Monica Benicio

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Monica Benicio
Monica Benicio
Monica em 2019
Vereadora do Rio de Janeiro
Período 1º de janeiro de 2021
até a atualidade
Dados pessoais
Nome completo Monica Tereza Azeredo Benicio
Nascimento 1 de fevereiro de 1986 (38 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
companheira Marielle Franco (v. 2018)
Partido PSOL
Profissão arquiteta e urbanista

Monica Tereza Azeredo Benicio (Rio de Janeiro, 1 de fevereiro de 1986) é arquiteta e urbanista, lésbica feminista, militante dos direitos humanos, ativista LGBTQIA+ e viúva da vereadora Marielle Franco.[1] Em 2020, foi eleita vereadora da cidade do Rio de Janeiro com 22 919 votos pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Monica Tereza Azeredo Benicio nasceu no Conjunto Esperança, umas das 16 favelas do Complexo da Maré.[3] Em 2004, concluiu o ensino médio e matriculou-se no pré-vestibular comunitário do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM). Em 2007, ingressou na graduação de psicologia, dois anos depois migrou para o curso de Arquitetura e Urbanismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).[4]

Em 2014, se formou com a tese de tema: comUNIDADE - Requalificação de Área de Conflito na Favela da Maré. Em 2019, apresentou na mesma universidade, sua dissertação de mestrado Todos os mundos. Um só mundo. Uma Maré de cidade: violência, espaços públicos e intervenção urbana.

No ano de 2020, foi eleita a 11º vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro. Em sua campanha Monica defendeu um mandato feminista, antifascista e popular.[5]

Em 2022, entrou em vigor a lei 7291/2022 idealizada pela vereadora, que instituiu o Programa Municipal de Enfrentamento ao Feminicídio. A lei é voltada à prevenção e ao combate ao feminicídio, extremo da violência contra as mulheres e meninas.[6] No mesmo ano, foi aprovado o projeto de lei, de sua autoria, que estabelece o Dia Municipal da Visibilidade Lésbica. O projeto havia sido criado por Marielle Franco e apresentado em 2017 quando foi derrotado no plenário da Câmara Municipal.[7] É também autora da lei 7326/2022 que institui o Programa de Apoio e Acolhimento de Pessoas LGBTQIA+ em situação de violência e/ou vulnerabilidade social e dá outras providências.[8]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Monica e Marielle se conheceram em uma viagem com amigas em 2004, quando tinham 18 e 25 anos, respectivamente.[3] Até essa época, as duas só haviam se relacionado com homens e não se entendiam como mulheres LGBTQIAP+. Em 2005 começaram a namorar, sendo as primeiras mulheres uma na vida da outra.[9] Durante os anos que estiveram juntas, terminaram e voltaram a relação algumas vezes. Os términos causados pela lesbofobia familiar e social faziam com que Marielle se relacionasse com homens quando estavam separadas.[10] Monica se entendeu mulher lésbica e reivindicou sua sexualidade como ato político.[11] Em 2015, Monica e Marielle formalizaram sua união. Em 2018, quando Marielle foi assassinada, as duas viviam com a filha de Marielle na região da Tijuca.[11] As duas planejavam uma festa de casamento para 7 de setembro de 2019.[12]

Após o assassinato de sua companheira, Monica assumiu a luta de justiça por Marielle[13] indo a países estrangeiros falar sobre o legado e memória de sua companheira, buscando apoio internacional para que o assassinato seja elucidado e os mandantes do crime identificados.[14]

Referências

  1. «Monica Benício, viúva de Marielle Franco, é eleita vereadora». IstoÉ. 16 de novembro de 2020. Consultado em 24 de março de 2024 
  2. Henrique Coelho (16 de novembro de 2020). «'Hoje, Marielle não será interrompida', diz Mônica Benício após ser eleita vereadora no Rio». g1. Consultado em 24 de março de 2024 
  3. a b «Monica Benício e a trajetória de amor e cumplicidade por Marielle Franco». Claudia - Abril 
  4. «Monica Benicio a viúva de Marielle Franco reflete sobre a mulher que era antes da tragédia». Revista Trip 
  5. «Viúva de Marielle Franco, Mônica Benício é eleita vereadora no Rio de Janeiro». UOL 
  6. «Agora é lei: Rio terá programa de enfrentamento ao feminicídio». Câmara Municipal do Rio de Janeiro 
  7. «Rio aprova PL que estabelece o Dia Municipal da Visibilidade Lésbica». IG 
  8. «Vereadores aprovaram programa de apoio e acolhimento de pessoas LGBTQIA+». Câmara Municipal do Rio de Janeiro 
  9. «Uma conversa sobre orgulho LGBTI+ com Monica Benicio». Casa Vogue - Globo.com 
  10. «Rejeição da família, pedido de casamento e luto: a história de amor interrompida de Marielle e Monica». BBC 
  11. a b «Marielle e Mônica: uma história de amor interrompida». El País 
  12. «"Perdemos tanto, que perdemos o medo", diz Monica Benicio, companheira de Marielle Franco». Marco Zero 
  13. «Castro não tem compromisso com solução de caso Marielle, diz viúva e vereadora». Folha de São Paulo 
  14. «Viúva de Marielle vai à ONU denunciar falta de respostas sobre crime». Agência Brasil 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]