Zhang Zhixin

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Zhang Zhixin
张志新
Zhang Zhixin
Zhang Zhixin
Nascimento 5 de dezembro de 1930
Tianjin, República da China
Morte 4 de abril de 1975 (44 anos)
Shenyang, Liaoning, República Popular da China
Nacionalidade Chinesa
Progenitores Mãe: Hao Yuzhi
Pai: Zhang Yuzao
Cônjuge Zeng Zhen (1955-1975)
Filho(a)(s) Zeng Linlin
Zeng Tongtong
Alma mater Universidade do Povo da China
Filiação Partido Comunista da China
Zhang Zhixin
Chinês simplificado: 张志新
Chinês tradicional: 張志新
Este é um nome chinês; o nome de família é Zhang (张).

Zhang Zhixin (chinês simplificado: 张志新, Wade–Giles: Chang Chih-hsin; 5 de dezembro de 19304 de abril de 1975) foi uma dissidente que ganhou protagonismo durante a Grande Revolução Cultural Proletária, tendo ficado conhecida por ser crítica em relação à idolatria a Mao Zedong e à ultra-esquerda.[1] Zhang ficou presa por seis anos (entre 1969 e 1975), sendo torturada e posteriormente executada por sua defesa de posições opostas às definidas pelo Partido Comunista da China, do qual era membro.[2] Um outro membro do partido que havia expressado acordo com Zhang foi condenado a 18 anos de prisão.[3]

Embora muitos entre o povo a considerem uma heroína por sua defesa do partido,[3] sua experiência também é um lembrete da potencial punição por desvios em relação aos princípios estabelecidos pela liderança.

Zhang não se considerava anticomunista, mas sim uma "verdadeira marxista" que acreditava que Mao havia distorcido a causa comunista. Mesmo após a prisão, insistia em seguir no Partido Comunista da China. Muitos de seus pontos de vista eram semelhantes aos dos líderes comunistas que sucederam Mao. Em função disso, foi reabilitada por Hu Yaobang e reconhecida como uma mártir revolucionária e comunista modelo.

Vida[editar | editar código-fonte]

Zhang Zhixin nasceu em Tianjin em 1930. Estudou na Universidade do Povo da China entre 1951 e 1952 e posteriormente começou a trabalhar na universidade. Posteriormente, Zhang tornou-se parte do Departamento de Propaganda do Partido Comunista na província de Liaoning.[3][4]

Zhang expressou sua posição da seguinte forma:

Prisão e tortura[editar | editar código-fonte]

Em 1969, Zhang foi presa em uma pequena cela por seus comentários críticos em relação a Mao. Ela guardava 2 yuan por mês para comprar livros para ler na instalação, onde escreveu as anotações de seu estudo em pedaços de papel higiênico, mas os guardas da prisão eventualmente lhe tiraram a caneta impedindo-a de escrever. Zhang afirmou que o partido seria "(...) punido pela história; se não cedo, então mais tarde".[3] Passou aproximadamente um ano e meio sendo constantemente algemada e amarrada com um cinto.[3]

Na prisão, foi forçada a assinar os documentos que a desligava do Partido Comunista. Confinada em uma prisão só para homens, Zhang foi estuprada e torturada.[3] Outros presos foram informados de que poderiam reduzir suas sentenças se estivessem dispostos a torturá-la.[3]

Em uma reunião de reeducação política realizada na prisão para criticar Lin Biao, Zhang defendeu que Mao também deveria ser responsabilizado pelo que Lin fazia. Uma secretária do partido da província de Liaoning solicitou que ela fosse executada o mais rápido possível. Durante a Revolução Cultural, a maioria dos procedimentos legais foram abolidos: sem juízes ou julgamentos, os casos eram decididos em vários níveis dos Comitês Revolucionários e dos Comitês do Partido Comunista.

Morte e reabilitação póstuma[editar | editar código-fonte]

Zhang foi exposta e executada em 4 de abril de 1975, próximo ao fim da Revolução Cultural.[5] É relatado que sua laringe foi cortada antes da execução, a fim de impedi-la de falar.[6][7][5]

Quatro anos após sua execução, na primavera de 1979, Zhang foi oficialmente proclamada "mártir", e o dia 4 de abril de 1979 foi designado como o dia de seu memorial.[8] Embora uma investigação sobre seu caso tenha sido iniciada, o então líder do partido, Hu Yaobang, a interrompeu.[carece de fontes?]

Memorial[editar | editar código-fonte]

No Parque do Povo, no centro de Guangzhou, uma estátua chamada Mengshi ("A Brava") foi erguida em homenagem a Zhang Zhixin. A estátua mostra uma guerreira nua disparando uma flecha a cavalo, e a inscrição em seu pedestal diz "dedicada às pessoas que lutam pela verdade".[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Censura na República Popular da China
  • Jonathan Chaves, "A Devout Prayer of the Passion of Chang Chih-hsin", Modern Chinese Literature Newsletter, Vol. 6, No. 1 (Primavera de 1980), pp. 8–24.

Referências

  1. R. Randle Edwards, Human Rights in Contemporary China, 193 pp. 1986, 1988: Columbia Univ. Press. (ISBN 0231061811)
  2. Ladany, L. (Laszlo) (1988). The Communist Party of China and Marxism, 1921-1985 : a self portrait. Stanford, Calif.: Hoover Institution Press, Stanford University. OCLC 15519301 
  3. a b c d e f g Zheng, Yi, 1947- (1996). Scarlet memorial : tales of cannibalism in modern China. Boulder, Colo.: Westview Press. OCLC 34244630 
  4. a b Zheng, Yi. Scarlet Memorial: Tales Of Cannibalism In Modern China. 1997: Westview Press. (ISBN 0813326168)
  5. a b http://www.chinafile.com/reporting-opinion/caixin-media/zhang-zhixin-woman-who-took-gang-four
  6. https://news.china.com/history/all/11025807/20150331/19451512_all.html
  7. http://news.ifeng.com/history/zhongguoxiandaishi/detail_2012_09/06/17390744_0.shtml
  8. Ladany, László. The Communist Party of China and Marxism, 1921-1985: A Self Portrait. 1988: Stanford University, Hoover Institution Press. (ISBN 0817986219)
  9. 人民公园:广州第一公园 [People's Park: the first park in Guangzhou]. Guangzhou Daily (em chinês) 

Notas[editar | editar código-fonte]