Philae (sonda espacial): diferenças entre revisões

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==Missão==
==Missão==
A missão da sonda é realizar um pouso bem sucedido na superfície do cometa e transmitir dados sobre a composição do mesmo. Alguns de seus instrumentos foram usados pela primeira vez durante o sobrevoo de [[Marte (planeta)|Marte]], feito pela Rosetta em 25 de fevereiro de 2007. O sistema de câmeras da Philae, ÇIVA, fez algumas imagens do planeta enquanto o equipamento da Rosetta se encontrava desligado, e outro equipamento, ROMAP, fez medições da [[magnetosfera]] marciana. A maioria dos instrumentos a bordo necessitam contato com o solo para funcionarem e por isso ficaram desligados durante o sobrevoo. Uma previsão otimista dos cientistas sobre Philae é que ela deverá durar entre quatro e cinco meses na superfície do Churyumov-Gerasimenko.<ref>{{citar web|url=http://www.techrepublic.com/article/the-tech-behind-the-rosetta-comet-chaser-from-3d-printing-to-solar-power-to-complex-mapping/|titulo=The tech behind the Rosetta comet chaser: From 3D printing to solar power to complex mapping|publicado=TechRepublic|acessodata=12/11/2014}}</ref>
A missão da sonda é realizar um pouso bem sucedido na superfície do cometa e transmitir dados sobre a composição do mesmo. Alguns de seus instrumentos foram usados pela primeira vez durante o sobrevoo de [[Marte (planeta)|Marte]], feito pela Rosetta em 25 de fevereiro de 2007. O sistema de câmeras da Philae, ÇIVA, fez algumas imagens do planeta enquanto o equipamento da Rosetta se encontrava desligado, e outro equipamento, ROMAP, fez medições da [[magnetosfera]] marciana. A maioria dos instrumentos a bordo necessitam contato com o solo para funcionarem e por isso ficaram desligados durante o sobrevoo. Uma previsão otimista dos cientistas sobre Philae é que ela deverá ficar operacional entre quatro e cinco meses na superfície do Churyumov-Gerasimenko.<ref>{{citar web|url=http://www.techrepublic.com/article/the-tech-behind-the-rosetta-comet-chaser-from-3d-printing-to-solar-power-to-complex-mapping/|titulo=The tech behind the Rosetta comet chaser: From 3D printing to solar power to complex mapping|publicado=TechRepublic|acessodata=12/11/2014}}</ref>


===Objetivos científicos===
===Objetivos científicos===
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Koen Geurts, gerente de projeto do [[Centro Aeroespacial Alemão]] em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], confirmou que os dois arpões que deveriam fixar o módulo pousador à superfície do cometa não dispararam e não há clareza sobre a estabilidade do módulo no cometa. Num primeiro momento, não haverá nova tentativa de disparar os arpões, pois o coice resultante e a incerteza sobre a orientação da sonda sobre o cometa poderiam causar novos problemas. Um pequeno propulsor localizado na parte superior de Philae, que deveria contrabalançar o coice resultante do disparo dos arpões durante o pouso, não funcionou. O pouso, contudo, foi bastante brando, o que indica que a superfície do cometa é suave.<ref name="Philae_pousou"/><ref name="Touchdown"/>
Koen Geurts, gerente de projeto do [[Centro Aeroespacial Alemão]] em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], confirmou que os dois arpões que deveriam fixar o módulo pousador à superfície do cometa não dispararam e não há clareza sobre a estabilidade do módulo no cometa. Num primeiro momento, não haverá nova tentativa de disparar os arpões, pois o coice resultante e a incerteza sobre a orientação da sonda sobre o cometa poderiam causar novos problemas. Um pequeno propulsor localizado na parte superior de Philae, que deveria contrabalançar o coice resultante do disparo dos arpões durante o pouso, não funcionou. O pouso, contudo, foi bastante brando, o que indica que a superfície do cometa é suave.<ref name="Philae_pousou"/><ref name="Touchdown"/>

== O módulo pousador ==
===Características ===
[[Imagem:Rosetta's Philae touchdown.jpg|thumb|250px|Concepção artística que representa o momento do pouso na superfície do cometa.]]
O módulo recebeu o nome de ''Philae'' quando já estava no espaço, 21 dias após seu lançamento, em homenagem a uma [[Filas|ilha do rio Nilo]] que contém um [[obelisco]] onde foi encontrada uma inscrição bilíngue, que incluía os nomes de [[Cleópatra]] e de [[Ptolomeu]] em [[hieróglifo]]s egípcios. Esta inscrição forneceu ao historiador francês [[Jean-François Champollion]] as últimas informações necessárias que lhe permitiram decifrar a antiga escrita egípcia descoberta na [[Pedra de Rosetta]].

