Garrafa: diferenças entre revisões

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== Tipos de garrafas ==
== Tipos de garrafas ==
pet

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* Existem estudos para aumentar a atividade e eficiência da enzima PETase por meio de simulações computacionais para entender como a enzima se liga às moléculas de PET. Nesse estudo, foi constatado que existem dois aminoácidos no sítio ativo e o experimento consistiu na conversão desse para cutinase para atingir maior eficiência. Porém, ao tentar suprimir para possuir apenas essa característica, o resultado foi a produção ainda maior de PETase ativa. Assim, foi necessário mais estudos para entender porque a PETase modificada era mais eficiente, e foi concluído que o sistema de ligação entre enzima e substrato era mais fácil de ocorrer (sistema chave fechadura).
* Existem estudos para aumentar a atividade e eficiência da enzima PETase por meio de simulações computacionais para entender como a enzima se liga às moléculas de PET. Nesse estudo, foi constatado que existem dois aminoácidos no sítio ativo e o experimento consistiu na conversão desse para cutinase para atingir maior eficiência. Porém, ao tentar suprimir para possuir apenas essa característica, o resultado foi a produção ainda maior de PETase ativa. Assim, foi necessário mais estudos para entender porque a PETase modificada era mais eficiente, e foi concluído que o sistema de ligação entre enzima e substrato era mais fácil de ocorrer (sistema chave fechadura).
* Outro estudo, no Instituto de Biomedicina e Biotecnologia de Cantabria, reportou que vermes de cera (''wax worm / lagarta'') são capazes de romper as moléculas de polietileno, característica que foi confrontada por outros estudiosos da Universidade de Johaness Gutenberg que disseram que os produtos observados eram de origem da própria lagarta.
* Outro estudo, no Instituto de Biomedicina e Biotecnologia de Cantabria, reportou que vermes de cera (''wax worm / lagarta'') são capazes de romper as moléculas de polietileno, característica que foi confrontada por outros estudiosos da Universidade de Johaness Gutenberg que disseram que os produtos observados eram de origem da própria lagarta
Polietileno
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O '''polietileno''' (ou '''polieteno''', de acordo com a denominação oficial da [[IUPAC]]) é quimicamente o [[polímero]] mais simples. É representado pela cadeia: <s>(</s>CH<sub>2</sub>-CH<sub>2</sub><s>)</s><sub>n</sub>. Devido à sua alta produção mundial, é também o mais barato, sendo um dos tipos de plástico mais comuns. É quimicamente inerte. Obtém-se pela [[polimerização]] do [[etileno]] (de fórmula química CH<sub>2</sub>=CH<sub>2</sub>, e chamado de '''eteno''' pela [[IUPAC]]), de que deriva seu nome.

Este polímero pode ser produzido por diferentes reações de polimerização, como por exemplo a [[polimerização por radicais livres]], [[polimerização aniônica]], [[polimerização por coordenação de íons]] ou [[polimerização catiônica]]. Cada um destes mecanismos de reação produz um tipo diferente de polietileno.

É um polímero de cadeia linear não ramificada, embora as ramificações sejam comuns nos produtos comerciais. As cadeias de polietileno se rompem sob a temperatura de arrefecimento Tg em regiões amorfas e semicristalinas.

== Índice ==

* [[Polietileno#Classifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20propriedades%20f%C3%ADsicas|1Classificação e propriedades físicas]]
* [[Polietileno#Aplica%C3%A7%C3%B5es|2Aplicações]]
* [[Polietileno#Copol%C3%ADmeros%20de%20Etileno|3Copolímeros de Etileno]]
* [[Polietileno#Hist%C3%B3ria|4História]]
* [[Polietileno#Aplica%C3%A7%C3%B5es%20modernas|5Aplicações modernas]]
* [[Polietileno#Processamento|6Processamento]]
* [[Polietileno#Polietileno%20verde%20ou%20renov%C3%A1vel|7Polietileno verde ou renovável]]
** [[Polietileno#Poss%C3%ADvel%20Aplica%C3%A7%C3%B5es|7.1Possível Aplicações]]
** [[Polietileno#Blenda%20Polim%C3%A9rica:%20Polietileno%20Comum%20e%20Polietileno%20Verde%20em%20Embalagens%20de%20Shampoo|7.2Blenda Polimérica: Polietileno Comum e Polietileno Verde em Embalagens de Shampoo]]
*** [[Polietileno#Blendas%20Polim%C3%A9ricas|7.2.1Blendas Poliméricas]]
* [[Polietileno#Ver%20tamb%C3%A9m|8Ver também]]

== Classificação e propriedades físicas[editar | editar código-fonte] ==
A abreviatura do polietileno geralmente usada é PE. Os polietilenos podem ser classificados em:

* '''PEBD''' (em [[Língua inglesa|inglês]] conhecido como LDPE ou PE-LD): Polietileno de Baixa Densidade;
** Atóxico
** Flexível
** Leve
** Transparente
** Inerte (ao conteúdo)
** Impermeável
** Pouca estabilidade dimensional, mas com processamento fácil
** Baixo custo

* '''PEAD''' (em inglês conhecido como HDPE ou PE-HD): Polietileno de Alta Densidade; densidade igual ou maior que 0,941 g/cm³. Tem um baixo nível de ramificações, com alta densidade e altas forças intermoleculares. A produção de um bom PEAD depende da seleção do [[catalisador]]. Alguns dos catalisadores modernos incluem os de [[Karl Ziegler|Ziegler]]-Natta, cujo desenvolvimento rendeu o [[Prêmio Nobel]]
** Resistente a altas temperaturas;
** Alta resistência à tensão; compressão; tração;
** Baixa densidade em comparação com metais e outros materiais;
** [[Permeabilidade|Impermeável]];
** Inerte (ao conteúdo), baixa reatividade;
** Atóxico
** Pouca estabilidade dimensional

* '''PELBD''' (em inglês conhecido como LLDPE): Polietileno linear de baixa densidade;

* '''UHWPE''': Polietileno de massa molecular ultra-alta;

* '''PEX''': Polietileno com formação de rede.

