Mosteiro de São Precursor

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Glaka vank)
Mosteiro de São Precursor
Mosteiro de São Precursor
Mosteiro antes de sua destruição em 1915
Estilo dominante armênio
Início da construção século IV
Fim da construção século XIX
Religião Igreja Armênia
Diocese Taraunitis
Ano de consagração século IV
Geografia
País  Turquia
Região Província de Muxe
Coordenadas 38° 57' 40" N 41° 11' 30" E

O Mosteiro de São Precursor (em armênio/arménio: Մշո Սուրբ Կարապետ վանք; romaniz.:Msho Surb Karapet vank’; lit. "Mosteiro de São Precursor de Muxe") foi um mosteiro apostólico armênio na província histórica de Taraunitis, cerca de 50 quilômetros a noroeste de Muxe, na atual Turquia.

Seu nome se refere a São João Batista, cujos restos se acredita foram abrigados no local por Gregório, o Iluminador no começo do século IV. O mosteiro depois serviu como fortaleza da família Mamicônio — a casa principesca de Taraunitis, que alegavam serem os guerreiros santos de João Batista, seu santo patrono. Foi expandido e renovado várias vezes em séculos posteriores. Por volta do século XX, era uma grande fortificação com quatro capelas

Historicamente, o mosteiro foi centro religioso de Taraunitis e foi proeminente sítio de peregrinação. Foi considerado o mosteiro mais importante da Armênia Ocidental turca e o segundo mais importante de todos os mosteiros armênios depois de Echemiazim. Desde século XII, o mosteiro era sede da Diocese de Taraunitis, que tinha uma população de 90 000 armênios no começo do século XX. Atraiu peregrinos em várias ocasiões anualmente e abrigou grandes celebrações. O mosteiro foi incendiado e roubado durante o Genocídio Armênio de 1915 e depois abandonado. Desde então suas pedras foram usadas pelos curdos locais para construção.

Nome[editar | editar código-fonte]

Ao longo da história teve vários nomes. Um dos mais comuns foi Mosteiro de Glaco (Glakavank, Գլակավանք; também grafado Glaka vank [Գլակայ վանք em escrita clássica e Գլակա վանք em escrita reformada] e Klaga vank [em armênio ocidental][2]) em homenagem a seu padre superior, Zenóbio Glaco.[3] Devido a sua localização também foi chamado Mosteiro das Nove Fontes (Innaknian vank, Իննակնեան վանք em escrita clássica e Իննակնյան վանք em escrita reformada).[4]

Fontes turcas se referem a ele como Igreja com Torres Sineiras (Çanlı Kilise)[5] ou Igreja com Sinos (Çengelli Kilise[6] em curdo, [7] que é também o nome da vila onde está situado). Elas às vezes forneceram a versão turca de seu nome armênio: Surpgarabet Manastırı. [8] As fontes turcas e guias de viagem geralmente omitem que era um mosteiro armênio.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Da fundação à Idade Média[editar | editar código-fonte]

Martírio de João Batista

Segundo a tradição cristã, o sítio foi fundado no começo do século IV por Gregório, o Iluminador, que foi a Taraunitis para espalhar o cristianismo após a conversão do rei Tirídates III. À época, havia dois templos hindus e estátuas de bronze estabelecidas por dois príncipes indianos dedicados aos deuses Gisané de Deméter no local do claustro.[4][9] Eles foram arrasados por Gregório, que erigiu um martírio[10] para abrigar os restos de São Atenógenes e João Batista[11][12] que ele trouxe de Cesareia Mázaca.[9] Segundo outras fontes, os templos pagãos foram dedicados a Vaagênio e Astlique. James R. Russell sugere que na Armênia algumas das qualidades do deus pagão Vaagênio foram passadas a João Batista. A crença popular mantém que demônios (devs) foram mantidos sob o mosteiro; eles seria libertados durante a Segunda Vinda de João Batista.[13] Christina Maranci sugeriu que a fundação do mosteiro está "muito provavelmente ligada com a ascensão do movimento monástico" na Armênia da dinastia Bagratúnio na década de 940.[14]

