Jerônimo de Albuquerque
Jerônimo de Albuquerque | |
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Nascimento | 1510 Lisboa |
Morte | 25 de dezembro de 1584 Olinda |
Cidadania | Reino de Portugal |
Progenitores |
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Cônjuge | Muira Ubi |
Filho(a)(s) | Beatriz de Albuquerque, Jerônimo de Albuquerque Maranhão, Catarina de Albuquerque, Joana de Albuquerque, Simoa de Albuquerque |
Irmão(ã)(s) | Beatriz de Albuquerque |
Ocupação | administrador colonial |
Jerônimo de Albuquerque (Lisboa, ca. 1510 — Olinda, 25 de dezembro de 1584) foi um administrador colonial e senhor de engenho português. Conhecido como "O Adão Pernambucano" por ser ancestral de várias famílias, políticos, artistas e figuras na história do Brasil.[1]
Originário de uma família muito nobre de Portugal, seus descendentes foram uma das origens da nobreza da terra no Brasil, principalmente no Nordeste. Durante o período colonial, suas linhagens se dividiam entre senhores de engenho, cardeais, administradores coloniais e militares. Durante o período imperial, essas linhagens foram ocupadas por aristocratas, latifundiários, médicos e políticos. Atualmente, no período republicano, seus descendentes ainda ocupam vários cargos políticos, literários, artísticos, entre outros.[2]
Vida
[editar | editar código-fonte]Nascido em Lisboa, era filho de Lopo de Albuquerque "o Bode" e de Joana de Bulhão, sendo sobrinho de Afonso de Albuquerque, o vice-rei da Índia Portuguesa. Em 1534, chegou na capitania de Pernambuco com sua irmã Brites de Albuquerque, esposa do primeiro donatário de Pernambuco, Duarte Coelho.[3]
Em Pernambuco, participou de conflitos contra os indígenas Tabajaras, nativos daquelas terras, mas acabou levando uma flechada e perdeu um dos olhos. Após esse incidente, ficou conhecido pelo apeldido de "o Torto". Em outro momento, foi ferido, preso e condenado à morte, sendo supostamente salvo pela intervenção de Muira Ubi, filha do cacique de Uirá Ubi (Arco Verde), da tribo Tabira (ou Tindarena), que se apaixonou por ele e o quis como marido. O matrimônio selou a paz entre os tabajaras e os colonizadores portugueses. Batizada, posteriormente, a indígena Muira Ubi recebeu o nome de "Maria do Espírito Santo Arco Verde", em homenagem à festa de Pentecostes que se celebrava no dia do batismo.
Em 1562, em obediência a uma carta-intimação de D. Catarina de Áustria, rainha-regente de Portugal, casou-se com Felipa de Mello, filha de D. Cristóvão de Mello. Segundo a Rainha, sendo ele o sobrinho de D. Afonso de Albuquerque e descendente de reis, não deveria seguir a "lei de Moisés", isto é, manter "trezentas concubinas".
Em 1576, em posto de tenente, foi nomeado como 10° governador de Pernambuco, por oito meses. Sendo novamente nomeado em 1579 por quinze meses. Em suas terras, nas proximidades de Olinda, fundou um dos primeiros engenhos de açúcar de Pernambuco (depois de Pero Capico), o engenho Nossa Senhora da Ajuda, posteriormente denominado de Forno da Cal.
Família
[editar | editar código-fonte]Sua primeira união foi a indígena Muira Ibi, filha do cacique tabajara Uirá Ibi. Desse casamento nasceram oito filhos:[4]
- Catarina de Albuquerque (1532-1614). Se casou com o fidalgo florentino Filipe Cavalcanti. Os descendentes desse casal, são uma das maiores linhagens.
- Manuel de Albuquerque. Se casou com Maria de Mello.
- André de Albuquerque (1547-?). Foi duas vezes administrador colonial da capitania da Paraíba.
- Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618). Foi administrador colonial da capitania do Maranhão e do Grão Pará. Foi símbolo na luta contra a invasão francesa e um dos fundadores de Natal, no Rio Grande do Norte.
- Antônio de Albuquerque. Se casou com Jerônima Rosa de Vasconcelos.
- Ana de Albuquerque. Se casou com Jerônimo de Vasconcelos.
- Joanna de Albuquerque. Se casou com o português Álvaro Fragoso.
- Brites de Albuquerque. Se casou com o comerciante bávaro Sebald Linz ou "Cibaldo Lins".
- Antônia de Albuquerque. Se casou com Gonçalo Mendes Leitão.
Após o falecimento da primeira esposa, se casa novamente em 1562, por ordem da rainha-regente de Portugal. Sua segunda esposa foi Filipa de Melo, filha de Cristóvão de Mello e Joanna Silva. Desse segundo casamento nasceram onze filhos:[5]
- João de Albuquerque. Se casou com Felipa de Sá.
- Cristóvão de Albuquerque. Se casou com Inês Falcão de Souza.
- Isabel de Albuquerque. Se casou com D. Felipe de Moura.
- Afonso de Albuquerque. Se casou com Isabel Pires.
- Maria de Albuquerque. Se casou com Antônio de Sá.
- Duarte de Albuquerque. Se casou com Helena de Azevedo Coutinho.
- Felipa de Albuquerque. Se casou com Diogo Martins Pessoa.
