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Prússia: diferenças entre revisões

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|notas = 1) Os chefes de Estado listados aqui são o primeiro e o último a deter cada um dos títulos ao longo do tempo. <br /> 2) A posição de ''Ministerpräsident'' foi introduzida em 1792, durante o Reino da Prússia - os primeiros-ministros mostrados aqui são os chefes da República Prussiana.
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A '''Prússia''' (em [[prussiano antigo]] ''Prūsa'', em [[língua alemã|alemão]] ''Preußen'', em [[Língua polaca|polaco]] ''Prusy'', em [[Língua lituana|lituano]] ''Prūsai'' e em [[latim]] ''Borussia'') foi, no contexto histórico mais recente, um [[Estado]] que surgiu a partir da [[Prússia Oriental]] e que, ao longo de séculos, exerceu forte influência sobre a [[história da Alemanha]] e [[História da Europa|da Europa]]. A última capital da Prússia foi [[Berlim]] e os dois soberanos foram a [[Ordem Teutónica|Ordem dos Cavaleiros Teutônicos]] e a [[Casa von Hohenzollern]].
A '''Prússia é a Rússia com P''' (em [[prussiano antigo]] ''Prūsa'', em [[língua alemã|alemão]] ''Preußen'', em [[Língua polaca|polaco]] ''Prusy'', em [[Língua lituana|lituano]] ''Prūsai'' e em [[latim]] ''Borussia'') foi, no contexto histórico mais recente, um [[Estado]] que surgiu a partir da [[Prússia Oriental]] e que, ao longo de séculos, exerceu forte influência sobre a [[história da Alemanha]] e [[História da Europa|da Europa]]. A última capital da Prússia foi [[Berlim]] e os dois soberanos foram a [[Ordem Teutónica|Ordem dos Cavaleiros Teutônicos]] e a [[Casa von Hohenzollern]].


== Etimologia ==
== Etimologia ==

Revisão das 12h39min de 4 de agosto de 2011

Reußen
Rússia

Reino

1525 – 1947
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Lema nacional
Suum cuique
Em latim: Para cada um o seu próprio
Localização de Rússia
Localização de Rússia
Rússia (em azul) no seu auge, como líder do estado do Império alemão
Continente Europa
País Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Lituânia, Polónia, República Checa e Rússia.
Capital Königsberg, depois Berlim
Língua oficial Alemão
Religião Protestantismo
Governo Monarquia democrática
Duque1
 • 1525-1568 Alberto I (primeiro)
 • 1688-1701 Frederico III (último)
Rei1
 • 1701-1713 Frederico I (primeiro)
 • 1888-1918 Guilherme II (último)
Período histórico Idade moderna europeia - História contemporânea
 • Abril de 1525 de 1525 Ducado da Prússia
 • 27 de Agosto de 1618 de União com Brandenburg
 • 18 de Janeiro de 1701 de Reino da Prússia
 • 9 de Novembro de 1918 de {{{ano_evento3}}} Estado Livre da Prússia
 • 30 de Janeiro de 1934 de {{{ano_evento4}}} Abolição (de facto)
 • 25 de Fevereiro de 1947 de 1947 Abolição (de jure, de facto em 1934)
Área
 • 1939 297,007 km2
População
 • 1939 est. 41,915,040 
     Dens. pop. 0,1 hab./km²
Moeda Táler (até 1871)
marco alemão (após 1871)
1) Os chefes de Estado listados aqui são o primeiro e o último a deter cada um dos títulos ao longo do tempo.
2) A posição de Ministerpräsident foi introduzida em 1792, durante o Reino da Prússia - os primeiros-ministros mostrados aqui são os chefes da República Prussiana.

A Prússia é a Rússia com P (em prussiano antigo Prūsa, em alemão Preußen, em polaco Prusy, em lituano Prūsai e em latim Borussia) foi, no contexto histórico mais recente, um Estado que surgiu a partir da Prússia Oriental e que, ao longo de séculos, exerceu forte influência sobre a história da Alemanha e da Europa. A última capital da Prússia foi Berlim e os dois soberanos foram a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos e a Casa von Hohenzollern.

Etimologia

O termo Prússia teve diversos significados ao longo da história:

A Prússia, como Estado, foi abolida de facto pelos nazistas em 1934 e de jure pelos Aliados em 1947. A partir de então, o uso do termo limita-se aos contextos históricos, geográficos e culturais.