Zenóbio Glaco, um arcebispo siríaco, torna-o o primeiro padre superior. É às vezes mencionado como autor da História de Taraunitis (Patmutiun Tarono, Պատմութիւն Տարօնոյ),[4] embora a obra é geralmente atribuída ao de outro modo desconhecido João Mamicônio e "estudiosos estão convencidos de que a obra é uma composição original de um período posterior (pós-século VIII), escrita como uma falsificação deliberada."[15] Seu principal objetivo parece ser afirmar a preeminência de mosteiro.[4] Um romance "histórico" relativamente curto conta a história de cinco membros da família principesca de Taraunitis, a família Mamicônio (Musel II, Baanes II, Simbácio I, Baanes III e Tigranes I), que eram conhecidos como guerreiros santos de João Batista, seu santo patrono.[15] Eles defenderam o mosteiro e outras igrejas no distrito.[4]

O cronista do século VI Atanas de Taraunitis serviu como seu padre superior. É melhor lembrado pelo arranjo do calendário armênio.[16] As posses do mosteiro se expandiram no século VII, mas o edifício foi reduzido a ruínas por um terremoto no mesmo século. Foi subsequentemente reconstruído e a Capela de São Estêvão foi fundada.[11] No final do século IX, após o restabelecimento do Reino da Armênia pela dinastia Bagratúnio, uma escola foi fundada no mosteiro.[17] No século XI, Gregório Magistro construiu um palácio dentro do mosteiro, mas foi destruído num incêndio em 1058 junto com a Igreja de São Gregório que tinha um telhado de madeira.[11] Após a morte de Soquemene II (r. 1128–1185) em 1185, o mosteiro foi atacado por muçulmanos. O arcebispo Estêvão foi morto e os monges abandonaram o mosteiro por um ano.[18]

Idade Moderna[editar | editar código-fonte]

Mosteiro visto do sul, anos 1890[19]
Entrada do mosteiro abaixo do campanário

Em meados do século XVI, a Capela de São Precursor foi construída.[11] Segundo o viajante do século XVII Evliya, o Cavalheiro, a liderança do mosteiro fez grandes doações aos paxás turcos, a fim de garantir as propriedades monásticas.[20] Entre os séculos XVI e XVIII, o mosteiro abrigava os armênios que fugiam das guerras otomano-persas. Na década de 1750, a Igreja de São Precursor foi destruída pelas tropas persas. No século XVIII, vários terremotos atingiram o mosteiro, com aquele de 1784 sendo especialmente devastador; destruiu a igreja principal, o refeitório, parte da torre do sino e a muralha sul. Em 1788, o complexo monástico passou por uma reconstrução completa - seu gavit (uma câmara quadrada ou quadrangular colocada na frente da igreja e no mesmo eixo, destinada ao uso tanto civil quanto religioso) foi ampliado, e foi realizada renovação em seu campanário, os aposentos dos monges, escritório, muralhas e outras seções.[7]

século XIX[editar | editar código-fonte]

Em 1827, gangues curdas tomaram e roubaram o mosteiro, destruindo os móveis e manuscritos.[11] Porém, o mosteiro prosperou no início em 1862, quando Mkrtich Khrimian se tornou seu padre superior e, simultaneamente, prelado de Taraunitis.[21] Khrimian procurou reformar a forma como as doações eram tratadas estabelecendo um conselho que financiaria projetos comunitários. Antes dele, a maior parte do dinheiro destinava-se aos monges e aos afluentes armênios da região, que ofereciam feroz oposição a ele, incluindo duas tentativas contra sua vida.[22] Em seu primeiro ano, fundou uma escola secular no mosteiro, chamada Zharangavorats.[23] Entre outros, o fedayi Kevork Chavush[24] e Hrayr Dzhoghk,[25] o cantor Armenak Shahmuradyan,[26] e o escritor Gegham Ter-Karapetian (Msho Gegham)[27] estudaram lá. De 1 de abril de 1863 até 1 de junho de 1865, Khrimian publicou o jornal A Águia de Taraunitis (Artzvik Tarono, Արծւիկ Տարօնոյ) no mosteiro.[28] Foi escrito em armênio moderno, traduzido para ser facilmente legível para as pessoas comuns. A revista procurou aumentar a consciência nacional dos armênios.[23] Editado por Garegin Srvandztiants, um total de 43 edições foram publicadas.[29] Khrimian deixou o mosteiro em 1868 quando se tornou o patriarca armênio de Constantinopla.[30][31]

