Mae Jemison

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Mae Jemison
Mae Jemison
Nascimento 17 de outubro de 1956 (67 anos)
Decatur, Estados Unidos
Nacionalidade Estados Unidos norte-americana
Carreira espacial
Astronauta da NASA
Tempo no espaço 190h 30min 23s
Seleção 1987
Missões STS-47
Insígnia da missão STS-47
Prêmios Medalha Elizabeth Blackwell

Mae Carol Jemison (Decatur, 17 de outubro de 1956) é uma médica, engenheira e ex-astronauta estadunidense. Foi a primeira mulher negra a ir para o espaço, quando serviu como especialista de missão a bordo do ônibus espacial Endeavour. Jemison se uniu ao grupo de astronautas da NASA de 1987 e serviu na missão STS-47, na qual orbitou a Terra dos dias 12 a 20 de setembro de 1992.

Início da vida[editar | editar código-fonte]

Mae Carol Jemison nasceu no Alabama, EUA em 17 de outubro de 1956, a caçula de três filhos de Charles Jemison e Dorothy Jemison (cujo sobrenome de solteira era Green). O pai foi um supervisor de manutenção para uma organização de caridade e a mãe foi professora de inglês e matemática em uma escola de ensino fundamental em Chicago.[1] Jemison sabia desde nova que queria estudar ciência e ir para o espaço. O programa de televisão Star Trek, em particular a atriz negra Nichelle Nichols interpretando a Tenente Uhura, alimentaram o seu interesse no assunto.[2] Os seus pais deram apoio a essas ambições, mas, ao contar a uma professora de jardim de infância que queria ser cientista, esta perguntou, "Você não quer dizer enfermeira?". Jemison relata, "Não há nada de errado em ser enfermeira, mas não era o que eu queria ser."[3] A falta de mulheres astronautas representava uma frustração: "Todo mundo estava animado com o espaço, mas eu me lembro de ficar muito, muito irritada por não haver mulheres".[4]

Jemison teve paixão pela dança desde pequena, com aspiração de se tornar profissional, e aprendeu danças africanas e japonesas, além de ballet, jazz e dança contemporânea.[5] Aos 14 anos, ela tentou o papel de Maria em Amor, Sublime Amor, mas foi escalada como dançarina de fundo.[6] Ela entrou no ensino médio aos doze anos, e participou das líderes de torcida e do clube de dança contemporânea.[7][8]

Após a graduação no ensino médio em 1973, Jemison entrou para a Stanford University aos dezesseis anos. Mais tarde, ela diria que o fato de ser jovem demais não a intimidou porque era "inocente e teimosa o suficiente". Havia muito poucos alunos negros e ela continuou sofrendo discriminação dos professores.[9] Em entrevista, Jemison declarou que foi difícil entrar na faculdade tão nova, mas que sua arrogância juvenil pode ter ajudado, e que alguma arrogância é necessária para mulheres e minorias terem sucesso em uma sociedade dominada por homens brancos.[10] Em Stanford, foi líder do coletivo negro, Black Students Union.[11] Também coreografou o musical Out of the Shadows.[12] No último ano de faculdade, ficou dividida entre cursar medicina ou tentar dança profissional após a graduação. Ela se formou em 1977, com diploma em engenharia química[13] e em estudos africanos.[14] Durante a faculdade, também estudou assuntos relacionados a seus interesses infantis no espaço, e começou a considerar tentar a NASA.[15]

Carreira médica[editar | editar código-fonte]

Jemison cursou medicina na Cornell Medical School e, durante o treinamento, viajou para Cuba, conduzindo um estudo, e para a Tailândia, onde trabalhou em um campo de refugiados do Camboja. Também fez parte dos Flying Doctors [Médicos voadores], no leste da África. Durante os anos na Cornell, continuou a estudar dança. Após se formar em medicina, em 1981, fez residência no Los Angeles County-USC Medical Center e trabalhou como clínica geral. Juntou-se aos Peace Corps, em 1983, e serviu como oficial médica até 1985, como responsável pela saúde dos voluntários da organização na Libéria e Serra Leoa. Supervisionou a farmácia, laboratório e equipe médica dos Peace Corps, além de providenciar cuidados médicos, escrever manuais de autocuidado e desenvolver regulamentos para questões de saúde e segurança. Também trabalhou com o Centers for Disease Control [Centro de controle de doenças], ajudando na pesquisa de diversas vacinas.

