Michael Flynn

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Michael Flynn
Michael Flynn
Flynn em 2012
25º Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos
Período 22 de janeiro de 201713 de fevereiro de 2017
Presidente Donald Trump
Antecessor(a) Susan Rice
Sucessor(a) H. R. McMaster
Diretor da Agência de Inteligência de Defesa
Período 24 de julho de 20127 de agosto de 2014
Presidente Barack Obama
Antecessor(a) Ronald L. Burgess Jr.
Sucessor(a) David Shedd
Dados pessoais
Nome completo Michael Thomas Flynn
Nascimento 24 de dezembro de 1958 (65 anos)
Middletown, Rhode Island
Nacionalidade norte-americano
Alma mater
Cônjuge Lori Andrade ​(c. 1981)
Filhos(as) 2
Partido Republicano (oficial, desde 2022)
Democrata (registrado)
Serviço militar
Lealdade  Estados Unidos
Serviço/ramo Exército dos Estados Unidos
Anos de serviço 1981–2014
Graduação Tenente-general
Unidade Agência de Inteligência de Defesa
Comando Conjunto de Componente Funcional para Inteligência, Vigilância e Reconhecimento
Conflitos Invasão de Granada
Operação Uphold Democracy
Guerra do Afeganistão
Guerra do Iraque
Condecorações
  • Medalha de Serviço Distinto de Defesa
  • Medalha de Serviço Superior de Defesa (4)
  • Legião do Mérito (2)
  • Estrela de Bronze (4)
  • Medalha de Serviço Meritório (6)
  • Medalha de Louvor do Serviço Conjunto
  • Medalha de Comenda do Exército (5)
O presidente eleito Donald Trump se encontrando com Shinzō Abe, junto com Flynn (canto inferior direito).

Michael Thomas Flynn (nascido em 24 de dezembro de 1958) é um general aposentado do Exército dos Estados Unidos que serviu brevemente como Conselheiro de Segurança Nacional[1] nos primeiros vinte e dois dias do governo de Donald Trump. A carreira militar de Flynn incluiu um importante papel em redesenhar a estratégia de antiterrorismo americana e no desmantelamento de redes insurgentes nas guerras no Afeganistão e no Iraque, e ele desenvolveu projetos de inteligência para combate convencional, em armas e operações especiais.[2][3][4] Em julho de 2012, ele se tornou Diretor da Agência de Inteligência de Defesa até se aposentar em agosto de 2014.[5] Durante seu mandato, ele deu uma palestra sobre liderança no quartel-general da diretoria de inteligência militar russa em Moscou, o GRU, sendo o primeiro oficial americano a ser admitido à entrada na sua sede. Após deixar o governo e as forças armadas, Flynn manteve contatos com Moscou.[6][7]

Em fevereiro de 2016, Flynn se tornou conselheiro de segurança nacional na campanha de Donald Trump para a eleição presidencial.[8][9] Em março de 2017, ele retroativamente se identificou na justiça como um "agente estrangeiro", ou seja, reconhecendo que em 2016 ele tinha recebido recompensas financeiras por seu lobbying que beneficiou o governo turco.[10] Em 22 de janeiro de 2017, Flynn foi empossado por Trump como seu Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.[11] Três semanas depois, em 13 de fevereiro, informações vieram a tona de que ele enganou o vice-presidente Mike Pence e outros a respeito da natureza e conteúdo de suas comunicação com Sergey Kislyak, o embaixador russo nos Estados Unidos.[12][13] Seus 22 dias no cargo foi o mais curto na história para um conselheiro de segurança do presidente.[14][15]

Em dezembro de 2017, Flynn formalizou um acordo com o Conselheiro Especial Robert Mueller, se declarando culpado de "intencionalmente e com conhecimento de causa" ter feito declarações falsas ao FBI sobre suas comunicações com o então embaixador Kislyak e concordou em cooperar com a investigação federal sobre a interferência russa na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016.[16] Em junho de 2019, Flynn dispensou quase todos os seus advogados e permaneceu com Sidney Powell, que escreveu para o procurador-geral Bill Barr, pedindo por ajuda para exonerar Flynn. Powell discutiu o caso na Fox News e falou com o Presidente Trump sobre isso em diversas ocasições.[17][18][19] Duas semanas antes de sua sentença ser definida pelas cortes, em janeiro de 2020, Flynn retirou sua admissão de culpa, alegando atitudes vingativas do governo e violação do acordo de confissão. A pedido de William Barr, o Departamento de Justiça moveu uma moção pra retirar todas as acusações contra Flynn em 7 de maio de 2020.[20] O juiz federal Emmet Sullivan julgou que essa medida deveria ser paralisada para pedir por terceiras opiniões.[21] Sidney Powell então pediu para a Corte de Apelações do Circuito do Distrito de Colúmbia para forçar o juiz Sullivan a dispensar o caso, mas seu pedido foi negado.[22] Em 25 de novembro de 2020, Flynn recebeu um perdão presidencial de Donald Trump.[23] Assim, em 8 de dezembro, Sullivan dispensou o caso criminal contra Flynn, mas afirmou que ele provavelmente teria negado a moção do Departamento de Justiça para retirar o caso.[24]