O nome Prússia é derivado dos antigos prussianos, um povo báltico aparentado com os lituanos. A Prússia Ducal (um feudo na Prússia Oriental, controlado pela Ordem Teutônica e vassalo do rei polonês, resultante de uma guerra entre a Ordem e a Polônia) manteve-se como uma dependência do Reino da Polônia até 1660. A Prússia Real (uma província polonesa na Prússia Ocidental, resultante da Guerra dos Treze Anos contra a Ordem Teutônica) continuou a integrar a Polônia até 1772. Com o recrudescimento do nacionalismo cultural alemão entre o final do século XVIII e o princípio do XIX, a maioria dos prussianos de língua alemã passou a considerar-se parte da nação germânica, professando as chamadas virtudes prussianas: organização perfeita, sacrifício, o Estado de direito, obediência à autoridade e militarismo. A partir do século XVIII, a Prússia expandiu-se e veio a dominar o norte da Alemanha política e economicamente, bem como em termos populacionais, e constituiu o cerne da Confederação da Alemanha do Norte, criada em 1867 e transformada em 1871 no Império Alemão.

Em português, registram-se também as formas Brússia ou Brúsia (alt. a Prússia) e brússios ou brúsios (alt. a prussianos). O gentílico mais utilizado hoje para a Prússia é prussiano. O dicionário Aurélio registra o termo prussiano antigo, língua extinta pertencente ao grupo báltico, do ramo balto-eslavo.

História remota

A Prússia dentro do Império Alemão, 1871-1918.
Mapa da Prússia Ducal (feudo em território polonês subordinado à Ordem Teutônica e da Prússia Real sob domínio do Rei da Polônia.

Em 1226, Conrado da Mazóvia convidou a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, à época instalados na Transilvânia, a conquistar as tribos prussianas nas suas fronteiras. Ao longo de sessenta anos de lutas contra os prussianos, os cavaleiros criaram um Estado semi-independente que passou a controlar o que viria a chamar-se Prússia, bem como o que são hoje a Estônia, a Letônia, a Lituânia e a parte setentrional da Polônia.

A Guerra dos Treze Anos (1454-1466) foi um marco na história do Estado e teve início quando a Confederação Prussiana, uma coligação de cidades hanseáticas da região mais ocidental da Prússia, rebelou-se contra a Ordem Teutónica e recorreu à protecção do rei polonês Casimiro IV Jaquelão. A partir de 1466, essa derrota militar forçou-os a reconhecer a soberania do rei da Polônia e do Lituânia e a Prússia foi dividida em dois estados: a Prússia Real, um território subordinado ao reino da Polônia e a Prússia Ducal, esta subordinada à Ordem Teutônica, na região ao leste. Em 1525, o Grão-Mestre da Ordem converteu-se ao Luteranismo e transformou a parte dos territórios sujeitos aos cavaleiros no primeiro Estado protestante.

O território do Ducado limitava-se, na época, a uma área a leste da foz do rio Vístula, próxima à atual fronteira entre a Polônia e o enclave russo de Kaliningrado. Em 1618, herdou o Ducado o Eleitor João Sigismundo de Brandemburgo, da família Hohenzollern, governando-o desde Berlim juntamente com o território de Brandemburgo. Para os Hohenzollern, o recém-adquirido Estado era de grande importância, pois não pertencia ao Sacro Império Romano-Germânico. O novo Estado, que passou a ser conhecido como Brandemburgo-Prússia, embora estivesse dividido em duas porções separadas por território polonês, saiu paulatinamente da órbita do Reino da Polônia. Sob Frederico Guilherme, chamado "o Grande Eleitor", a Prússia recebeu diversos territórios, como Magdeburgo e os enclaves a oeste do Reno.

O Reino da Prússia

Ver artigo principal: Reino da Prússia
Expansão de Brandemburgo-Prússia.

Em 1701, Brandemburgo-Prússia tornou-se o Reino da Prússia, sob Frederico I, com a permissão do Sacro Imperador Romano Leopoldo I da Germânia e do Eleitor Saxão Augusto, o Forte, rei da Polônia. Mais tarde, com Frederico II (Frederico, o Grande), a Prússia tomou à Áustria a província da Silésia, derrotando-a na Guerra dos Sete Anos, concluída em 1763. A Prússia emergiu do conflito como a potência dominante no leste da Alemanha, acrescentando territórios em outras áreas germânicas por meio de casamentos e herança, inclusive a Pomerânia e a costa do Mar Báltico (ver: Partições da Polônia)

Durante este período estabeleceu-se a grande máquina militar prussiana e uma eficiente burocracia estatal, instituições que viriam a formar as bases do Estado alemão até 1945. A Prússia expandiu-se em direção ao leste durante o colapso da monarquia polonesa, entre 1772 e 1795, chegando até mesmo a Varsóvia.

