Rupi Kaur
Rupi Kaur | |
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Nascimento | 05 de outubro de 1992 (32 anos) |
Ocupação | Escritora, poeta |
Magnum opus | Milk and Honey |
Página oficial | |
www.rupikaur.com |
Rupi Kaur (Panjabe, 4 de outubro de 1992) é uma poetisa feminista contemporânea, escritora e artista da palavra falada indiano-canadense. Ela é popularmente conhecida como Instapoet pela atenção que ela ganha online com seus poemas no Instagram.[1] Ela publicou um livro de poesia e prosa intitulado "milk and honey" (Outros jeitos de usar a boca, no Brasil) em 2015. O livro aborda os temas violência, abuso, amor, perda e feminilidade.[2] Em outubro de 2017, lançou a sua segunda obra "The Sun and Her Flowers" (O que o sol faz com as flores, no Brasil) [3]Em novembro de 2020 publicou "home body" (Meu corpo minha casa, no Brasil), seu terceiro livro, que estreou em primeiro lugar nas principais listas de best-sellers do mundo.[4]
Vida
[editar | editar código-fonte]Rupi Kaur nasceu em Panjabe, Índia e imigrou com seus pais para Toronto, Canada, quando tinha 4 anos. Quando criança, foi inspirada por sua mãe a desenhar e pintar. Ela costumava escrever poemas para os seus amigos nos seus aniversários e mensagens para pessoas que ela se interessava.[2] Ela estudou retórica e escrita profissional na Universidade de Waterloo, em Ontário.[2] Ela atualmente reside em Brampton, Ontario com seus pais e quatro irmãos.[5] Kaur e sua família se mudaram bastante, sete vezes no total, antes de pararem em Brampton.[6]
Trabalho
[editar | editar código-fonte]Kaur começou a sua carreira na poesia através de redes sociais como o Instagram e Tumblr. No começo achava que jamais conseguiria viver de poesia.[7] Entre os seus trabalhos mais notáveis está a sua série fotográfica sobre menstruação, descrito como uma poesia visual visando desafiar tabus sobre a menstruação.[8] Outros temas comuns encontrados nos seus trabalhos incluem abuso, feminilidade, amor e corações partidos. Em outubro de 2015, Kaur publicou os seus trabalhos no livro Milk and Honey.[9] Rupi Kaur disse que o empoderamento é o assunto sobre o qual ela mais gosta de escrever, pois "é como me tornar minha própria melhor amiga e dar a mim mesma os conselhos que preciso".[10] Rupi lançou mais dois livros com Andrews McNeel Publishing e Schuster Canada, o primeiro destes no outono de 2017.[11] Em 2019 foi eleita a escritora da década pelo The New Republic[12] No início de fevereiro de 2023, seu quarto livro, denominado "Cura pelas Palavras" (Healing Through Words) e desenvolvido a partir de oficinas ministradas durante a pandemia, foi lançado no Brasil pela editora Planeta.[13] Ainda em sua primeira passagem pelo país, a artista realizou uma apresentação para o seu público no Memorial da América Latina, em São Paulo. [14]
Inspiração
[editar | editar código-fonte]Rupi Kaur disse que ela tira inspiração nas histórias e experiências de outras pessoas.[15] Ela é inspirada por escritoras como Anais Nin, Virginia Woolf, e Warsan Shire e começou a escrever poesia "seriamente" em novembro de 2013.[2] Ela também tira inspiração de escrituras Sikh na sua escrita e na sua vida.[2] A paixão de Rupi Kaur pela escrita começou quando ela era nova. Kaur entrou em um concurso de fala e escrita no ensino fundamental. Ela também escrevia cartas para amigos e outras pessoas com quem se relacionava, e eventualmente começou um diário.[10] Durante o ensino médio, ela anonimamente compartilhava seus escritos, e em 2013 ela começou a compartilhar o seu trabalho com o seu próprio nome no Tumblr. Kaur levou a sua escrita ao Instagram em 2014 e começou a adicionar ilustrações simples. Todos seus trabalhos são feitos inteiramente em letras minúsculas e a única pontuação que contem são pontos finais. Ela disse que decidiu escrever assim para honrar a sua cultura, porque na escrita gurmukhi, só há um tipo de letra (não há maiúsculas e minúsculas) e somente pontos finais são usados. Ela diz que também aprecia a igualdade das letras e que seu estilo reflete sua visão de mundo.[10]
Milk and Honey
[editar | editar código-fonte]O primeiro livro de Kaur é uma antologia intitulada Milk and Honey (leite e mel). Uma antologia de poesias, prosa e ilustrações, o livro é dividido em quatro capítulos, cada um com um tema diferente.[2] As seções estão intituladas "the hurting" (a dor), "the loving" (o amor), "the breaking (a ruptura)", e "the healing" (a cura). Kaur originalmente publicou de maneira autônoma seu livro na Amazon em 2014, mas foi tão popular que uma editora, Andrews McNeel Publishing, decidiu adotá-lo para uma segunda impressão em outubro de 2015.[16] O livro esteve nas listas de mais vendidos de literatura canadense na Amazon, entre escritores como Margaret Atwood. Também foi o segundo livro mais vendido da Amazon na categoria poesia. A coletânea também foi um bestseller da lista do New York Times e permaneceu ali por 25 semanas consecutivas. Em outubro de 2016, havia vendido meio milhão de cópias.[10] Milk and Honey foca em temas como amor, perda, trauma, violência, feminilidade e cura.[10]