{| class="wikitable"
!Características
!PEBD
!PEAD
!PELBD
|-
|Grau de cristalinidade [%]
|40 a 50
|60 a 80
|30 a 40
|-
|densidade [g/cm³]
|0,915 a 0,935
|0,94 a 0,97
|0.90 a 0.93
|-
|Módulo [MPa] a 25 °C
|~130
|~1000
| -
|-
|Temperatura de Fusão [°C]
|105 a 110
|130 a 135
|121 a 125
|-
|estabilidade química
|boa
|excelente
|boa
|-
|Esforço de ruptura [MPa]
|8,0-10
|20,0-30,0
|10,0-30,0
|-
|Elongação à ruptura [%]
|20
|12
|16
|-
|Módulo elástico E [MPa]
|200
|1000
| -
|-
|Coeficiente de expansão linear [K<sup>−1</sup>]
|1.7 * 10<sup>−4</sup>
|2 * 10<sup>−4</sup>
|2 * 10<sup>−4</sup>
|-
|Temperatura máxima permissível [°C]
|80
|100
| -
|}

== Aplicações[editar | editar código-fonte] ==

* '''PEBD''':
** Sacolas de todo tipo: supermercados, boutiques, panificação, congelados, industriais, etc.;
** Embalagem automática de alimentos e produtos industriais: leite, água, plásticos, etc.;
** Stretch film;
** Garrafas térmicas e outros produtos térmicos;
** Frascos: [[Cosmético|cosméticos]], [[Medicamento|medicamentos]] e [[Alimento|alimentos]];
** Mangueiras para água;

* '''PEAD''':
** Frascos para: [[Detergente|detergentes]], [[shampoo]], etc;
** Sacolas para supermercados;
** Caixotes para peixes, refrigerantes, cervejas;
** Frascos para [[pintura]], [[Sorvete|sorvetes]], [[Azeite|azeites]];
** Tambores;
** Tubulação para gás, telefonia, água potável, lâminas de drenagem e uso sanitário;
** Também é usado para recobrir lagoas, canais, fossas de neutralização, contratanques, tanques de água, lagoas artificiais, etc..

== Copolímeros de Etileno[editar | editar código-fonte] ==
Além da polimerização com alfaolefinas, o etileno pode ser polimerizado através de um grande número de monômeros diferentes. Exemplos destes monômeros são o [[acetato de vinila]], que resulta no copolímero de etilenovinil acetato, ou EVA, cujo uso é comum em [[Sandália|sandálias]] e [[Tênis (vestuário)|tênis]]. Também podem ser obtida uma grande variedade de acrilatos.

== História[editar | editar código-fonte] ==
O polietileno foi sintetizado pela primeira vez pelo químico alemão [[Hans von Pechmann]], que, acidentalmente, o preparou em [[1898]] enquanto aquecia [[diazometano]]. Quando seus colegas [[Eugen Bamberger]] e [[Friedrich Tschirner]] caracterizaram a substância gasosa e branca criada, descobriram grandes cadeias compostas por -CH<sub>2</sub>- e o denominaram "polietileno".

Em [[27 de Março]] de [[1933]], o polietileno foi sintetizado tal como o conhecemos atualmente, por [[Reginald Gibson]] e [[Eric Fawcett]], na [[Inglaterra]], que trabalhavam para os [[Laboratórios ICI]]. Isto foi possível aplicando-se uma pressão de cerca de 1400 [[Bar (unidade)|bar]] e uma [[temperatura]] de 170 °C, onde foi obtido o material de alta viscosidade e cor esbranquiçada que se conhece atualmente.

A pressão requerida para conseguir produzir a polimerização do etileno era muito alta, e por isso a investigação sobre catalisadores realizada pelo alemão [[Karl Ziegler]] e pelo italiano [[Giulio Natta]], que originou os catalisadores Ziegler-Natta, rendeu-lhes o [[prêmio Nobel]] em [[1963]] por sua contribuição científica à química. Com estes catalisadores, é possível a polimerização sob pressão normal.

== Aplicações modernas[editar | editar código-fonte] ==
O polietileno pode formar uma rede tridimensional quando é submetido a uma reação covalente de vulcanização (''cross-linking''). O resultado é um polímero com efeito de memória. Tal efeito consiste na estabilidade ou permanência do material em uma certa temperatura, podendo sua forma ser modificada simplesmente ao aquecer o polímero a essa temperatura. O [[efeito térmico de memória]] nos polímeros é diferente do efeito térmico de memória nos metais, encontrado em [[1951]] por Chang e Read, no qual ocorre uma mudança na estrutura cristalina por meio de uma transformação martensítica<sup>[''[[Wikipédia:Por favor, seja claro|necessário esclarecer]]'']</sup>. No caso dos polímeros este efeito se baseia em forças de [[entropia]] e pontos vulcanizados de estabilidade física ou química.

No caso do polietileno com efeito térmico de memória, os usos mais comuns são películas termoencolhíveis e isolantes.

Outros polímeros que apresentam o efeito térmico de memória são: Poli(norborneno), poliuretanos, poliestireno modificado e quase qualquer polímero ou copolímero que seja cristalino ou amorfo que possa formar uma rede tridimensional.

Polímeros com problemas para o efeito térmico de memória: Polipropileno.

Outras novas aplicações de PE incluem o [[Composto de madeira e plástico|composto de serragem e PE]] em percentuais que vão desde 10% a 70% de madeira. O resultado é um composto estável e de maior densidade que o PE. Um equipamento especial para seu processamento é recomendado, assim como aditivos de acoplamento e auxílios de processo. Em peças grandes, também se usam os espumantes para reduzir a densidade da peça.

