Discussão:Maneirismo em Portugal

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o material acrescentado pertencia originalmente ao artigo do Maneirismo, mas como aquele foi extensamente reformulado em linhas genéricas, a particularização sobre sua manifestação portuguesa se tornou deslocada, e considerei que seria melhor incluí-la aqui. O texto original é o que segue abaixo Tetraktys (discussão) 05h05min de 18 de Setembro de 2008 (UTC)



Em Portugal, as fontes de inspiração italianas, francesas, flamengas e castelhanas colheram-se no estágio de artistas nacionais na Itália, como Francisco de Holanda, etc., na presença de mestres estrangeiros, como Chanterene, etc., na circulação de quadros e gravuras especialmente flamengas (Cornelius, etc.), na edição de Tratados (Medidas del Romano, etc.) na divulgação dos ensinos teóricos de Herrera, de Palladio, etc., e nos motivos ornamentais das artes gráficas.

Após o Alto Renascimento, aparece o primeiro maneirismo arquitectónico na reconstrução da capela dos Jerónimos (1540-41, Diogo de Torralva), no claustro principal do convento de Tomar, etc. Aparece depois a igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa (1582, Filippo Terzi), edifício dominante do século XVII, durante o qual se construiram numerosos templos maneiristas: Sé Nova de Coimbra, de Baltasar Álvares, São Bento no Porto, de Diogo Marques. Genericamente, a arquitectura do exterior apresenta sobriedade, contrapondo-se a um interior extravagante decorado com azulejos, talha dourada em escultóricos altares, no caso das igrejas, nos palácios por baixelas, faianças porcelanas e mobiliário.

As igrejas foram para o maneirismo português as construções mais importantes pelo fim doutrinal que representavam. Na Índia constróem-se a Catedral de Velha Goa (1597-1631) e a igreja da Graça (1597-1602) e em Macau a igreja inaciana, de directa inspiração italiana.

O maneirismo português percorreu três etapas fundamentais de evolução que são: a inicial, onde são absorvidos os modelos de influência italiana; a do desenvolvimento do modo de trabalhar à maniera italiana ("Triunfo da Bela Maneira"); a da necessidade de um discurso coerente, organizado e activo defensor dos valores da Contra-Reforma. A clientela maneirista era constituída pelo monarca, pela nobreza clerical ou leiga, pelos municípios e pelas misericórdias.

A influência das gravuras flamengas aparece já em Vasco Fernandes (Pentecostes), mas é o grupo de mestres da oficina lisboeta de Jorge Afonso que, com o mestre de São Quintino, constitui a primeira geração de pintura maneirista portuguesa: Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo e Garcia Fernandes, que legou obra extensa, anti-renascentista. Na escultura, o novo estilo desponta com mestres franceses e flamengos radicados em Coimbra, que formam discípulos (Tomé Velho, Jerónimo de Ruão) e expandes a arte dos túmulos e altares, e a estatuária de pedra em que a figura aparece por vezes agitada Hodarte.