O mosteiro, de acordo com dois viajantes franceses em 1890, possuía grandes áreas de terra e demorava várias horas para chegar de um lado a outro. A propriedade era coberta de florestas, campos aráveis e tinha três fazendas com cerca de 1 000 cabras e ovelhas, cem bois e gado, 60 cavalos, 20 jumentos e 4 mulas, que foram atendidos por 156 servos.[32] Em 1896, um orfanato foi fundado ao lado do mosteiro. Ele abrigou uma escola para 45 crianças e uma biblioteca.[11] De acordo com o viajante britânico H. F. B. Lynch, que visitou o mosteiro em 1893, com a presença da ameaça curda e as suspeitas do governo turco, "este mosteiro florescente perdeu muito do seu encanto; na verdade, os monges são pouco melhores que os prisioneiros de Estado."[33] O mosteiro foi roubado em 1895 durante os massacres hamidianos.[34] No início do século XX, a estrutura do mosteiro estava se deteriorando.[35] O declínio continuou até o começo da I Guerra Mundial.[36]

Destruição e estado atual[editar | editar código-fonte]

Durante o Genocídio Armênio de 1915, o monastério abrigou um grande número de armênios que escaparam das deportações e massacres. Forças turcas e irregulares curdos cercaram-no, mas os armênios dentro resistiram por mais de dois meses.[7] Segundo relatos contemporâneos, cerca de 5 000 armênios foram massacrados "perto do muro do mosteiro", enquanto o próprio mosteiro foi "saqueado e roubado".[37] De acordo com os missionários americanos Clarence Ussher e Grace Knapp, os turcos massacraram "3 000 homens, mulheres e crianças" reunidos no pátio do monastério sob o comando de um oficial alemão.[38]

Em 1916, as tropas russas e os voluntários armênios assumiram temporariamente o controle da área e transferiram cerca de 1 750 manuscritos para Etchmiadzin.[11] Entre eles está um relicário do século XVIII da mão direita de João Batista feito de prata repuxada. [39] A área foi recapturada pelos turcos em 1918 e então deixou de existir não apenas como centro espiritual, mas também como monumento arquitetônico. Permaneceu abandonado até a década de 1960, quando famílias curdas se estabeleceram no local.[36]

Muitos edifícios na aldeia incluem pedras do mosteiro e khachkares (pedras cruzadas), que estão embutidas nas paredes. As pedras remanescentes estão "sendo sistematicamente levadas pelos curdos locais para seus próprios propósitos de construção".[40] Segundo o historiador Robert H. Hewsen, a partir de 2001, restam apenas vestígios de duas câmaras da capela de São Estêvão, enquanto o resto dos restos do mosteiro consistem em "fundações e muros em ruínas",[36] que são usados como celeiros.[41]

Esforços de reconstrução[editar | editar código-fonte]

Em maio de 2015, Aziz Dagcı, Presidente da ONG "União de Solidariedade Social e Cultura para os armênios de Bitlis, Batman, Van, Muche e Sasun", fez um apelo formal aos Ministérios da Cultura e Interior da Turquia solicitando a reconstrução do mosteiro e a remoção de todas as 48 casas e 6 celeiros em sua antiga localização. Dagcı afirmou que, segundo o Tratado de Lausana de 1923, o governo turco foi obrigado a preservar as instituições religiosas e as estruturas das minorias étnico-religiosas, inclusive as da comunidade armênia. Ele acrescentou que primeiro enviou uma carta às agências do governo em 2012, que prometeu limpar o local dentro de seis meses.[42][43]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Planta do mosteiro

