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Usuário(a):Pachequis/Testes

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Histórico[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

O Bate-Papo do UOL surgiu junto com a criação do UOL, em 28 de abril de 1996.[1] No início, havia 46 salas, com capacidade de 20 pessoas. Ele inicialmente foi criado para servir como um ponto de encontro entre fãs e artistas. O bate-papo tornou-se popular logo em sua estreia, e meses depois já contava com salas temáticas.[2]

Atualizações[editar | editar código-fonte]

Em 27 de janeiro de 1997, o bate-papo contava com 153 salas, e houve mudanças no design. A janela nos navegadores Netscape Navigator 2.0 e Microsoft Explorer 3.0 eliminaram a barra de botões.[3] Em 6 de outubro, o UOL comprou um novo servidor e criou 139 salas novas para a Estação de Bate-papo do UOL, que passou a ter o total de 278 salas, além de aumentar a capacidade em 25%, permitindo que 9.400 internautas conversassem simultaneamente.[4] Em 3 de dezembro, o bate-papo foi integrado na versão beta do UOL Já, que também permitia que o usuário recebesse notícias instantaneamente.[5] Em 6 de fevereiro de 1998, foram abertas 17 salas novas para a Cidade e Regiões, incluindo para as cidades Americana, Barueri, São Carlos, Cuiabá e Pelotas, Por idade e Imagens Eróticas receberam 17 salas, Sexo recebeu 4 salas e Encontros recebeu 1 sala.[6] Em 30 de março de 1998, o UOL expandiu o número de salas para 500, tornando-se o maior bate-papo do Brasil.[6] No dia 30, o total de salas eram 520, comportando 3 mil internautas. Também foi aberto três salas para pessoas de 15 a 20 anos e duas salas para o grupo de 10 a 15 anos.[7]

Funcionalidades[editar | editar código-fonte]

Interface[editar | editar código-fonte]

Originalmente, o acesso era gratuito, mas assinantes tinham prioridade nos servidores. Os bate-papo funcionava 24 horas por dia.[4] Ao abrir, o usuário podia escolher três modalidades de bate-papo: assuntos pessoais, negócios e temas adultos.[8] As salas eram divididas em canais. Entre os canais disponíveis, estavam Cidades e Regiões, Por Idade, Imagens Eróticas, Sexo, Cinema, Futebol, Vestibulares, entre outros.[9] Há canais exclusivos de texto. É possível observar o número participantes de um dos canais em antemão.[3] Originalmente as salas comportavam 20 pessoas,[3] mas salas com mais de 30 pessoas passaram a ser disponíveis apenas para assinantes do UOL.[9]

No início, o usuário precisava digitar seu nome todas as vezes que entrava em uma sala nova. Após a mudança de design em janeiro de 1997, o nome tornou-se fixo. Dois usuários podem ter o mesmo nome, desde que não estejam na mesma sala. A atualização também trouxe a opção de "espiar", que permite o usuário observar o que está ocorrendo no bate-papo mesmo sem participar dele. A opção funciona mesmo que a sala esteja lotada.[3]

O servidor possui um dispositivo de buscas, onde o usuário pode procurar por uma pessoa em particular.[8] Havia um mural onde era possível agendar conversas em salas específicas ou enviar mensagens, que ficavam armazenadas até uma semana. É possível criar conversas privadas. Nesse caso, não é possível utilizar a opção "espiar".[3] Dentro do UOL Já, caso o usuário estivesse offline, a mensagem era armazenada e entregue no instante em que ele se conectasse. Porém, esta opção era paga.[5]

Segurança[editar | editar código-fonte]

Dentro do UOL Já, o programa era disponibilizado apenas para assinantes e as mensagens do bate-papo contavam com criptografia.[5] As salas são monitoradas por um software de segurança que gera um alerta para os moderadores caso surja algum tema suspeito. Também é possível acionar a Central de Denúncia do UOL. O UOl também barra crianças menores do que quinze anos, incluindo com o software Desktop Mágico. O programa UOL Antifraude, presente na Barra UOL, diminuia as chances de visita a um site fraudulento. Pessoas que cometam o crime de pedofilia são denunciadas ao Ministério Público.[10]

Em agosto de 2007, William Ribeiro da Silva, de Tremembé, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico e formação de quadrilha por pagar programadores de Belo Horizonte e Fortaleza para espalhar links de sites pornográficos no bate-papo que roubavam as informações do computador da vítima, e faz com que o usuário infectado repasse os links em outras salas.[11]

Chamada com vídeo[editar | editar código-fonte]

Originalmente, as chamadas com vídeo eram disponibilizadas através de uma webcam conectada ao NetMeeting, da Microsoft.[8]

Outros programas[editar | editar código-fonte]

Em 1999, surgiu o Jane, mais tarde apelidado de Bate-Papo Jane, que permitia a mudança de cor e a inclusão de sons nas mensagens.[12]