- Cosme de Albuquerque.
- Jerônimo de Albuquerque.
- Luiza de Albuquerque. Faleceu logo após o nascimento.
Ainda houve um outro filho do casal que faleceu logo após o nascimento.
Além dos dois casamentos, Jerônimo de Albuquerque ainda legitimou cinco filhos que teve com indígenas e brancas em Pernambuco. Totalizando 25 filhos legítimos e legitimados, o que também lhe rendeu o apelido de "o Adão Pernambucano" entre os historiadores brasileiros.
Descendentes famosos
[editar | editar código-fonte]- André de Albuquerque (1547-?). Governador colonial da Paraíba.
- Paulo Jacinto Tenório de Albuquerque (1839-1927). Nobre, latifundiário e militar.
- Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618). Governador colonial do Grão-Pará e Maranhão. Um dos fundadores da cidade de Natal. [6]
- António Cavalcanti de Albuquerque (1563-1640). Governador colonial do Grão-Pará.[7]
- Matias de Albuquerque Maranhão (?-1685). Governador colonial da Paraíba.
- Antônio de Albuquerque Maranhão (1590-1667). Governador colonial da Paraíba e do Maranhão.
- Diogo Coelho de Albuquerque (1618-1665). Governador colonial do Ceará.[8]
- Marquês de Pombal (1699-1782). Nobre, diplomata e Primeiro-Ministro de Portugal. Teve grande impacto na história luso-brasileira.[9]
- Francisco Xavier de Mendonça (1701-1769). Governador colonial do Grão-Pará, nobre, militar e um dos fundadores da cidade de Macapá.
- Afonso de Albuquerque Maranhão (1744-1826). Foi senador do Império do Brasil.[10]
- 2° Marquês de Pombal (1748-1812). Nobre, rico-homem e político português.
- José Mariano de Albuquerque Cavalcanti (1772-1884). Governador imperial do Ceará.[11]
- José Francisco de Albuquerque (1776-?). Governador colonial do Rio Grande do Norte e de Moçambique.[12]
- Visconde de Suassuna (1793-1880). Nobre, político e latifundiário do Brasil Império.
- Visconde de Albuquerque (1797-1863). Nobre, político, militar e latifundiário do Brasil Império.[13]
- Barão de Ipojuca (1800-1860). Nobre e político do Brasil Império.
- Conde da Boa-Vista (1802-1870). Nobre, político e militar do Brasil Império.
- Barão de Muribeca (1804-1894). Nobre, político e senhor de engenho do Brasil Império.
- Visconde de Camarajibe (1806-1875). Nobre, político e latifundiário do Brasil Império.
- Adolpho Bezerra de Menezes (1831-1900). Escritor, médico e expoente do espiritismo no Brasil.[14]
- Barão de Albuquerque (1848-?). Nobre e político do Brasil Império.
- João Barbalho Cavalcanti (1849-1909). Político e 4° Ministro da Agricultura do Brasil.[15]
- Cristóvão Buarque de Hollanda (1864-1944). Farmacêutico e professor brasileiro.
- Sérgio Buarque de Hollanda (1902-1982). Historiador, jornalista e escritor brasileiro.[16]
- Aurélio Buarque de Hollanda (1910-1989). Escritor, lexicógrafo, professor, tradutor e crítico literário brasileiro.
- Evandro Lins e Silva (1912-2002). Político, jornalista e Ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil.
- Ariano Suassuna (1927-2014). Professor, Escritor e Pensador brasileiro.[17]
- Chico Buarque (1944-). Compositor, dramaturgo e músico brasileiro.
- Sílvia Buarque (1969-). Atriz brasileira.
Referências
- ↑ admin. «Jerônimo de Albuquerque: o Adão Pernambucano e a origem multiétnica do Homem Nordestino». Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ Raminelli, Ronald (2018). «Nobreza e os principais da terra – América Portuguesa, séculos XVII e XVIII». Universidade Federal Fluminense. Consultado em 14 de maio de 2024
- ↑ «Albuquerques» (PDF). www.buratto.net. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 14 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 14 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 14 de maio de 2024
- ↑ www.familysearch.org https://www.familysearch.org/tree/person/details/L6YS-R6L. Consultado em 24 de maio de 2024 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ www.familysearch.org https://www.familysearch.org/tree/person/details/LC5Q-H26. Consultado em 13 de maio de 2024 Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ www.familysearch.org https://www.familysearch.org/tree/person/details/GMV1-HK3. Consultado em 13 de maio de 2024 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Antônio Francisco de Paula de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque (Family Search)». www.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «FamilySearch.org». ancestors.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
- ↑ «Ariano Villar Suassuna (Family Search)». www.familysearch.org. Consultado em 13 de maio de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Fundação Joaquim Nabuco. Informações biográficas
- Genealogia Pernambucana - Jeronimo de Albuquerque
- Os Albuquerque - texto extraído do Jornal Pequeno de São Luís
- Genealogia. "Do Rei Dom Diniz ao Adão de Pernambuco (Jerônimo de Albuquerque)"
Precedido por Jorge de Albuquerque Coelho |
Governador de Pernambuco 1576 — 1577 |
Sucedido por Jorge de Albuquerque Coelho |
Precedido por Christovão de Mello |
Governador de Pernambuco 1579 — 1580 |
Sucedido por Simão Rodrigues Cardoso |