Homero Prates

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Homero Prates
Nascimento 1 de agosto de 1890
São Gabriel
Morte 14 de novembro de 1957
Cidadania Brasil
Ocupação advogado, escritor, poeta

Homero Mena Barreto Prates da Silva (São Gabriel, 01 de agosto de 1890Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1957) foi um escritor, poeta, jurista e magistrado, gaúcho e brasileiro.

Formou-se na Faculdade de Direito de Porto Alegre, em 1912, iniciou na judicatura, em Dom Pedrito[1], no Rio Grande do Sul.

Poeta, jornalista e crítico literário[editar | editar código-fonte]

Residiu por certo tempo em São Paulo, durante o governo Altino Arantes, e ali dirigiu a revista Panóplia. No Rio, exerceu a critica literária em O País, de 1919 a 1924.

Virtuoso da expressão e das formas métricas, dono de uma dicção finamente elaborada, coruscante como as pedrarias que ele cantou, de luz íntima e rica, Homero Prates forma no grupo de simbolistas gaúchos que honraram a nossa poesia no decênio anterior ao do modernismo.

Em seu livro de estreia, As Horas Coroadas de Rosas e de Espinhos (1912), título que se atravessa ao alto das páginas abertas, em sépia, discorre sobre as pedras preciosas, com luxo de sensibilidade não inferior ao de Esseintes e com simbolismo que recorda os lapidários medievais; em Torre Encantada (1917), livro de grande formato, impresso em tinta violeta, exibe opulência nababesca de formas métricas, oficiando no altar do pantum, da balada, do canto-real, da vilanela, da sextina e do rondel, mas tudo isso sem nenhuma intenção parnasiana "de aperfeiçoar a métrica", e sim de conquistar reinos exóticos, guardados por terríveis dragões....

Em No Jardim dos Ídolos e das Rosas, chega ao poema em prosa.

Colaborou nas revistas Fon-Fon, Careta, O Malho, Ilustração Brasileira, junto com seus conterrâneos Felipe D'Oliveira e Álvaro Moreyra.[1]

Jurista e Magistrado[editar | editar código-fonte]

Muda para o Rio de Janeiro, após a Revolução de 30, onde foi nomeado, por Getúlio Vargas, Juiz Auditor de Guerra.

A seguir, iniciou sua longa carreira de magistrado trabalhista, tendo sido empossado presidente da Primeira das Juntas de Conciliação e Julgamento[1], hoje Vara do Trabalho, da então Capital Federal do Brasil.

Nessa missão ficou conhecido como notório conciliador, chegando a oferecer dinheiro do próprio bolso para conciliar as partes.

Este episódio ficou conhecido como "Quanto custa este borzeguim?", indagação que o magistrado proferiu, durante uma audiência em que um sapateiro carioca reclamava do prejuízo que um seu empregado lhe teria causado. Homero, retirou a carteira do bolso, e se pôs à disposição para indenizar o eventual prejuízo.[2]

Foi promovido a Juiz do trabalho, atualmente Desembargador Federal, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, e um dos acórdãos que relatou, no processo 609/49, em que condenou ferroviários por exercício ilegal do direito de greve, pode ser visualizado na seção memórias desta Corte.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Foi candidato a vaga na Academia Brasileira de Letras, mas, por um único voto, não se elegeu.

Cedeu nome a logradouros públicos nas cidades de:[3].

  1. No município de Gravataí, Estado do Rio Grande do Sul, no bairro da COHAB 2, C.E.P. 90040-320;
  2. no município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, no bairro de Ipanema, C.E.P. 91760-390;
  3. no município do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, no bairro de Guadalupe, C.E.P. 21670-330;
  4. no município de São Paulo, Estado de São Paulo, no bairro do Parque América, C.E.P. 04822-050.

Está sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

Relações familiares[editar | editar código-fonte]

Filho do desembargador, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Tito Prates da Silva e de Alice Mena Barreto, era sobrinho do general e estancieiro João Carlos Mena Barreto.[1]. Casado com Cleonice Lacerda Ribeiro Prates, sogro e tio de Marco Aurélio Prates de Macedo, ambos já falecidos. Tio de Helio Prates da Silveira e Caio Flavio Prates da Silveira. Pai de Iliana Prates de Macedo. Avô de Cibele Prates de Macedo Cruz e Samira Prates de Macedo. Bisavô de Thaís, Liana e Marco Aurélio. Trisavô de Henrique (todos computados em 2013).

Obras[1][editar | editar código-fonte]

  • Atos simulados e atos em fraude de lei;
  • Ao Sol dos Pagos, Rio, Papelaria Velho, 1939;
  • As horas coroadas de rosas e de espinhos, Rio, Tip. Progresso,1912;
  • Código de Justiça Militar;
  • História de D. Chimango, Rio, 1927;
  • Morte de Ariel, Rio, 1947;
  • No Jardim dos Ídolos e das Rosas, Rio, Pimenta de Melo, 1920
  • O Sonho de D. João, Rio, 1951;
  • Orfeu, São Paulo, Monteiro Lobato, 1923;
  • Poemas bárbaros, 1908;
  • Torre Encantada, São Paulo, Secção de Obras do Estado de São Paulo, 1917.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BRASIL, Ministério da Comunicações, ECT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, "Guia Postal Brasileiro", 9a.ed., 2 volumes, 1463pp., Brasília, 2000.
  • SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande (3 vol.). Porto Alegre: Livraria Sulina, 1969. 840 p.
  • RAMOS, Péricles Eugênio da Silva, in POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p. 31-336.

Referências

  1. a b c d e SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande (3 vol.). Porto Alegre: Livraria Sulina, 1969. 840 p.
  2. http://portal.trt1.jus.br:7777/portal/page?_pageid=73,336623&_dad=portal&_schema=PORTAL
  3. ECT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, "Guia Postal Brasileiro", 9a.ed., 2 volumes,1463pp.,Brasília, 2000..
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