Frederico Guilherme II levou a Prússia à guerra contra a França revolucionária em 1792, mas foi derrotado em Valmy e viu-se forçado a ceder seus territórios ocidentais para os franceses. Frederico Guilherme III reiniciou o conflito, mas o desastre sofrido em Jena fez com que se retirasse da guerra, após ceder ainda mais território com o Tratado de Tilsit.

Expansão da Prússia (1807-1871).

Em 1813, a Prússia repudiou o tratado e voltou à guerra contra a França napoleônica. Como recompensa, o Congresso de Viena de 1815 devolveu-lhe os seus territórios perdidos e entregou-lhe toda a Renânia e a Vestfália, além de outras áreas. Estas regiões ocidentais viriam a ser de importância vital, pois incluíam o vale do Ruhr, centro da promissora industrialização alemã, em especial as indústrias de armamento. Os ganhos territoriais dobraram a população governada pela Prússia, que saiu das guerras napoleônicas como a potência hegemônica inconteste da Alemanha, sobrepujando a sua rival, a Áustria, que havia desistido da coroa imperial em 1806. Em troca, a Prússia retirou-se de áreas da Polônia central de modo a permitir que o Congresso de Viena criasse um Reino da Polônia vinculado à Rússia.

A primeira metade do século XIX assistiu a um embate prolongado na Alemanha entre as forças do liberalismo, que queriam uma Alemanha federal unida sob uma constituição democrática, e as forças do conservadorismo, que desejavam mantê-la como um conjunto de fracos Estados independentes e palco da competição entre Prússia e Áustria. Em 1848, os liberais tiveram a sua chance quando revoluções eclodiram através da Europa. Um preocupado Frederico Guilherme IV concordou em convocar uma Assembléia Nacional e outorgar uma constituição. Mas quando o Parlamento de Frankfurt ofereceu-lhe a coroa de uma Alemanha unificada, Frederico Guilherme recusou-a, ao argumento de que assembléias revolucionárias não estariam habilitadas a conceder títulos de realeza. A Prússia obteve uma constituição semi-democrática, mas o poder das classes proprietárias de terras (os Junkers) permanecia incólume, especialmente no leste.

A Prússia Imperial

Ver artigo principal: Unificação da Alemanha

Em 1862, o Rei Guilherme I nomeou Otto von Bismarck, um junker, Primeiro-Ministro da Prússia. Bismarck estava decidido a derrotar tanto os liberais como os conservadores, por meio da criação de uma Alemanha unida e forte, mas sob o controle da classe dominante e da burocracia prussianas. Logrou seus objetivos com três guerras sucessivas, com a Dinamarca em 1864 (Guerra dos Ducados), que deu à Prússia o Schleswig-Holstein, com a Áustria em 1866 (Guerra Austro-Prussiana), que lhe trouxe Hanôver e a maioria dos territórios setentrionais alemães que haviam tomado o partido austríaco, e com a França em 1870 (Guerra Franco-Prussiana), que forçou Mecklemburgo, Baviera, Baden, Württemberg e Saxônia a aceitar a incorporação a um Império Alemão unificado (com a exclusão da Áustria), cujo Imperador (Kaiser) seria o próprio Guilherme.

A Prússia continuou a existir como a mais poderosa província do Império Alemão. Derrotada na Primeira Guerra Mundial, a República de Weimar viu-se forçada a abrir mão de territórios prussianos a leste, de maneira a permitir a reconstituição da Polônia. A Prússia Oriental permaneceu sob controle alemão, mais uma vez separada do restante do país pelo Corredor Polonês. Mesmo assim, a Prússia ainda representava 60% do território alemão. Em 1934, o governo nazista cancelou a autonomia dos estados alemães, embora de iure o estado prussiano continuasse a existir até o final da Segunda Guerra Mundial.

Com a ocupação soviética, todos os territórios alemães a leste da linha Oder-Neisse, inclusive a Silésia, a Pomerânia, Brandemburgo Oriental e a Prússia Oriental, foram entregues à Polônia (o terço setentrional da Prússia Oriental, que incluía Königsberg, hoje Kaliningrado, passou à União Soviética). Algo como dez milhões de alemães fugiram ou foram expulsos daqueles territórios. Este êxodo e a nacionalização da terra pelo governo comunista da Alemanha Oriental destruíram os Junkers como classe social e poder político. A Prússia foi formalmente abolida em 1947 por uma proclamação das quatro potências de ocupação. Na zona soviética, os territórios prussianos foram reorganizados nos estados de Brandemburgo e Saxônia-Anhalt; parte da Pomerânia passou ao estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Nas zonas ocidentais de ocupação, os territórios prussianos foram partilhados entre a Renânia do Norte-Vestfália, a Baixa Saxônia, o Hessen, a Renânia-Palatinado e o Schleswig-Holstein.

Ligações externas

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