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Ruggerone Foot Ball Club: diferenças entre revisões

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O '''Ruggerone Foot Ball Club'''<ref>http://www.futebolnacional.com.br/infobol/teamdetails.jsp?&code=3088</ref> foi um [[clube de futebol|clube]] [[italia|ítalo]]-[[brasil]]eiro de [[futebol]] da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. Formado majoritariamente por imigrantes [[italianos]] e descendentes de [[italianos]], suas cores eram [[vermelho]] e [[amarelo]].<ref>http://www.ultimadivisao.com.br/ruggerone-o-clube-que-ficou-no-passado/</ref> A agremiação foi extinta em [[1921]], e participou uma vez da Primeira Divisão (atual Série A-1) do [[Campeonato Paulista de Futebol]], em [[Campeonato Paulista de Futebol de 1916|1916]].

Revisão das 01h44min de 29 de março de 2016

Ruggerone Foot Ball Club
Nome Ruggerone Foot Ball Club
Fundação 1915 (109 anos)
Estádio Parque Antarctica
Localização São Paulo, São Paulo SP, Brasil Brasil
Competição Campeonato Paulista
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular

O Ruggerone Foot Ball Club[1] foi um clube ítalo-brasileiro de futebol da cidade de São Paulo. Formado majoritariamente por imigrantes italianos e descendentes de italianos, suas cores eram vermelho e amarelo.[2] A agremiação foi extinta em 1921, e participou uma vez da Primeira Divisão (atual Série A-1) do Campeonato Paulista de Futebol, em 1916.

Ruggerone - O Início

Em 1910, o Brasil buscava uma identidade urbana pós-abolição em sua recém-fundada República, e muitos outros povos vinham ao país atrás de uma identidade comum para si. Entre esses povos formavam-se pequenas colônias e a colônia italiana, a mais expoente em São Paulo, povoou principalmente os bairro operários da região central, centro-oeste e zona leste de São Paulo.

Naquela época, já praticavam o futebol no Brasil, e muito já tinha clubes, mas o esporte tinha uma modalidade concorrente: a corrida aérea, uma vez que a aviação era tida como a grande novidade mundial recente.

Um dos destaques dessa modalidade em São Paulo foi o motociclista e aviador italiano Germano Eros Ruggerone. Após o registro do primeiro vôo da América do Sul em 1909, realizado pelo aviador Dimitri Sensaud de Lavaud sobre o que é hoje a cidade de Osasco, o primeiro aeroclube de São Paulo promoveu no bairro da Mooca, em 24 de dezembro de 1910, uma competição entre dois aviadores italianos que vieram tentar a sorte no Brasil: Germano Eros Ruggerone e Julio Piccolo.

A corrida se iniciou e com a queda do avião de Piccolo durante o trajeto de 1km, Ruggerone venceu a competição e tornou-se uma celebridade da cidade de São Paulo, principalmente entre os italianos e Ítalo-brasileiros orgulhosos do "Paesano". Os italianos-paulistanos o viam como um homem vitorioso e inspirador, pois fizera sucesso em algo que ainda era considerado muito perigoso, e ele era visto por todos como um homem de muita coragem. Do dia para noite, Germano Eros Ruggerone havia se tornado um verdadeiro “fenômeno”.

Algum tempo depois, o aviador voltou a fazer exibições aéreas pela cidade. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo do dia 11 de janeiro de 1911 a comoção do público foi grande durante o trajeto, que incluiu os bairros do: Brás, Pari e Largo do Arouche.

“Havia gente por toda a parte, até encarapitada sobre os telhados, acenando entusiasticamente com os lenços”.

Conta a reportagem, que acompanhou o voo de Ruggerone até a Água Branca, onde aterrissou no campo do Parque Antártica e de lá, retornou à Mooca, completando seu roteiro de bairros paulistanos de origem italiana.

A comoção pela façanha do aviador foi tanta que alguns italianos decidiram criar um time de futebol em sua homenagem, dai surge o Ruggerone Foot-Ball Club. A nova equipe tinha a pretensão de unir os italianos de São Paulo, da mesma forma que havia feito o aviador, mas esbarrava na dispersão da numerosa colônia, e no fato de que muitos já tinham fundado os seus clubes locais, como o Minas Gerais FC (Do Brás), o União Lapa FC (Da Lapa ) e o Corinthians (Do Bom Retiro), que apesar de nunca ter tido a pretensão de ser o representante da Itália em São Paulo, sempre agregou um grande número de italianos e Ítalo-brasileiros, no clube e na torcida.

Dessa forma, o clube passou seus primeiros anos jogando apenas na várzea, sem participar de nenhuma competição oficial. O curioso é que uma das rivalidades surgidas na época foi justamente com o Corinthians. Segundo o blog do Elião, do site Lunaticos FC, o Corinthians jogou seis partidas em 1912. A quinta foi contra o Ruggerone, que o venceu por 2 a 1, impondo a primeira derrota ao adversário naquele ano. Mordido, o Corinthians pediu revanche e, pouco tempo depois, goleou o Ruggerone por sonoros 6 a 0.