Ele tem uma massa de 100&nbsp;kg<ref>{{citar web|url=http://link.springer.com/article/10.1023%2FA%3A1021523227314|titulo=The Experiments Onboard the ROSETTA Lander|publicado=Springer|acessodata=20/12/2013}}</ref>, formato de um grande [[cubo]] medindo 1mX1mX0,8m, transporta 26 kg de instrumentos e tem sua estrutura principal feita de [[fibra de carbono]].<ref>{{citar web|url=http://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/spacecraftDisplay.do?id=PHILAE|titulo=Philae-NASA|publicado=NASA|acessodata=12/11/2014}}</ref> Foi planejado para desacoplar da Rosetta e viajar em direção ao cometa de uma distância de 22,5 km numa [[balística|trajetória balística]],<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/science-environment-29380448|titulo=Rosetta: Date fixed for historic comet landing attempt|ultimo=Amos|primeiro=Jonathan|publicado=BBC News|acessodata=12/11/2014}}</ref> tocando na superfície a uma velocidade de cerca de 1m/s.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/science-environment-28923010|titulo=Rosetta mission: Potential comet landing sites chosen|ultimo=Amos|primeiro=Jonathan|publicado=BBC News|acessodata=12/11/2014}}</ref>

As "pernas" da nave foram projetadas para amortecer o impacto inicial do pouso, evitando que ela saltasse na superfície, já que a [[velocidade de escape]] do cometa é mínima, 0,5 m/s,<ref>{{citar web|url=http://www.astrowatch.net/2014/09/the-analysis-of-comet-67pchuryumov.html|titulo=The Analysis of Comet 67P/Churyumov-Gerasimenko|publicado=astrowatch.net|acessodata=12/11/2014}}</ref> cem mil vezes menor que a da [[gravidade]] terrestre, assim impedindo que após o pouso ela acabasse flutuando na superfície, voltasse ao espaço ou a energia do impacto produzisse pedaços de [[gelo]] solto ao redor da nave.<ref>{{citar web|url=https://www.mps.mpg.de/3086295/Philae-Blog|titulo=About the Upcoming Philae Separation, Descent and Landing|publicado=Max Plank Institute|acessodata=12/11/2014}}</ref> Além do [[amortecedor]] especial, ela conta com dois pequenos [[arpão|arpões]], planejados para dispararem automaticamente – a 250 km/h – assim que for feito o contato com o solo, de maneira a prender a sonda à superfície.<ref name="Biele2009">{{cite book |chapterurl=http://books.google.com/books?id=5YIPCbnTCeMC&pg=PA297&lpg=PA297 |chapter=The Strength of Cometary Surface Material: Relevance of Deep Impact Results for Philae Landing on a Comet |title=Deep Impact as a World Observatory Event: Synergies in Space, Time, and Wavelength |publisher=Springer |series=ESO Astrophysics Symposia |first1=J. |last1=Biele |first2=S. |last2=Ulamec |first3=L. |last3=Richter |first4=E. |last4=Kührt |first5=J. |last5=Knollenberg |first6=D. |last6=Möhlmann |editor1-first=Hans Ulrich |editor1-last=Käufl |editor2-first=Christiaan |editor2-last=Sterken |p=297 |year=2009 |isbn=978-3-540-76958-3 |bibcode=2009diwo.conf..285B |doi=10.1007/978-3-540-76959-0_38}}</ref> Um [[propulsor]] também foi colocado no topo da sonda para disparar ao mesmo tempo, reduzindo o balanço da nave e diminuindo o "coice" provocado pelo disparo dos arpões. <ref name=CS1>{{cite news |title=Will Philae successfully land on comet? Thruster trouble heightens drama |author= |url= http://www.csmonitor.com/Science/2014/1112/Will-Philae-successfully-land-on-comet-Thruster-trouble-heightens-drama|newspaper=Christian Science Monitor |work= |date=}}</ref> O "capô" da pousador é coberto por [[células solares]] para a geração de [[energia]].<ref name="Biele2002">{{cite journal |title=The Experiments Onboard the ROSETTA Lander |journal=Earth, Moon, and Planets |first=Jens |last=Biele |volume=90 |issue=1-4 |pages=445–458 |year=2002 |doi=10.1023/A:1021523227314 |bibcode=2002EM&P...90..445B}}</ref>