== Processamento[editar | editar código-fonte] ==
O polietileno é usado para diferentes tipos de produtos finais, e para cada um deles são utilizados processos diferentes. Entre os mais comuns, estão:

* [[Extrusão]]: Película, cabos, fios, tubulações.
* [[Moldagem por injeção]]: Partes em terceira dimensão com formas complexas
* [[Injeção e sopro]]: Garrafas de tamanhos diferentes
* [[Extrusão e sopro]]: Bolsas ou tubos de calibre fino
* [[extrusão e sopro de corpos ocos]]: Garrafas de tamanhos diferentes
* [[Rotomoldagem]] : Depósitos e formas ocas de grandes dimensões

O polietileno é um material translúcido, podendo ser modificado com três procedimentos comuns:

* Acrescentar pigmento em pó ao PE antes de seu processamento
* Colorir todo o PE antes de seu processamento
* Usar um [[concentrado de cor]] (''masterbatch''), que representa a forma mais econômica e fácil de colorir um polímero.

São importantes os aditivos para o uso final. Dependendo da função final, são recomendáveis, por exemplo: antioxidantes, antichama, antiestáticos, antibactérias.

== Polietileno verde ou renovável[editar | editar código-fonte] ==
Obtido da [[cana-de-açúcar]], ou seja da [[biomassa]] vegetal matéria-prima renovável. O [[Brasil]] é o primeiro país a desenvolver o produto.[1]

=== Possível Aplicações[editar | editar código-fonte] ===

=== Blenda Polimérica: Polietileno Comum e Polietileno Verde em Embalagens de Shampoo[editar | editar código-fonte] ===
Durante os últimos anos, uma grande tendência que pôde ser observada foi o aumento do uso de cosméticos no mundo todo, bem como a variedade de produtos utilizados. No entanto, o enfoque sustentável ainda não é colocado em prática pela grande maioria das empresas e, com o aumento no consumo de cosméticos, um problema que se agrava é o esgotamento das reservas de petróleo.

Os produtos comercializados costumam utilizar o plástico em suas embalagens e derivado do petróleo na sua composição. Segundo estudos publicados pela British Petroleum e citados por Mendonça (2021)[2], as reservas podem acabar em 2067, o que reforça a necessidade de buscar por compostos renováveis para substituir o plástico, como os [[Biopolímero|biopolímeros]].

Visando diminuir o impacto que as embalagens de cosméticos geram, será analisado como fazer o processo de blendagem misturando o polietileno de origem fóssil ao polietileno verde. O Polímero Verde captura e fixa CO2 da atmosfera durante sua produção, colaborando na redução da emissão desse gás, o que é benéfico para o meio ambiente já que ele contribui para o efeito estufa.

Então, feito a partir de eteno obtido da cana-de-açúcar, o polietileno verde possui as mesmas características físicas do polietileno convencional, sendo uma boa opção para o processo de blendagem. Logo, também poderá ser utilizado na produção de embalagens de cosméticos, afinal, com a produção em escala seu custo tenderá a diminuir e se tornar mais acessível.

Outro ponto positivo apresentado, é que por serem materiais termoplásticos eles podem ser moldados, fundindo-se ao serem aquecidos e se solidificando ao serem resfriados. Portanto, podem ser facilmente reciclados, transformando-os em um novo formato, sendo aplicado em diversas propostas e tipos de embalagem.

Para o processo de blendagem do polietileno comum, O polímero PEAD facilita a possibilidade de moldá-los devido ao fato de se fundirem quando estão aquecidos e se solidificarem ao serem resfriados, outra característica é a praticidade em poder serem reciclados, transformando-os em um novo formato, sendo aplicado em diversas propostas e tipos de embalagem. O Polietileno oferece ótima processabilidade e os frascos produzidos apresentam ótima rigidez e excelente resistência ao impacto.<blockquote>"O polietileno é muito utilizado por empresas na fabricação de embalagens por conta da sua alta resistência mecânica, química e térmica. Além do mais, também possuem como vantagens o fato de não ser inerte a ácidos oxidantes, baixa resistência mecânica e de impacto, baixa permeabilidade e baixa resistência aos raios ultravioletas e ozônio." (OLIVEIRA, 2008).</blockquote>

==== [[Blenda polimérica|Blendas Poliméricas]][editar | editar código-fonte] ====
Blendas poliméricas são misturas mecânicas de diferentes plásticos, em que, na maioria dos casos, não há reação química entre eles. Elas são preparadas tendo como principal objetivo a obtenção de materiais com um balanço de propriedades mais equilibradas em casos que polímeros puros utilizados isoladamente não atendem aos requisitos necessários, sendo também uma alternativa econômica para o desenvolvimento de novos materiais, quando comparada à síntese de novos polímeros – ou copolímeros –, cujo custo é mais elevado, destacando assim a relação custo/benefício.

Os benefícios que a blenda trariam ao produto seriam:

* Redução do uso do Polietileno Convencional
* Custo inferior a só usar Polietileno Verde. O custo agregado ao Polietileno Verde é superior ao do Polietileno Convencional, o que acaba tornando isso um empecilho para a substituição completa

* Não impacta na qualidade do produto

* Absorve [[CO2]] do [[meio ambiente]]

Sendo assim, os dois plásticos visualmente iguais, com as mesmas propriedades físicas, cor, aspecto e textura. Por terem as propriedades mecânicas e de processabilidade idênticas, não é necessário investimento em novos maquinários. Além do mais, é uma prática de inovação em sustentabilidade capaz de alavancar o uso de etanol de cana de açúcar e incentivar pesquisas e novas tecnologias de [[desenvolvimento sustentável]].

Por ser uma matéria-prima renovável, a cana-de-açúcar captura e fixa CO2 na atmosfera a cada ciclo de crescimento, colaborando para a redução dos gases causadores do efeito estufa. E, por ter uma capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano, torna-se uma alternativa viável para o processo de blendagem com o polietileno convencional.

Assim, o ciclo de vida útil deste produto deve recuperar a energia empregada para a produção do mesmo. Apesar de não serem biodegradáveis, os polímeros verdes sustentáveis são polímeros que durante sua síntese, processamento ou degradação produzem menor [[impacto ambiental]] que os de origem fóssil.

