Tráfico de escravos para o Brasil: diferenças entre revisões
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"O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Durou de meados do século XVI até meados do século XIX. Portugueses, " Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual |
O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Durou de meados do século XVI até meados do século XIX. Portugueses, brasileiros, holandeses, ingleses e african... Etiquetas: Referências removidas Editor Visual |
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* O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Durou de meados do século XVI até meados do século XIX. Portugueses, brasileiros, holandeses, ingleses e africanos dominaram um comércio que envolveu a movimentação de mais de 3 000 000 de pessoas. Se dividiu em quatro fases. |
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Os portugueses começaram o seu contacto com os mercados de escravos africanos para resgatar cativos civis e militares desde o tempo da Reconquista. Nesta época, o Alfaqueque era a pessoa que tinha, por missão, tratar do resgate de cativos. Quando Catarina de Áustria autoriza o tráfico de escravos para o Brasil, o comércio de escravos oriundos da África, que antes era dominado pelos africanos, passa a ser também dominado por europeus. |
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As listas dos resgates de cativos escravizados e libertados durante o reinado de dom João V revelam que até brasileiros chegaram a ser capturados e vendidos no mercado Africano. |
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O tráfico de escravos para o Brasil não era exclusivo de comerciantes brancos europeus e brasileiros, mas era uma actividade em que os pumbeiros, que eram mestiços, negros livres e também ex-escravos,não só se dedicavam ao tráfico de escravos como controlavam o comércio costeiro – no caso de Angola, também parte do comércio interior – para além de fazerem o papel de mediadores culturais no comércio de escravos da África Atlântica. Refira-se Francisco Félix de Sousa, alforriado aos 17 anos, considerado o maior traficante de escravos brasileiro. |
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⚫ | A partir de 1530, com o conhecimento adquirido na fabricação do açúcar nas ilhas da Madeira e de São Tomé, e depois com a criação em 1549 do Governo Geral para o Brasil, a Coroa portuguesa procurou incentivar construção de engenhos de açúcar no Brasil. Mas os colonos encontraram grandes dificuldades no recrutamento da mão de obra e na falta de capitais para financiar a montagem dos engenhos de açúcar.1 As várias epidemias que, a partir de 1560, dizimaram os escravos índios em proporções alarmantes fizeram com que a que Coroa portuguesa criasse leis que proibissem, de forma parcial, a escravatura de índios, isto é, "proibiam a escravização dos índios convertidos e só permitiam a captura de escravos através de guerra justa contra os índios que combatessem ou devorassem os Portugueses, ou os Índios aliados, ou os escravos; esta guerra justa deveria ser decretada pelo soberano ou pelo Governador Geral". Outras adaptações desta lei surgiram mais tarde. |
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A subsequente falta de mão de obra levou a que se necessitasse de introduzir mão de obra de outra origem. |
A subsequente falta de mão de obra levou a que se necessitasse de introduzir mão de obra de outra origem. |
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Quanto aos holandeses, a partir de 1630 começaram ocupar as regiões produtoras de açúcar no Brasil e, para suprir a falta de mão de obra escrava, em 1638 lançaram-se na conquista do entreposto português de |
Quanto aos holandeses, a partir de 1630 começaram ocupar as regiões produtoras de açúcar no Brasil e, para suprir a falta de mão de obra escrava, em 1638 lançaram-se na conquista do entreposto português de São Jorge da Mina e, em 1641, organizaram a invasão de Angola. |
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Argumenta-se que a sobrevivência das primeiras |
Argumenta-se que a sobrevivência das primeiras engenhocas, o plantio de cana-de-açúcar, do algodão, do café e do fumo foram os elementos decisivos para que ametrópole enviasse para o Brasil os primeiros escravos africanos, vindos de diversas partes da África, trazendo, consigo, seus hábitos, costumes, música, dança,culinária, língua, mitos, ritos e a religião, que se infiltrou no povo, formando, ao lado da religião católica, as duas maiores religiões do Brasil. |
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== Os primeiros escravos e a legalização da escravatura == |
== Os primeiros escravos e a legalização da escravatura[editar | editar código-fonte] == |
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A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversos e Divino Amorecommuniti, ambas de |
A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversos e Divino Amorecommuniti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar.2 A regulamentação da escravatura era legislada nasordenações manuelinas,3 a adopção da escravatura vinha, assim, tentar ultrapassar a grande falta de mão de obra, que também se verificava por toda a Europa devido à recorrência de epidemias, muitas provenientes da África e do Oriente. Até a primeira metade do século XV, a população portuguesa apresentou queda demográfica constante.4 |
