Usuário(a):Mauriciormj/Testes

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A Fon-Fon foi uma revista semanal concebida por Jorge Schmidt no Rio de Janeiro, publicada entre abril de 1907 e agosto de 1958. Ela foi criada para ser um periódico mais veloz e lucrativo que a Kosmos, publicação requintada e de alto custo também pertencente a ele. No começo, pensadores como Gonzaga Duque, Lima Campos e Mário Pederneiras, dirigiram a revista sob influência do simbolismo, contrariando a onda positivista que imperava a cultura nacional no momento de sua invenção. As ilustrações eram dos reconhecidos Raul Pederneiras, Kalixto e J. Carlos.[1]

O nome da revista, que remete à onomatopéia da buzina dos automóveis, foi desenvolvido pelo cartunista e poeta Emílio de Meneses. Em seu início, a publicação tinha um chofer de nome Fon-Fon como personagem principal, enfatizando a identificação do periódico com os preceitos da modernidade. A intensa utilização de caricaturas coloridas, charges e fotografias, litografia e xilogravura passavam de forma visual essa identificação. Em seu primeiro número, a Fon-Fon introduziu-se em seu editorial como um semanário alegre, político, crítico e esfuziante. De teor agradável, tinha como objetivo provocar risos e trazer alegria aos seus leitores com piadas finas e brincadeiras educadas.[2]

O espectro de temas do periódico passava por hábitos cariocas, como ir aos cafés e aos jogos de futebol[1]; crítica de arte, de cinema e de teatro; atualidades, cinema e literatura; crônica social e sátira política; charadas, curiosidades e jogos; colunismo social e concursos. Levava aos seus leitores, flagrantes em fotos de artistas, pessoas da alta sociedade carioca, jornalistas brasileiros e estrangeiros, políticos, e as últimas notícias sobre moda e comportamento no exterior.[2]

Em 1915, a Fon-Fon sofreu mudanças em sua propriedade e sua direção. Sérgio Silva passou a ser o detentor do semanário, permanecendo assim até a última edição. Mário Perderneiras, que acabou sozinho na liderança da publicação, passou a ter ao seu lado Álvaro Moreira - como diretor -, Felipe d’Oliveira, Hermes Fontes, Homero Prates, Olegário Mariano, Paulo Godói, Rodrigo Otávio Filho, Ronald de Carvalho, Rui Pinheiro Guimarães e Ribeiro Couto. O periódico também teve a colaboração de Gustavo Barroso, Mario Sette, Oscar D’Alva, Mario Poppe e Bastos Portela. Correia Dias transformou-se no ilustrador, com participações pontuais de outros artistas, como Di Cavalcanti e Fabian. Nesse momento é possível constatar na revista, uma identificação com as ideias do modernismo, influência que se intensificou na década de 1920.[2]

A partir da década de 1930, os espaços representativos para as crônicas sociais e as sátiras políticas começaram a ficar escassos e perderam o vigor que tinham, transferindo o lugar para a figura feminina e para a divulgação de textos de beleza, comportamento, elegância e luxo. Segmentos como Culinária de bom gosto, Conselhos às mães, Páginas do lar, Como ser bela e moldes para roupas figuravam ao lado das notas sobre o cotidiano e dos escritos sobre literatura, da mesma maneira, a fotografia tomou o espaço da ilustração. Dessa forma, desde a Era Vargas, a publicação buscou constituir pautas relacionadas à afirmação de papéis ideais para a mulher. Observa-se também o aumento da utilização de material acerca da infância, invariavelmente de conteúdo disciplinador.[2]

Em 1942, com o ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, grande parte dos textos tornaram a enfatizar o orgulho nacional, o espírito patriótico e guerreiro do brasileiro. Nesse tempo, o esforço para mudar o viés de conteúdo fez com que a Fon-Fon se aproximasse do gênero do fotojornalismo de atualidades.[2] A revista também envolveu-se na campanha das sufragistas em defesa do voto feminino.[1]

A última edição da revista foi publicada em agosto de 1958, pouco tempo após o falecimento de Getúlio Vargas, que finalizou a praticabilidade de um projeto nacional ao qual o periódico esteve associado, ainda que de maneira informal.[3]

Referências

  1. a b c Basso, Eliane (2008). «Fon-Fon! Buzinando a modernidade» (PDF). Secretaria Especial de Comunicação Social/Prefeitura do Rio de Janeiro. Consultado em 27 de novembro de 2018 
  2. a b c d e Dantas, Carolina. «FON FON» (PDF). Centro de Pesquisa e Documentação de História do Brasil Contemporâneo - Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 27 de novembro de 2018 
  3. Nahes, Semiramis (2007). «Revista FON-FON: a imagem da mulher no Estado Novo (1937/1945)» (PDF). Editora Arte & Ciência. Consultado em 28 de novembro de 2018 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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