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A '''"fronteira Oeste"''' nesse contexto, é a margem do território não desenvolvido que compreenderia os [[Estados Unidos]] além da linha de fronteira estabelecida até um determinado momento.<ref>{{citar web |url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/frontier |title=Definition of FRONTIER |website=www.merriam-webster.com |language=en |access-date=2021-02-24}}</ref><ref>{{citar web |url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/margin |title=Definition of MARGIN |website=www.merriam-webster.com |language=en |access-date=2021-02-24}}</ref> O U.S. Census Bureau designou o "território de fronteira" como uma terra geralmente desocupada com uma densidade populacional de menos de 2 pessoas por milha quadrada (0,77 pessoas por quilômetro quadrado). A linha de fronteira era o limite externo do assentamento europeu-americano nesta terra.<ref>{{citar web |url=https://www.census.gov/dataviz/visualizations/001/ |title=Following the Frontier Line, 1790 to 1890 |last=The Website Services & Coordination Staff |first=US Census Bureau |website=U.S. Census |language=EN-US |access-date=2021-02-24}}</ref><ref>{{citar periódico |last=Juricek |first=John T. |date=1966 |title=American Usage of the Word "Frontier" from Colonial Times to Frederick Jackson Turner |journal=Proceedings of the American Philosophical Society |volume=110 |issue=1 |pages=10–34 |jstor=985999 |issn=0003-049X}}</ref> |
A '''"fronteira Oeste"''' nesse contexto, é a margem do território não desenvolvido que compreenderia os [[Estados Unidos]] além da linha de fronteira estabelecida até um determinado momento.<ref>{{citar web |url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/frontier |title=Definition of FRONTIER |website=www.merriam-webster.com |language=en |access-date=2021-02-24}}</ref><ref>{{citar web |url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/margin |title=Definition of MARGIN |website=www.merriam-webster.com |language=en |access-date=2021-02-24}}</ref> O U.S. Census Bureau designou o "território de fronteira" como uma terra geralmente desocupada com uma densidade populacional de menos de 2 pessoas por milha quadrada (0,77 pessoas por quilômetro quadrado). A linha de fronteira era o limite externo do assentamento europeu-americano nesta terra.<ref>{{citar web |url=https://www.census.gov/dataviz/visualizations/001/ |title=Following the Frontier Line, 1790 to 1890 |last=The Website Services & Coordination Staff |first=US Census Bureau |website=U.S. Census |language=EN-US |access-date=2021-02-24}}</ref><ref>{{citar periódico |last=Juricek |first=John T. |date=1966 |title=American Usage of the Word "Frontier" from Colonial Times to Frederick Jackson Turner |journal=Proceedings of the American Philosophical Society |volume=110 |issue=1 |pages=10–34 |jstor=985999 |issn=0003-049X}}</ref> |
Revisão das 11h31min de 26 de fevereiro de 2021
Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west ou far west), são os termos com que se denomina popularmente o período e episódios históricos que tiveram lugar no século XIX (principalmente entre os anos de 1860 a 1890) e no início do século XX (Principalmente na década de 1910) durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos para a costa do Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso.
Esta incessante e prolongada migração de pessoas para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de ameríndios. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na indústria, comunicações e agricultura, à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais.
Estes eventos históricos, origem de um mito nacional nos Estados Unidos, têm sido recriados por diversas manifestações de arte. No cinema, o gênero designa-se western e narra histórias de cowboys, pioneiros, ameríndios, garimpeiros, empresários, etc. Histórias de pessoas variadas, condições que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a justiça ou com a fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX.
