Ricardo Villas Boas
Ricardo Vilas Boas | |
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Nascimento | 30 de agosto de 1949 (75 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | músico, compositor, cantor, ativista político |
Ricardo Vilas Boas Sá Rego (Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1949) é um cantor, compositor e letrista brasileiro. Nos anos 60, além de sua carreira de músico, foi mais conhecido por sua militância política que o fez ser preso pela ditadura militar instalada em 1964, sendo um dos presos políticos trocados pelo embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, sequestrado no Rio de Janeiro por integrantes da Dissidência Comunista da Guanabara e da Aliança Libertadora Nacional (ALN) em setembro de 1969.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ainda adolescente e com o nome artístico de Ricardo Sá, integrou entre 1966 e 1968 o grupo vocal Momentoquatro com Zé Rodrix, David Tygel e Maurício Maestro, que mais tarde seguiriam uma carreira de sucesso, Rodrix, individualmente e no trio Sá, Rodrix & Guarabyra e Tygel e Maestro com o Boca Livre. Com o Momentoquatro, Villas Boas participou do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de 1967 acompanhando Edu Lobo e Marília Medalha, que venceram o festival com Ponteio.[1]
Estudante de Psicologia, atuante na militância política contra a ditadura e integrando a Dissidência da Guanabara, ele foi preso em 1º de maio de 1969 junto com a companheira de organização Maria Augusta Carneiro quando distribuía panfletos contra o governo no centro do Rio de Janeiro.[2] Em setembro do mesmo ano, os sequestradores do embaixador norte-americano exigiram sua libertação em troca de Elbrick, numa lista com Maria Augusta e mais 13 presos do regime e Villas Boas foi embarcado para o México, sendo banido do território nacional pelos militares. Do México, exilou-se na França, onde fez mestrado em Etnomusicologia na Sorbonne.[3]
Em 1970 conheceu no exílio a cantora Teca Calazans, com quem formou a dupla Teca & Ricardo, que atuou junta por mais de uma década. Com a entrada em vigor da Lei da Anistia, Ricardo retornou ao Brasil em 1979, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e em 1983 assumiu a direção musical do seriado Sítio do Pica-Pau Amarelo, na Rede Globo de Televisão; na mesma emissora, nos anos 1980, compôs músicas e trilhas sonoras para novelas como Roque Santeiro e Selva de Pedra e dirigiu o programa Globo de Ouro.[3]
Voltou à França a partir de 1989, lançando um CD e fazendo excursões pela Europa e em 1995 dividiu sua carreira musical entre o Brasil e a Europa, lançando CDs de música popular brasileira na França e no Brasil. Em 1998 lançou na Europa o disco Ricardo Villas e amigos que contou com a participação de Chico Buarque de Holanda, Lenine, Joyce, Sá & Guarabyra, Wagner Tiso, Nana Caymmi, Zé Ramalho, Ângela Maria e de seus antigos companheiros do Momentoquatro, Zé Rodrix, Maurício Maestro e David Tygel, gravado no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris. A partir de 2008, voltou a residir permanentemente no Brasil, assumindo a direção musical da TV Brasil.[3] Em 2008, tornou-se gerente musical da Empresa Brasil de Comunicação.[4] Entre 2017 e 2018 foi contratado pela MultiRio, empresa municipal multimidia da Prefeitura do Rio de Janeiro, onde dirigiu a web radio e também programas audiovisuais da Tv MultiRio.
Referências
- ↑ «Documentário relembra o lendário festival de música de 1967, em que 'Ponteio' levou a melhor». O Globo. Consultado em 26 de abril de 2016
- ↑ «O sequestro do embaixador Elbrick». Historianet.com. Consultado em 27 de abril de 2016
- ↑ a b c «Ricardo Vilas». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 27 de abril de 2016
- ↑ Gaspari, Elio. «A ditadura acabada». Consultado em 14 de julho de 2017
- Nascidos em 1949
- Opositores da ditadura militar no Brasil (1964–1985)
- Membros do Partido dos Trabalhadores
- Músicos do estado do Rio de Janeiro
- Compositores do estado do Rio de Janeiro
- Cantores do estado do Rio de Janeiro
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Exilados na ditadura militar no Brasil (1964–1985)