Campeonato Mundial Feminino de Xadrez

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Hou Yifan - Humpy Koneru, Tirana 2011

O Campeonato Mundial Feminino de Xadrez é uma competição organizada pela FIDE para determinar a Campeã Mundial de Xadrez.

Ao contrário de outros esportes, as mulheres podem competir contra os homens no xadrez, e algumas delas não competem pelo título feminino. Notavelmente, a melhor enxadrista mulher, Judit Polgar, nunca competiu pelo título feminino.

Campeãs Mundiais[editar | editar código-fonte]

Nome Período País
Vera Menchik 1927–1944  Tchecoslováquia / Reino Unido Reino Unido
Lyudmila Rudenko 1950–1953  União Soviética / Ucrânia Ucrânia
Elisabeth Bykova 1953–1956  União Soviética / Rússia Rússia
Olga Rubtsova 1956–1958  União Soviética / Rússia Rússia
Elisabeth Bykova 1958–1962  União Soviética / Rússia Rússia
Nona Gaprindashvili 1962–1978  União Soviética / Geórgia Geórgia
Maia Chiburdanidze 1978–1991  União Soviética / Geórgia Geórgia
Xie Jun 1991–1996  China
Susan Polgar 1996–1999  Hungria /  Estados Unidos
Xie Jun 1999–2001  China
Zhu Chen 2001–2004  China
Antoaneta Stefanova 2004–2006  Bulgária
Xu Yuhua 2006–2008  China
Alexandra Kosteniuk 2008–2010  Rússia
Hou Yifan 2010–2012  China
Anna Ushenina 2012–2013  Ucrânia
Hou Yifan 2013–2015  China
Mariya Muzychuk 2015–2016 Ucrânia Ucrânia
Hou Yifan 2016–2017  China
Tan Zhongyi 2017–2018  China
Ju Wenjun[1] 2018–  China

Início[editar | editar código-fonte]

O Campeonato Mundial Feminino foi estabelecido pela FIDE em 1927 como um torneio único que acontecia durante a Olimpíada de Xadrez. A vencedora deste torneio, Vera Menchik, não tinha nenhum privilégio especial como a competição absoluto tinha - em vez disso ela precisava defender seu título disputando tantos jogos quanto as suas desafiantes. Ela defendeu seu título com sucesso seis vezes durante sua vida: 1930, 1931, 1933, 1935, 1937 e 1939.

Período pós-Segunda Guerra[editar | editar código-fonte]

Menchik morreu, ainda campeã, em 1944 durante um dos últimos ataques aéreos alemães sobre Londres. O torneio seguinte em 1949/1950 foi novamente no sistema round-robin e foi vencido por Lyudmila Rudenko. Depois disso, um sistema semelhante ao campeonato absoluto foi estabelecido, com um ciclo de candidatos (mais tarde Interzonais) para escolher uma desafiante ao título.

O primeiro Torneio de Candidatos feminino ocorreu em Moscou, 1952. Elisabeth Bykova venceu a competição e derrotou Rudenko com sete vitórias, cinco derrotas e dois empates, tornando-se assim a terceira campeã mundial. O Torneios dos Candidatos seguinte foi vencido por Olga Rubtsova, entretanto a FIDE decidiu que o título deveria ser disputado entre as três melhores enxadristas do mundo. Rubtsova venceu em Moscou em 1956, meio ponto a frente de Bykova, que terminou 5 pontos a frente de Rudenko. Bykova recuperou o título novamente em 1958 e o defendeu contra Kira Zvorykina, que havia vencido o Torneio dos Candidatos.

Domínio das Georgianas[editar | editar código-fonte]

O quarto ciclo de candidatos ocorreu em 1961 na cidade Vrnjacka Banja, Sérvia (antiga Jugoslávia), e foi dominado por Nona Gaprindashvili da Geórgia, que o venceu com 10 vitórias, seis empates e nenhuma derrota. Ela então derrotou a até então campeã Bykova com sete vitórias, quatro empates e nenhuma derrota em Moscou, 1962. Gaprindashvili defendeu seu título contra Alla Kushnir da Rússia em Riga 1965 e Tbilisi/Moscou 1969. Em 1972, a FIDE introduziu o sistema de Torneios Interzonais, semelhante ao campeonato absoluto. Kushnir venceu novamente, apenas para ser novamente derrotada por Gaprindashvili em Riga, 1972. Gaprindashvili defendeu o título pela última vez contra Nana Alexandria da Geórgia em Bichvinta/Tbilisi 1975.