Em 2008, surgiu o CrazyChat, que agregrava funções ao bate-papo. O programa foi criado por Miguel Targa, que notorizou-se por ganhar dinheiro descobrindo falhas em sites como Orkut e YouTube. O programa habilitava diversas funções, como a possibilidade de trocar a cor do usuário sem sair da sala. O uso do CrazyChat foi banido do Bate-Papo do UOL em junho de 2008 por propagação de vírus e divulgação de propaganda ilegal, mas os programadores concordaram em reestruturar conforme as regras do UOL. No fim de 2008, na versão 2.1, foi implementado a função "kick", onde era possível expulsar uma pessoa da sala. Por isso, em 2009, o programa foi banido de forma definitiva.[12][13]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Bate-papo com famosos[editar | editar código-fonte]

O UOL promovia conversas ao vivo com personalidades do mundo artístico, cultural e esportivo, que respondiam as perguntas através do bate-papo.[4] O primeiro bate-papo ao vivo foi realizado com o jornalista Clóvis Rossi, em 13 de maio de 1996.[14] Entre os que participaram, estão Débora Rodrigues, Dado Villa Lobos,[4] Vanessa Menga,[15] Ney Latorraca,[16] os membros do Planet Hemp,[17] os membros do Sepultura,[18] Luana Piovani, Nizan Guanaes,[19] Cássio Scapin,[20] Maurício Gugelmin,[21] Andrea Guerra e Mari Alexandre.[22] Em 4 de janeiro de 2001, o bate-papo também passou a realizar conversas no auditório virtual Dante Alighieri, com capacidade para 7 mil pessoas.[1]

Sandy & Junior tinham seu site oficial hospedado no UOL e apareciam regularmente no site. Em outubro de 1997 os fãs chegaram a disputar quem gritava mais alto para poder teclar e ganhar um beijo dos músicos.[23][24] Em 5 de fevereiro de 2001, pessoas se passando pela dupla iniciaram um bate-papo, onde 21 mil pessoas participaram. Ele foi agendado por uma pessoa que simulou ser a mãe deles, Noely Lima. Na ocasião, a dupla estava viajando nos Estados Unidos. Na ocasião, foram anunciadas medidas judiciais contra os impostores e maneiras de evitar novas fraudes.[24][25]

Debates políticos[editar | editar código-fonte]

O primeiro debate político na internet no Brasil foi realizado em 19 de outubro de 200 entre os candidatos da prefeitura de Belo Horizonte Célio de Castro (PSB) e João Leite (PSDB), onde as perguntas seriam feitas ao vivo.[26] Em 20 de outubro de 2000, o Bate-Papo do UOL iria promover um debate entre os candidatos para a prefeitura do Rio de Janeiro Cesar Maia (PTB) e Luiz Paulo Conde (PFL). Conde não compareceu, e o evento foi transformado em uma entrevista com Maia.[27] A candidata a prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PT) também participou de uma entrevista no mesmo ano.[28]

Encontros offline[editar | editar código-fonte]

Logo no início do Bate-Papo, foram agendados encontros na vida real. Em 8 de março de 1997, ocorreu um encontro offline dos usuários da sala "a" para a faixa etária de 40 a 50 anos. Ele ocorreu no Finnegan's Pub, no Jardim Paulista, São Paulo, que foi escolhido pela possibilidade de acesso à internet. Também foram marcados encontros em Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia, Bahia, Paraná e em Orlando, nos Estados Unidos.[29] Também ocorriam muitos encontros entre os canais de pessoas com deficiência física e idosos, e havia até mesmo camisetas temáticas dos eventos.[2]

Sexo e relacionamentos[editar | editar código-fonte]

Logo no início do bate-papo, havia salas com temática de sexo, como seguro, selvagem e swing. Além da sala de héteros, após a Parada do Orgulho Gay de junho de 1997, foram criadas salas para lésbicas, gays e bissexuais.[2] Também havia uma cultura de BDSM.[30] No início do bate-papo, as webcams não eram comuns, o que consolidou a cultura do sexting.[2] Também, há pessoas que passaram a namorar depois de se conhecerem online.[31] Houve casos de relacionamentos onde uma das partes escondeu que era casada.[2] Em 1999, o UOL realizou a campanha VirtualSex, pela agência DM9.[2]

Havia ainda casos de crimes sexuais que foram cometidos no bate-papo. A polícia quebrou o sigilo de 500 usuários que frequentavam uma sala denominada incesto, onde era postado material de pedofilia.[32] Em 6 de junho de 2008, o UOL precisou explicar-se para a CPI da Pedofilia.[33]

Memes[editar | editar código-fonte]

A comunidade do bate-papo possui uma forte cultura de memes.[34][35]