E por fim, conclui-se que um dos principais motivos para o uso da blendagem é o fato do polietileno convencional utilizar o petróleo na sua composição, que é um recurso finito. Assim, buscar novos materiais para substituir determinados plásticos e desenvolver novos ciclos é importante para a sustentabilidade da indústria.{{referências}}


{{Esboço-objeto}}
{{Esboço-objeto}}

Revisão das 23h37min de 21 de setembro de 2021

 Nota: Para outros significados, veja Garrafa (desambiguação).
Garrafa
Tipo
vessel (d)
long, thin object (d)
recipiente
Características
Material
Garrafa
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Garrafa

Garrafa é um recipiente com o gargalo mais estreito que o corpo, com a finalidade de reter líquidos[1] tais como água, refrigerante, vinho, cerveja, leite etc. Uma grande parcela das garrafas é feita de vidro ou pedra , mas também podem ser de porcelana, metal e outros materiais.

História das garrafas no Brasil

A primeira fábrica brasileira de garrafas de vidro foi implantada em 1810 na Bahia por Francisco Ignácio da Siqueira Nobre. A cachaça era tradicionalmente transportada em barris de madeira, mas, no início do século XIX, há relatos de cachaça em garrafa, não estando claro no entanto se eram recipientes reutilizados de bebidas importadas ou se eram produzidos no país. A cachaça Ypióca iniciou o envasamento em garrafas de vidro em 1895, mas a lei que obrigou todos os produtores a utilizar este tipo de recipiente foi promulgada apenas em 24 de setembro de 1938.[2]

Etimologia

Não há completa certeza, mas parece vir do Árabe garaba, “recipiente para transporte de líquidos”[3]

Tipos de garrafas

pet
Polietileno tereftalato

Alerta sobre risco à saúde

Nome IUPAC poly(ethylene terephthalate)
Abreviação PET
Identificadores
Número CAS 25038-59-9
Propriedades
Fórmula molecular (C10H8O4)n
Densidade 1,3 g·cm-3 (20 °C)
Ponto de fusão > 250 °C
Solubilidade em água praticamente insolúvel
Condutividade térmica 0.15 W m-1 K-1
Índice de refracção (nD) η20 = 1.57 - 1.58
Viscosidade 0.7 - 1.0 dL/g
Compostos relacionados
Polímeros relacionados Polinaftalato de etileno (PEN, formado por ácido naftaleno dicarboxílico e etilenoglicol)

Politereftalato de trimetileno (PTT, formado por ácido tereftálico e propano-1,3-diol) Politereftalato de butileno (PBT, formado por ácido tereftálico e butano-1,4-diol)

Compostos relacionados Ácido tereftálico e Etilenoglicol (monômeros)
Exceto onde denotado, os dados referem-se amateriais sob condições normais de temperatura e pressãoReferências e avisos gerais sobre esta caixa.Alerta sobre risco à saúde.

Polietileno tereftalato, ou PET, é um polímero termoplástico, desenvolvido por dois químicos britânicos Whinfield e Dickson em 1941, formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol. Utiliza-se principalmente na forma de fibras para tecelagem e de embalagens para bebidas.

É um poliéster por possuir o grupo funcional éster na sua cadeira principal, e possui propriedades termoplásticas, isto é, pode ser reprocessado diversas vezes pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando aquecidos a temperaturas adequadas, esse plástico amolece, funde e pode ser novamente moldado.

As garrafas produzidas com este polímero só começaram a ser fabricadas na década de 70, após cuidadosa revisão dos aspectos de segurança e meio ambiente.

No começo dos anos 80, os Estados Unidos e o Canadá iniciaram a coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas. Com a melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicações importantes, como tecidos, lâminas e garrafas para produtos não alimentícios.

Mais tarde na década de 90, o governo americano autorizou o uso deste material reciclado em embalagens de alimentos.

ainda é amplamente utilizado para a fabricação de engarrafados, quando na década de 1970, houve a necessidade da produção de garrafas maiores, de peso leve e inquebráveis, para armazenar bebidas carbonatadas, assim, este polímero conseguiu se ajustar perfeitamente às exigências. As características do PET (grau de garrafa) estão relacionadas com a transparência, resistente ao desgaste e resistente à corrosão, possuindo acabamento de alta resistência e suave, sendo amplamente utilizado para garrafas PET de água mineral, suco, óleo comestível, produtos farmacêuticos, cosméticos, etc

O PET também possui uma baixa absorção de água e boa resistência às forças atrativas, pois a resistência à tração do filme de PET é similar à do filme de alumínio, e é três vezes maior que a do filme para PC e PA. O filme de PET é aparentemente transparente e sua resistência à tração pode atingir 1/3 ~ 1/2 da do aço, se for processada por desenho orientado, pois é um dos filmes termoplásticos mais resistentes existentes. Quando esse o PET é queimado, apresenta uma chama de cor amarelada que corre o risco de explodir durante a queima, mesmo quando afastada do fogo, continua a queimar até ser todo consumido.

O polietileno tereftalato tem sua temperatura de transição vítrea em torno de 70 a 120 ºC, e sua cristalinidade acima de 50%, características que auxiliam nas funções em que o polímero é empregado atualmente.

Índice

Síntese PET[editar | editar código-fonte]

O Polietileno tereftalato é produzido industrialmente em duas etapas: pré-polimerização e a policondensação, em que a primeira etapa corresponde a fabricação do oligômero tereftalato de bis (2-hidroxietileno), BHET, a partir de duas rotas, e a policondensação é responsável pela produção do PET.

A primeira rota é a esterificação direta, onde ocorrerá a reação entre o Ácido tereftálico e o Etilenoglicol, caracterizada por ser heterogênea, autocatalítica, ou seja, não é necessário o uso de catalisadores, com temperatura de trabalho em torno de 240-260 °C. Na segunda rota, ocorre a substituição do Ácido tereftálico pelo Éster tereftalato de dimetileno, com o uso de catalisadores e temperatura de trabalho variando entre 170-210 °C. Reações para obter o PET Antigamente, utilizava-se mais a segunda rota, pela facilidade de se obter o Éster Tereftalato de dimetileno, todavia, atualmente é mais usual a primeira rota, pelas características de solubilidade entre os dois monômeros. Durante as reações de polimerização por condensação das rotas mencionadas, ocorrem a liberação de água e de metanol. Na policondensação, o BHET é submetido a uma temperatura de 280 °C, com uma pressão interna de 1,3 x 10² Pascal e grau de polimerização equivalente a 100. Após o processo ter finalizado, a massa molar do PET será igual a 33000 gramas por mol, com a viscosidade elevada e diminuição da taxa de reação.