O mosteiro foi cercado por muros fortes[39] e se assemelhava a uma fortaleza. O historiador Dickran Kouymjian chamou-o de "imenso eremitério de paredes".[44] Lynch, que o visitou em 1893, descreveu-o da seguinte forma: "Um recinto amuralhado, como o de uma fortaleza, uma porta maciça sobre as dobradiças - essa é a sua primeira impressão desse solitário pavilhão. [...] você entra em uma quadra espaçosa, e se depara com um belo campanário e alpendre, a fachada incrustada de placas de mármore branco com baixos-relevos.[45] Uma década antes, o viajante inglês Henry Fanshawe Tozer escreveu sobre o mosteiro: "Os edifícios [...] são de pedra, muito maciços e muito irregulares, elevando-se um sobre o outro em vários ângulos. Não havia praticamente nenhuma pretensão de arquitetura, e nada da aparência pitoresca que é tão característica dos mosteiros gregos."[46]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

O complexo do mosteiro era composto pela igreja principal, dedicada à Vera Cruz (Surb Khach) e quatro capelas a leste: Santa Mãe de Deus (Surb Astvatsatsin), São Estêvão (Surb Stepanos), Santo Precursor (Surb Karapet) e São Jorge (Surb Gevorg). A igreja principal não era uma típica igreja armênia, mas era um grande salão e acredita-se que tenha funcionado originalmente como uma câmara (zhamatun).[39] Foi construído principalmente de pedras cinzentas[3] e foi apoiado por 16 colunas.[39] As capelas de São Precursor e São Estêvão tinham cúpulas, com "altos tambores cilíndricos e telhados cônicos".[47] A capela de Santa Mãe de deus foi fornecida a monges sírios (assírios) na festa de São João.[48] A torre sineira de três andares foi construída no século XVIII.[39] Havia também aposentos dos monges, um refeitório, acomodações para peregrinos, o prédio do prelado do século XIX e uma escola monástica.[49]

Relevância cultura[editar | editar código-fonte]

Dança tradicional
Funambulismo

O mosteiro foi historicamente o centro religioso de Taraunitis.[50] A partir do século XII,[51] era sede da Diocese de Taraunitis, que tinha uma população armênia de 90 000 (por volta de 1911).[52] Foi considerado o maior e mais eminente santuário na Armênia Ocidental (Turca). Foi o segundo mosteiro armênio mais importante depois de Etchmiadzin. Permaneceu local de peregrinação proeminente até a I Guerra Mundial.[36] Pessoas de todos os cantos da Armênia fizeram peregrinações ao mosteiro. Costumavam realizar festividades no pátio do mosteiro.[7] Foi considerado pelos crentes como "onipotente" e era famoso por sua capacidade percebida de curar fisicamente [11] e doentes mentais.[53]

O mosteiro foi popularmente conhecido como s սուլթան Սուրբ Կարապետ Msho sultan Surb Karapet, traduzindo literalmente a "Sultão São Precursor de Muxe". O epíteto "sultão" foi concedido como referência ao seu alto estatuto como "senhor e mestre" de Taraunitis.[54] O mosteiro abrigava tumbas de vários príncipes Mamicônios, "para quem o santuário serviu como uma abadia sepulcral".[36] Segundo Lynch, os túmulos de Musel II, Baanes II, Simbácio I, Baanes III poderiam ter sido encontrados perto da muralha sul do mosteiro.[33]

Eventos anuais[editar | editar código-fonte]

O mosteiro era centro de grandes celebrações anuais. Vários eventos seculares ocorreram nos arredores como turfes, funambulismos e competições gusans durante os festivais de Vardavar[55][56] e Assunção de Maria.[11] Competições de turfes foram realizadas em Vardavar e envolveram um grande número de pessoas.[57] Andar na corda bamba, amplamente praticado pelos armênios de Taron, foi historicamente relacionado com a adoração do mosteiro.[58]

Tradição ashugh[editar | editar código-fonte]

O mosteiro era um local de peregrinação tradicional para os ashughs armênios (músicos folclóricos).[59] Foi comparado ao Monte Parnaso na Grécia, que foi a casa das Musas.[60][61] O proeminente ashugh Sayat-Nova do século XVIII está registrado por ter feito uma viagem ao mosteiro para buscar a graça divina.[62]

