Karl Otfried Müller

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Karl Otfried Müller
Karl Otfried Müller
Nascimento 28 de agosto de 1797
Brzeg
Morte 1 de agosto de 1840 (42 anos)
Atenas
Sepultamento Colonus
Cidadania Reino da Prússia
Progenitores
  • Karl Daniel Müller
Irmão(ã)(s) Eduard Müller, Julius Müller
Alma mater
Ocupação arqueólogo clássico, filólogo clássico, professor universitário, mitógrafo, historiador da antiguidade clássica, epigrafista, numismata, erudito clássico, escritor, historiador de arte
Empregador(a) Universidade de Göttingen, Maria-Magdalenen-Gymnasium
Karl Otfried Müller in einem zeitgenössischen Portrait

Karl Otfried Müller (nasceu em Brieg, Silésia, 28 de Agosto de 1797Atenas, Grécia 1 de Agosto de 1840), foi um erudito alemão e filodoriano, ou admirador da antiga Esparta, que introduziu o estudo moderno de mitologia grega.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seus irmãos se chamavam Julius Müller (1801-1878), que foi um teólogo protestante e Eduard Müller (1804-1875), que foi um filólogo e também teólogo alemão.

Nasceu na cidade de Brieg na Silésia, cresceu na atmosfera do protestantismo e foi educado parcialmente em Breslau e parcialmente em Berlin. Nesta cidade ele recebeu incentivo para o estudo da literatura, arte e história da Grécia, sob influência do erudito clássico e antiquariano Philipp August Böckh (1785-1867). Em 1817, depois da publicação da sua primeira obra, Aegineticorum liber, que fala sobre Egina, uma das Ilhas Sarônicas da Grécia, ele recebeu uma nomeação para o Colégio Maria Madalena em Breslau, e em 1819 tornou-se professor adjunto de literatura antiga da Universidade de Göttingen, onde deu aulas de arqueologia e história de arte antiga. Aprofundou seus estudos sobre arte grega viajando no verão de 1822 para a Holanda, Inglaterra e França.

A situação de Müller em Göttingen ficou difícil em razão dos problemas políticos que se seguiram com a ascensão de Ernest Augustus I de Hanover no ano de 1837, tendo ele solicitado permissão para viajar, e deixado a Alemanha em 1839. No mês de Abril do ano seguinte chegou à Grécia, tendo passado o inverno na Itália. Ele estudou os destroços da antiga Atenas, visitou inúmeros lugares em Peloponeso, e finalmente foi a Delphi, onde iniciou as escavações. Foi atacado por uma febre intermitente, da qual ele acabou morrendo em Atenas.

Obras[editar | editar código-fonte]

As suas obras históricas mais importantes foram Geschichten hellenischen Stämme und Städte: Orchomenos und die Minyer (Histórias sobre tribos e cidades da Grécia, Orcómeno e os Minianos, 1820) e Die Dorier (Os Dórios, 1824), incluindo o ensaio Über die Makedonier, sobre os assentamentos, origem e a história de fundação dos Macedônios. Introduziu novos padrões de precisão na cartografia da Grécia antiga. Em 1828 publicou Die Etrusker (Os Etruscos), que é um tratado sobre as antiguidades da civilização etrusca.

A sua obra Prolegomena zu einer wissenschaftlichen Mythologie (Prolegômenos sobre uma Mitologia Científica, 1825), na qual ele evitou os pontos de vista do filólogo e arqueólogo Georg Friedrich Creuzer (1771-1858) e do erudito clássico Christian August Lobeck (1781-1860), preparando o caminho para a investigação científica dos mitos. Trabalhando sem os benefícios do entendimento moderno da psicologia, construiu as perspectivas da "idéia interna" do mito e apresentou as técnicas para determinação da idade de um mito a partir de suas descrições em fontes literárias e também escreveu um capítulo notável sobre como separar o mito das modificações dos poetas e escritores de prosa, e também fez uma análise das relações que Homero e Hesíodo deram as suas tradições, tudo isto antes das contribuições oferecidas pelas arqueologia moderna, da análise filológica, ou da compreensão da transmissão oral de um mito, o que se constitui uma notável conquista.

O estudo sobre a arte antiga foi proposto em seu Handbuch der Archäologie der Kunst (Compêndio de Arqueologia da Arte, 1830) (cuja obra foi traduzida para o inglês por J. Leitch, em 1847), e Denkmäler der alten Kunst (Monumentos de Arte Clássica, 1832), obra que ele assinou em colaboração com o pintor e historiador de arte Carl Oesterley (1805-1891).

Em 1841 foi lançada a sua obra póstuma Geschichte der griechischen Literatür (História da Literatura Grega), que foi traduzida para o inglês como History of the Literature of Ancient Greece e tendo sido publicada em Londres no ano anterior: os capítulos i.-xxii. foram traduzidos por Sir George Cornewall Lewis; capítulos xxiii.-xxxvi. por J. W. Donaldson, que desenvolveu a obra até a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, a qual permaneceu como um de seus melhores livros sobre o assunto durante muitos anos. Müller publicou também uma tradução admirável sobre As Eumênides de Ésquilo com ensaios introdutórios (1833), e novas edições de Varrão (1833) e Festo (1839).

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Karl Otfried Müller, Biografia em alemão http://de.wikisource.org/wiki/ADB:M%C3%BCller,_Otfried
  • Relatos de sua vida escritos pelo seu irmão Eduard Müller, prefixado para a edição póstuma da obra de Müller Kleine deutsche Schriften (1847), é o ponto de partida para todos os ensaios biográficos.
  • Friedrich Lücke, Memórias de K.O. Müller (Göttingen, 1841)
  • Friedrich Ranke, K.O. Müller, ein Lebensbild (Berlin, 1870)
  • Conrad Bursian, História da Filologia Clássica na Alemanha (1883), ii. 1007-1028
  • Calder, W.M., H. Flashar e R. Schlesirt, eds. K.O. Müller Reconsidered, (Urbana) 1995.
  • Karl Dilthey, Otfried Müller (Göttingen, 1898)
  • Ernst Curtius, Altertum und Gegenwart (Antiguidade e Modernidade)
  • Ensaio de John William Donaldson Sobre a vida e Escritos de Karl Otfried Müller em vol. i. a partir de uma tradução para o inglês Sobre a História da Literatura Grega.
  • Uma biografia escrita a partir de suas cartas foi publicada por O. e Else Kern, K. O. Müller, Lebensbild in Briefen an seine Eltern (1908); veja também
  • J. E. Sandys, History of Classical Scholarship (História da Erudição Clássica), iii. (1908), 213-216.Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.