O ''Philae'' foi construído por um consórcio europeu liderado pelo ''Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt e.V'' (DLR)– Instituto Aeroespacial Alemão. Outros membros deste consórcio são a ESA e institutos da [[Áustria]], [[Finlândia]], [[França]], [[Hungria]], [[Irlanda]], [[Itália]] e a [[Inglaterra]].

===Instrumentos===
O módulo pousador transporta dez instrumentos científicos, que pesam um total de 26,7 kg, quase um terço da massa total da sonda.<ref>{{cite journal | doi = 10.1007/s11214-006-9138-2 | title = The Rosetta Lander ("Philae") Investigations | year = 2007 | author = Bibring, J.-P. | journal = Space Science Reviews | volume = 128 | pages = 205 | last2 = Rosenbauer | first2 = H. | last3 = Böhnhardt | first3 = H. | last4 = Ulamec | first4 = S. | last5 = Biele | first5 = J. | last6 = Espinasse | first6 = S. | last7 = Feuerbacher | first7 = B. | last8 = Gaudon | first8 = P. | last9 = Hemmerich | first9 = P.|bibcode = 2007SSRv..128..205B |displayauthors=9}}</ref> São eles:

* APXS - Alpha Proton X-ray Spectrometer
* ÇIVA - Comet Nucleus Infrared and Visible Analyzer
* ROLIS - Rosetta Lander Imaging System
* CONSERT - Comet Nucleus Sounding <ref>{{cite journal|author= Kofman, W., A. Herique, J-P. Goutail, T. Hagfors, I. P. Williams, E. Nielsen, J-P. Barriot, Y. Barbin, C.Elachi, P. Edenhofer, A-C. Levasseur-Regourd, D. Plettemeier, G . Picardi, R.Seu, V. Svedhem |title= The Comet Nucleus Sounding Experiment by Radiowave Transmission (CONSERT). A short description of the instrument and of the commissioning stages |journal= Space Science Reviews |volume= 128 |pages=413–432 | year= 2007 | doi= 10.1007/s11214-006-9034-9 |bibcode=2007SSRv..128..413K}}</ref>
* COSAC - Cometary Sampling and Composition experiment <ref>{{cite journal
| title = COSAC onboard Rosetta: A bioastronomy experiment for the short-period comet 67P/Churyumov-Gerasimenko
| author = Goesmann F., Rosenbauer H., Roll R., Böhnhardt H.
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| issue = 5
| pages = 622–631
| year = 2005
| doi = 10.1089/ast.2005.5.622
| pmid = 16225435
| bibcode=2005AsBio...5..622G}}</ref>
* MODULUS PTOLEMY - Evolved Gas Analyser <ref>{{cite journal
| title = Ptolemy – an Instrument to Measure Stable Isotopic Ratios of Key Volatiles on a Cometary Nucleus
| author = Wright, I. P.; Barber, S. J.; Morgan, G. H.; Morse, A. D.; Sheridan, S.; Andrews, D. J.; Maynard, J.; Yau, D.; Evans, S. T.; Leese, M. R.; Zarnecki, J. C.; Kent, B. J.; Waltham, N. R.; Whalley, M. S.; Heys, S.; Drummond, D. L.; Edeson, R. L.; Sawyer, E. C.; Turner, R. F.; Pillinger, C. T.
| journal = Space Science Reviews
| volume = 128
| issue = | pages = 363
| year = 2006
| doi = 10.1007/s11214-006-9001-5
|bibcode = 2007SSRv..128..363W }}</ref>
* MUPUS - Multi-Purpose Sensor for Surface and Subsurface Science
* ROMAP - RoLand Magnetometer and Plasma Monitor
* SD2 - Sample and Distribution Device
* SESAME - Surface Electrical and Acoustic Monitoring Experiment, Dust Impact Monitor <ref>{{cite journal | doi = 10.1007/s11214-006-9118-6 | title = Sesame – An Experiment of the Rosetta Lander Philae: Objectives and General Design | year = 2007 | author = Seidensticker, K. J. | journal = Space Science Reviews | volume = 128 | pages = 301 | last2 = Möhlmann | first2 = D. | last3 = Apathy | first3 = I. | last4 = Schmidt | first4 = W. | last5 = Thiel | first5 = K. | last6 = Arnold | first6 = W. | last7 = Fischer | first7 = H.-H. | last8 = Kretschmer | first8 = M. | last9 = Madlener | first9 = D.|bibcode = 2007SSRv..128..301S |displayauthors=9}}</ref>


