Bacurau-da-telha: diferenças entre revisões
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O '''bacurau-da-telha''' (''Caprimulgus longirostris'') é uma espécie de [[bacurau]] que habita da região dos [[Andes]] até à [[Bolívia]], [[Chile]], Sul da [[Argentina]] e Sudeste do [[Brasil]]. Tais [[ave]]s chegam a medir até 23 cm de comprimento, possuindo coloração escura, com larga faixa branca nas primárias, e manchas brancas nas retrizes externas e na orla da asa. Também são conhecidas pelos nomes de bacurau-de-rabo-branco, bacurau-rupestre, morcegão e pai-avô. |
O '''bacurau-da-telha''' (''Caprimulgus longirostris'') é uma espécie de [[bacurau]] que habita da região dos [[Andes]] até à [[Bolívia]], [[Chile]], Sul da [[Argentina]] e Sudeste do [[Brasil]]. Tais [[ave]]s chegam a medir até 23 cm de comprimento, possuindo coloração escura, com larga faixa branca nas primárias, e manchas brancas nas retrizes externas e na orla da asa. Também são conhecidas pelos nomes de bacurau-de-rabo-branco, bacurau-rupestre, morcegão e pai-avô. |
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== Subespécies == |
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Oito [[subespécie]]s já foram reconhecidas, incluindo duas subespécies, uma do [[Chile]]<ref>{{Citar periódico |titulo=A new subspecies of Band-winged Nightjar Caprimulgus longirostris from Central Chile |ultimo=Cleere |primeiro=N. |ano=2006 |paginas=12–19 |volume=126 |periódico=Bulletin of the British Ornithologists' Club}}</ref> e outra do [[Brasil]]<ref>{{Citar periódico |titulo=Uma nova subespécie de Caprimulgus longirostris (Aves, Caprimulgidae) |ultimo=Grantsau |primeiro=R. |ano=2008 |paginas=4–5 |volume=145 |periódico=Atualidadedes Ornitológieas}}</ref> que descritas nos anos 2000. O bacurau de Tschudi foi anteriormente considerado uma subespécie, mas agora foi elevado à categoria de espécie. Recentemente, foi sugerido que tanto ''S. l. roraimae'' e ''S. l. ruficervix'' devem ser tratados como uma espécie separada.{{Citar livro|título=Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world|ultimo=Cleere|primeiro=Nigel|editora=Princeton University Press|ano=2010|localização=Princeton, New Jersey, USA|isbn=978-1-903657-07-2}}</ref> |
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* ''S. l. ruficervix'' <small>( [[Philip Sclater|Sclater]], 1866)</small> - [[Colômbia]], [[Venezuela]] e [[Equador]] |
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* ''S. l. roraimae'' <small>[[Frank Chapman (ornitólogo)|Chapman]], 1929</small> - [[tepui]]s do sul da Venezuela |
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* ''S. l. atripunctata'' <small>[[Frank Chapman (ornitólogo)|Chapman]], 1923</small> - [[Peru]] ao noroeste da [[Argentina]] |
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* ''S. l. bifasciata'' <small>( [[John Gould|Gould]], 1837)</small> - [[Chile]], oeste da Argentina |
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* ''S. l. pedrolimai'' <small>( Grantsau, 2008)</small> - nordeste do [[Brasil]] |
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* ''S. l. longirostris'' <small>( [[Charles Lucien Bonaparte|Bonaparte]], 1825)</small> - sudeste do Brasil, [[Paraguai]], [[Uruguai]] e nordeste da Argentina |
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* ''S. l. mochaensis'' <small>( Cleere, 2006)</small> - centro do Chile |
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* ''S. l. patagonica'' <small>( Olrog, 1962)</small> - centro e sul da Argentina |
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Este bacurau tem um comprimento que varia de 20-27 cm. A íris, [[bico]], pernas e pés variam de um marrom a um marrom escuro. Ao contrário dos machos, as fêmeas têm garganta marrom-amarelada e a cauda carece de marcas brancas. Juvenis e imaturos são semelhantes aos adultos, mas menos pontilhados, com uma pequena faixa laranja acastanhada estreita nas penas primárias.<ref name="cleere" /> |
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== Vocalizações == |
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A espécie possui uma variedade de [[Vocalização das aves|vocalizações]]. O tom territorial é um assobio agudo, ''siiiirt swiiiiiirt siiiiit'', repetido constantemente a cada 1 a 3 segundos. Os assobios podem ser ouvidos ao anoitecer ou ao amanhecer. O apito de [[vôo]] é geralmente ouvido durante a temporada de reprodução como uma ''chiiit'' alta. As fêmeas, quando assustadas, produzem sons nasais como ''tchrii-ii'' .<ref name="cleere">{{Citar livro|título=Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world|ultimo=Cleere|primeiro=Nigel|editora=Princeton University Press|ano=2010|localização=Princeton, New Jersey, USA|isbn=978-1-903657-07-2}}<cite class="citation book cs1" data-ve-ignore="true" id="CITEREFCleere2010">Cleere, Nigel (2010). </cite></ref> |