Referências

  1. Mildanoğlu 2013.
  2. Saint-Martin 1818, p. 101.
  3. a b Avetisyan 1979, p. 203.
  4. a b c d e Hacikyan 2002, p. 100–101.
  5. a b Hovhannisyan 2014.
  6. Yıldırır 1973, p. 6.
  7. a b c d Editores 2010, p. 29.
  8. Yerler 2018.
  9. a b Ghrejyan 2010, p. 187.
  10. Terian 2018.
  11. a b c d e f g h i Vardanian 1981, p. 660.
  12. Avetisyan 1979, p. 204.
  13. van Lint 2005, p. 352.
  14. Maranci 2002, p. 122.
  15. a b Bedrosian 1985.
  16. Matevosyan 1989, p. 225.
  17. Mkhitarian 2005, p. 105.
  18. Matevosyan 2007, p. 197.
  19. Lynch 1901, p. 176–177.
  20. Papazian 1992, p. 104.
  21. Costandian 1999, p. 66.
  22. Derderian 2014.
  23. a b Costandian 1999, p. 67.
  24. Enciclopédia 2010.
  25. Harutyunyan 1980, p. 620.
  26. Enciclopédia 2010a.
  27. Kaligian 2009, p. 38.
  28. Hacikyan 2005, p. 372.
  29. Avetisyan 1979, p. 206.
  30. Voskanian 2007, p. 104.
  31. Panossian 2006, p. 70.
  32. Hambaryan 2000, p. 34.
  33. a b Lynch 1901, p. 179.
  34. Avagyan 2014.
  35. Luma 1903.
  36. a b c d e Hewsen 2001, p. 206.
  37. Toynbee 1916, p. 94-95.
  38. Ussher 1917, p. 207–8.
  39. a b c d e Maranci 2002, p. 123.
  40. Darke 2011, p. 131.
  41. Örer 2013.
  42. Milliyet 2014.
  43. Aztag 2015.
  44. Kouymjian 2014, p. 12.
  45. Lynch 1901, p. 177.
  46. Tozer 1881, p. 163.
  47. Maranci 2002, p. 123–4.
  48. Avetisyan 1979, p. 205.
  49. Maranci 2002, p. 124.
  50. Avetisyan 1979, p. 201.
  51. Kévorkian 2011, p. 514.
  52. Ormanian 1911, p. 262.
  53. Asatrian 2004, p. 238.
  54. Zakaryan 2001, p. 297.
  55. Sugikyan 2012.
  56. Posta 2011.
  57. Ordoyan 2009, p. 109.
  58. RA 2011.
  59. Manukyan 2008, p. 852.
  60. Buxton 1914, p. 247.
  61. Raffi 1920, p. 26.
  62. Bardakjian 2000, p. 491.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Asatrian, Garnik; Arakelova, Victoria (2004). «The Yezidi Pantheon». Iran and the Caucasus. 8 (5) 
  • Avagyan, Gohar (2014). «Փաստաթղթեր 1894–1896 թթ. հայկական կոտորածների վերաբերյալ (Բիթլիսի նահանգ) [Documents on Armenian Massacres in 1894–1896 (Bitlis Province))]». Erevã: Yerevan State University. Questões Armenológicas. 1: 119–142 
  • Avetisyan, Kamsar (1979). «Տարոնի պատմական հուշարձանները [Historical monuments of Taron]"». Հայրենագիտական էտյուդներ [Armenian studies sketches]. Erevã: Sovetakan Grogh 
  • Bardakjian, Kevork B. (2000). «Sayeat'-Nōvay». A Reference Guide to Modern Armenian Literature, 1500–1920: With an Introductory History. Detroit: Wayne State University Press. ISBN 978-0814327470 
  • Buxton, Noel; Buxton, Harold; Raffi, Aram (1914). «II: Culture». Travel and politics in Armenia. Londres: Smith, Elder & co 
  • Costandian, E. A. (1999). «Տարոնի հոգևոր առաջնորդը [Spiritual leader and eparchial chief of Taron]». Lraber Hasarakakan Gitutyunneri. 1: 66–76 
  • Darke, Diana (2011). Eastern Turkey. Chalfont St Peter, Reino Unido: Bradt Travel Guides. ISBN 9781841623399 
  • Editores (2010). «A Life Lived in Realisation of His Duty to His Ancestors' Memory». Research on Armenian Architecture. Vardzk. 1 