No ciclo de Candidatos de 1976-1978, Maia Chiburdanidze da Geórgia, de apenas 17 anos, surpreendeu o mundo do xadrez ao derrotar Nana Alexandria, Elena Akhmilovskaya, e Alla Kushnir encarando Gaprindashvili nas finais de 1978 em Tbilisi. Chiburdanidze derrotou então Gaprindashvili na grande final tornando-se a sexta campeã mundial, marcando o término do domínio de uma georgiana e começando o de outra. Chiburdanidze defendeu seu título contra Nana Alexandria em Borjomi/Tbilisi em 1981 e Irina Levitina em Volgogrado em 1984. Após este torneio a FIDE reintroduziu o sistema Torneio de Candidatos. Akhmilovskaya venceu o torneio, mas foi novamente derrotada por Chiburdanidze em Sófia, 1986. Chiburdanidze defendeu seu título pela última vez com sucesso em Tel Aviv- 1988, contra Nana Ioseliani.

A Ascensão das Chinesas e das Húngaras[editar | editar código-fonte]

O domínio de Chiburdanidze terminou em Manila-1991, onde a jovem estrela chinesa Xie Jun a derrotou, depois de ter terminado em segundo no Interzonal (atrás da ainda ativa Gaprindashvili), empatando com Alisa Maric no torneio de Candidatos e vencendo Maric no match de desempate.

Foi durante esta época que as três irmãs Polgar Susan (também conhecida como Zsuzsa), Sofia (Zsófia), e Judit emergiram no xadrez como as enxadristas dominantes. A família delas decidiu que Judit, a mais forte das três, deveria se concentrar em disputar o campeonato absoluto, enquanto que Susan e Sofia disputariam o feminino.

Susan Polgar venceu o Torneio de Candidatos de 1992 em Shanghai. Na final do Torneio houve um match de 8 partidas entre as melhores colocadas – que terminou empatado entre Polgar e Ioseliani, mesmo após duas partidas tiebreaks. Foi realizado então um sorteio que Ioseliani venceu, para decidir quem disputaria o mundial. Ela foi então massacrada na por Xie Jun na disputa do título em Monaco-1993.

O ciclo seguinte foi dominado por Polgar. Ela empatou com Chiburdanidze no Torneio de Candidatos, a derrotou facilmente no match decisivo, e então derrotou Xie Jun em Jaén-1996 pelo mundial.

Em 1997, Alisa Galliamova e Xie Jun terminaram em primeiro e segundo o ciclo seguinte, mas Galliamova se recusou a jogar o match final inteiramente na China, então a FIDE declarou Sie Jun como vencedora e a desafiante ao título.

Entretanto, devido a toda esta demora, Polgar havia dado à luz a seu primeiro filho, e solicitou que a FIDE adiasse a disputa do Mundial. A FIDE se recusou e organizou a disputa do Mundial entre Galliamova e Xie Jun. O campeonato então ocorreu em Kazan, no Tartaristão e em Shenyang na China, e Xie Jun venceu com cinco vitórias, três derrotas e sete empates

Atualidade[editar | editar código-fonte]

Em 2000 o evento final foi disputado no formato do campeonato absoluto da FIDE (na época havia uma divisão no mundo do xadrez provocada por Garry Kasparov que havia fundado uma entidade rival à FIDE, a PCA). Em 2001 um evento similar determinou a campeã: Zhu Chen. O campeonato seguinte, desta vez ocorrendo separadamente do absoluto, ocorreu em Elista, capital da República da Calmúquia (cujo presidente é Kirsan Ilyumzhinov, o presidente da FIDE),uma das repúblicas da Rússia. A vencedora foi a búlgara Antoaneta Stefanova. Da mesma maneira que Polgar, sete anos antes, Zhu Chen não participou do torneio por estar grávida. Em 2006 o título retornou para a China, com uma nova campeã, Xu Yuhua, que curiosamente estava grávida durante o campeonato.

Em 2015, Mariya Muzychuk se tornou a campeã mundial ao derrotar Natalia Pogonina no Campeonato Mundial Feminino de Xadrez de 2015.

Referências

  1. «Ju Wenjun defends Women's World Champion's title». FIDE. Consultado em 19 de março de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]