O termo "fronteira Oeste"
A "fronteira Oeste" nesse contexto, é a margem do território não desenvolvido que compreenderia os Estados Unidos além da linha de fronteira estabelecida até um determinado momento.[1][2] O U.S. Census Bureau designou o "território de fronteira" como uma terra geralmente desocupada com uma densidade populacional de menos de 2 pessoas por milha quadrada (0,77 pessoas por quilômetro quadrado). A linha de fronteira era o limite externo do assentamento europeu-americano nesta terra.[3][4]
Começando com os primeiros assentamentos europeus permanentes na Costa Leste, mudou-se constantemente para o Oeste entre as décadas de 1600 e 1900, com movimentos ocasionais para o Norte em Maine e Vermont, para o Sul na Flórida e ainda mais para o Leste da Califórnia em Nevada. Bolsões de assentamentos também apareceriam muito além da linha de fronteira estabelecida, particularmente na Costa Oeste e no interior profundo com assentamentos como Los Angeles e Salt Lake City, respectivamente. O "Oeste" foi a área recentemente colonizada perto dessa fronteira.[5] Assim, partes do Meio-Oeste e do Sul da América, embora não sejam mais consideradas "ocidentais", têm uma herança de fronteira junto com os estados modernos do Oeste.[6][7]
Richard W. Slatta, em sua visão da fronteira, escreve que "os historiadores às vezes definem o oeste americano como terras a oeste do meridiano 98 ou longitude 98° Oeste", e que outras definições da região "incluem todas as terras a oeste dos rios Mississippi ou Missouri".[8]
A fronteira na história dos EUA
A «fronteira» é um conceito que, na história dos Estados Unidos, faz alusão ao avanço para o oeste e à procura de oportunidades dentro de um território desconhecido. Nas palavras de um autor moderno:
A fronteira é aquele lugar onde a civilização pode avançar à custa do selvagem. É uma delgada linha geográfica onde o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido se encontram e se colocam limites.[9]
Em princípios do século XIX, o Oeste era considerado um território selvagem e inóspito, com escassas possibilidades de ser habitado.[10] Para esta opinião não influía o fato de que os povos ameríndios estavam há vários milénios a viver lá. O avanço do Leste civilizado sobre o Oeste selvagem foi o encontro e choque entre dois mundos mutuamente exclusivos. A apropriação de territórios e o deslocamento dos nativos justificou-se com a doutrina do "destino manifesto", uma ideologia que afirmava que todos estes acontecimentos eram parte de um plano divino previsto para a América do Norte e para o mundo.[11] Em 1825, um político de Missouri chamado Thomas Hart Benton defendeu a colonização alegando que o seu propósito era levar a todos os povos «grandes e maravilhosos benefícios através da ciência, dos princípios liberais de governo e da verdadeira religião».[11] Em 1893, uma vez passado o período de expansão, Frederick Jackson Turner apresentou a sua tese «Significado da fronteira na história dos Estados Unidos», mais conhecida como Tese da Fronteira (Frontier Thesis) ou Tese de Turner (Turner Thesis). Nela destacou a mestiçagem de raças,[9] o logro da solidariedade entre as distintas regiões, a ação do governo ao impulsionar as comunicações e a criação de uma personalidade nacional. O mais importante, no entanto, foi:
…a promoção da democracia aqui e na Europa (…) o individualismo desde o começo tem promovido a democracia (…) significa o triunfo da fronteira.[9]
Com o tempo, a fronteira converteu-se num mito nos Estados Unidos.[12]Tudo o que aconteceu no oeste — bom ou mau — serviu para forjar a personalidade do país através de valores como a procura de oportunidades, a aplicação de soluções práticas, a atitude enérgica perante as dificuldades, a capacidade de inovação e o esforço orientado para o progresso. Em definitivo:
…um escape e um lugar de esperança para aqueles dispostos e capazes de tomar o futuro nas suas próprias mãos.[9]
Ver também
- Western (gênero)
- Batalha de Little Bighorn
- Big Nose George
- Buffalo Bill
- Cavalo Louco
- General Custer
- Genocídio dos indígenas dos Estados Unidos
- George Crook
- Jane Calamidade
- Pony Express
- Touro Sentado
- Thomas Jefferson
- Wild Bill Hickok
- Billy the Kid
- Jesse James
Referências
- ↑ «Definition of FRONTIER». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2021
- ↑ «Definition of MARGIN». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2021
- ↑ The Website Services & Coordination Staff, US Census Bureau. «Following the Frontier Line, 1790 to 1890». U.S. Census (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2021
- ↑ Juricek, John T. (1966). «American Usage of the Word "Frontier" from Colonial Times to Frederick Jackson Turner». Proceedings of the American Philosophical Society. 110 (1): 10–34. ISSN 0003-049X. JSTOR 985999
- ↑ Deverell, William, ed. (2007). A Companion to the American West. [S.l.]: Wiley-Blackwell. pp. 5–24. ISBN 978-1-4051-5653-0
- ↑ Lamar, Howard R. (1977). The Reader's Encyclopedia of the American West. [S.l.]: Crowell. ISBN 0-690-00008-1
- ↑ Klein, Kerwin Lee (1996). «Reclaiming the "F" Word, or Being and Becoming Postwestern». Pacific Historical Review. 65 (2): 179–215. JSTOR 3639983. doi:10.2307/3639983
- ↑ «Western frontier life in America». Slatta, Richard W. Janeiro de 2006. Consultado em 24 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d Compton´s Interactive Encyclopedia (1996), Frontier.
- ↑ Hakim, Joy (1999), A history of Us, book 5, pp. 14-15.
- ↑ a b Berkin, Carol, et. al., (2006), Making America, p. 373.
- ↑ Berkin, Carol, et. al., op. cit., p. 593.