Controvérsia
[editar | editar código-fonte]Em março de 2015, como parte de um projeto fotográfico para a universidade, Kaur postou uma foto sua deitada na cama com uma mancha de sangue menstrual em sua roupa no Instagram. O Instagram removeu a imagem duas vezes porque a imagem não "seguia (suas) Diretrizes da Comunidade."[17] A imagem fazia parte de uma série fotográfica sobre menstruação para tirar estigmas e tabus acerca da menstruação.[18] Kaur levou ao Facebook e criticou a ação do Instagram dizendo, "Obrigada Instagram por fornecer a resposta exata que meu trabalho foi criado para criticar. Vocês deletaram a minha foto duas vezes, afirmando que ia contra as diretrizes da comunidade. Eu não vou pedir desculpas por não alimentar o ego e orgulho de uma sociedade misógina que terá o meu corpo em uma roupa íntima, mas não está de acordo com um pequeno vazamento quando as suas páginas estão cheias de incontáveis fotos/contas onde mulheres (muitas menores de idade) são objetificadas, pornificadas e tratadas como menos que humanas."[19]
A imagem no Facebook foi compartilhada por milhares, se tornou viral e virou notícia pelo mundo. Mais tarde, o Instagram restaurou a sua imagem e pediu desculpas, afirmando ter deletado por engano.[18]
No início de 2022, a poetisa teve a sua principal obra, o livro Milk and Honey, banido em escolas do Texas por conta de temas como agressão sexual e violência serem abordados em seus poemas.[20] Em entrevista para o canal ABC News Live, a autora disse que teve seu coração partido pelo acontecido e que "Proibir livros é proibir cultura e experiências para todos". [21]
Reconhecimento
[editar | editar código-fonte]É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2017.[22]
Eleita escritora da década pelo The New Republic.[12]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Flood, Alison (13 de setembro de 2016). «Poet Rupi Kaur's Milk and Honey sells more than half a million copies». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 8 de outubro de 2016
- ↑ a b c d e f «Milk & Honey: A Poet Exposes Her Heart». Kaur Life. 20 de novembro de 2014. Consultado em 8 de outubro de 2016
- ↑ Quill&Quire (8 de fevereiro de 2023). «nova coleção». 11/07/2017
- ↑ ABA (8 de fevereiro de 2023). «livro best seller». 04/01/2023
- ↑ El-Safty, Amirah. «Internet Made the Poetry Star: The digital life and times of poet and artist Rupi Kaur». The Walrus. The Walrus. Consultado em 23 de março de 2016
- ↑ «How Rupi Kaur Became the Voice of Her Generation». Flare (em inglês). 11 de novembro de 2016. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ Vieira, Maria Clara (25 de abril de 2018). «A poetisa pop». Veja
- ↑ Briscoll, Drogan. «Feminist Artist Rupi Kaur, Whose Period Photograph Was Removed From Instagram: 'Men Need To See My Work Most'». Huffington Post. Huffington Post. Consultado em 22 de março de 2016
- ↑ «Poet and artist Rupi Kaur battled taboos about women's bodies – and broke the internet». CBC. Canadian Broadcasting Corporation. Consultado em 22 de março de 2016
- ↑ a b c d e «A poet and rebel: How Insta-sensation Rupi Kaur forced her way to global fame». http://www.hindustantimes.com/. 22 de outubro de 2016. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ «Rupi Kaur to Publish Two with Andrews McMeel». PublishersWeekly.com. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ a b Ruman Alam (8 de fevereiro de 2023). «escritora da década». 23/12/2019
- ↑ Beatriz Lourenço (8 de fevereiro de 2023). «novo livro rupi kaur». 04/02/2023
- ↑ Paula Jacob (8 de fevereiro de 2023). «show rupi são paulo». 07/02/2023
- ↑ Charleston, Erin Spencer Digital Marketer in; SC (22 de janeiro de 2015). «Rupi Kaur: The Poet Every Woman Needs To Read». The Huffington Post. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ Kassam, Ashifa (26 de agosto de 2016). «Rupi Kaur: 'There was no market for poetry about trauma, abuse and healing'». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ Lese, Kathryn. «Padded Assumptions: A Critical Discourse Analysis Of Patriarchal Menstruation Discourse». commons.lib.jmu.edu. James Madison University
- ↑ a b «The picture Instagram didn't want you to see». The Independent (em inglês). 30 de março de 2015. Consultado em 8 de outubro de 2016
- ↑ «Instagram deletes woman's period photos - but her response is amazing». The Telegraph. Consultado em 8 de outubro de 2016
- ↑ Brooklyn Neustaeter (8 de fevereiro de 2023). «livro banido no texas». 22/04/2022
- ↑ CBC News (8 de fevereiro de 2023). «livro banido no texas¹». 13/05/2022
- ↑ «#100Mulheres: BBC divulga lista anual das mulheres de destaque no mundo: quem são as 9 brasileiras na relação?». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2022