Elena (filme): diferenças entre revisões

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Revisão das 03h16min de 11 de novembro de 2020

Elena
Elena (filme)
 Brasil
82 min 
Direção Petra Costa
Produção Busca Vida Filmes
Roteiro Petra Costa, Carolina Ziskind
Cinematografia Janice D'Avila, Will Etchebehere, Miguel Vassy
Edição Marilia Moraes, Tina Baz
Lançamento Brasil 10 de maio de 2013, Países Baixos novembro de 2012
Idioma português

Elena é um filme brasileiro de 2012, dirigido por Petra Costa e produzido pela Busca Vida Filmes.[1] É um documentário baseado na vida da atriz Elena Andrade, irmã mais velha de Petra.[2] Foi premiado em diversos festivais ao redor do mundo e aclamado pela crítica, considerado uma experiência única no cinema contemporâneo, por extrair de um tema difícil - o suicídio da irmã da diretora Petra Costa - sua força poética e cinematográfica. Em 2014, ganhou publicação em livro pela Arquipélago Editorial: "Elena - O livro do filme de Petra Costa". A obra traz o roteiro do filme, de autoria de Petra Costa e Carolina Ziskind, depoimentos, ensaios fotográficos, imagens de arquivo e entrevista com a diretora.

No livro, a obra, as personagens e o entorno estético e político também são abordados em textos de expoentes do jornalismo, da psicanálise, da literatura e do cinema. Os olhares de João Moreira Salles, Nicolau Sevcenko, Eliane Brum, Emilio Fraia, Marcela Antelo, Edmundo Desnoes, Ivana Bentes, Michel Laub, Sérgio Lüdtke, Carlos Estellita-Lins, Joca Reiners Terron, Cláudia Laitano e Cadão Volpato, retratados em textos, reafirmam a beleza de um filme inesquecível.

Em 2014, o filme também foi pré-selecionado para indicação ao Oscar 2015, na categoria de Melhor Documentário, na 87ª edição da cerimônia.

Sinopse

Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade durante a ditadura militar e uma adolescência vivida entre peças de teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra, sua irmã de 7 anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York, em busca de Elena. Tem apenas pistas: fitas de vídeo, recortes de jornais, diários e cartas. A qualquer momento, Petra espera encontrar Elena andando pelas ruas. Aos poucos, os traços das duas se confundem. Já não se sabe quem é uma e quem é a outra.[1][3]

Enredo

A despedida veio na forma de um presente singelo: uma concha. “Quando você sentir saudade, encoste a concha no seu ouvido e assim a gente pode se falar”, disse a irmã, Elena, 13 anos mais velha. Petra, de apenas 7, escutaria muitas vezes aquela concha nas semanas seguintes. Meses, anos, duas décadas se passaram. Petra já era atriz e cineasta quando voltou a Nova York à procura de Elena, decidida a filmar a saudade.[4][5]

Elena é um filme sobre a persistência dessas lembranças, a irreversibilidade da perda, o impacto causado na menina de 7 anos pela ausência da irmã, a quem Petra chama de sua “memória inconsolável”. “Pouco a pouco, as dores viram água, viram memória”, diz a diretora, a um só tempo atriz e personagem.[6]

Elena é, também, um filme sobre a aventura de crescer, uma história de três mulheres que dialoga com temas como família e maternidade, dor e superação. É, ainda, um filme sobre o Brasil pós-ditadura militar, sobre a geração que nasceu clandestina e cresceu entre os anos 1970 e 1980, com o desafio de batalhar por seus sonhos em tempos de abertura e esperança.[7][8]

Produção

A ideia de fazer um filme sobre a irmã surgiu quando a diretora Petra Costa tinha 17 anos e encontrou, em casa, um antigo diário de Elena, escrito quando ela tinha a mesma idade, 13 anos antes. "Tive a estranha sensação de estar lendo palavras minhas, como se aquele diário fosse meu", diz Petra. A identificação foi enorme.[9] Na mesma época, a leitura de Hamlet e a descoberta de Ofélia[10] [11] também serviram de inspiração, bem como assistir ao filme Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky[12] - que, entre outros assunto, trata do rito de passagem para a vida adulta, embora do ponto de vista dos rapazes. O projeto do filme permaneceu em banho-maria por dez anos, sendo elaborado pouco a pouco. Durante esse tempo, Petra se envolveu em outros trabalhos, dirigiu o premiado curta Olhos de Ressaca, até finalmente se sentir preparada para mergulhar nas memórias da irmã.