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Quanto aos governos Africanos, quer fossem de religião |
Quanto aos governos Africanos, quer fossem de religião muçulmana5 ou de outras religiões nativas, já praticavam a escravatura muito antes de os europeus se iniciarem no tráfico. Diversas nações africanas tinham as suas economias dependentes do tráfico de escravos e viam o comércio de escravos com os europeus como mais uma oportunidade de negócio.6 7 |
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O mais antigo registro de envio de escravos africanos para o Brasil data de 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, solicitou, ao Rei, a remessa de |
O mais antigo registro de envio de escravos africanos para o Brasil data de 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, solicitou, ao Rei, a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé (Paraíba do Sul/Macaé). |
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Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, dona Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até |
Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, dona Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até 120 escravos. |
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== Como os africanos se tornavam milionário == |
== Como os africanos se tornavam milionário[editar | editar código-fonte] == |
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Quando os portugueses chegaram a África, encontraram um mercado africano de escravos largamente implementado e bastante extenso. |
Quando os portugueses chegaram a África, encontraram um mercado africano de escravos largamente implementado e bastante extenso. |
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Os africanos eram escravizados por diversos motivos antes de serem adquiridos: |
Os africanos eram escravizados por diversos motivos antes de serem adquiridos:[''carece de fontes''] |
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* soldado de guerra |
** soldado de guerra |
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* agradecimeto para quem fosse |
** agradecimeto para quem fosse por salvar, gente,criança e, às vezes, adultério. |
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* penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas. |
** penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas. |
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* rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas, |
** rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas, |
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* troca de um membro |
** troca de um membro da comunidade por comida |
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** como pagamento de tributo a outro chefe tribal8 |
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* como pagamento de tributo a outro chefe tribal<ref>[http://books.google.pt/books?id=lfN_88iF1LEC&pg=PA25&dq=%22escravos+de+escravos%22&hl=pt-PT&ei=ilgDTuzhEsnOswao6tH0DQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CC0Q6AEwAA#v=onepage&q=%22escravos%20de%20escravos%22&f=false Etica, Direito E Cidadania: Brasil Sociopolitico E Juridico Atual pg 26]</ref> |
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⚫ | Ainda quando estavam em África, estima-se que a taxa de mortalidade dos africanos no percurso que faziam desde o local em que eram capturados pelos mercadores de escravos locais, até ao litoral onde eram vendidos aos europeus, era superior à que ocorria durante a travessia do Atlântico.9 Durante a travessia, a taxa de mortalidade, embora menor do que em terra, até o final do século XVIII se manteve assustadora, com maior ou menor incidência dependendo das epidemias, das rebeliões e suicídios levados a cabo pelos escravizados, das condições existentes a bordo, bem como do humor do capitão e tripulação de cada navio negreiro.10 |
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⚫ | Ainda quando estavam em África, estima-se que a taxa de mortalidade dos africanos no percurso que faziam desde o local em que eram capturados pelos mercadores de escravos locais, até ao litoral onde eram vendidos aos europeus, era superior à que ocorria durante a travessia do Atlântico. |
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== Referências == |
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*# Ir para cima↑ [1] |
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*# Ir para cima↑ [2] |
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*# Ir para cima↑ www.gptec.cfch.ufrj.br/leis/default.asp |
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*# Ir para cima↑ [3] |
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*# Ir para cima↑ [4] |
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*# Ir para cima↑ [5] |
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*# Ir para cima↑ [6] |