Como mostrado na figura ao lado as duas primeiras reações correspondem a obtenção do BHET, que pode ser produzido pela reação entre o dimetiltereftalato (DMT) e o etileno glicol (EG), ou pela reação entre ácido tereftálico (PTA) e também etileno glicol (EG) e a ultima reação que mostra, por fim, a polimerização do BHET submetido ao calor com liberação de etileno glicol (EG).

Co-Polimerização[editar | editar código-fonte]

A co-polimerização é um método usado afim de se diminuir algumas propriedades não requeridas ao polímero, porém, são intrínsecas do mesmo, como por exemplo no PET, a baixa adesão aos materiais metálicos e a redução a possibilidade de tingimento. Nos dias de hoje, a copolimerização é amplamente empregada ao processamento por sopro, com o objetivo de fabricar embalagens para bebidas carbonatadas.

As propriedades alcançadas durante a produção das embalagens dependem de alguns parâmetros, tais como, cristalinidade, massa molar e cristalização, visto que se a cristalinidade for elevada, têm-se uma melhoria das propriedades mecânicas, em contrapartida, se for baixa, ocorre a degradação. Dessa forma, este método é utilizado para diminuir a taxa de cristalização durante o processamento e aumentar a resistência mecânica. Alguns exemplos de co-monômeros aplicados na síntese do PET são: Isoftalato de etileno, 2,6-naftalato de etileno, 1,4-butanodiol.

Processamento PET[editar | editar código-fonte]

No processamento do PET, existem dois métodos de moldagem básicos para garrafas de PET, a de um passo e a de dois passos, as que utilizam o método de um passo (One-Step) com a pré-forma quente e aqueles que utilizam o método dois passos (Two-Step) com a pré-forma fria.

No método de um passo - de grânulos de PET para garrafa acabada -, todos os processos são concluídos em uma máquina integrada, sendo sua maior vantagem a redução no espaço, manuseio dos produtos, a energia utilizada e a qualidade visual, muito maior que o sistema de duas etapas. Isto significa que o pré-molde moldado por injeção, é retirado da cavidade de injeção enquanto ainda está quente o suficiente para ser esticado soprado para formar a garrafa. Não é necessário aquecimento após o processo de injeção, uma vez que as pré-formas não são armazenadas para serem expelidas em uma etapa posterior, mas são recém-moldadas logo após o processo de injeção. Não há riscos de danos na superfície das pré-formas que se tocam durante o armazenamento ou o transporte. O método de um passo (One-Step) é altamente adequado para linhas de produção de pequena e média escala.

O método de dois passos, normalmente, passa pelas seguintes etapas:

1.  Secagem de PET: O PET absorve a umidade da atmosfera. Isto deve ser removido por uma secagem desumidificante antes do processamento.

2.  Produção de pré-moldes PET Plastificando o PET: As pastilhas de PET secas são comprimidas e derretidas por um parafuso rotativo.

3.  Moldagem por injeção da pré-forma de PET: O PET fundido é injetado na cavidade da injeção e esfriou rapidamente para formar uma "pré-forma" (A forma de tubo de ensaio a partir da qual as garrafas são explodidas é conhecida como uma pré-forma).

4.  Aquecimento da pré-forma PET: A temperatura da pré-forma é ajustada ao perfil correto para soprar.

Moldagem do PET por estiramento do sopro

A pré-medida quente é simultaneamente esticada e soprada (orientando os cristais e fortalecendo o PET *) em um molde de sopro moldado para formar um recipiente resistente e leve. O PET que é aquecido a uma temperatura em que as moléculas em forma de cadeia são suficientemente móveis para desenrolar em vez de quebrar quando estendido, podem ser orientadas por alongamento. O estiramento aplicado a partir de duas direções em ângulos retos, como na moldagem por sopro por estiramento, dá orientação biaxial. O PET orientado contém cadeias cuidadosamente embaladas alinhadas nas direções do estiramento. O material é mais forte porque as moléculas agem juntas em vez de individualmente. A resistência à tração do PET orientado é várias vezes a do material não esticado e a resistência ao impacto, barreira e resistência química também são significativamente melhoradas, de modo que as garrafas podem ser mais leves sem sacrificar o desempenho.

Reciclagem[editar | editar código-fonte]

Uma garrafa PET demora no meio ambiente cerca de 400 anos para se degradar. Pode ser reciclado pelo processo de termo reação, ou a quente, onde em determinada temperatura, o polímero fica líquido, podendo então ser moldado, extrusado e comprimido em outras formas.

As garrafas produzidas com esse polímero podem permanecer na natureza por até 800 anos.

No começo da década de 1980, os Estados Unidos e Canadá iniciaram a coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas.

Com a melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicações importantes, como tecidos, lâminas e garrafas para produtos não alimentícios.

Mais tarde na década de 1980, o governo norte americano autorizou o uso destes materiais reciclados em embalagens de alimentos.

A produção cresceu, mas a reciclagem não acompanhou a produção, gerando uma invasão de garrafas de todos os tamanhos e formatos, hoje a produção de pet avançou e é um dos maiores vilões do meio ambiente, poluindo matas, rios e córregos.

Contaminantes[editar | editar código-fonte]

Os principais contaminantes do PET reciclado são adesivos plásticos A base ou ("base cup") - a famosa base de alguns refrigerantes de Polipropileno. A maioria dos processos de lavagem não impede que traços destes produtos indesejáveis permaneçam no floco de PET.

A cola age como catalisador de degradação hidrolítica quando o material é submetido à alta temperatura no processo de extrusão, além de escurecer e endurecer o reciclado. O mesmo pode ocorrer com o policloreto de vinilo (PVC), que compõe outros tipos de garrafas e não pode misturar-se com a sucata de PET, pois o PVC reage com o PET, transformando-o em outra substância.

