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Stomatopoda: diferenças entre revisões

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'''Estomatópode''', chamados popularmente de '''lacraias-do-mar''' no Brasil, é o nome comum dado aos [[crustáceo]]s marinhos classificados na sub-classe '''Hoplocarida''', ordem '''''Stomatopoda'''''. Existem cerca de 400 espécies, caracterizadas principalmente pela morfologia de sua segunda pata torácica, que é modificada em apêndice subquelado, lembrando uma pata de [[louva-a-deus]].<ref>{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/estomatópode |título=Estomatópode |autor=[[Infopédia]], Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=2 de janeiro de 2014}}</ref>
'''Estomatópode''', chamados popularmente de '''tamarutacas''' ou de '''lacraias-do-mar''' no Brasil, é o nome comum dado aos [[crustáceo]]s marinhos classificados na sub-classe '''Hoplocarida''', ordem '''''Stomatopoda'''''. Existem cerca de 400 espécies, caracterizadas principalmente pela morfologia de sua segunda pata torácica, que é modificada em apêndice subquelado, lembrando uma pata de [[louva-a-deus]].<ref>{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/estomatópode |título=Estomatópode |autor=[[Infopédia]], Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=2 de janeiro de 2014}}</ref>


==Descrição==
==Descrição==

Revisão das 22h15min de 25 de julho de 2016

Como ler uma infocaixa de taxonomiaEstomatópode
Odontodactylus scyllarus
Odontodactylus scyllarus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Subclasse: Hoplocarida
Ordem: Stomatopoda
Famílias
Ver texto.

Estomatópode, chamados popularmente de tamarutacas ou de lacraias-do-mar no Brasil, é o nome comum dado aos crustáceos marinhos classificados na sub-classe Hoplocarida, ordem Stomatopoda. Existem cerca de 400 espécies, caracterizadas principalmente pela morfologia de sua segunda pata torácica, que é modificada em apêndice subquelado, lembrando uma pata de louva-a-deus.[1]

Descrição

Os estomatópodes são predadores ativos que caçam presas com o auxílio de um sentido de visão muito apurado e capaz de interpretar polarização no espectro ultravioleta e infravermelho). Apresentam uma grande variação de tamanho, que pode ir de poucos milímetros até aproximadamente 40 cm nas espécies maiores. Eles vivem em fundo consolidado, lodoso ou ainda arenoso, onde cavam seus buracos ou aproveitam-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar. São animais exclusivamente carnívoros, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo outros da mesma ordem. O segundo par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, como um escudo, fechando a galeria em que o animal esteja instalado. A fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.

Também conhecidas como esquilas ou lagosta-boxeadora, espalhadas pelas costas dos mares tropicais e subtropicais. Além das patas, elas apresentam uma silhueta característica, devido ao grande comprimento aparentemente de seu abdómen. Os ovos ficam ligados por uma massa gelatinosa que a mãe carrega contra o ventre até que eclodem, limpando-os sem parar.

São animais que apresentam comportamentos sociais muito variados, desde ameaças visuais contra predadores até comportamentos de côrte. De acordo com a anatomia da sua pata raptorial é possível distinguir entre dois grupos funcionais, as perfuradoras (spearers) ou as esmagadoras (smashers), sendo que cada um dos tipos apresenta sua própria variação comportamental e até mesmo de habitát.

As maiores esmagadoras, tais como exemplares de Odontodactylus scyllarus, são capazes de desferir um dos mais rápidos e violentos golpes do reino animal, um soco que pode apresentar a aceleração de um tiro calibre .22 (equivalente a 720km/h) e uma força de impacto de 60 kg/cm²[2]. Essa força esmagadora é a responsável pelo seu título de "lagosta-boxeadora" e é capaz de facilmente quebrar a carapaça de um caranguejo, as conchas duras e calcificadas de gastrópodes ou até mesmo quebrar o vidro reforçado de um aquário[3][4]

Estomatópodes podem ser encontrados em quase todo o litoral brasileiro, mas não são animais fáceis de se observar pelos seus hábitos mais furtivos. Devem ser manuseados com muita cautela pois são animais preparados para se defender com força, caso sejam incomodados.

Visão

Esses animais possuem o mais complexo sistema de visão de cores do mundo animal, porque eles podem ver 16 cores primárias, por possuirem 16 pigmentos diferentes em sua retina.

Nossos olhos possuem três tipos desses receptores - que respondem à luz azul, verde e vermelha -, que nos permitem perceber o espectro de cores que vemos. Os cães contam com apenas dois tipos de cones (verde e azul), e é por isso que eles vêm tons de azul, verde e um pouco de amarelo. Muitos anfíbios, répteis, aves e insetos possuem quatro tipo de cones, o que significa que espécies dessas classes conseguem ver cores que o nosso cérebro é incapaz de processar. Algumas espécies específicas de borboletas e possivelmente pombos possuem cinco cones de percepeção de cor, o que aumenta ainda mais a quantidade de pigmentos que eles são capazes de perceber. O sistema de visão dos estomatópodes possui doze cones sensíveis à luz e outros quatro que filtram a luz (16 cones no total), o que lhes permite ver cores polarizadas e imagens multispectrais[5].

Como cada cone pode ver cerca de 100 cores, os estomatópodes são capazes de ver 1024 cores, ou seja, 1 septilhão de cores. Em comparação, o olho humano vê 106 cores, ou seja, 1 milhão de cores apenas. A visão dos estomatópodes é sensível à luz ultravioleta, mas ainda é desconhecido se ela pode distinguir a luz infravermelha[6].

Famílias

Referências

  1. Infopédia, Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora. «Estomatópode». Consultado em 2 de janeiro de 2014 
  2. (em inglês) [S. N. Patek, W. L. Korff, and R. L. Caldwell, Volume 428, páginas=819–820 Deadly strike mechanism of a mantis shrimp]
  3. (em inglês) Editorial de USA Today acessado em 23 de abril de 2013
  4. BBC Science & Nature Mantis Shrimp
  5. Justin Marshall & Johannes Oberwinkler (1999). «Ultraviolet vision: the colourful world of the mantis shrimp». Nature. 401 (6756): 873–874. Bibcode:1999Natur.401..873M. PMID 10553902. doi:10.1038/44751 
  6. David Cowles, Jaclyn R. Van Dolson, Lisa R. Hainey & Dallas M. Dick (2006). «The use of different eye regions in the mantis shrimp Hemisquilla californiensis Stephenson, 1967 (Crustacea: Stomatopoda) for detecting objects». Journal of Experimental Marine Biology and Ecology. 330 (2): 528–534. doi:10.1016/j.jembe.2005.09.016 


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