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*# Ir para cima↑ Etica, Direito E Cidadania: Brasil Sociopolitico E Juridico Atual pg 26 |
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*# Ir para cima↑ BoaHen, Albert Adu "História Geral da África; Vol. VII – África sob dominação colonial" UNESCO 2010 ISBN 9788576521297 Páginas 541-42 Visualização no Google Livros |
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*# Ir para cima↑ Rediker, Marcus "O Navio Negreiro" Ed. Companhia das Letras 2011 ISBN 9788535918052 |
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== Ver também[editar | editar código-fonte] == |
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** Tratado de Tordesilhas |
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** Tráfico negreiro |
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** Candomblé |
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** Escravatura |
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** Umbanda |
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** Quimbanda |
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** Congado |
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== Ligações externas[editar | editar código-fonte] == |
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** Aspectos Comparativos do Tráfico de Africanos para o Brasil |
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** Francisco Félix de Sousa (Xaxá), Mercador de Escravos, 2004 livro de Alberto da Costa e Silva |
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* A vinda dos escravos, |
** A vinda dos escravos, Waldeloir Rego em Mitos e Ritos Africanos da Bahia. |
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* |
** Cultura marítima: marinheiros e escravos no tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII E XIX) |
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* |
** Regiões de origem dos escravos negros |
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** Escravidão, um passado para esquecer? |
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** Herança africana na Bahia |
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Revisão das 22h28min de 22 de maio de 2014
- O tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Durou de meados do século XVI até meados do século XIX. Portugueses, brasileiros, holandeses, ingleses e africanos dominaram um comércio que envolveu a movimentação de mais de 3 000 000 de pessoas. Se dividiu em quatro fases.
O comércio de escravos já estava solidamente implantado no continente africano na época das Grandes Navegaçõeseuropeias, já existindo durante milhares de anos. Nações africanas.
Os portugueses começaram o seu contacto com os mercados de escravos africanos para resgatar cativos civis e militares desde o tempo da Reconquista. Nesta época, o Alfaqueque era a pessoa que tinha, por missão, tratar do resgate de cativos. Quando Catarina de Áustria autoriza o tráfico de escravos para o Brasil, o comércio de escravos oriundos da África, que antes era dominado pelos africanos, passa a ser também dominado por europeus.
As listas dos resgates de cativos escravizados e libertados durante o reinado de dom João V revelam que até brasileiros chegaram a ser capturados e vendidos no mercado Africano.
O tráfico de escravos para o Brasil não era exclusivo de comerciantes brancos europeus e brasileiros, mas era uma actividade em que os pumbeiros, que eram mestiços, negros livres e também ex-escravos,não só se dedicavam ao tráfico de escravos como controlavam o comércio costeiro – no caso de Angola, também parte do comércio interior – para além de fazerem o papel de mediadores culturais no comércio de escravos da África Atlântica. Refira-se Francisco Félix de Sousa, alforriado aos 17 anos, considerado o maior traficante de escravos brasileiro.
O móbil do tráfico - a economia açucareira[editar | editar código-fonte]
A partir de 1530, com o conhecimento adquirido na fabricação do açúcar nas ilhas da Madeira e de São Tomé, e depois com a criação em 1549 do Governo Geral para o Brasil, a Coroa portuguesa procurou incentivar construção de engenhos de açúcar no Brasil. Mas os colonos encontraram grandes dificuldades no recrutamento da mão de obra e na falta de capitais para financiar a montagem dos engenhos de açúcar.1 As várias epidemias que, a partir de 1560, dizimaram os escravos índios em proporções alarmantes fizeram com que a que Coroa portuguesa criasse leis que proibissem, de forma parcial, a escravatura de índios, isto é, "proibiam a escravização dos índios convertidos e só permitiam a captura de escravos através de guerra justa contra os índios que combatessem ou devorassem os Portugueses, ou os Índios aliados, ou os escravos; esta guerra justa deveria ser decretada pelo soberano ou pelo Governador Geral". Outras adaptações desta lei surgiram mais tarde.
A subsequente falta de mão de obra levou a que se necessitasse de introduzir mão de obra de outra origem.
Quanto aos holandeses, a partir de 1630 começaram ocupar as regiões produtoras de açúcar no Brasil e, para suprir a falta de mão de obra escrava, em 1638 lançaram-se na conquista do entreposto português de São Jorge da Mina e, em 1641, organizaram a invasão de Angola.