{{referências}}
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Revisão das 22h08min de 12 de novembro de 2014

Predefinição:Missão espacial atual

Philae (sonda espacial)
Philae (sonda espacial)
Arte da sonda aproximando-se do cometa.
Descrição
Tipo pousador
Operador(es) ESA
Identificação NSSDC PHILAE
Website http://rosetta.esa.int/
Duração da missão 9 anos, 6 meses e 9 dias
Propriedades
Massa 100 kg
Missão
Data de lançamento 2 de Março de 2004
07:17 UTC
Veículo de lançamento Ariane 5G+
Local de lançamento Kourou, Guiana Francesa
Destino 67P/Churyumov-Gerasimenko
Data de inserção orbital 12 de novembro de 2014 (pouso)
Portal Astronomia

Philae é uma sonda robótica pousadora da Agência Espacial Europeia (ESA) que integra a sonda espacial Rosetta, construída para fazer um pouso no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O módulo foi projetado para realizar o primeiro pouso controlado no núcleo de um cometa do Sistema Solar, produzir as primeiras imagens da superfície, fazer análises in situ da composição mineral do cometa,[1] e tornou-se o primeiro objeto construído pelo homem a pousar num cometa em 12 de novembro de 2014.[2]

Seu nome vem da Ilha de Philae, no rio Nilo, onde um obelisco foi encontrado e usado, junto com a Pedra de Rosetta, para ajudar a decifrar antigos hieróglifos egípcios.[3]

Missão

A missão da sonda é realizar um pouso bem sucedido na superfície do cometa e transmitir dados sobre a composição do mesmo. Alguns de seus instrumentos foram usados pela primeira vez durante o sobrevoo de Marte, feito pela Rosetta em 25 de fevereiro de 2007. O sistema de câmeras da Philae, ÇIVA, fez algumas imagens do planeta enquanto o equipamento da Rosetta se encontrava desligado, e outro equipamento, ROMAP, fez medições da magnetosfera marciana. A maioria dos instrumentos a bordo necessitam contato com o solo para funcionarem e por isso ficaram desligados durante o sobrevoo. Uma previsão otimista dos cientistas sobre Philae é que ela deverá ficar operacional entre quatro e cinco meses na superfície do Churyumov-Gerasimenko.[4]

Objetivos científicos

Os principais objetivos da missão são o estudo da composição elementar, isotópica, mineral e molecular do cometa, a caracterização das propriedades físicas da superfície e do subsolo, a estrutura em larga escala, o ambiente magnético e o plasma do núcleo do cometa.[5]

Pouso

O pousador manteve-se acoplado à Rosetta até 12 de novembro de 2014, desde o encontro do conjunto com o cometa. A área de pouso, denominada Agilkia - em homenagem à Ilha de Agilkia, também no rio Nilo - após um grande concurso público realizado pela ESA,[6] fica na "barriga" do cometa, que tem a forma de um "pato de borracha".[7][8]

A separação entre a sonda e o pousador foi confirmada pelo Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) às 09:03 UTC. Como o tempo de viagem do sinal da nave Rosetta até a Terra nesta data era de 28min e 20s, a separação ocorreu no espaço às 08:35 UTC, como programado.[9][10] Após cerca de sete horas de manobras de aproximação no espaço, o sinal confirmando a aterrissagem de Philae sobre a superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko chegou à Terra às 16:03 UTC.[11][12][13]

Koen Geurts, gerente de projeto do Centro Aeroespacial Alemão em Colônia, confirmou que os dois arpões que deveriam fixar o módulo pousador à superfície do cometa não dispararam e não há clareza sobre a estabilidade do módulo no cometa. Num primeiro momento, não haverá nova tentativa de disparar os arpões, pois o coice resultante e a incerteza sobre a orientação da sonda sobre o cometa poderiam causar novos problemas. Um pequeno propulsor localizado na parte superior de Philae, que deveria contrabalançar o coice resultante do disparo dos arpões durante o pouso, não funcionou. O pouso, contudo, foi bastante brando, o que indica que a superfície do cometa é suave.[11][13]

O módulo pousador

Características

Concepção artística que representa o momento do pouso na superfície do cometa.