O alumínio existente em algumas tampas é apenas tolerado com teor de até 50 partes por milhão [ppm] no reciclado.

Seleção[editar | editar código-fonte]

A seleção e pré-processamento da sucata é muito importante para a garantia de qualidade do reciclado. A seleção pode ser feita pelo símbolo que identifica o material ou pela cor (cristal, âmbar ou verde). A separação pode seguir processos manuais ou mecânicos, como sensores ópticos.

No pré-processamento, após a prensagem, é preciso retirar os contaminantes, separando-os por diferença de densidade em fluxo de água (levigação) ou ar. Além do rótulo (polietileno de alta densidade), devem ser retirados da sucata os resíduos de refrigerantes e demais detritos, por meio de processos de lavagem.

Os diferentes tipos de garrafas também podem ser um problema na reciclagem. As garrafas que são usadas para envase de bebidas carbonatadas precisam de um índice de viscosidade maior que o de uma garrafa de água, por exemplo. Dependendo da aplicação da resina reciclada, a mistura dos dois tipos de garrafas pode dar um efeito complicador no futuro processamento.

Vantagens da Reciclagem[editar | editar código-fonte]

  • Redução do volume de lixo nos aterros sanitários e melhoria nos processos de decomposição de matérias orgânicas nos mesmos. O PET acaba por prejudicar a decomposição pois impermeabiliza certas camadas de lixo, não deixando circularem gases e líquidos.
  • Economia de petróleo pois o plástico é um derivado.
  • Economia de energia na produção de novo plástico.
  • Geração de renda e empregos.
  • Redução dos preços para produtos que têm como base materiais reciclados.
  • O material não pode ser transformado em adubo. Plástico e derivados não podem ser usados como adubo, pois não há bactéria na natureza capaz de degradar rapidamente o plástico.
  • É altamente combustível, com valor de cerca de 20 Megajoules/quilo , e libera gases residuais como monóxido e dióxido de carbono, acetaldeído, benzoato de vinila e ácido benzóico. Esses gases podem ser usados na indústria química.É muito difícil a sua degradação em aterros sanitários.

Beneficiamento do PET[editar | editar código-fonte]

  • O PET possibilita o uso de mecanismos para orientação das cadeias para formação de estruturas mais resistentes e transparentes.
  • Outro aspecto, é a alteração das propriedades do material de acordo com a temperatura, taxa e tensão de deformação.
  • Uma forma de se melhorar as propriedades mecânicas é pelo tratamento térmico, onde as tensões do material são reduzidas ou eliminadas para obtenção de maior estabilidade.
  • Estudos indicam que a reorientação de cadeias poliméricas tendem a aumentar a rigidez do material. Podem também reduzir a permeabilidade à gases em relação ao material com cadeias não orientadas.
  • Alguns aditivos podem ser usados como coatings para melhorar aspectos do PET, como o caso do óxido de silício, que previne a migração de gás por meio da substância sem efeitos negativos sobre o alimento que contém ou o próprio polímero.

Biodegradação do PET[editar | editar código-fonte]

  • Existe uma enzima chamada PETase que é expelida por algumas bactérias e é capaz de digerir o polímero. Um exemplo é a bactéria chamada Ideonella sakaiensis que pode se "alimentar" de PET utilizando carbono e energia. A enzima age convertendo as moéculas de PET para MHET (ácido tereftálico), mono(2-hidroxietil), e aí absorvida pela bactéria. Porém, a enzima demora um tempo relativamente alto para converter uma pequena quantidade de PET, e sua velocidade tende a ser inversamente proporcional ao índice de cristalinidade do polímero.
  • Existem estudos para aumentar a atividade e eficiência da enzima PETase por meio de simulações computacionais para entender como a enzima se liga às moléculas de PET. Nesse estudo, foi constatado que existem dois aminoácidos no sítio ativo e o experimento consistiu na conversão desse para cutinase para atingir maior eficiência. Porém, ao tentar suprimir para possuir apenas essa característica, o resultado foi a produção ainda maior de PETase ativa. Assim, foi necessário mais estudos para entender porque a PETase modificada era mais eficiente, e foi concluído que o sistema de ligação entre enzima e substrato era mais fácil de ocorrer (sistema chave fechadura).
  • Outro estudo, no Instituto de Biomedicina e Biotecnologia de Cantabria, reportou que vermes de cera (wax worm / lagarta) são capazes de romper as moléculas de polietileno, característica que foi confrontada por outros estudiosos da Universidade de Johaness Gutenberg que disseram que os produtos observados eram de origem da própria lagarta
Polietileno

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(Redirecionado de PEAD)

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Pedaço de PEAD O polietileno (ou polieteno, de acordo com a denominação oficial da IUPAC) é quimicamente o polímero mais simples. É representado pela cadeia: (CH2-CH2)n. Devido à sua alta produção mundial, é também o mais barato, sendo um dos tipos de plástico mais comuns. É quimicamente inerte. Obtém-se pela polimerização do etileno (de fórmula química CH2=CH2, e chamado de eteno pela IUPAC), de que deriva seu nome.

Este polímero pode ser produzido por diferentes reações de polimerização, como por exemplo a polimerização por radicais livres, polimerização aniônica, polimerização por coordenação de íons ou polimerização catiônica. Cada um destes mecanismos de reação produz um tipo diferente de polietileno.

É um polímero de cadeia linear não ramificada, embora as ramificações sejam comuns nos produtos comerciais. As cadeias de polietileno se rompem sob a temperatura de arrefecimento Tg em regiões amorfas e semicristalinas.

