De Bono nasceu em Cassano d'Adda. Entrou no Exército em 1884 como subtenente e chegou ao Estado Maior no início da Guerra ítalo-turca de 1911. De Bono lutou na Primeira Guerra Mundial, e se distinguiu contra os austríacos em Gorizia em 1916 e em Monte Grappa em outubro de 1918. Em 1920, foi promovido à patente de Comandante.

Ajuda ao fascismo[editar | editar código-fonte]

No início dos anos 20, De Bono ajudou a organizar o Partido Nacional Fascista. Em 1922, como um dos quatro Quadrumviros, organizou e participou na Marcha sobre Roma, acontecimento que marcou o início do regime fascista na Itália. Depois da Marcha, De Bono serviu como Chefe de Polícia e Comandante da Milícia Fascista.

En 1924, De Bono foi julgado por seu papel na morte do político esquerdista Giacomo Matteotti, negando-se a implicar seus superiores e foi absolvido em 1925[1]. Nesse mesmo ano, De Bono foi nomeado Governador de Trípoli, na Líbia.

Em 1929 foi nomeado Ministro de Assuntos Coloniais. Em 1932, o rei Victor Manuel III e De Bono visitaram a Eritreia e encontraram, segundo suas próprias palavras, uma colônia pacífica, leal e satisfeita.[2]

Abissínia[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 1932, a pedido de Mussolini, De Bono escreveu um plano para uma invasão à Etiópia. O plano se resumia num tradicional método de incursão: uma força relativamente pequena se moveria gradualmente a partir do sul da Eritreia, estabeleceria bases fortes e avançaria contra alguns inimigos cada vez mais débeis e desorganizados.A Invasão prevista por De Bono seria barata, fácil, segura e lenta.[3]

Mussolini envolveu separadamente o Exército no plano, e, nos dois anos seguintes, o Exército desenvolveu sua própria campanha massiva na qual foram usadas cinco ou seis vezes mais tropas que o número requerido por De Bono. Em 1934, Mussolini reuniu os planos descoordenados em apenas um que enfatizava a ideia militarista de guerra total.[4]

Em 1935, De Bono se tornou Comandante em Chefe da operação italiana contra a Etiópia durante a Segunda Guerra Ítalo-Etíope, além de Comandante das forças invasoras a partir de Eritreia, conhecida como frente norte. De Bono teve sob suas ordens diretas nove divisões de três corpos do Exército: o I Corpo Italiano, o II Corpo Italiano e o Corpo de Eritreia.[5]

Em 3 de outubro, as forças sob o mando de De Bono cruzaram a Etiópia a partir de Eritreia. Em 6 de outubro, suas forças tomaram Adua, vencendo oficialmente a Batalha de Adua. Pouco depois, De Bono entrou na cidade histórica de Axum, montando um cavalo branco.

Em 8 de novembro, o I Corpo e o Corpo de Eritreia capturam Mek'ele. Este foi o limite dos avanços italianos sob o mando de De Bono. O incremento da pressão internacional sob Mussolini levou à necessidade de vitórias rápidas e brilhantes, sem lugar para obstáculos ou retrocessos.[6]

Em 16 de novembro, De Bono foi promovido a Marechal da Itália, porém Mussolini, cada vez mais impaciente pelos lentos progressos da invasão, o demitiu de seu cargo em 17 de dezembro mediante Telegrama de Estado 13181, no qual constava que, com a captura de Mek'ele cinco semanas antes, havia cumprido sua missão. Pietro Badoglio ocupou seu lugar, e De Bono foi nomeado Inspetor das Tropas de Ultramar.

Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Foto de De Bono tirada em Roma em 21 de novembro de 1940. Está entre Heinrich Himmler e Rodolfo Graziani, e é facilmente identificável por sua barba.

Em 1940, De Bono dirigiu uma divisão de defesa estacionada na Sicilia. Opôs-se à entrada da Itália na Segunda Guerra Mundial. Em 1942, foi nomeado Ministro de Estado.

Entre 24 e 25 de julho de 1943, De Bono foi um dos membros do Grande Conselho Fascista destituiu a Benito Mussolini quando Dino Grandi, em colaboração com Pietro Badoglio e Victor Manuel III, propôs moção pública perante o Conselho. Isto levou à queda e encarceramento do ditador.

Nesse mesmo ano, Mussolini foi resgatado da prisão de Gran Sasso e reabilitado no poder pela Alemanha nazista como Duce da Nação da nova República Social Italiana ou RSI. Uma vez de novo no poder, Mussolini prendeu a todos os que haviam votado contra e fez com que Alessandro Pavolini os julgasse por traição em Verona, em episódio conhecido como o Processo de Verona. De Bono foi condenado em um tribunal cujo resultado era conhecido desde o começo.[7]

Em 11 de janeiro de 1944, De Bono foi fuzilado, aos 77 anos, em Verona, junto a Galeazzo Ciano, Luciano Gottardi, Giovanni Marinelli e Carlo Pareschi. Ciano era o Ministro de Assuntos Exteriores de Mussolini. Gottardi era o ex-presidente da Confederação Fascista de Trabalhadores Industriais. Marinelli havia sido chefe da milícia fascista, e Pareschi Ministro de Agricultura. O único acusado nos processos que escapou da pena capital foi Tullio Cianetti, o Ministro de Sociedades, que foi condenado a trinta anos de prisão pelos tribunais da RSI.[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. ASSR, Ufficio dell'Alta corte di giustizia e degli studi legislativi, 1.2.257.2.115, Sentenza di non luogo a procedere contro il senatore Emilio De Bono 12 giugno 1925.
  2. Mockler. Haile Sellassie's War. p.27
  3. Baer, Test Case: Italy, Ethiopia, and the League of Nations, p. 12
  4. Baer, Test Case: Italy, Ethiopia, and the League of Nations, p. 13
  5. Barker, A. J., The Rape of Ethiopia 1936, p. 33
  6. Barker, A. J., The Rape of Ethiopia 1936, p. 36
  7. a b Bosworth, Richard J. B., Mussolini's Italy, p. 514

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Baer, George W. (1976). Test Case: Italy, Ethiopia, and the League of Nations. Stanford, California: Hoover Institute Press, Stanford University. ISBN 0-8179-6591-2 
  • Barker, A.J. (1971). Rape of Ethiopia, 1936. New York: Ballantine Books. ISBN 978-0-345-02462-6 
  • Bosworth, R.J.B. (2005). Mussolini's Italy: Life Under the Fascist Dictatorship, 1915-1945. New York: Penguin Books. ISBN 978-0-14-303856-6 
  • Mockler, Anthony. Haile Sellassie's war. New York: Olive Branch Press. ISBN 978-1-56656-473-1 
  • Nicolle, David (1997). The Italian Invasion of Abyssinia 1935-1936. Westminster: Osprey. ISBN 978-1-85532-692-7 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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