O módulo recebeu o nome de Philae quando já estava no espaço, 21 dias após seu lançamento, em homenagem a uma ilha do rio Nilo que contém um obelisco onde foi encontrada uma inscrição bilíngue, que incluía os nomes de Cleópatra e de Ptolomeu em hieróglifos egípcios. Esta inscrição forneceu ao historiador francês Jean-François Champollion as últimas informações necessárias que lhe permitiram decifrar a antiga escrita egípcia descoberta na Pedra de Rosetta.

Ele tem uma massa de 100 kg[14], formato de um grande cubo medindo 1mX1mX0,8m, transporta 26 kg de instrumentos e tem sua estrutura principal feita de fibra de carbono.[15] Foi planejado para desacoplar da Rosetta e viajar em direção ao cometa de uma distância de 22,5 km numa trajetória balística,[16] tocando na superfície a uma velocidade de cerca de 1m/s.[17]

As "pernas" da nave foram projetadas para amortecer o impacto inicial do pouso, evitando que ela saltasse na superfície, já que a velocidade de escape do cometa é mínima, 0,5 m/s,[18] cem mil vezes menor que a da gravidade terrestre, assim impedindo que após o pouso ela acabasse flutuando na superfície, voltasse ao espaço ou a energia do impacto produzisse pedaços de gelo solto ao redor da nave.[19] Além do amortecedor especial, ela conta com dois pequenos arpões, planejados para dispararem automaticamente – a 250 km/h – assim que for feito o contato com o solo, de maneira a prender a sonda à superfície.[20] Um propulsor também foi colocado no topo da sonda para disparar ao mesmo tempo, reduzindo o balanço da nave e diminuindo o "coice" provocado pelo disparo dos arpões. [21] O "capô" da pousador é coberto por células solares para a geração de energia.[22]

O Philae foi construído por um consórcio europeu liderado pelo Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt e.V (DLR)– Instituto Aeroespacial Alemão. Outros membros deste consórcio são a ESA e institutos da Áustria, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália e a Inglaterra.

Instrumentos

O módulo pousador transporta dez instrumentos científicos, que pesam um total de 26,7 kg, quase um terço da massa total da sonda.[23] São eles:

  • APXS - Alpha Proton X-ray Spectrometer
  • ÇIVA - Comet Nucleus Infrared and Visible Analyzer
  • ROLIS - Rosetta Lander Imaging System
  • CONSERT - Comet Nucleus Sounding [24]
  • COSAC - Cometary Sampling and Composition experiment [25]
  • MODULUS PTOLEMY - Evolved Gas Analyser [26]
  • MUPUS - Multi-Purpose Sensor for Surface and Subsurface Science
  • ROMAP - RoLand Magnetometer and Plasma Monitor
  • SD2 - Sample and Distribution Device
  • SESAME - Surface Electrical and Acoustic Monitoring Experiment, Dust Impact Monitor [27]