No entanto, quis o destino que aquela rivalidade demorasse a se repetir em competições oficiais. Segundo Ademir Takara, bibliotecário do Centro de Referência do Futebol Brasileiro do Museu do Futebol, o Corinthians se filiou à LPF (Liga Paulista de Foot-Ball) em 1913 para jogar o Campeonato Paulista, enquanto o Ruggerone continuou na várzea.

Três anos depois, a APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), entidade concorrente da LPF formada por clubes de elite que "queriam" manter as raízes do amadorismo, convidou o recém-fundado Palestra Italia para disputar seu campeonato.

Em resposta a LPF procurou algum time de várzea que representasse a colônia italiana para disputar o seu campeonato de 1916. No lugar de um, acabou convidando dois: O Ruggerone e Ítalo Foot Ball Club. E assim iniciou-se a vida do Ruggerone em torneios oficiais.

Ruggerone - Do amadorismo ao Profissionalismo

O primeiro ano em campeonatos oficiais não foi feliz para Ruggerone que não suportou o ritmo extenuante da competição da LPF, uma vez que era preciso conciliar o trabalho com treinos e jogos. Após vitórias sobre o Germânia (da colônia alemã) e sobre o Campos Elíseos (entre maio e julho de 1916) a liga começou a marcar jogos quase quinzenais para o clube, que não conseguiu comparecer na maioria deles, perdendo quatro partidas por W.O, inclusive uma contra o Corinthians.

Por causa deste ritmo frenético, vários clubes desistiram do torneio. Corinthians e Ruggerone foram os únicos que disputaram até o fim, mesmo com percalços. O Corinthians foi declarado campeão após sete vitórias em campo, enquanto o Ruggerone ficou em último com duas vitórias, um empate e quatro derrotas. As desistências em massa no campeonato de 1916 enfraqueceram a LPF, que acabou perdendo a briga com a APEA, com quem se fundiu em 1917. Segundo Ademir Takara, entre os clubes da LPF, só Corinthians e o SC Internacional-SP foram convidados a disputar a 1ª divisão. Para os demais, inclusive o Ruggerone, a APEA criou as inéditas 2ª e 3ª divisões.

Assim, o Ruggerone acabou sendo inscrito na 3ª divisão de 1917, junto a outros clubes que também representavam colônias de imigrantes, caso dos auto-explicativos: Itália, Luzitano (que deu origem à Portuguesa) e Japão, este com sede no Bom Retiro. Além deles, também disputaram o torneio: Brasil e Fluminense, formados por cariocas, além do Antárctica, time dos operários da Companhia Antarctica Paulista.

O triste Fim do Ruggerone

Para quem tinha a ambição de ser o grande representante dos italianos em São Paulo, o cenário tornou-se desanimador. Enquanto o Ruggerone sobrevivia com todas as suas dificuldades, o Palestra Italia, se fortalecia disputando na 1ª divisão, agora organizada pela APEA, e atraía a colônia italiana a ponto de fazer muitos oriundi's saírem de suas equipes para atuar no Palestra. Em 1917 aconteceu a primeira transferência oficial de um jogador do Ruggerone para o Palestra Italia: O atleta Antônio Picagli trocou o Ruggerone pelo Palestra e o ajudou os palestrinos a terminar na 2ª posição do campeonato, que naquele ano teve o Paulistano como o grande campeão.

Distante do sonhado sucesso no Campeonato Paulista, o Ruggerone, decidiu voltar o foco para o interior do estado de São Paulo, se oferecendo para disputar amistosos contra clubes não-inscritos no torneio oficial. A partida mais notória aconteceu em 25 de fevereiro de 1917, quando foi jogar contra o Rio Claro o Troféu Estatueta de Biscuit, patrocinado por José Castellano, dono da fábrica de cigarros Princeza D’Oeste. A vitória do Rio Claro por 3 a 1 desanimou ainda mais o Ruggerone.

Um alento surgiu em 1919 e 1920, quando o clube foi inscrito na 2ª divisão. Contudo, os resultados não foram bons em nenhum dos torneios, o que acabou enterrando de vez a pretensão de se estabelecer como o legítimo representante da Itália no futebol de São Paulo.

O último registro de uma partida do Ruggerone foi no dia 14 de novembro de 1920, quando o clube marcou uma revanche contra o Rio Claro, na tentativa de vingar a derrota sofrida dois anos antes. O jogo foi novamente na cidade de Rio Claro, e, de novo, o time do interior venceu, desta vez por 2 a 1. Com isso o clube então acabou extinto no fim de 1920.

No ranking de todos os clubes que jogaram a chamada “era do amadorismo” no Campeonato Paulista, o Ruggerone está em penúltimo lugar, na 49ª posição, só perdendo para o Britania AC e para 2 times que se inscreveram, mas não jogaram.

Referências

Ligações externas