Referências

  1. a b «Linha do tempo». UOL História. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  2. a b c d e f Milly Lacombe e Mauricio Svartman (8 de outubro de 2022). «'Oi, quer tc?' Os primórdios do 'sexting' no lendário chat de sexo do UOL». BOL. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 – via UOL TAB]] 
  3. a b c d e «Bate-papo do UOL ganha novo design». Folha de S.Paulo. 27 de fevereiro de 1997. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  4. a b c d «Bate-papo aumenta capacidade para 9.450 pessoas». Folha de S.Paulo. 21 de outubro de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  5. a b c «UOL Já forma sala de bate-papo particular». Folha de S.Paulo. 3 de dezembro de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  6. a b «Bate-papo amplia capacidade e chega a 500 salas». Folha de S.Paulo. 6 de fevereiro de 1998. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  7. «Bate-papo cresce para comportar 13 mil internautas». Folha de S.Paulo. 30 de março de 1998. Consultado em 6 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de junho de 2024 
  8. a b c «Chat com vídeo e som ganha nova versão». Folha de S.Paulo. 22 de agosto de 2001. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  9. a b «Conheça sites e programas para participar de bate-papos on-line». Folha de S.Paulo. 19 de dezembro de 2001. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  10. «Bate-papo UOL identifica possíveis crimes em tempo real». UOL Tecnologia. 12 de junho de 2008. Consultado em 11 de julho de 2024. Cópia arquivada em 11 de julho de 2024 
  11. «Polícia indicia cracker por contaminar usuários de bate-papo». UOL Tecnologia. 30 de agosto de 2007. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de junho de 2024 
  12. a b «Bate-papo UOL bloqueia programa que tira participantes das salas». BOL. 13 de janeiro de 2009. Consultado em 10 de julho de 2024. Cópia arquivada em 9 de julho de 2024 – via Reuters 
  13. Altieres Rohr (23 de dezembro de 2010). «Brasileiros faturam recompensa por acharem falhas em sites do Google». G1. Consultado em 10 de julho de 2024. Cópia arquivada em 10 de julho de 2024 
  14. «Convidados batem papo no Universo Online». Folha de S.Paulo. 13 de maio de 1996. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  15. «Tenista Vanessa Menga conversa com internautas no domingo, às 17h». Folha de S.Paulo. 13 de julho de 2001. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  16. Ricardo Fotios (4 de outubro de 1997). «Ney Latorraca participa do bate-papo». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  17. «Planet Hemp conversa no UOL». Folha de S.Paulo. 6 de agosto de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  18. «Bate-papo UOL com Sepultura». TV UOL. 16 de janeiro de 2009. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  19. «Luana Piovani e Guanaes estão no UOL». Folha de S.Paulo. 24 de junho de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  20. «Cássio fala no bate-papo do UOL». Folha de S.Paulo. 2 de agosto de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  21. «Gugelmin participa de bate-papo hoje no UOL». Folha de S.Paulo. 2 de maio de 1997. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  22. Leonardo Fuhrmann (11 de junho de 2000). «Página proibida no Brasil volta à Internet em provedor dos EUA». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  23. Diego Assis. «Universo em expansão: Os bastidores dos 25 anos da história do UOL». UOL. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  24. a b «Impostores se fazem passar por Sandy & Junior durante bate». Folha de S.Paulo. 5 de fevereiro de 2001. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  25. «Bate-papo com Sandy e Junior era falso». Estadão. 3 de março de 2012. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  26. «Saiba como funcionará o 1° debate via Internet no Brasil». Folha de S.Paulo. 19 de outubro de 2000. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  27. «César Maia concede entrevista via Internet». Folha de S.Paulo. 20 de outubro de 2000. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  28. «Marta fala sobre parceria entre homossexuais e PAS no bate-papo do UOL». Folha de S.Paulo. 11 de julho de 2000. Consultado em 4 de julho de 2024. Cópia arquivada em 4 de julho de 2024 
  29. Cris Gutkoski (7 de março de 1997). «Usuários do chat do UOL se reúnem ao vivo». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  30. Marie Declercq (5 de fevereiro de 2023). «Dominatrix Mel Fire inaugura estúdio para fãs (discretos) de fetiches em SP». UOL TAB. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  31. «Bate-papo UOL - Especial UOL Namoro». TV UOL. 3 de novembro de 2010. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 6 de julho de 2024 
  32. «Polícia quebra sigilo de 600 internautas do UOL». Expresso da Notícia. 9 de junho de 2008. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 – via Jusbrasil 
  33. «UOL detalha na CPI estratégia de combate à pedofilia». UOL Tecnologia. 12 de junho de 2008. Consultado em 11 de julho de 2024. Cópia arquivada em 11 de julho de 2024 
  34. «BP Engraçadão: os memes mais divertidos publicados no perfil do BP UOL». BOL. 23 de setembro de 2017. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  35. «Memes do Bate-Papo UOL que servem para você». BOL. 14 de março de 2017. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024