Referências

  1. «Europe's Comet Chaser». ESA. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  2. «Num momento histórico, sonda-robô Philae aterrissa em cometa». Consultado em 12 de Novembro de 2014 
  3. «Philae». NASA. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  4. «The tech behind the Rosetta comet chaser: From 3D printing to solar power to complex mapping». TechRepublic. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  5. «The Rosetta Lander (``Philae) Investigations». SAO/NASA ADS Astronomy Abstract Service. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  6. Kramer, Miriam. «Historic Comet Landing Site Has a New Name: Agilkia». space.com. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  7. «"J" marks the spot for Rosetta's lander». ESA. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  8. «Robô Philae da missão Rosetta faz pouso histórico em cometa». UOL. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  9. «Rosetta to deploy lander on 12 november» (em inglês). Agência Espacial Europeia. 11 de novembro de 2014. Consultado em 11 de novembro de 2014 
  10. «Rosetta and Philae separation confirmed» (em inglês). Agência Espacial Europeia. 12 de novembro de 2014. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  11. a b «Philae gelingt erste Kometenlandung der Geschichte» (em alemão). Süddeutsche.de. 12 de novembro de 2014. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  12. «European Space Agency's Spacecraft Lands on Comet's Surface». The New York Times. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  13. a b «Touchdown! Rosetta's Philae probe lands on comet» (em inglês). Agência Espacial Europeia. 12 de novembro de 2014. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  14. «The Experiments Onboard the ROSETTA Lander». Springer. Consultado em 20 de dezembro de 2013 
  15. «Philae-NASA». NASA. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  16. Amos, Jonathan. «Rosetta: Date fixed for historic comet landing attempt». BBC News. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  17. Amos, Jonathan. «Rosetta mission: Potential comet landing sites chosen». BBC News. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  18. «The Analysis of Comet 67P/Churyumov-Gerasimenko». astrowatch.net. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  19. «About the Upcoming Philae Separation, Descent and Landing». Max Plank Institute. Consultado em 12 de novembro de 2014 
  20. Biele, J.; Ulamec, S.; Richter, L.; Kührt, E.; Knollenberg, J.; Möhlmann, D. (2009). «The Strength of Cometary Surface Material: Relevance of Deep Impact Results for Philae Landing on a Comet». In: Käufl, Hans Ulrich; Sterken, Christiaan. Deep Impact as a World Observatory Event: Synergies in Space, Time, and Wavelength. Col: ESO Astrophysics Symposia. [S.l.]: Springer. p. 297. Bibcode:2009diwo.conf..285B. ISBN 978-3-540-76958-3. doi:10.1007/978-3-540-76959-0_38 
  21. «Will Philae successfully land on comet? Thruster trouble heightens drama». Christian Science Monitor 
  22. Biele, Jens (2002). «The Experiments Onboard the ROSETTA Lander». Earth, Moon, and Planets. 90 (1-4): 445–458. Bibcode:2002EM&P...90..445B. doi:10.1023/A:1021523227314 
  23. Bibring, J.-P.; Rosenbauer, H.; Böhnhardt, H.; Ulamec, S.; Biele, J.; Espinasse, S.; Feuerbacher, B.; Gaudon, P.; Hemmerich, P. (2007). «The Rosetta Lander ("Philae") Investigations». Space Science Reviews. 128. 205 páginas. Bibcode:2007SSRv..128..205B. doi:10.1007/s11214-006-9138-2 
  24. Kofman, W., A. Herique, J-P. Goutail, T. Hagfors, I. P. Williams, E. Nielsen, J-P. Barriot, Y. Barbin, C.Elachi, P. Edenhofer, A-C. Levasseur-Regourd, D. Plettemeier, G . Picardi, R.Seu, V. Svedhem (2007). «The Comet Nucleus Sounding Experiment by Radiowave Transmission (CONSERT). A short description of the instrument and of the commissioning stages». Space Science Reviews. 128: 413–432. Bibcode:2007SSRv..128..413K. doi:10.1007/s11214-006-9034-9 
  25. Goesmann F., Rosenbauer H., Roll R., Böhnhardt H. (2005). «COSAC onboard Rosetta: A bioastronomy experiment for the short-period comet 67P/Churyumov-Gerasimenko». Astrobiology. 5 (5): 622–631. Bibcode:2005AsBio...5..622G. PMID 16225435. doi:10.1089/ast.2005.5.622 
  26. Wright, I. P.; Barber, S. J.; Morgan, G. H.; Morse, A. D.; Sheridan, S.; Andrews, D. J.; Maynard, J.; Yau, D.; Evans, S. T.; Leese, M. R.; Zarnecki, J. C.; Kent, B. J.; Waltham, N. R.; Whalley, M. S.; Heys, S.; Drummond, D. L.; Edeson, R. L.; Sawyer, E. C.; Turner, R. F.; Pillinger, C. T. (2006). «Ptolemy – an Instrument to Measure Stable Isotopic Ratios of Key Volatiles on a Cometary Nucleus». Space Science Reviews. 128. 363 páginas. Bibcode:2007SSRv..128..363W. doi:10.1007/s11214-006-9001-5 
  27. Seidensticker, K. J.; Möhlmann, D.; Apathy, I.; Schmidt, W.; Thiel, K.; Arnold, W.; Fischer, H.-H.; Kretschmer, M.; Madlener, D. (2007). «Sesame – An Experiment of the Rosetta Lander Philae: Objectives and General Design». Space Science Reviews. 128. 301 páginas. Bibcode:2007SSRv..128..301S. doi:10.1007/s11214-006-9118-6