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== Distribuição e habitat == |
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O bacurau-de-telha é uma espécie [[América do Sul|sul-americana]] que pode ser encontrada em altitudes de até 4.200 m. Seu [[habitat]] varia desde a borda da [[floresta]] até matagais semi-áridos, áreas abertas e até mesmo no telhado de [[edifício]]s. Eles são pássaros principalmente noturnos. Eles se empoleiram em uma variedade de ambientes, desde o chão da floresta até edifícios. No [[Rio de Janeiro]], os bacuraus-de-telha apresentam uma plasticidade comportamental, pois se empoleiram perto de fontes de luz para comer os insetos que ali são atraídos.<ref>{{Citar periódico |titulo=Opportunistic adaptations to man-induced habitat changes by some South American caprimulgidae |ultimo=Ingels |primeiro=J. |ultimo2=Oniki |primeiro2=Y. |ano=1999 |paginas=563–6 |doi=10.1590/S0034-71081999000400005 |pmid=23505644 |ultimo3=Willis |primeiro3=E. O. |volume=59 |doi-access=free |periódico=Revista Brasileira de Biologia}}</ref> |
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== Comportamento e ecologia == |
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=== Alimentação === |
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Os bacuraus-de-telha alimentam-se de insetos, principalmente [[mariposa]]s, [[besouro]]s e [[cupins]].<ref name="cleere">{{Citar livro|título=Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world|ultimo=Cleere|primeiro=Nigel|editora=Princeton University Press|ano=2010|localização=Princeton, New Jersey, USA|isbn=978-1-903657-07-2}}<cite class="citation book cs1" data-ve-ignore="true" id="CITEREFCleere2010">Cleere, Nigel (2010). </cite></ref> |
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=== Reprodução === |
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A temporada de reprodução varia de acordo com a região. No oeste da [[Venezuela]], é de fevereiro a setembro; Para [[Equador]], [[Colômbia]] e [[Chile]], estima-se que seja no final de julho, fevereiro a novembro e novembro, respectivamente; e para [[Argentina]] e sudoeste do Brasil ([[Rio de Janeiro]]) de setembro a outubro. Os bacuraus-de-telha não constroem um ninho, em vez disso, os ovos são colocados em uma depressão do solo entre a vegetação densa, solo descoberto ou à beira de estradas. Normalmente, eles colocam 1-2 ovos elípticos em cada estação de reprodução, que variam em cor de rosa cremoso, esbranquiçado, marrom manchado, lilás e cinza.<ref name="cleere">{{Citar livro|título=Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world|ultimo=Cleere|primeiro=Nigel|editora=Princeton University Press|ano=2010|localização=Princeton, New Jersey, USA|isbn=978-1-903657-07-2}}<cite class="citation book cs1" data-ve-ignore="true" id="CITEREFCleere2010">Cleere, Nigel (2010). </cite></ref> |
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Os [[ovo]]s são aproximadamente 25 milímetros de comprimento e pesam ~ 5 gramas . A assincronia dos ovos postos pode causar diferenças nas dimensões entre os ovos de uma mesma ninhada. Os pais normalmente abandonam o ninho durante o anoitecer ou ao amanhecer; não há evidências de pais retirando os ovos do ninho.<ref name="schaaf">{{Citar periódico |titulo=Biologica reproductiva y comportamientos de cuidado parental de dos especies de atajacaminos de Cordoba, Argentina |ultimo=Schaaf |primeiro=A. A. |ultimo2=Peralta |primeiro2=G. |ano=2015 |paginas=25–37 |ultimo3=Luczywo |primeiro3=A. |ultimo4=Díaz |primeiro4=A. |ultimo5=Peluc |primeiro5=S. I. |volume=26 |periódico=Ornitología Neotropical}}</ref> |
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== Notas == |
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Revisão das 14h21min de 14 de julho de 2021
Bacurau-da-telha | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Caprimulgus longirostris Bonaparte, 1825 |
O bacurau-da-telha (Caprimulgus longirostris) é uma espécie de bacurau que habita da região dos Andes até à Bolívia, Chile, Sul da Argentina e Sudeste do Brasil. Tais aves chegam a medir até 23 cm de comprimento, possuindo coloração escura, com larga faixa branca nas primárias, e manchas brancas nas retrizes externas e na orla da asa. Também são conhecidas pelos nomes de bacurau-de-rabo-branco, bacurau-rupestre, morcegão e pai-avô.
