Usuário:DAR7/Testes/Geografia do Brasil/Paraná/História

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Período colonial[editar | editar código-fonte]

Capitanias hereditárias (Luís Teixeira. Roteiro de todos os sinais..., c. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda

A região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal e uma grande diversidade de expedições de demais países fizeram-lhe uma visitação, buscando especialmente madeira de lei. As mais importantes destas expedições foram as espanholas, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, estado cujo território pertencia em grande parte à coroa Espanhola, foram os religiosos da Companhia de Jesus. Em 1554, Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai foi o fundador de Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas.[1] Posteriormente, a três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri.[1] E em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo.[1] Com três cidades e diversas "reduções" ou "pueblos" denominou-se a região com o status de "Provincia Real del Guaira".[2] Nos primeiros anos do século XVII, depois que se descobriu ouro em terras paranaenses e depois que os indígenas eram necessários para o trabalho escravo, os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, por meio de bandeiras as quais saíam de São Vicente. Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas[3] e, em 1632, Vila Rica, último reduto espanhol com capacidade oferecedora de resistência, sofreu cerco e destruição por Antônio Raposo Tavares.[4] Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à coroa portuguesa passando a ser politicamente pertencente à Província de São Paulo, recebendo o nome de "Comarca de Curitiba".[5] No Paraná, uma região aurífera foi formada, antes que o ouro fosse descoberto em Minas Gerais. Os povoadores foram fixados assim no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era mais concentrado em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa, atual Brasil. Em 1693, Curitiba elevou-se à categoria de vila, sendo transformada em centro o qual comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o ouro, porque relativamente não eram conhecidos os métodos de exploração e também porque a mão de obra era escassa, já que o indígena não tinha sido exterminado. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, o ouro do Paraná deixou de ser totalmente importante.[6]

O povo parnanguara começou a dedicar-se à lavoura e o curitibano, à pecuária. Curitiba prosperou porque era necessário alimentar e transportar os mineradores das Minas Gerais. Depois que o Caminho Viamão-Sorocaba, o qual fazia a ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo por meio da região de Curitiba, foi aberto, foi iniciada uma fase nova no passado histórico paranaense: o tropeirismo, o qual foi estendido pelos séculos XVIII e XIX. Disseminaram as fazendas de pecuária e a figura humana principal começou a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de gado, principalmente muar.[6]

Período imperial[editar | editar código-fonte]

A comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava-se à Capitania de São Paulo, foi fundada em 19 de novembro de 1811. Mesmo depois que o Brasil foi proclamado independente, a região submetia-se continuamente à Província de São Paulo. Em 6 de fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria de cidade por uma lei provincial paulista. Em 29 de agosto de 1853, enfim, o imperador Pedro II do Brasil aprovou o projeto que criou a Província do Paraná; Curitiba foi transformada em capital e Zacarias de Góis e Vasconcelos foi nomeado como o primeiro presidente da província. Naquele tempo, além do comércio de gado, a produção de erva-mate se expandiu muito. Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração europeia (especialmente poloneses, alemães e italianos), o qual colaborou para expandir a colonização e o aparecimento de economias novas.[6]

No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense foi novamente impulsionada, depois que as ferrovias foram implantadas, porque isso possibilitou que a indústria de madeira crescesse, já que certas ferrovias faziam a ligação das matas de araucárias aos portos, como Paranaguá, e a São Paulo. Em igual tempo, o transporte de muares desapareceu e isso causou uma situação crítica na sociedade pastoril.[6]

Período republicano[editar | editar código-fonte]

Panteon dos Heroes, onde jazem os corpos dos legalistas que combateram no Cerco da Lapa.

Depois que a República foi proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná, principalmente na região das terras roxas do norte do estado. Ali fazendas cafeeiras e cidades foram estabelecidas nos talvegues dos rios Paranapanema, Cinzas e Jataí. Durante a administração do presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta da Armada repercutiram no Paraná, no qual foram travados uma grande variedade de combates. Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, conflito de oposição entre os habitantes empobrecidos da região que situa-se dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro e a forças oficiais. Além disso, o Paraná e Santa Catarina disputavam a região, fato pelo qual motivado a denominação Contestado. A guerra somente acabou completamente em 1916.[6]

