Luís Cunha Ribeiro

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Luís Manuel de Paiva Gomes Cunha Ribeiro (Lamego, 20 de Outubro de 1955) é um médico português.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho primogénito de Ângelo Augusto Cunha Ribeiro (Gondomar, Rio Tinto, Lugar do Forno, 26 de Julho de 1926) e de sua mulher Maria de Jesus Ribeiro de Paiva Gomes (Moimenta da Beira, Moimenta da Beira, 6 de Março de 1928), sobrinha paterna de José de Paiva Gomes e de António de Paiva Gomes.

Em 1978, concluiu a Licenciatura em Medicina e Cirurgia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde foi Professor Assistente Convidado de Fisiologia de 1978 a 1993. Foi aprovado por unanimidade com "Muito Bom" nas Provas de Aptidão Pedagógica e Científica em Maio de 1991.[1]

Chefe de Serviço da Carreira Hospitalar, foi Director do Serviço de Imunohemoterapia do Hospital de São João, no Porto entre 1996 e 2000 e, novamente, entre 2008 e 2011, de cujo Hospital foi, também, Director Clínico de 2000 a 2003.[1]

Por solicitação do Ministério da Defesa, foi responsável pela elaboração do projecto "Desenvolvimento de Sistemas Telemáticos para o Sistema de Saúde Militar" de 1994 a 1996. Foi, seguidamente, Membro do "Steering Comittee" e responsável médico do projecto "An European Health Natural Quality System" de 1996 a 1998. Entretanto, foi Responsável Médico dum projecto europeu para o desenvolvimento dum Sistema Integrado de Informação Hospitalar (HOSPITAL 2000, Esprit project 7509, EC) e Avaliador do "Telematics" (DG XIII, EC) entre 1997 e 1999.[1]

Foi Presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica - INEM entre 2003 e Fevereiro de 2008, Presidente da Comissão de Planeamento de Emergência e Saúde de 2003 a 2008, Vogal do Conselho de Administração da Prevenção Rodoviária Portuguesa de 2004 a 2007, Membro do Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergência entre 2003 e 2008, Membro do Joint Medical Committee – Senior Civil Emergency Planning Committee, da Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN, de 2004 a 2008, Consultor do Ministério da Saúde entre Junho de 2008 e Maio de 2011 e, finalmente, Presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo - ARSLVT desde Outubro de 2011,[1] tendo-se demitido deste cargo a 22 de Dezembro de 2015 na sequência do caso da morte do jovem David Duarte, de 29 anos, no Hospital de São José, em Lisboa, com um aneurisma cerebral, após três dias à espera dum especialista que não se encontrava presente ao fim de semana em resultado dos cortes orçamentais, e em consequência doutras falhas em Neurocirurgia com mais de dois anos.[2]

É autor ou co-autor de 196 comunicações científicas e de 29 trabalhos científicos.[1]

Na manhã de 13 de Dezembro de 2016 foi detido e constituído arguido por suspeitas de corrupção no âmbito da Operação Máfia do Sangue, relativa ao negócio do sangue, duma investigação relacionada com um negócio de plasma sanguíneo e seus derivados, envolvendo a farmacêutica Octapharma, e, também, no âmbito da Operação O Negativo, onde também está a ser investigado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, favorecimento e recebimento indevido de vantagem, entre 2003 e 2008, de duas empresas do Norte em contratos de aquisição de equipamento informático para o INEM.[3][4][5] Após cinco dias de interrogatório, durante o qual se mostrou sempre cooperante, na noite de 17 de Dezembro de 2016, ficou sujeito à medida de coacção máxima de prisão preventiva.[6] Foi libertado a 1 de Março de 2017, quando o Tribunal de Instrução Criminal alterou as medidas de coacção de prisão domiciliária para proibição de contactos entre os arguidos e de sair do país.

Referências

  1. a b c d e f «Luís Cunha Ribeiro». Health Cluster Portugal. Consultado em 16 de Dezembro de 2016 
  2. Carlos Rodrigues Lima e Diana Mendes (23 de Dezembro de 2015). «Falhas em neurocirurgia com mais de dois anos levam a demissão». Diário de Notícias. Consultado em 18 de Dezembro de 2016 
  3. «Luís Cunha Ribeiro detido». Diário de Notícias. 13 de Dezembro de 2016. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 
  4. Fábio Monteiro (13 de Dezembro de 2016). «Ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa detido por suspeita de corrupção». Expresso. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 
  5. «Ex-presidente do INEM também é suspeito de favorecer empresas de equipamentos informáticos». Expresso. 14 de Dezembro de 2016. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 
  6. Carlos Rodrigues Lima (17 de Dezembro de 2016). «Cunha Ribeiro fica em prisão preventiva». Diário de Notícias. Consultado em 18 de Dezembro de 2016