Ayelet Gundar-Goshen

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Ayelet Gundar-Goshen
איילת גונדר-גושן
Ayelet Gundar-Goshen
Nascimento 1982 (42 anos)
Israel
Nacionalidade israelense
Alma mater Universidade de Tel Aviv
Ocupação escritora, roteirista, psicóloga
Principais trabalhos
  • Lailah eḥad, Marḳovits
Prêmios
  • Prêmio Sapir
  • Prêmio Jewish Quarterly-Wingate
  • Prêmio Adei Wizo
Gênero literário ficção

Ayelet Gundar-Goshen (hebraico: איילת גונדר-גושן, Tel Aviv, 1982) é uma escritora, roteirista e psicóloga israelense. Seu primeiro romance, Uma noite, Markovitch, publicado no Brasil pela editora Todavia em 2018, recebeu o Prêmio Sapir por melhor romance de estreia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ayelet Gundar-Goshen nasceu em Israel em 1982. Formou-se em psicologia na Universidade de Tel Aviv, e estudou roteiro de cinema na Sam Spiegel Film & Television School, em Jerusalém.[1] Trabalhou como editora de notícias no jornal diário Yedioth Ahronoth e escreveu artigos para a BBC, Financial Times, New York Times e Daily Telegraph.[2]

Gundar-Goshen estreou na literatura em 2012 com o romance Lailah eḥad, Marḳovits' (hebraico: לילה אחד, מרקוביץ׳). A história acontece antes, durante e depois da guerra árabe-israelense de 1948, onde um grupo de homens vai da Palestina até a Europa nazista para que, por meio de casamentos fictícios, possam resgatar mulheres judias. Após chegarem em Israel, todos deveriam se divorciar e continuar com suas vidas. Iaakov Markovitch, no entanto se recusa a se divorciar da mulher com quem se casou, pela esperança de que sua esposa passasse a amá-lo com o tempo. O livro, baseado numa história real, recebeu o prêmio Sapir por melhor estreia, foi traduzido para quatorze idiomas e foi publicado no Brasil, com o título Uma Noite, Markovitch, em março de 2018 pela editora Todavia.[3][4]

Seu segundo romance, Le-haʻir arayot (hebraico: להעיר אריות), foi publicado em 2014, sobre um médico que se muda de Tel Aviv para o deserto de Neguev, onde atropela um imigrante e foge sem prestar socorro.[3] A autora conta que a inspiração para escrever essa história surgiu quando estava viajando pela Índia e conheceu um israelense que atropelou um indiano local e não parou. Quando ouviu a história, Gundar-Goshen imaginou que se ele a tivesse atingido, uma israelense da mesma idade que ele, não haveria como ele não parar e ajudar, mas por ser alguém diferente e por ter certeza de que ninguém o viu foi mais fácil fugir. A autora se sentiu impelida a escrever um romance e fazer os leitores se perguntarem se eles tinham certeza de que não fariam o mesmo.[5] Em 2017, o livro ganhou o Prêmio Jewish Quarterly-Wingate, junto com o romance East West Street: On the Origins of Crimes Against Humanity, de Philippe Sands.[6]

O terceiro romance, ha-Shaḳranit ṿeha-ʻir (hebraico: השקרנית והעיר), foi lançado em 2018 e é uma história sobre como o poder das histórias e das mentiras podem mudar a vida das pessoas. A protagonista, Nuphar, é uma garota comum que trabalha em uma sorveteria. Seu mundo muda completamente quando um cliente mal-educado a insulta e a humilha. Nuphar, ofendida, foge da sorveteria enquanto o rapaz sai correndo atrás dela reclamando pelo troco. Os gritos da garota alertam a vizinhança e, para sua surpresa, todos estão convencidos de que o homem tentou atacá-la sexualmente. Pela primeira vez na vida, Nuphar se encontra no centro das atenções, mas devido a uma mentira. Com este livro, a autora quis explorar o papel fundamental das mentiras na vida das pessoas. Para ela, "às vezes a mentira é o material de que uma nação é feita; às vezes é a cola que mantém um relacionamento".[4]

A autora veio para o Brasil em 2019, para participar da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). Ayelet Gundar-Goshen debateu junto com Ayòbámi Adébáyò na mesa "Angico", sobre texto e universo particular, o peso da história e da cultura em suas obras, e mediadas pela historiadora e escritora Lilia Schwarcz, refletiram sobre maternidade, amor, consentimento e corpo feminino na ficção que produzem.[7][8]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2012 - Prêmio Sapir - Lailah eḥad, Marḳovits' (hebraico: לילה אחד, מרקוביץ׳)[9]
  • 2016 - Prêmio Adei Wizo - Lailah eḥad, Marḳovits' (hebraico: לילה אחד, מרקוביץ׳)[1]
  • 2017 - 40º Prêmio Jewish Quarterly-Wingate - Le-haʻir arayot (hebraico: להעיר אריות)[10]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lailah eḥad, Marḳovits'. Or Yehudah: Kinneret Zmora-Bitan Dvir, 2012. ISBN 9789655523256
  • Le-haʻir arayot. Or Yehudah: Kinneret Zmora-Bitan Dvir, 2014. ISBN 9789655527636
  • ha-Shaḳranit ṿeha-ʻir. Tel Aviv: Aḥuzat bayit hotsaʼah le-or, 2018. ISBN 9789655560626

Livros publicados no Brasil

  • Uma Noite, Markovitch. São Paulo: Todavia, 2018. ISBN 9788593828546
  • Despertar Os Leões. São Paulo: Todavia, 2020. ISBN 9786580309962
  • Outro Lugar. São Paulo: Todavia, 2022. ISBN

Livros publicados em Portugal

Referências

  1. a b «Ayelet Gundar-Goshen» (em inglês). The Institute for the Translation of Hebrew Literature. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  2. «Ayelet Gundar-Goshen [ Israel ]» (em inglês). internationales literaturfestival berlin. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  3. a b «Ayelet Gundar-Goshen confirmada na Flip 2019». FLIP. 6 de maio de 2019. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  4. a b «Entrevista: Ayelet Gundar-Goshen e "Êxtase da transformação"». TAG Livros. 28 de novembro de 2019. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2019 
  5. Beckerman, Hannah (13 de março de 2016). «Ayelet Gundar-Goshen: 'We Israelis tend to forget that we are a nation of refugees'» (em inglês). The Guardian. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 13 de julho de 2018 
  6. Page, Benedicte (23 de fevereiro de 2017). «Sands and Gundar-Goshen win JQ Wingate Literary Prize» (em inglês). The Bookseller. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 27 de março de 2019 
  7. «Geopolítica e ficção: como nasce uma história». FLIP. 12 de julho de 2019. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  8. Matos, Thaís (12 de julho de 2019). «'Literatura precisa ir além de protestos políticos', defende a premiada Ayelet Gundar na Flip». G1. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2019 
  9. «איילת גושן-גונדר, בוגרת האוניברסיטה, זכתה בפרס ספיר לספר ביכורים לשנת 2012» (em hebraico). אוניברסיטת תל אביב. 20 de dezembro de 2012. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  10. Martini, Daniel (5 de dezembro de 2018). «Winners Of The 40th Anniversary JQ-Wingate Prize 2017» (em inglês). JQ Jewish Quarterly. Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2018