  • Ghrejyan, Lousine (2010). «Երկվորյակների առասպելի ելակետային արժեքը հայ վիպական հուշարձանների հորինվածքում [Initial Significance of the Myth of Twins in the Composition of Armenian Epic Monuments]». Patma-Banasirakan Handes. 2: 178–192 
  • Hacikyan, Agop Jack; Basmajian, Gabriel; Franchuk, Edward S.; Ouzounian, Nourhan (2002). «Zenob Glak». The Heritage of Armenian Literature: From the sixth to the eighteenth century. Detroit: Wayne State University Press. ISBN 9780814330234 
  • Hacikyan, Agop Jack; Basmajian, Gabriel; Franchuk, Edward S.; Ouzounian, Nourhan (2005). The Heritage of Armenian Literature: From the eighteenth century to modern times. Detroit: Wayne State University Press. ISBN 9780814332214 
  • Hambaryan, Azat (2000). «Արևմտահայ վանական տնտեսությունը (XIX դարի երկրորդ կես – XX դարի սկիզբ) [Monasterial Economy in Western Armenia (second half of XIX century beginning of XX century)]». Patma-Banasirakan Handes. 2 
  • Harutyunyan, G. (1980). «Հրայր [Hrayr]». Soviet Armenian Encyclopedia. 6. Erevã: Enciclopédia Armênia 
  • Hewsen, Robert H. (2001). «Mush and Its Plain». Armenia: A Historical Atlas. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 0-226-33228-4 
  • Kaligian, Dikran Mesrob (2009). Armenian Organization and Ideology Under Ottoman Rule: 1908–1914. Piscataway, Nova Jérsei: Transaction Publishers. ISBN 978-1-4128-4245-7 
  • Kévorkian, Raymond H. (2011). The Armenian Genocide: A Complete History. Londres: I. B. Tauris. ISBN 9781848855618 
  • Kouymjian, Dickran (2014). «An Armenian Liturgical Curtain». Museu de Arte de Cleveland. The Cleveland Museum of Art Members Magazine 
  • Lynch, H. F. B. (1901). Armenia, travels and studies. Volume I: The Russian Provinces. Londres: Longmans, Green, and Co. pp. 236–7 
  • «Մշոյ Ս. Կարապետ վանքի ողբալի վիճակը [The tragic condition of the Surb Karapet monastery of Mush]». Tbilisi. Luma. 5: 248–249. 1903 
  • Maranci, Christina (2002). «The Art and Architecture of Baghesh/Bitlis and Taron/Mush». In: Hovannisian, Richard G. Hovannisian. Armenian Baghesh/Bitlis and Taron/Mush. Costa Mesa, Califórnia: Mazda Press 
  • Manukyan, Manuk (2008). «Music of Armenia: Ashugh». In: Koskoff, Ellen. The Concise Garland Encyclopedia of World Music: The Middle East, South Asia, East Asia, Southeast Asia, Volume 2. Nova Iorque: Routledge 
  • Matevosyan, Artashes (1989). «Մովսես Խորենացին և Աթանաս Տարոնացու ժամանակագրությունը [Movses Khorenatsi and Atanas Taronatsi's Chronicle]». Patma-Banasirakan Handes. 1 
  • Matevosyan, Karen (2007). «Մշո Սբ. Կարապետ վանքի պատմության մի դրվագ [A Historical Fragment of St. Karapet Church in Mush]». Patma-Banasirakan Handes. 1 
  • Mkhitarian, S. M. (2005). «Մաշտոցյան ավանդույթները հայ դպրոցում (Հայ գրերի գյուտի, դպրոցի և դպրության 1600-ամյակի առթիվ) [The Mashtots Traditions in Armenian Schools (to the 1600th Anniversary of the Creation of Armenian Written Language and School)]». Lraber Hasarakakan Gitutyunneri 