Índice

Classificação e propriedades físicas[editar | editar código-fonte]

A abreviatura do polietileno geralmente usada é PE. Os polietilenos podem ser classificados em:

  • PEBD (em inglês conhecido como LDPE ou PE-LD): Polietileno de Baixa Densidade;
    • Atóxico
    • Flexível
    • Leve
    • Transparente
    • Inerte (ao conteúdo)
    • Impermeável
    • Pouca estabilidade dimensional, mas com processamento fácil
    • Baixo custo
  • PEAD (em inglês conhecido como HDPE ou PE-HD): Polietileno de Alta Densidade; densidade igual ou maior que 0,941 g/cm³. Tem um baixo nível de ramificações, com alta densidade e altas forças intermoleculares. A produção de um bom PEAD depende da seleção do catalisador. Alguns dos catalisadores modernos incluem os de Ziegler-Natta, cujo desenvolvimento rendeu o Prêmio Nobel
    • Resistente a altas temperaturas;
    • Alta resistência à tensão; compressão; tração;
    • Baixa densidade em comparação com metais e outros materiais;
    • Impermeável;
    • Inerte (ao conteúdo), baixa reatividade;
    • Atóxico
    • Pouca estabilidade dimensional
  • PELBD (em inglês conhecido como LLDPE): Polietileno linear de baixa densidade;
  • UHWPE: Polietileno de massa molecular ultra-alta;
  • PEX: Polietileno com formação de rede.
Características PEBD PEAD PELBD
Grau de cristalinidade [%] 40 a 50 60 a 80 30 a 40
densidade [g/cm³] 0,915 a 0,935 0,94 a 0,97 0.90 a 0.93
Módulo [MPa] a 25 °C ~130 ~1000 -
Temperatura de Fusão [°C] 105 a 110 130 a 135 121 a 125
estabilidade química boa excelente boa
Esforço de ruptura [MPa] 8,0-10 20,0-30,0 10,0-30,0
Elongação à ruptura [%] 20 12 16
Módulo elástico E [MPa] 200 1000 -
Coeficiente de expansão linear [K−1] 1.7 * 10−4 2 * 10−4 2 * 10−4
Temperatura máxima permissível [°C] 80 100 -

Aplicações[editar | editar código-fonte]

  • PEBD:
    • Sacolas de todo tipo: supermercados, boutiques, panificação, congelados, industriais, etc.;
    • Embalagem automática de alimentos e produtos industriais: leite, água, plásticos, etc.;
    • Stretch film;
    • Garrafas térmicas e outros produtos térmicos;
    • Frascos: cosméticos, medicamentos e alimentos;
    • Mangueiras para água;
  • PEAD:
    • Frascos para: detergentes, shampoo, etc;
    • Sacolas para supermercados;
    • Caixotes para peixes, refrigerantes, cervejas;
    • Frascos para pintura, sorvetes, azeites;
    • Tambores;
    • Tubulação para gás, telefonia, água potável, lâminas de drenagem e uso sanitário;
    • Também é usado para recobrir lagoas, canais, fossas de neutralização, contratanques, tanques de água, lagoas artificiais, etc..

Copolímeros de Etileno[editar | editar código-fonte]

Além da polimerização com alfaolefinas, o etileno pode ser polimerizado através de um grande número de monômeros diferentes. Exemplos destes monômeros são o acetato de vinila, que resulta no copolímero de etilenovinil acetato, ou EVA, cujo uso é comum em sandálias e tênis. Também podem ser obtida uma grande variedade de acrilatos.

História[editar | editar código-fonte]

O polietileno foi sintetizado pela primeira vez pelo químico alemão Hans von Pechmann, que, acidentalmente, o preparou em 1898 enquanto aquecia diazometano. Quando seus colegas Eugen Bamberger e Friedrich Tschirner caracterizaram a substância gasosa e branca criada, descobriram grandes cadeias compostas por -CH2- e o denominaram "polietileno".

Em 27 de Março de 1933, o polietileno foi sintetizado tal como o conhecemos atualmente, por Reginald Gibson e Eric Fawcett, na Inglaterra, que trabalhavam para os Laboratórios ICI. Isto foi possível aplicando-se uma pressão de cerca de 1400 bar e uma temperatura de 170 °C, onde foi obtido o material de alta viscosidade e cor esbranquiçada que se conhece atualmente.

A pressão requerida para conseguir produzir a polimerização do etileno era muito alta, e por isso a investigação sobre catalisadores realizada pelo alemão Karl Ziegler e pelo italiano Giulio Natta, que originou os catalisadores Ziegler-Natta, rendeu-lhes o prêmio Nobel em 1963 por sua contribuição científica à química. Com estes catalisadores, é possível a polimerização sob pressão normal.

Aplicações modernas[editar | editar código-fonte]

O polietileno pode formar uma rede tridimensional quando é submetido a uma reação covalente de vulcanização (cross-linking). O resultado é um polímero com efeito de memória. Tal efeito consiste na estabilidade ou permanência do material em uma certa temperatura, podendo sua forma ser modificada simplesmente ao aquecer o polímero a essa temperatura. O efeito térmico de memória nos polímeros é diferente do efeito térmico de memória nos metais, encontrado em 1951 por Chang e Read, no qual ocorre uma mudança na estrutura cristalina por meio de uma transformação martensítica[necessário esclarecer]. No caso dos polímeros este efeito se baseia em forças de entropia e pontos vulcanizados de estabilidade física ou química.

No caso do polietileno com efeito térmico de memória, os usos mais comuns são películas termoencolhíveis e isolantes.

Outros polímeros que apresentam o efeito térmico de memória são: Poli(norborneno), poliuretanos, poliestireno modificado e quase qualquer polímero ou copolímero que seja cristalino ou amorfo que possa formar uma rede tridimensional.

Polímeros com problemas para o efeito térmico de memória: Polipropileno.

Outras novas aplicações de PE incluem o composto de serragem e PE em percentuais que vão desde 10% a 70% de madeira. O resultado é um composto estável e de maior densidade que o PE. Um equipamento especial para seu processamento é recomendado, assim como aditivos de acoplamento e auxílios de processo. Em peças grandes, também se usam os espumantes para reduzir a densidade da peça.