Em 4 de julho de 2020, Flynn abertamente se juntou ao grupo conspiracionista QAnon, que apoiava Trump[25] e se tornou um dos maiores apoiadores do presidente para reverter o resultado da eleição presidencial de 2020, que terminou na derrota de Trump. Flynn chegou a sugerir que Trump poderia suspender a Constituição ao declarar lei marcial, silenciando a imprensa, e estabelecendo novas eleições sob a direção dos militares.[26] Mais tarde, Flynn, com sua advogada Sidney Powell, se encontrou com o presidente Trump no Salão Oval para discutir as opções do presidente para invalidar as eleições. Trump negou que discutiu com Flynn a possibilidade de implementar lei marcial no país.[27] Em 8 de janeiro de 2021, o Twitter permanentemente baniu Michael Flynn da sua rede social, junto com Powell e outros proponentes do QAnon.[28]

Apesar de ser registrado como um Democrata, Flynn possui visões majoritariamente conservadoras e foi um dos mais fervorosos defensores do presidente Trump e suas políticas. Ele afirmou, em entrevista, que o Partido Democrata atual não era mais aquele que ele outrora apoiou.[29]

Referências

  1. Tikkanen, Amy (10 de setembro de 2019). «List of national security advisors of the United States». Encyclopaedia Britannica. Consultado em 12 de julho de 2020 
  2. Whitlock, Craig; Miller, Greg (14 de dezembro de 2016). «Trump's national security adviser shared secrets without permission, files show». The Washington Post 
  3. Abramson, Alana (18 de julho de 2016). «Michael Flynn: Everything You Need to Know». ABC News. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  4. Roulo, Claudette (7 de agosto de 2014). «Rogers Lauds Retiring Defense Intelligence Agency Chief». DoD News, Defense Media Activity 
  5. «Lieutenant General Michael T. Flynn, USA: Director». Defense Intelligence Agency. Consultado em 14 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2014 
  6. «PolitiFact - Russia, Trump, Turkey: Detailing Michael Flynn's fall». @politifact 
  7. CNN (20 de maio de 2017). «First on CNN: Russian officials bragged they could use Flynn to influence Trump, sources say». CNN Digital 
  8. Holland, Mark Hosenball, Steve (26 de fevereiro de 2016). «Trump being advised by ex-U.S. Lieutenant General who favors closer Russia ties» – via www.reuters.com 
  9. «Michael Flynn: timeline of the former national security adviser's case». the Guardian. 5 de dezembro de 2018 
  10. Swanson, Ian (17 de dezembro de 2018). «Turkey and Michael Flynn: Five things to know». TheHill 
  11. Farhi, Arden; Brennan, Margaret; Dufresne, Louis; Gross, Katherine; Watson, Kathryn; Alemany, Jacqueline (2 de dezembro de 2017). «A timeline of Michael Flynn's contacts with Russia, his ouster and guilty plea». CBS News. Consultado em 19 de maio de 2020 
  12. Haberman, Maggie; Rosenberg, Matthew; Apuzzo, Matt; Thrush, Glenn (13 de fevereiro de 2017). «Michael Flynn Resigns as National Security Adviser». The New York Times. Consultado em 14 de fevereiro de 2017 
  13. Pramuk, Jacob (16 de fevereiro de 2016). «Trump: I fired Flynn because of what he told Pence». CNBC 
  14. Flynn, Michael E. (14 de fevereiro de 2017). «On Michael Flynn's Tenure as National Security Advisor». The Quantitative Peace. Consultado em 14 de fevereiro de 2017 
  15. Hawkins, Derek (14 de fevereiro de 2017). «Flynn sets record with only 24 days as national security advisor. The average tenure is about 2.6 years.». The Washington Post 
  16. Herb, Jeremy; Polantz, Katelyn; Perez, Evan; Cohen, Marshall (1 de dezembro de 2017). «Flynn pleads guilty to lying to FBI, is cooperating with Mueller». CNN. Consultado em 18 de fevereiro de 2019 
  17. Polantz, Katelyn (6 de junho de 2019). «Michael Flynn fires lawyers who cut plea deal with Mueller» 
  18. Mazzetti, Mark; Savage, Charlie; Goldman, Adam (28 de junho de 2020). «How Michael Flynn's Defense Team Found Powerful Allies» – via NYTimes.com 
  19. Powell, Sidney (6 de junho de 2019). «Letter to William Barr re Internal review, Brady, IG Report, Declassification, and Lt. General Michael Flynn (retired)» (PDF). Sidney Powell, P.C. Consultado em 15 de novembro de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 4 de outubro de 2019 
  20. Tucker, Eric (8 de maio de 2020). «Flynn dismissal a surprise? AG Barr in sync with Trump». Associated Press 
  21. Hsu, Spencer S.; Leonnig, Carol D. (12 de maio de 2020). «U.S. judge puts Justice Department's move to drop charges against Michael Flynn on hold». The Washington Post. Consultado em 12 de maio de 2020 
  22. Gerstein, Josh. «Appeals court deals setback to Flynn's attempt to end DOJ case against him». POLITICO 
  23. «Michael Flynn: Trump pardons ex-national security adviser». BBC News. 26 de novembro de 2020. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  24. Hsu, Spencer S.; Marimow, Ann E. «Michael Flynn judge says pardon doesn't mean ex-national security adviser is innocent» – via www.washingtonpost.com 
  25. Múltiplas fontes:
  26. Múltiplas fontes:
  27. Cheney, Kyle; Gerstein, Josh (19 de dezembro de 2020). «Trump sought to tap Sidney Powell as special counsel for election fraud». Politico. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  28. «Twitter bans Michael Flynn, Sidney Powell in QAnon account purge». NBC News 
  29. Diaz, Daniella (10 de julho de 2016). «Flynn voices abortion views at odds with Republican platform». CNN. Consultado em 11 de maio de 2021 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]