Argumenta-se que a sobrevivência das primeiras engenhocas, o plantio de cana-de-açúcar, do algodão, do café e do fumo foram os elementos decisivos para que ametrópole enviasse para o Brasil os primeiros escravos africanos, vindos de diversas partes da África, trazendo, consigo, seus hábitos, costumes, música, dança,culinária, língua, mitos, ritos e a religião, que se infiltrou no povo, formando, ao lado da religião católica, as duas maiores religiões do Brasil.
Os primeiros escravos e a legalização da escravatura[editar | editar código-fonte]
A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversos e Divino Amorecommuniti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar.2 A regulamentação da escravatura era legislada nasordenações manuelinas,3 a adopção da escravatura vinha, assim, tentar ultrapassar a grande falta de mão de obra, que também se verificava por toda a Europa devido à recorrência de epidemias, muitas provenientes da África e do Oriente. Até a primeira metade do século XV, a população portuguesa apresentou queda demográfica constante.4
Quanto aos governos Africanos, quer fossem de religião muçulmana5 ou de outras religiões nativas, já praticavam a escravatura muito antes de os europeus se iniciarem no tráfico. Diversas nações africanas tinham as suas economias dependentes do tráfico de escravos e viam o comércio de escravos com os europeus como mais uma oportunidade de negócio.6 7
O mais antigo registro de envio de escravos africanos para o Brasil data de 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, solicitou, ao Rei, a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé (Paraíba do Sul/Macaé).
Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, dona Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até 120 escravos.
Quando os portugueses chegaram a África, encontraram um mercado africano de escravos largamente implementado e bastante extenso.
Os africanos eram escravizados por diversos motivos antes de serem adquiridos:[carece de fontes]
- soldado de guerra
- agradecimeto para quem fosse por salvar, gente,criança e, às vezes, adultério.
- penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas.
- rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas,
- troca de um membro da comunidade por comida
- como pagamento de tributo a outro chefe tribal8
Ainda quando estavam em África, estima-se que a taxa de mortalidade dos africanos no percurso que faziam desde o local em que eram capturados pelos mercadores de escravos locais, até ao litoral onde eram vendidos aos europeus, era superior à que ocorria durante a travessia do Atlântico.9 Durante a travessia, a taxa de mortalidade, embora menor do que em terra, até o final do século XVIII se manteve assustadora, com maior ou menor incidência dependendo das epidemias, das rebeliões e suicídios levados a cabo pelos escravizados, das condições existentes a bordo, bem como do humor do capitão e tripulação de cada navio negreiro.10
Referências
- Ir para cima↑ [1]
- Ir para cima↑ [2]
- Ir para cima↑ www.gptec.cfch.ufrj.br/leis/default.asp
- Ir para cima↑ [3]
- Ir para cima↑ [4]
- Ir para cima↑ [5]
- Ir para cima↑ [6]
- Ir para cima↑ Etica, Direito E Cidadania: Brasil Sociopolitico E Juridico Atual pg 26
- Ir para cima↑ BoaHen, Albert Adu "História Geral da África; Vol. VII – África sob dominação colonial" UNESCO 2010 ISBN 9788576521297 Páginas 541-42 Visualização no Google Livros
- Ir para cima↑ Rediker, Marcus "O Navio Negreiro" Ed. Companhia das Letras 2011 ISBN 9788535918052
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Tratado de Tordesilhas
- Tráfico negreiro
- Candomblé
- Escravatura
- Umbanda
- Quimbanda
- Congado
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Aspectos Comparativos do Tráfico de Africanos para o Brasil
- Francisco Félix de Sousa (Xaxá), Mercador de Escravos, 2004 livro de Alberto da Costa e Silva
- A vinda dos escravos, Waldeloir Rego em Mitos e Ritos Africanos da Bahia.
- Cultura marítima: marinheiros e escravos no tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII E XIX)
- Regiões de origem dos escravos negros
- Escravidão, um passado para esquecer?
- Herança africana na Bahia