Em 4 de junho de 1987, Mae Jemison se tornou a primeira mulher afro-americana a ser admitida no programa de treinamento de astronautas da NASA e, em 1992, foi a primeira mulher afro-americana a viajar para o espaço. Ela viajou a bordo do ônibus espacial Endeavour, na missão STS-47 e, durante os oito dias em que esteve no espaço, Mae Jemison conduziu experimentos sobre falta de peso e enjoo de movimento na tripulação e em si mesma, totalizando 190 horas no espaço. Depois de servir na NASA, de 1987 a 1993, Jemison fundou o Jemison Group, Inc., que desenvolveu o ALAFIYA, um sistema de telecomunicações por satélite. O objetivo deste sistema era melhorar os cuidados médicos nos países em desenvolvimento.

Foi professora no programa de estudos ambientais da Universidade de Dartmouth, onde dirigiu o Instituto Jemison para o avanço tecnológico nos países em desenvolvimento. Entre seus projetos atuais, há vários que se concentram na melhoria da saúde na África e no avanço das tecnologias nos países em desenvolvimento.

Foi professora no programa de estudos ambientais da Universidade de Dartmouth, onde dirigiu o Instituto Jemison para o avanço tecnológico nos países em desenvolvimento. Entre seus projetos atuais, há vários que se concentram na melhoria da saúde na África e no avanço das tecnologias nos países em desenvolvimento.

Jemison foi professora na Cornell University e no Dartmouth College, de 1995 a 2002. Ela participa de várias organizações científicas como a American Medical Association, a American Chemical Society, a Association for Space Explorers e a American Association for the Advancement of Science.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Jemison construiu um estúdio de dança em sua casa e coreografou e produziu vários shows de jazz moderno e dança africana. Na primavera de 1996, Jemison apresentou uma queixa contra um policial do Texas, acusando-o de brutalidade policial durante uma parada de trânsito que terminou em sua prisão. Ela foi detida pelo policial Henry Hughes, de Nassau Bay, por supostamente fazer uma inversão de marcha ilegal e presa depois que Hughes soube de um mandado pendente em Jemison por uma multa por excesso de velocidade. No processo de prendê-la, o policial torceu o pulso e a forçou a cair no chão, além de fazê-la andar descalça do carro de patrulha até a delegacia. Na denúncia, Jemison disse que o policial a maltratou física e emocionalmente. O advogado de Jemison disse que acreditava que ela já pagara a multa por excesso de velocidade, anos atrás. Ela passou várias horas na prisão e foi tratada em um hospital da região, após ser libertada com hematomas profundos e um ferimento na cabeça. O oficial da Baía de Nassau foi suspenso com pagamento pendente de uma investigação. Jemison entrou com uma ação contra a cidade de Nassau Bay e o oficial.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Writer, Kenan Heise, Tribune Staff. «AUTHOR DOROTHY JEMISON, 64, MOTHER OF ASTRONAUT» (em inglês) 
  2. Eschner, Kat. «This Groundbreaking Astronaut and Star Trek Fan Is Now Working on Interstellar Travel» (em inglês) 
  3. Company, Johnson Publishing (dezembro de 1992). Ebony (em inglês). [S.l.]: Johnson Publishing Company 
  4. «Mae Jemison, First African-American Woman in Space | MAKERS Video». 2 de março de 2017 
  5. «Interview with Dr. Mae Jemison | NASA: Challenging the Space Frontier | Scholastic.com» 
  6. «Jamaica Gleaner Online» 
  7. Brozan, Nadine (16 de setembro de 1992). «Chronicle». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  8. Raum, Elizabeth (2006). Mae Jemison (em inglês). [S.l.]: Heinemann-Raintree Library 
  9. Finnerty, Amy (16 de julho de 2000). «Outnumbered: Standing Out at Work». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  10. «1E». Des Moines, Iowa. The Des Moines Register. 39 páginas. 16 de outubro de 2008 
  11. «Mae C. Jemison» (em inglês) 
  12. «Clipped From The Times». San Mateo, California. The Times. 48 páginas. 21 de maio de 1977 
  13. Hine, Darlene Clark (2005). Black Women in America (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  14. Project Muse (1999). Africa today (em English). [S.l.]: Indiana University Press. OCLC 1058005254 
  15. Creasman, Kim (1 de janeiro de 1997). «Black Birds in the Sky: The Legacies of Bessie Coleman and Dr. Mae Jemison». The Journal of Negro History. 82 (1): 158–168. ISSN 0022-2992. doi:10.2307/2717501 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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