Fronteira de possibilidades de produção
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Em economia, a fronteira de possibilidades de produção (FPP), também designada por curva de possibilidade de produção (CPP), ilustra graficamente a escassez dos fatores de produção e cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade.
Assim na função supõe-se a produção de apenas dois bens, sabendo que os restantes fatores de produção já são dados.
A Função FPP tem a forma de curva e, ao longo desta, é possível estabelecer diferentes pontos máximos de eficiência produtiva e respectivos trade-offs resultantes do aumento/diminuição da produção de um dos bens expostos.
Qualquer ponto no seu interior representa ineficiência produtiva, pois não se produz na máxima eficiência possível, estabelecida pela fronteira. Qualquer ponto no seu exterior é impossível como prova a lógica.
Teoria
[editar | editar código-fonte]A curva representa todas as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existentes no mundo.
Em economias de mercado, descentralizadas, a escolha sobre as alternativas de produção fica a cargo do mercado. enquanto em economias planificadas, centralizadas, o deslocamento da CPP é feito conforme decisão de quem a controla.
Devido a limitação de recursos, a produção total, de um país por exemplo, tem um limite máximo, uma produção potencial, que é representada por um ponto sobre a curva.
Exemplo
[editar | editar código-fonte]Para fins de simplificação, imagine a decisão sobre uma escolha e suas possíveis soluções num empreendimento de plantio:
Um sítio com um tamanho fixo, uma base de instalações, insumos agrícolas e um número fixo de trabalhadores.
Como a análise concomitante de tais problemas é bastante complicada, vamos supor que, nesse sítio, os ruralistas estão concentrados em produzir dois tipos de bens: feijão guandu e milho.
Se o ruralista utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o plantio de guandu. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente à cultura de guandu, utilizando-se de todo o sítio para este fim, não poderá plantar milho.
Existirão, é claro, alternativas intermediárias, como a utilização de parte das terras para o plantio de guandu, ficando a fração restante para a cultura de milho. As várias possibilidades de produção podem ser ilustradas através de um exemplo numérico.
Possibilidades Guandu (kg) Milho (kg) A 0 8000 B 1500 7000 C 2500 6000 D 3500 5500 E 4500 3500 F 5500 0
Vamos, a seguir, representar graficamente a escala de possibilidades de produção entre milho e soja. Para tanto, utilizaremos um sistema de eixos cartesianos. O eixo das ordenadas (vertical) representará a quantidade de milho que a fazenda pode produzir.
No eixo das abscissas (horizontal) representaremos a quantidade de soja que pode ser obtida.
“Curva de Possibilidades de Produção” (ou Fronteira de Possibilidades de Produção) nos mostra todas as combinações possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas, quando todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados (significando estar havendo pleno emprego de recursos).
Eficiência produtiva
[editar | editar código-fonte]Teremos a eficiência produtiva somente se estivermos situados sobre a fronteira (ao longo da linha AF), onde aumentos na produção de soja deverão vir, necessariamente, acompanhados de diminuições na produção de milho.
Custo de Oportunidade: acabamos de verificar que se a fazenda estiver usando eficientemente seus recursos (o que indica uma situação de pleno emprego) um aumento na produção de soja somente ocorrerá mediante uma diminuição na produção de milho. Assim, o custo de um produto poderá ser expresso em termos da quantidade sacrificada do outro.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Custo de oportunidade: expressão utilizada para exprimir os custos em termos das alternativas sacrificadas.
Referências
- Nicholson, Walter (2005). Microeconomic Theory: Basic Principles and Extensions. [S.l.]: Thomson/South-western. pp. 339–345. ISBN 0-324-27086-0
- Samuelson, Paul A. (1967). «Summary on Factor-Price Equalization». International Economic Review, Vol. 8, No. 3. International Economic Review. 8 (3): 286–295. JSTOR 2525536. doi:10.2307/2525536
- Samuelson, Paul A. (1962). «The Gains from International Trade Once Again». The Economic Journal, Vol. 72, No. 288. Economic Journal. 72 (288): 820–829. JSTOR 2228353. doi:10.2307/2228353
- Samuelson, Paul A. (1971). «Ohlin Was Right». Swedish Journal of Economics. 73 (4): 365–384. JSTOR 3439219. doi:10.2307/3439219
- Samuelson, Paul A. (1947, Enlarged ed. 1983). Foundations of Economic Analysis. Ch. VIII for welfare-theoretical mathematical expression of PPF.
- Bator, Francis M. (1957). «The Simple Analytics of Welfare Maximization». American Economic Review. 47 (1): pp. 22–59
- Martin, John P. (1976). «Variable Factor Supplies and the Heckscher-Ohlin-Samuelson Model». The Economic Journal, Vol. 86, No. 344. Economic Journal. 86 (344): 820–83. JSTOR 2231455. doi:10.2307/2231455