Flávio Vegécio

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Flávio Vegécio
Flávio Vegécio
Nascimento século IV
Morte 450
Cidadania Roma Antiga
Ocupação escritor, militar, poeta, historiador, médico, administrador
Obras destacadas De Re Militari
Religião cristianismo

Públio Flávio Vegécio Renato (em latim: Publius Flavius Vegetius Renatus), conhecido como Vegécio, foi um escritor do Império Romano do século IV.

Mulomedicina (1250-1375 ca., Biblioteca Medicea Laurenziana, pluteo 45.19)

Apenas se conhece da sua biografia a breve informação que relata ele próprio. Vegécio não se identifica como militar, mas como "vir illustris comes" (homem ilustre e conde) termos que, no latim da época, assinalam-no como um personagem próximo do imperador de Roma. O cognome Renato sugestiona que abraçou o cristianismo na idade adulta.

Apenas são conhecidas datas da sua vida, salvo pelas referências históricas da sua própria obra: no seu "Epitoma rei militaris" alude ao imperador Graciano como deificado, o que situa a obra como posterior à morte deste em 383; uma anotação de Flávio Eutrópio, um escreva de Constantinopla, sobre um dos seus manuscritos já publicados, remonta a 450. Vegécio dedicou as suas obras ao imperador reinante na época, mas não especifica quem era este exatamente; uns estudiosos sugestionam que Teodósio I, a hipótese mais provável, e outros que Valentiniano III.

Obras[editar | editar código-fonte]

Conservam-se duas obras suas: Epitoma rei militaris ("Compêndio Militar"), também conhecido como De Re Militari, na qual defende a retomada dos métodos de organização e treinamento usados no passado nas legiões romanas, descrevendo-os a partir de várias fontes.

Escreveu também a menos conhecida Digesta Artis Mulomedicinae um tratado de veterinária sobre as doenças de cavalos e mulos.

Epitoma rei militaris [editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: De Re Militari

É um tratado que descreve os usos militares do exército romano na antiguidade. Cita do próprio Vegécio no prefácio:

Na própria obra afirma o autor que escreveu primeiro o Livro I como um tratado independente e que, depois, a pedido do imperador, ampliou-a com os três livros seguintes.

Por ser uma obra eminentemente prática, breve e escrita num latim simples, foi tida como referência entre os militares da Idade Média e o Renascimento e, pelo detalhado do seu relato, foi considerada uma importante fonte para os historiadores. Copiado com profusão, o texto sobreviveu íntegro até o nossos dias; foi traduzido para vários idiomas antes da invenção da imprensa e impresso pela primeira vez em Utreque em 1473. A partir do século XVI a reputação de Vegécio como fonte histórica começou a decair pela descoberta de outros autores como Políbio, e pela objeção de que misturava confusamente as instituições de diversos períodos do Império Romano.

Vegécio cita entre as suas fontes Catão, o Velho, Cornélio Celso, Frontino, Padarno e as constituições imperiais de Augusto, Trajano e Adriano.

O livro caracteriza-se pela nostalgia de Vegécio para os tempos anteriores a ele e o elogiamento de glórias passadas, lamentando o abandono no que se encontra o exército no seu tempo, e propondo o ressurgir deste, pondo especial ênfase na necessidade de disciplina e treino. Do livro I, capítulo I:

De Vegécio é a locução "Si vis pacem, para bellum" (se queres a paz, prepara a guerra), embora o texto original diz exatamente:

.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Flávio Vegécio Renato (2006). Compêndio de técnica militar. Madrid: Editorial Cátedra. ISBN 978-84-376-2313-9 
  • Flávio Vegécio Renato (1999). Medicina veterinaria. Introd., trad. e notas de José María Robles Gómez. Madrid: Editorial Gredos. ISBN 978-84-249-2245-0 
  • Bowder, Diana - "Quem foi quem na Roma Antiga", São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A,s/d


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