  • Ordoyan, Grigor (2009). «Հնագույն մրցախաղերի կրկեսային կերպարաձևերը [Circus Forms of Ancient Contesting Games]». Patma-Banasirakan Handes. 1 
  • Ormanian, Maghakʻia (1911). Հայոց եկեղեցին և իր պատմութիւնը, վարդապետութիւնը, վարչութիւնը, բարեկարգութիւնը, արաողութիւնը, գրականութիւն, ու ներկայ կացութիւնը [The Church of Armenia: her history, doctrine, rule, discipline, liturgy, literature, and existing condition]. Constantinopla: Ter-Nersesean 
  • Panossian, Razmik (2006). The Armenians: From Kings and Priests to Merchants and Commissars. Nova Iorque: Columbia University Press. ISBN 978-0-231-13926-7 
  • Papazian, A. H. (1992). «Թուրքական աղբյուրները Հայաստանի և հայերի մասին (XVI—XVIII դդ.) (Համառոտ ակնարկ) [The Turkish Sources about Armenia and Armenians (XVI-XVIII centuries)]». Patma-Banasirakan Handes. 1 
  • Payaslian, Simon (2007). The History of Armenia. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-7467-9 
  • Raffi, Aram (1920). «The Spirit of Armenian Poetry». Nova Iorque. The New Armenia. 12 (2) 
  • Saint-Martin, Jean (1818). Mémoires historiques et géographiques sur l'Arménie. Paris: Imprensa Real 
  • Sugikyan, Karine (2012). «Պայծառակերպություն. մարդու հոգին լուսավորող և այլակերպող տոն». Holy Trinity Church, Yerevan 
  • Toynbee, Arnold (1916). «Moush: Resume of Information Furnished by Refugees in the Caucasus and Published in the Caucasian Press, Especially in the Armenian Journal "Mschak"; compiled by Mr. G. h. Paelian, and Communicated by him to the Armenian Journal "Ararat," of London, March, 1916». The Treatment of Armenians in the Ottoman Empire, 1915–1916: Documents Presented to Viscount Grey of Fallodon by Viscount Bryce, with a Preface by Viscount Bryce. Londres: Hodder & Stoughton 
  • Tozer, Henry Fanshawe (1881). Turkish Armenia and Eastern Asia Minor. Londres: Longmans, Green & Co 
  • van Lint, Theo M. (2005). «The Gift of Poetry: Khidr and John the Baptist as Patron Saints of Muslim and Armenian Āšiqs – Ašułs». Redefining Christian Identity: Cultural Interaction in the Middle East Since the Rise of Islam. Lovaina: Peeters Publishers. pp. 335–378. ISBN 90-429-1418-1 
  • Vardanian, V.; Zarian, A. (1981). «Մշո Ս. Կարապետ վանք [S. Karapet monastery of Mush]». Soviet Armenian Encyclopedia. 7. Erevã: Enciclopédia Armênia 
  • Voskanian, Shoghik (2007). «Մկրտիչ Խրիմյանի կյանքը, մանկավարժական լուսավորական գործունեությունը [The life and pedagogical enlightening activity of Mkrtich Khrimian]». Etchmiadzin: Mother See of Holy Etchmiadzin. 63 (9): 97–109 
  • Ussher, Clarence; Knapp, Grace (1917). An American Physician in Turkey: A Narrative of Adventures in Peace and War. Boston, Massachusetts: Houghton Mifflin 
  • Yıldırır, Gökşen (1973). Muş 1973 [i.e., bin dokuz yüz yetmiş üç] il yilliǧi. Elazigue: Bingöl matbaası 
  • Zakaryan, Almast (2001). «Սարգիս Հարությունյան. Հայ առասպելաբանությունը. Բեյրութ, 2000 [Review of Sargis Harutyunyan. Armenian Mythology. Beirut, 2000]». Patma-Banasirakan Handes. 2