Processamento[editar | editar código-fonte]

O polietileno é usado para diferentes tipos de produtos finais, e para cada um deles são utilizados processos diferentes. Entre os mais comuns, estão:

O polietileno é um material translúcido, podendo ser modificado com três procedimentos comuns:

  • Acrescentar pigmento em pó ao PE antes de seu processamento
  • Colorir todo o PE antes de seu processamento
  • Usar um concentrado de cor (masterbatch), que representa a forma mais econômica e fácil de colorir um polímero.

São importantes os aditivos para o uso final. Dependendo da função final, são recomendáveis, por exemplo: antioxidantes, antichama, antiestáticos, antibactérias.

Polietileno verde ou renovável[editar | editar código-fonte]

Obtido da cana-de-açúcar, ou seja da biomassa vegetal matéria-prima renovável. O Brasil é o primeiro país a desenvolver o produto.[1]

Possível Aplicações[editar | editar código-fonte]

Blenda Polimérica: Polietileno Comum e Polietileno Verde em Embalagens de Shampoo[editar | editar código-fonte]

Durante os últimos anos, uma grande tendência que pôde ser observada foi o aumento do uso de cosméticos no mundo todo, bem como a variedade de produtos utilizados. No entanto, o enfoque sustentável ainda não é colocado em prática pela grande maioria das empresas e, com o aumento no consumo de cosméticos, um problema que se agrava é o esgotamento das reservas de petróleo.

Os produtos comercializados costumam utilizar o plástico em suas embalagens e derivado do petróleo na sua composição. Segundo estudos publicados pela British Petroleum e citados por Mendonça (2021)[2], as reservas podem acabar em 2067, o que reforça a necessidade de buscar por compostos renováveis para substituir o plástico, como os biopolímeros.

Visando diminuir o impacto que as embalagens de cosméticos geram, será analisado como fazer o processo de blendagem misturando o polietileno de origem fóssil ao polietileno verde. O Polímero Verde captura e fixa CO2 da atmosfera durante sua produção, colaborando na redução da emissão desse gás, o que é benéfico para o meio ambiente já que ele contribui para o efeito estufa.

Então, feito a partir de eteno obtido da cana-de-açúcar, o polietileno verde possui as mesmas características físicas do polietileno convencional, sendo uma boa opção para o processo de blendagem. Logo, também poderá ser utilizado na produção de embalagens de cosméticos, afinal, com a produção em escala seu custo tenderá a diminuir e se tornar mais acessível.

Outro ponto positivo apresentado, é que por serem materiais termoplásticos eles podem ser moldados, fundindo-se ao serem aquecidos e se solidificando ao serem resfriados. Portanto, podem ser facilmente reciclados, transformando-os em um novo formato, sendo aplicado em diversas propostas e tipos de embalagem.

Para o processo de blendagem do polietileno comum, O polímero PEAD facilita a possibilidade de moldá-los devido ao fato de se fundirem quando estão aquecidos e se solidificarem ao serem resfriados, outra característica é a praticidade em poder serem reciclados, transformando-os em um novo formato, sendo aplicado em diversas propostas e tipos de embalagem. O Polietileno oferece ótima processabilidade e os frascos produzidos apresentam ótima rigidez e excelente resistência ao impacto.

"O polietileno é muito utilizado por empresas na fabricação de embalagens por conta da sua alta resistência mecânica, química e térmica. Além do mais, também possuem como vantagens o fato de não ser inerte a ácidos oxidantes, baixa resistência mecânica e de impacto, baixa permeabilidade e baixa resistência aos raios ultravioletas e ozônio." (OLIVEIRA, 2008).

Blendas Poliméricas[editar | editar código-fonte]

Blendas poliméricas são misturas mecânicas de diferentes plásticos, em que, na maioria dos casos, não há reação química entre eles. Elas são preparadas tendo como principal objetivo a obtenção de materiais com um balanço de propriedades mais equilibradas em casos que polímeros puros utilizados isoladamente não atendem aos requisitos necessários, sendo também uma alternativa econômica para o desenvolvimento de novos materiais, quando comparada à síntese de novos polímeros – ou copolímeros –, cujo custo é mais elevado, destacando assim a relação custo/benefício.

Os benefícios que a blenda trariam ao produto seriam:

  • Redução do uso do Polietileno Convencional
  • Custo inferior a só usar Polietileno Verde. O custo agregado ao Polietileno Verde é superior ao do Polietileno Convencional, o que acaba tornando isso um empecilho para a substituição completa
  • Não impacta na qualidade do produto

Sendo assim, os dois plásticos visualmente iguais, com as mesmas propriedades físicas, cor, aspecto e textura. Por terem as propriedades mecânicas e de processabilidade idênticas, não é necessário investimento em novos maquinários. Além do mais, é uma prática de inovação em sustentabilidade capaz de alavancar o uso de etanol de cana de açúcar e incentivar pesquisas e novas tecnologias de desenvolvimento sustentável.

Por ser uma matéria-prima renovável, a cana-de-açúcar captura e fixa CO2 na atmosfera a cada ciclo de crescimento, colaborando para a redução dos gases causadores do efeito estufa. E, por ter uma capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano, torna-se uma alternativa viável para o processo de blendagem com o polietileno convencional.

Assim, o ciclo de vida útil deste produto deve recuperar a energia empregada para a produção do mesmo. Apesar de não serem biodegradáveis, os polímeros verdes sustentáveis são polímeros que durante sua síntese, processamento ou degradação produzem menor impacto ambiental que os de origem fóssil.

E por fim, conclui-se que um dos principais motivos para o uso da blendagem é o fato do polietileno convencional utilizar o petróleo na sua composição, que é um recurso finito. Assim, buscar novos materiais para substituir determinados plásticos e desenvolver novos ciclos é importante para a sustentabilidade da indústria.

Referências

  1. http://www.merriam-webster.com/dictionary/bottle
  2. Cavalcante, Messias Soares. A verdadeira história da cachaça.As garrafas são objetos de assassinato. São Paulo: Sá Editora, 2011. 608p. ISBN 9788588193628
  3. «garrafa | Palavras | Origem Da Palavra». origemdapalavra.com.br. Consultado em 21 de setembro de 2021 
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