João Bernardo Vieira

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João Bernardo Vieira
João Bernardo Vieira
Primeiro(a)-ministro(a)
Período 29 de setembro de 1994
a 7 de maio de 1999
Primeiro(a)-ministro(a) Manuel Saturnino da Costa
Carlos Correia
Francisco Fadul
Antecessor(a) Ele mesmo (Presidente do Conselho de Estado)
Sucessor(a) Ansumane Mané (Presidente do Conselho Militar)
Presidente da Guiné-Bissau
Período 1 de outubro de 2005
a 2 de março de 2009
Primeiro(a)-ministro(a) Carlos Gomes Júnior
Aristides Gomes
Martinho Ndafa Kabi
Carlos Correia
Carlos Gomes Júnior
Antecessor(a) Henrique Rosa (interino)
Sucessor(a) Raimundo Pereira (interino)
Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau
Período 16 de maio de 1984
a 29 de setembro de 1994
Antecessor(a) Carmen Pereira (Presidente do Conselho de Estado)
Sucessor(a) ele mesmo (Presidente da República)
Presidente do Conselho da Revolução da Guiné-Bissau
Período 14 de novembro de 1980
a 14 de maio de 1984
Antecessor(a) Luís Cabral (Presidente do Conselho de Estado)
Sucessor(a) Carmen Pereira (Presidente do Conselho de Estado)
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau
Período 28 de setembro de 1978
a 14 de novembro de 1980
Antecessor(a) Constantino Teixeira
Sucessor(a) Víctor Saúde Maria
Dados pessoais
Nascimento 27 de abril de 1939
Bissau, Guiné-Bissau
Morte 2 de março de 2009 (69 anos)
Bissau, Guiné-Bissau
Primeira-dama Isabel Vieira
Partido Independente (1999-2009)
PAIGC (1960-1999)
Profissão Eletricista

João Bernardo Vieira, mais conhecido por Nino Vieira ou Kabi Nafantchamna GColSE (Bissau, Guiné-Bissau, 27 de abril de 1939Bissau, Guiné-Bissau, 2 de março de 2009) foi um político da Guiné-Bissau, por três vezes presidente da República da Guiné-Bissau, tendo sido o primeiro presidente guineense eleito democraticamente.

Vieira voltou à cena política em meados de 2005, quando venceu a eleição presidencial apenas seis anos depois de ser expulso durante uma guerra civil que pôs fim a 19 anos de poder.

Eletricista de formação, Vieira se afiliou ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral em 1960 e rapidamente se tornou peça-chave da guerra de guerrilha do país contra a soberania da Guiné-Bissau por Portugal.

À medida que a guerra se intensificou, ele demonstrou habilidade como líder militar e rapidamente subiu na cadeia de comando. Vieira era conhecido por seus camaradas como "Nino" e esse permaneceu seu nome de guerra enquanto durou a luta.

Logo após eleições do conselho regional no fim de 1972, em áreas sob o controle do PAIGC, que levaram à constituição de uma assembleia constituinte, Vieira foi nomeado presidente da Assembleia Nacional Popular. Em 28 de setembro de 1978 foi nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

Em 1980 as condições econômicas haviam se deteriorado significativamente, o que levou a uma generalizada insatisfação com o governo. Em 14 de novembro de 1980, Vieira derrubou o governo de Luís Cabral em um golpe militar sem derramamento de sangue, o que levou à desvinculação do PAIGC de Cabo Verde, que preferiu se tornar um partido separado. A constituição foi suspensa e um Conselho Militar da Revolução com nove membros, comandado por Vieira, foi formado. Em 1984 uma nova constituição foi aprovada, fazendo o país retornar a um regime civil.

A Guiné-Bissau, como o resto da África subsaariana, foi em direção à democracia multipartidária no começo dos anos 90. A proibição de partidos políticos terminou em 1991 e houve eleições em 1994. No primeiro turno das eleições presidenciais, em 3 de julho, Vieira receber 46,20% dos votos, concorrendo com outros sete candidatos. Ele acabou em primeiro lugar, mas não conseguiu ganhar a necessária maioria, o que levou a um segundo turno em 7 de agosto. Recebeu 52,02% dos votos contra 47,98% de Kumba Yalá, um ex-palestrante de filosofia e candidato do Partido Renovador Social (PRS). Observadores internacionais da eleição consideraram ambos os turnos livres e justos em geral. Vieira tomou posse com o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné-Bissau em 29 de setembro de 1994.

Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 1 de Julho de 1996.[1]

Logo depois de uma tentativa fracassada de golpe de estado contra o governo em junho de 1998, o país se viu no meio de uma breve mas violenta guerra civil entre forças leais a Vieira e outras leais ao líder rebelde Ansumane Mané. Rebeldes finalmente depuseram o governo de João Vieira em um novo cessar-fogo em 7 de maio de 1999.[2] Ele se refugiou na embaixada portuguesa e se refugiou em Portugal em junho.[3]

Em 7 de abril de 2005, pouco mais de dois anos depois de outro golpe militar derrubar o governo do presidente Kumba Yalá, Vieira retornou a Bissau depois de 6 anos de exílio em Portugal.[4] Mais tarde, naquele mês, ele anunciou que se candidataria à presidência nas eleições presidenciais de 2005, em junho.[5] Apesar de que muitos consideraram Vieira inelegível por cause de processos contra ele e porque ele estava em exílio, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele estava apto a concorrer.[6] Seu antigo partido, o PAIGC, apoiou o ex-presidente interino Malam Bacai Sanhá como seu candidato.

De acordo com resultados oficiais, Vieira ficou em segundo lugar na eleição de 19 de junho com 28,87% dos votos, atrás de Malam Bacai Sanhá, e portanto participou do segundo turno. Ele oficialmente derrotou Sanhá no segundo turno, em 24 de julho, com 52,35% dos votos, e tomou posse como presidente em primeiro de outubro.[7]

Em 28 de outubro de 2005 Vieira anunciou a dissolução do governo chefiado pelo Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, seu rival, citando a necessidade de manter a estabilidade; em 2 de novembro, nomeou seu aliado político Aristides Gomes para o cargo.[8]

Em 1 e 2 de março de 2009, após o assassinato no primeiro dia do chefe de Estado Maior das Forças Armadas,[9] morto com uma bomba, no dia 2 o presidente é morto a tiro por militares que mantiveram a sua casa debaixo de fogo. Nino Vieira morre a tentar escapar de casa. Militares retiram os seus bens pessoais do palácio presidencial, no saque que se seguiu.[10] Depois de ferido a tiro, foi retalhado em pedaços à catanada.[11]

Referências

  1. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Bernardo Vieira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de junho de 2014 
  2. «Loyalist troops capitulate». IRIN. Irinnews.org. 7 de maio de 1999 
  3. «Deposed Guinea-Bissau's president arrives in Portugal» (em inglês). British Broadcasting Corporation. 11 de junho de 1999 
  4. «Nino Vieira returns from exile to a hero's welcome». IRIN (em inglês). Irinnews.org. 7 de abril de 2005 
  5. «Nino Vieira says he will contest presidential election». IRIN. Irinnews.org. 18 de abril de 2005 
  6. «Vieira and Yala cleared to contest June presidential election». IRIN. Irinnews.org. 11 de maio de 2005 
  7. «Report of the Secretary-General on developments in Guinea-Bissau and on the activities of the United Nations Peacebuilding Support Office in Guinea-Bissau». United Nations Security Council. Reliefweb.int. 2 de dezembro de 2005 
  8. «President appoints controversial new prime minister». IRIN. Irinnews.org. 2 de novembro de 2005 
  9. «Bomb kills Guinea-Bissau military chief» (em inglês). CNN 
  10. «Presidente da Guiné-Bissau foi assassinado esta madrugada». Rádio e Televisão de Portugal 
  11. «Nino Vieira foi morto à catanada, depois de ferido a tiro». Jornal Público 

Ver também


Precedido por
Constantino Teixeira
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau
1978 — 1980
Sucedido por
Victor Saúde Maria
Precedido por
Luís de Almeida Cabral
Presidente da Guiné-Bissau
1980 — 1984
Sucedido por
Carmen Pereira
Precedido por
Carmen Pereira
Presidente da Guiné-Bissau
1984 — 1999
Sucedido por
Ansumane Mané
Precedido por
Henrique Rosa
Presidente da Guiné-Bissau
2005 — 2 de março de 2009
Sucedido por
Raimundo Pereira