Os revolucionários de 1930, os quais puseram Getúlio Vargas como presidente do Brasil, não precisavam encarar grande resistência no Paraná. Na administração de Vargas, o único governante foi Manuel Ribas (duas vezes como interventor, uma como eleito), o qual mereceu destaque por realizar obras de importância. Nos anos 50, a ocupação territorial, que concluiu-se nos anos 60, foi efetivada.[6]

Antes de 1961, o Paraná era politicamente controlado por Moisés Lupion, por duas vezes governador (1947-1950, 1956-1961).[7] Lupion foi sucedido por Nei Amintas de Barros Braga, também, ocupante do cargo por duas vezes (1961-1966; 1979-1982).[8] Escolhido por voto popular nas eleições de 1982, José Richa foi governante do estado antes de 1986.[9] Foram seguidos governantes eleitos Álvaro Dias (1987-1991)[10] e Roberto Requião (desde 1991),[11] Requião ficou no cargo antes de abril de 1994,[11] data de sua substituição por Mário Pereira, que concluiu o mandato.[12] Em 1994, foi eleito o candidato pedetista, Jaime Lerner, que assumiu em janeiro de 1995, podendo ser reeleito em 1998.[13] Requião venceu as eleições em 2002, permanecendo no cargo até 2007, um ano depois de ser reeleito em 2006, até 2010,[11] quando assumiu seu vice Orlando Pessuti, que completou o mandato.[14] Beto Richa foi eleito governador em 2010,[15][16][17][18] sendo reeleito em 2014.[19] O governo Beto Richa foi marcado por manifestações numa greve de professores e alunos da rede pública estadual em 2015.[20][21][22][23][24][25][26]

Referências

  1. a b c Wachowicz 1995, p. 26.
  2. Wachowicz 1995, p. 28.
  3. Wachowicz 1995, p. 32.
  4. Wachowicz 1995, p. 34-35.
  5. «Gazeta Valeparaibana» (PDF). Julho de 2010. Consultado em 7 de fevereiro de 2011 
  6. a b c d e f Mascarenhas, Biasi, Coltrinari & Moraes 1998, vol. 18, p. 4444-4445.
  7. Governo do Paraná. «Período Republicano». Casa Civil do Paraná. Consultado em 8 de maio de 2016 
  8. Carneiro, David. «Ney Aminthas de Barros Braga». Casa Civil. Consultado em 5 de junho de 2016 
  9. Carneiro, David. «José Richa». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  10. Carneiro, David. «Álvaro Fernandes Dias». Casa Civil. Consultado em 5 de junho de 2016 
  11. a b c Carneiro, David. «Roberto Requião de Mello e Silva». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  12. Carneiro, David. «Mário Pereira». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  13. Carneiro, David. «Jaime Lerner». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  14. Carneiro, David. «Orlando Pessuti». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  15. «Beto Richa é eleito o novo governador do Paraná». Site Parana-online. 3 de outubro de 2010 
  16. G1 São Paulo (3 de outubro de 2010). «Beto Richa é eleito governador do PR». g1.globo.com. Consultado em 10 de maio de 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  17. Folha de S.Paulo (3 de outubro de 2010). «Com 52% dos votos, Beto Richa é eleito governador do Paraná». folha.uol.com.br. Consultado em 10 de maio de 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  18. Portal EBC (5 de outubro de 2014). «Beto Richa (PSDB) é reeleito governador do Paraná em primeiro turno». Consultado em 6 de outubro de 2014 
  19. Carneiro, David. «Carlos Alberto Richa». Casa Civil do Paraná. Consultado em 5 de junho de 2016 
  20. «Professores e polícia entram em confronto durante votação na Alep». G1. 29 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015 
  21. «Massacre de professores em 1988 se repete». Gazeta do Povo. 29 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015 
  22. «Violência em Curitiba é assunto de jornais internacionais». Gazeta do Povo. 29 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015 
  23. «Richa culpa "arruaceiros" e isenta polícia». Gazeta do Povo. 29 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015 
  24. «Vídeo mostra pessoas comemorando ataque da Polícia Militar aos professores». Paraná Online. 30 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015 
  25. Adriana Justi (29 de abril de 2015). «Professores entram confronto com PM durante votação na ALEP». G1. Consultado em 29 de abril de 2015 
  26. «Beto Richa sanciona lei que altera previdência dos servidores do Paraná». G1. 30 de abril de 2015. Consultado em 1º de maio de 2015