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O Atobá-grande (Sula dactylatra) é a maior da família dos Sulídeos. É conhecido também pelos nomes de piloto, piloto-branco e mombebo-piloto. Bastante distribuída nos oceanos tropicais e subtropicais é dificilmente encontrada próximo à costa. Dentre as espécies dos atobás, o atobá-grande apresenta maior tamanho e maior peso.[1] São consideradas como espécies marinhas podendo ser encontradas sobre as águas pelágicas dando preferência as águas com profundidade. Sua reprodução é dependente da localidade que se encontra ao qual formam colônias de densidades variáveis em ilhas rochosas. Seus ninhos são formados em bordas de penhascos, entretanto, uma variedade de outros locais é utilizada pela espécie.[2]

Características[editar | editar código-fonte]

Essas aves podem medir cerca de 86 cm de comprimento, possui uma plumagem branca e suas asas são negras. Seu bico é de cor amarelada e ao redor dos olhos forma uma espécie de máscara escura, íris amarela e pés oliváceos ou plúmbeos. Além disso, são conhecidos pelo nome de piloto, piloto- branco e mumbebo - piloto, possuem medida de envergadura entre 150 e 160 cm.[1]

É considerado a maior e mais pesada dos atobás sendo os machos menores que as fêmeas. Nascem nus, mas depois de 35 a 40 dias são completamente cobertos por penas, os ninhegos e os jovens possuem pés com variação de cores entre chumbo e chumbo-amarelo, além de íris de coloração cinza.[1]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

Considerando - se as diferenças regionais existentes. Alguns autores reconhecem mais de oito subespécies, tendo como localidade comum a Ilha de Ascensão. Sendo que no Brasil a espécie encontrada é a Sula dactylatra dactylatra.[1]

 São elas:

  • Sula dactylatra dactylatra - Lesson, ano 1831
  • Sula dactylatra californica - Rothschild, ano 1915
  • Sula dactylatra bedouti - Mathews, ano 1913
  • Sula dactylatra personata - Gould, ano 1846
  • Sula dactylatra fullagari - O’brien & Davies, ano 1991
  • Sula dactylatra melanops - Hartlaub, ano 1859

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Se alimentam basicamente de peixes e lulas. Seu maior gasto de tempo é no mar a onde ficam à procura de seu alimento sendo geralmente durante o dia. Possuem fortes habilidades de mergulho e assim utilizam delas para acharem e capturarem suas presas. Esse mergulho é realizado em posição vertical, onde atingem piques de alturas com até 30 m de profundidade da água. Costumam nadar vários metros, imergindo as ondas em busca de presas. Possui o hábito de ficar mais perto da terra após realizarem a coleta de alimento para a prole, caso contrário caça até 65 quilômetros da costa. Próximo a superfície da água é capaz de capturar também peixes voadores.[1]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Seus ninhos são construídos em ilhas pequenas planas e sem árvores. É acabado em bordas de paredões íngremes e áreas planas justamente para permitir a facilidade de deslocamento, formando assim médias e pequenas colônias. Esses ninhos se constituem de buracos pequenos no chão, sendo geralmente colocado dois ovos. Possuem apenas um parceiro durante todo o período de sua vida e seu ritual de acasalamento é de forma intricada. As fêmeas são atraídas pelos machos quando eles esticam o pescoço, além disso lhes dão de presente pedras e penas. O processo de cópula se inicia após uma caminhada lenta, esse processo leva cerca de 10 a 20 segundos, a fêmea começa imediatamente a incubação após a colocação do primeiro ovo. A incubação dura em média 45 dias e é realizada em um conjunto pelo macho e pela fêmea. Assim que o primeiro filho nasce ele empurra o outro para externamente ao ninho, por esse motivo os pais acabam criando apenas um dos filhos. Esse filho é alimentado somente a duas vezes por dia onde é alimentado tanto pelo pai quanto pela mãe, entretanto as fêmeas trazem uma maior quantidade de comida para o ninho em relação aos machos. Sua fase de voo se inicia a partir de 109 à 151 dias, contudo os pais continuam alimentando e protegendo de um até dois meses após iniciarem o voo. Os jovens iniciam sua fase sexual em 3 à 5 anos

O período de reprodução é bastante variável, pois depende muito do local, podendo ocorrer de janeiro a julho, de agosto à março e de fevereiro à agosto.[1]

Hábitos[editar | editar código-fonte]

É uma ave pelágica e só vem a terra com o objetivo de reprodução, é encontrada em todos os oceanos, especialmente na faixa tropical. São encontrados quase sempre solitários ou em grupos pequenos. Quando ameaçados ou surpresos, soam um alarme com bastante rapidez. Contudo não apresentam sinais de agressividade e muito amigáveis com os seres humanos. Vivem em estado selvagem por cerca de 15 à 20 anos[1]

Tanto o macho quando a fêmea são bastante silenciosos no período noturno. O macho se beneficia com um apito estridente e se comunicam com a fêmea durante o namoro, quando assustados e ameaçados, enquanto as fêmeas possui o chamado “honky”[1]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Sula dactylatra, possui ampla distribuição pelos oceanos subtropicais e tropicais.[1]

  • Ssp. dactylatra: possuem nas ilhas da região Atlântico sul ocidental e Ilhas do Caribe.
  • Ssp. melanops: possuem na região noroeste do Mar vermelho e Oceano Índico.
  • Ssp. bedouti: possuem nas regiões leste e sul do Oceano Índico.
  • Ssp. personata: possuem na região do centro e oeste do pacífico e Coral Sea indo em direção a Micronésia e Polinésia.
  • Ssp. californica: possuem na região oeste do México e Ilhas Off.
  • Ssp. fullagari: possuem no Mar da Tasmânia, região norte.

