Rã-da-pedra

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Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Cycloramphidae
Gênero: Thoropa
Espécie: T. petropolitana
Nome binomial
Thoropa petropolitana
(Wandolleck, 1907)
Sinónimos[2][3]
  • Thoropa petroliana (Wandolleck, 1907)
  • Elosia petropolitanus (Boulenger, 1909)
  • Hylodes petropolitanus (Wandolleck, 1907)
  • Ololigon abbreviatus petropolitana (Miranda-Ribeiro, 1923)
  • Eleutherodactylus petropolitanus (Müller, 1927)
  • Borborocoetes petropolitanus (Noble, 1927)
  • Eupsophus petropolitanus (Cochran, 1955)

A rã-da-pedra (nome científico: Thoropa petropolitana) é uma espécie de anfíbio anuro da família dos cicloranfídeos (Cycloramphidae) endêmica do Brasil, onde é encontrada nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e talvez São Paulo.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

A rã-da-pedra é endêmica do sudeste do Brasil, onde ocorre nos estados do Rio de Janeiro (municípios de Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Tinguá e Mangaratiba) e Espírito Santo (município de Santa Teresa). A partir do mínimo polígono convexo formado por seus pontos de registro, foi assumido que sua área de ocorrência é de 3 370,5 quilômetros quadrados.[4] Há registros históricos de sua ocorrência em São Paulo. Habita em altitudes acima de 800 metros (2 600 pés) em áreas rochosas na floresta, ou na borda da floresta, no bioma da Mata Atlântica, onde vive em rochas úmidas perto de córregos ou cachoeiras.[1] Ao longo de suas extensão, ocorre em algumas áreas protegidas: as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Fazenda Santa Izabel, Fazenda Cochoeirinha, Sítio Granja São Jorge, Fazenda Limeira, Pedra dos Amarilis, Reserva Ecológica Metodista Ana Gonzaga e Fattoria Grigia e a Área de Proteção Ambiental Petrópolis. Ocorria no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, mas aparentemente desapareceu localmente.[4]

Ecologia e conservação[editar | editar código-fonte]

Os últimos registros da rã-da-pedra ocorreram há mais de 30 anos, quando era muito comum. Nas últimas décadas, apesar dos esforços intensos, nenhum espécime foi registrado, o que sugere que tenha ocorrido uma redução de pelo menos 50% da população nos últimos 10 anos (ano de referência: 2010), o que corresponde a aproximadamente três gerações.[4] Embora não sejam confirmadas as causas do declínio, é sabido que a espécie é afetada por vários fatores antropogênicos, como a perda de habitat pelo corte raso, assentamento humano, turismo e incêndio. A quitridiomicose também pode ser um fator de risco.[1]

A espécie ocorre na área de abrangência do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna do Sudeste da Mata Atlântica do Sudeste de 2015, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).[4] Em 2005, foi avaliada como criticamente em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[2] em 2014, sob a rubrica de dados insuficientes no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[5] em 2014, como em perigo na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[6] e em 2018, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do ICMBio[7][8] e como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[9]

Referências

  1. a b c Carvalho-e-Silva, S.P.; Peixoto, O.L. (2004). Thoropa petropolitana (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 27 de setembro de 2014..
  2. a b «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  3. Frost, D.R. (2014). «Thoropa petropolitana (Wandolleck, 1907)». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. Nova Iorque: Museu Americano de História Natural. Consultado em 3 de maio de 2022 
  4. a b c d Haddad, Célio Fernando Baptista; Segalla, Magno Vicente; Bataus, Yeda Soares de Lucena; Uhlig, Vívian Mara; Batista, Flávia Regina de Queiroz; Garda, Adrian; Hudson, Alexandre de Assis; Cruz, Carlos Alberto Gonçalves da; Strüsmann, Christiane; Brasileiro, Cínthia Aguirre; Silvano, Débora Leite; Nomura, Fausto; Pinto, Hugo Bonfim de Arruda; Amaral, Ivan Borel; Gasparini, João Luiz Rosetti; Lima, Leôncio Pedrosa; Martins, Márcio Roberto Costa; Hoogmoed, Marinus Seteven; Colombo, Patrick; Valdujo, Paula Hanna; Garcia, Paulo Christiano de Anchieta; Feio, Renato Neve; Brandão, Reuber Albuquerque; Bastos, Rogério Pereira; Caramaschi, Ulisses (2010). «Avaliação do Risco de Extinção de Thoropa petropolitana (Wandolleck, 1907), no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Consultado em 17 de abril de 2022 
  5. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
  6. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  7. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  8. «Thoropa petropolitana (Wandolleck, 1907)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 26 de abril de 2022. Cópia arquivada em 10 de julho de 2022 
  9. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
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