Subespécies
Oito subespécies já foram reconhecidas, incluindo duas subespécies, uma do Chile[1] e outra do Brasil[2] que descritas nos anos 2000. O bacurau de Tschudi foi anteriormente considerado uma subespécie, mas agora foi elevado à categoria de espécie. Recentemente, foi sugerido que tanto S. l. roraimae e S. l. ruficervix devem ser tratados como uma espécie separada.Cleere, Nigel (2010). Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world. Princeton, New Jersey, USA: Princeton University Press. ISBN 978-1-903657-07-2</ref>
- S. l. ruficervix ( Sclater, 1866) - Colômbia, Venezuela e Equador
- S. l. roraimae Chapman, 1929 - tepuis do sul da Venezuela
- S. l. atripunctata Chapman, 1923 - Peru ao noroeste da Argentina
- S. l. bifasciata ( Gould, 1837) - Chile, oeste da Argentina
- S. l. pedrolimai ( Grantsau, 2008) - nordeste do Brasil
- S. l. longirostris ( Bonaparte, 1825) - sudeste do Brasil, Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina
- S. l. mochaensis ( Cleere, 2006) - centro do Chile
- S. l. patagonica ( Olrog, 1962) - centro e sul da Argentina
Este bacurau tem um comprimento que varia de 20-27 cm. A íris, bico, pernas e pés variam de um marrom a um marrom escuro. Ao contrário dos machos, as fêmeas têm garganta marrom-amarelada e a cauda carece de marcas brancas. Juvenis e imaturos são semelhantes aos adultos, mas menos pontilhados, com uma pequena faixa laranja acastanhada estreita nas penas primárias.[3]
Vocalizações
A espécie possui uma variedade de vocalizações. O tom territorial é um assobio agudo, siiiirt swiiiiiirt siiiiit, repetido constantemente a cada 1 a 3 segundos. Os assobios podem ser ouvidos ao anoitecer ou ao amanhecer. O apito de vôo é geralmente ouvido durante a temporada de reprodução como uma chiiit alta. As fêmeas, quando assustadas, produzem sons nasais como tchrii-ii .[3]
Distribuição e habitat
O bacurau-de-telha é uma espécie sul-americana que pode ser encontrada em altitudes de até 4.200 m. Seu habitat varia desde a borda da floresta até matagais semi-áridos, áreas abertas e até mesmo no telhado de edifícios. Eles são pássaros principalmente noturnos. Eles se empoleiram em uma variedade de ambientes, desde o chão da floresta até edifícios. No Rio de Janeiro, os bacuraus-de-telha apresentam uma plasticidade comportamental, pois se empoleiram perto de fontes de luz para comer os insetos que ali são atraídos.[4]
Comportamento e ecologia
Alimentação
Os bacuraus-de-telha alimentam-se de insetos, principalmente mariposas, besouros e cupins.[3]
Reprodução
A temporada de reprodução varia de acordo com a região. No oeste da Venezuela, é de fevereiro a setembro; Para Equador, Colômbia e Chile, estima-se que seja no final de julho, fevereiro a novembro e novembro, respectivamente; e para Argentina e sudoeste do Brasil (Rio de Janeiro) de setembro a outubro. Os bacuraus-de-telha não constroem um ninho, em vez disso, os ovos são colocados em uma depressão do solo entre a vegetação densa, solo descoberto ou à beira de estradas. Normalmente, eles colocam 1-2 ovos elípticos em cada estação de reprodução, que variam em cor de rosa cremoso, esbranquiçado, marrom manchado, lilás e cinza.[3]
Os ovos são aproximadamente 25 milímetros de comprimento e pesam ~ 5 gramas . A assincronia dos ovos postos pode causar diferenças nas dimensões entre os ovos de uma mesma ninhada. Os pais normalmente abandonam o ninho durante o anoitecer ou ao amanhecer; não há evidências de pais retirando os ovos do ninho.[5]
Notas
- BirdLife International (2004). Caprimulgus%20longirostris 'Caprimulgus longirostris' (em inglês). IUCN 2006. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2006. Página visitada em 06.11.2007.
Referências
- ↑ Cleere, N. (2006). «A new subspecies of Band-winged Nightjar Caprimulgus longirostris from Central Chile». Bulletin of the British Ornithologists' Club. 126: 12–19
- ↑ Grantsau, R. (2008). «Uma nova subespécie de Caprimulgus longirostris (Aves, Caprimulgidae)». Atualidadedes Ornitológieas. 145: 4–5
- ↑ a b c d Cleere, Nigel (2010). Nightjars, potoos, frogmouths, oilbird and owlet-nightjars of the world. Princeton, New Jersey, USA: Princeton University Press. ISBN 978-1-903657-07-2Cleere, Nigel (2010).
- ↑ Ingels, J.; Oniki, Y.; Willis, E. O. (1999). «Opportunistic adaptations to man-induced habitat changes by some South American caprimulgidae». Revista Brasileira de Biologia. 59: 563–6. PMID 23505644. doi:10.1590/S0034-71081999000400005
- ↑ Schaaf, A. A.; Peralta, G.; Luczywo, A.; Díaz, A.; Peluc, S. I. (2015). «Biologica reproductiva y comportamientos de cuidado parental de dos especies de atajacaminos de Cordoba, Argentina». Ornitología Neotropical. 26: 25–37