Petra encontrou cerca de 50 horas de filmes caseiros feitos pela irmã[13], das quais ao menos 20 horas haviam sido gravadas no ano em que ela, Petra, nasceu. Foi quando Elena, aos 13 anos, ganhou sua primeira câmera. Em seguida, Petra entrevistou cerca de 50 familiares e amigos de Elena, totalizando algo em torno de 200 horas de material.[14]Quando foi a Nova York, levou consigo uma agenda de telefone com os antigos contatos da irmã e pôs-se a procurar todas as pessoas que estavam ali, uma por uma, buscando os nomes na internet e nas redes sociais. O longa finalmente começou a tomar corpo e a ganhar o aspecto definitivo quando a diretora decidiu inserir-se na cena, como personagem e documentarista, gravando também seu percurso e estruturando o roteiro em parceria com Carolina Ziskind.[15]

Além de Nova York e São Paulo, algumas cenas de Elena foram rodadas na Bahia e também em Barra do Una, no município de São Sebastião, no litoral paulista. Foram dois anos e meio de produção até a première, no 45o Festival de Brasília, em setembro de 2012, onde Elena ganhou os prêmios de melhor direção, direção de arte, montagem e de melhor filme, segundo o júri popular, e todos os prêmios da categoria documentário.[16]

Elenco[1]

Recepção

Crítica

De acordo com o site AdoroCinema, Elena teve uma pontuação média de 3,9 de cinco estrelas dentre nove críticas sondadas, todas veiculadas na imprensa brasileira.[17] O cineasta Eduardo Escorel, da revista Piauí, recebeu bem o filme, sustentando que "a narrativa complexa e delicada de Elena flui de forma harmoniosa, articulando com maestria materiais heterogêneos, sem se tornar lúgubre".[10] Luiz Zanin, d'O Estado de S. Paulo, considerou o filme "emocionante", ponderando que o filme é uma "reflexão sobre a função da memória",[18] enquanto Roberto Guerra, do Cineclick, considerou Elena "carregado de lirismo e poesia".[19]

Alysson Oliveira, do site Cineweb, entretanto, julgou o documentário "frágil", notando alguns excessos em certas cenas "[repletas] de composições visuais que se esvaziam em si mesmas".[20] Sérgio Alpendre, da Folha de S. Paulo, apontou para a tentativa de "atingir alguma universalidade" na exposição da angústia da autora e criticou o que ele percebeu como um "exagero de doçura" de certas sequências do filme.[21]

Prêmios

Ano Prêmio Categoria
2012 Festival de Brasília: Melhor Documentário (Brasil)[19] Júri Popular
Melhor Direção
Melhor Montagem
Melhor Direção de Arte
2013 Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (México)[1] Menção Especial
Festival Internacional de Documentários ZagrebDox (Croácia)[1] Menção Especial
Films de Femmes (França)[1] Melhor Documentário
Planete+ Doc Film Festival Varsóvia(Polônia)[1] Prêmio Canon de Cinematografia
Cine Música – Festival de Cinema de Conservatória(Brasil)[1] Melhor Música Original
Los Angeles Brazilian Film Festival(EUA)[1] Melhor Documentário
Festival de Havana(Cuba)[1] Melhor Documentário


Referências

  1. a b c d e f g h i j «Elena (site oficial)». Consultado em 15 de junho de 2013 
  2. Sylvia, Elena e a arte à beira do precipício. Blogueiras Feministas
  3. [1].Variety
  4. Uma mulher em busca do próprio corpo.Revista Época
  5. A falta que nos move. Estadão.com.br, 08 de maio de 2013
  6. Elena Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. F & M Pro Cultura
  7. Elena Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. F & M Pro Cultura
  8. Memória inconsolável[ligação inativa]. Tribuna de Minas
  9. Busca de diretora por irmã encerra mostra de documentários em Brasília. G1, 23 de setembro de 2012
  10. a b Eduardo Escorel (6 de maio de 2013). «Seja bem-vinda, Elena». Piauí. Consultado em 15 de junho de 2013 
  11. 5 questions with Petra Costa.Filmmaker Magazine
  12. 5 Major Influences From Petra Costa. Tribeca Film Institute
  13. Memória inconsolável[ligação inativa]. Tribuna de Minas
  14. Petra Costa no Metrópolis. Metrópolis, TV Cultura
  15. A arte de transformar a dor. Harper´s Bazaar
  16. Documentários em que diretores resgatam a história de parentes viram fenômeno. O Globo, 24 de novembro de 2012
  17. «Elena: críticas da imprensa». AdoroCinema. Consultado em 15 de junho de 2013 
  18. Luiz Zanin (10 de maio de 2013). «Elena, ou o que os mortos têm a dizer aos vivos». O Estado de S. Paulo. Consultado em 15 de junho de 2013 
  19. a b «Elena - Cineclick». Cineclick. Consultado em 15 de junho de 2013 
  20. Alysson Oliveira (8 de maio de 2013). «Elena - Crítica Cineweb». Cineweb. Consultado em 15 de junho de 2013 
  21. Sérgio Alpendre (10 de maio de 2013). «Crítica: Documentário "Elena" traz jorro de imagens impressionistas». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de junho de 2013 

Ligações externas