Ameaças[editar | editar código-fonte]

Todos que vão a Fernando de Noronha, ficam impressionados com sua beleza natural, com suas espécies deslumbrantes e, contudo, presente naquele paraíso.

Entretanto muitos não sabem que esse paraíso passa por grandes ameaças a suas espécies endêmicas, sendo uma delas o atobá-grande. O grande número populacional, os problemas socioambientais e o turismo desordenado, causam grandes consequências ao atobá- grande onde acabam gerando perda de seus habitats. Para que haja uma redução desses impactos é necessário que os turistas e os habitantes se conscientizem e comecem a colocar em prática pequenas atitudes que poderão diminuir os impactos tanto a espécie, quanto ao ambiente. É imprescindível que respeite os limites da natureza, podendo assim salvar e preservar a espécie.[3][4]

É importante lembrar que para as espécies que se encontram em ameaças uma das principais consequências é a degradação se seus habitat ou até mesmo o risco de extinção. Esse é um dos fatores que ocorre com a Sula dactylatra no Brasil é a pesca desordenada onde acaba interferindo em sua alimentação. Para que essas ações possam ser desaceleradas é importante que haja ações por parte da população para a proteção da espécie, entre essas ações destaca-se a proteção das áreas onde hoje o Brasil conta com um total de 1.544.833 Km² dessas áreas protegidas. Além disso a ICMBio usa de projetos e planos como o Plano de Ação Nacional para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção. Esse plano conta com o auxilio dos governos estaduais e municipais, das universidades e também da sociedade como um todo. Esse plano é fundamental para que essas ações saiam do papel e possam ser realmente colocadas em práticas, tudo com o intuito da preservação tanto do atobá-grande, quanto de todas as espécies em ameaças.[5]

Outros pontos de ameaças as espécies continentais além da degradação e a perda do habitat que os seus vários fatores variam de acordo com sua localidade no país. Tem até mesmo a retirada de indivíduos da natureza e outro fator é a expansão urbana, esse é o fator de maior impacto aos biomas da Mata Atlântica e Pampa.[5]

Sabe-se também que essas mudanças não devem ocorrer apenas por parte de planos elaborados e sim por meio da conscientização da sociedade nos mínimos detalhes,desde o descarte do lixo ao lugar certo até mesmo deixando as áreas de habitats das espécies.[5]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

No país as maiores colônias de reprodução da espécie ficam concentradas no Atol das Rocas no Rio Grande do Norte, Arquipélagos advindos dos Abrolhos na Bahia e de Fernando de Noronha no Pernambuco, sendo ocasionalmente registrada mais algumas partes da costa brasileira como os estados do Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina. Em fevereiro de 2016 foi encontrado um Atobá-grande na praia do Barco localizada no Rio Grande do Sul no município de Capão da Canoa, a ave foi encontrada em estado imóvel e foi encaminha por meio do Batalhão de Polícia Ambiental em direção ao CERAM que é o órgão responsável pela reabilitação da fauna silvestre e marinha, ao qual faz parte e é mantida pelo CECLIMAR/UFRGS que realiza estudos marinhos e costeiros limnológicos na Universidade Federal do estado Rio Grande do Sul, contudo a ave não resistiu indo a óbito dias depois.[6]

Algumas espécies regularmente encontradas na costa brasileira podem ser eventualmente confundidas com a Sula dactylatra entre elas pode se destacar a S. leucogaster.

Em Abrolhos a ave mais conhecido é a Sula dactylatra, em 1994 foi estimada em cerca de 800 indivíduos a população reprodutiva local.

A Bahia é um estado conhecido por sua vasta biodiversidade, contudo há uma alta situação de ameaça de suas espécies, sendo o Atobá-grande uma das espécies ameaçadas de extinção no estado.[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h i «Atobá-grande». Consultado em 11 de novembro de 2018 
  2. BirdLife, International (2016). «Booby Mascarado Sula dactylatra Atoba grande». A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2016. Consultado em 12 de novembro de 2018 
  3. Watson, Alice (10 de maio de 2011). «Fernando de Noronha, o paraíso ameaçado». O Eco. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  4. Vieira, Bianka (2 de maio de 2016). «Animais exóticos ameaçam espécies nativas em Fernando de Noronha». Usp. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  5. a b c «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brazil Red Book of Threatened Species of Fauna. 2016. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  6. Franz, Ismael; Ott, Paulo; Machado, Rodrigo; Fausto, Ivone (junho de 2008). «Primeiros registros de Sula dactylatra Lesson, 1831 (Pelecaniformes: Sulidae) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil» (PDF). Revista Brasileira de Ornitologia. Consultado em 11 de novembro de 2018 
  7. «Lista Vermelha Bahia». Consultado em 11 de novembro de 2018